domingo, 29 de dezembro de 2019
quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
Análise da pintura de Wasily Kandinsky - Composition VIII
Wasily Kandinsky - Composition VIII, 1923 – óleo sobre tela –
140,3 x 200,7 cm - Solomon R. Guggenheim Museum, New York
Análise da pintura de Wasily Kandinsky - Composition VIII
A ordem geométrica racional da Composição VIII é um oposto
polar da Composição VII (1913). Pintado enquanto lecionava na Bauhaus, este
trabalho ilustra como Kandinsky sintetizou elementos do suprematismo, construtivismo
e o próprio estilo da escola. Ao combinar aspectos de todos os três movimentos,
ele chegou aos planos de cor e à qualidade clara e linear vista neste trabalho.
A forma, ao contrário da cor, estruturou a pintura em um equilíbrio dinâmico
que pulsa pela tela. Este trabalho é uma expressão das ideias de Kandinsky sobre
arte moderna e não objetiva, principalmente o significado de formas como
triângulos, círculos e quadriculados. Kandinsky confiou em um estilo rígido
para comunicar o conteúdo mais profundo de seu trabalho pelo resto de sua
carreira.
Para Kandinsky, a cor significava mais do que apenas um
componente visual de uma imagem, é sua alma. Em seus livros, ele descreveu sua
própria perspectiva sobre como as cores interagem entre si e com o espectador.
Kandinsky dizia poder "ouvir cores" e "ver sons".
“A cor é o teclado, os olhos são as harmonias, a alma é o
piano com muitas cordas. O artista é a mão que toca, tocando uma tecla ou
outra, para causar vibrações na alma” – Wassily Kandisnsky
Wassily Wassilyevich Kandinsky (Moscou, 4 de dezembro de
1866/16 de dezembro pelo calendário gregoriano - 13 de dezembro de 1944) foi um
pintor russo e teórico da arte. Na década de 1910, Kandinsky desenvolveu seus
primeiros estudos não figurativos, sendo por isso considerado o primeiro pintor
ocidental a produzir uma tela abstrata. Ele estudou Direito e Economia na
Universidade de Moscou, e declinou a carreira de professor de Direito para
estudar Arte em Munich. Em 1902 Kandinsky expôs pela primeira vez com a
Secessão de Berlim e produziu suas primeiras xilogravuras. Em 1903 ele começou
a viajar para a Itália, Holanda e África do Norte e visitou a Rússia. Expôs no
Salon d'Automne em Paris a partir de 1904. Ele retornou a Moscou em 1914, após
a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Kandinsky não simpatizava com as teorias oficiais
sobre a arte da Moscou comunista e voltou para a Alemanha em 1921. Lá, ensinou
na escola Bauhaus de arte e arquitetura de 1922 até os nazistas a fecharem em
1933. Em seguida, mudou-se para a França, onde viveu o resto da sua vida,
tornando-se um cidadão francês em 1939 e produzindo algumas das suas mais
importantes obras de arte.
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companheira de Kandinsky, e a história do casal. Clique sobre esse link para
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quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Análise da pintura de Marc Chagall – Paris through the Window (Paris através da Janela)
Marc
Chagall - Paris through the Window – 1913 – óleo sobre tela – 135,8 x 141,4 cm
- Solomon R. Guggenheim Museum, New York, USA
Análise da pintura de Marc Chagall – Paris through the
Window (Paris através da Janela)
Depois que Marc Chagall se mudou da Rússia para Paris, em
1910, suas pinturas rapidamente refletiram os mais recentes estilos de
vanguarda. Em Paris através da Janela, transparece a proximidade de Chagall com
o cubismo órfico de Robert Delaunay, nos planos semitransparentes sobrepostos
de cores vivas no céu acima da cidade. A Torre Eiffel, que aparece na paisagem
urbana, também era um tema frequente no trabalho de Delaunay. Para os dois
artistas, ela serviu de metáfora para Paris e talvez para a própria
modernidade.
No centro da pintura há um gato amarelo com rosto humano.
Algumas pessoas pensavam nos gatos como pecadores que já faleceram, mas
voltaram a esta vida através da forma felina para assombrar os membros da
família.
Outras formas sugerem Vitebsk, a cidade natal do artista. O personagem
dessa pintura foi interpretado como o artista que olha ao oeste para sua nova
casa na França e ao leste para a Rússia. Também simbolizando essa dicotomia, há
um casal separado, sob a Torre Eifell. A nostalgia do famoso artista por sua
terra natal, a Rússia, também é representada pelo trem de cabeça para baixo à
esquerda do gato no centro da pintura. Isso representava sua incapacidade de
voltar para casa. Chagall, no entanto, recusou interpretações literais de suas
pinturas, e talvez seja melhor pensar nelas como evocações líricas, semelhantes
à poesia plástica alusiva dos amigos do artista Blaise Cendrars (que nomeou
essa tela) e Guillaume Apollinaire.
O homem de duas caras em Paris através da janela permeia figurativamente
entre dois mundos: interior versus espaço exterior, passado e presente,
imaginário e real. Em pinturas como essas, fica claro que o artista preferia a
vida da mente, da memória e do simbolismo mágico à representação realista.
Marc Chagall (Vitebsk 1887–1985 Saint-Paul-de-Vence) foi um
artista prolífico, cuja carreira se estendeu por muitas décadas. Ele trabalhou
em muitos tipos de mídias: desenho, pintura, mídia impressa e vitrais. Chagall
participou dos movimentos modernos do pós-impressionismo incluindo surrealismo
e expressionismo. Nascido perto da aldeia de Vitebsk, na atual Bielorrússia,
Chagall mudou-se para Paris em 1910 permanecendo lá até 1914 para desenvolver
seu estilo artístico, retornando à Russia por sentir saudades de sua noiva
Bella, com quem se casou. Em 1923 eles se mudaram novamente para a França, para
escapar das dificuldades da vida soviética que se seguiram à I Guerra Mundial e
à Revolução de Outubro. Em 1941, mudou-se para os Estados Unidos, escapando da
Segunda Guerra Mundial e ali permaneceu até 1948, retornando para a França.
O início da vida de Chagall deixou-o com uma memória visual
poderosa e uma inteligência pictórica. Depois de viver na França e experimentar
a atmosfera de liberdade artística, ele criou uma nova realidade, que se baseou
em ambos os mundos internos e externos. Mas foram as imagens e memórias de seus
primeiros anos em Belarus, na Russia, que sustentaram a sua arte por mais de 70
anos. Há certos elementos em sua arte que se mantiveram permanentes e são
vistos ao longo de sua carreira. Um deles foi a sua escolha dos temas e a forma
como eles foram retratados. O elemento mais constante, obviamente, é o seu dom
para a felicidade e sua compaixão instintiva, que mesmo nos assuntos mais
sérios o impediam de dramatizar.
Uma dimensão simbólica sempre esteve presente nos temas de
Chagall. Sem dúvida, esta abordagem ajudou Chagall a atingir a popularidade que
seu trabalho desfrutava na época, mas ao mesmo tempo o desejo de ser
compreensível emprestou às pinturas um toque de romantismo que parecia um pouco
fora de época. Através de sua linguagem poética altamente original ele foi
capaz de criar um novo universo a partir das três culturas diferentes que ele
havia assimilado. Flores e animais são uma presença constante em suas pinturas,
habilitando-o por um lado a superar a interdição judaica de representação
humana, enquanto por outro lado formando metáforas para um mundo possível, em
que todos os seres vivos possam viver em paz como na cultura medieval russa.
Sua arte constitui uma espécie de mixagem entre culturas e tradições. A chave
fundamental para sua modernidade reside no seu desejo de transformar uma obra
de arte em uma linguagem capaz de fazer perguntas que não foram ainda
respondidas pela humanidade.
Em sua biografia de Chagall, Franz Meyer cita um aforismo
que resume dois artistas: "Pablo Picasso estava para o triunfo do
intelecto, Chagall para a glória do coração."
"Se eu criar com o meu coração quase todas as minhas
intenções permanecem. Se for com a cabeça, quase nada. Um artista não deve ter
medo de ser ele mesmo, de expressar apenas a si mesmo. Se ele é absolutamente e
inteiramente sincero, o que ele diz e faz, será aceitável para os outros."
– Marc Chagall
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terça-feira, 15 de outubro de 2019
Pinturas de Cristóvão Colombo
Albert
Bierstadt - The Landing of Columbus, 1893 – óleo sobre tela - 182.9 × 307.3 cm –
City of Plainfield, New Jersey, USA
Pinturas de Cristóvão Colombo
Ivan Aivazovsky – The Arrival of Columbus Flotilla, 1880 –
óleo sobre tela – 127 x 183 cm – coleção particular
Emanuel
Leutze - Columbus before the Queen, 1843 – óleo sobre tela - 97.95 x 129.38 cm
- Brooklyn Museum, New York
Ivan Aivazovsky - Columbus sailing from Palos, 1892 – óleo sobre
tela - 104.5 x 175.5 cm – coleção particular
domingo, 15 de setembro de 2019
Análise da pintura “A Página em Branco” de René Magritte
René
Magritte - The Blank Page – 1967 - óleo sobre tela - 54 x 65 cm - Musée Royaux
des Beaux-Arts, Brussels, Belgium
Análise da pintura “A Página em Branco” de René Magritte
Essa é a última pintura de Magritte antes de sua morte, em 15 de agosto de 1967. É um tributo à obsessão de Stéphane Mallarmé pela página em branco.
Ao colocar um círculo brilhante estrategicamente no centro superior da composição, Magritte brinca com a imaginação do espectador. O círculo brilhante flutua no céu noturno, mas aparece na frente de um galho de árvore, sugerindo que é de fato uma fruta madura e não uma lua cheia. Magritte cria uma figura com dupla identidade: dependendo da percepção do espectador, o círculo brilhante serve diferentes funções. Magritte equilibra lindamente essa composição em camadas, colocando uma cidade na parte inferior da composição e o galho de árvore no topo. O trabalho transmite uma sensação de calma silenciosa, como se o espectador quase pudesse ouvir os grilos cantando na calada da noite.
"Se fôssemos ver as folhas atrás da lua, seria extraordinário, a vida finalmente seria significativa". - René Magritte
Stéphane Mallarmé (18 de março de 1842 - 9 de setembro de
1898), pseudônimo de Étienne Mallarmé, foi poeta e crítico francês. Ele foi um
grande poeta simbolista francês, e seu trabalho antecipou e inspirou várias
escolas artísticas revolucionárias do início do século XX, como o cubismo, o
futurismo, o dadaísmo e o surrealismo.
René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de Novembro de
1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967) foi um dos principais artistas
surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento
no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado
das águas do rio. Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em
Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu
Georgette Berger, com quem se casou em 1922. René Magritte praticava o surrealismo
realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas precisava
realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela pintura
metafísica de Giorgio de Chirico.
Sua arte caracteriza o amor surrealista aos paradoxos
visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem
anomalias por toda a parte, e o surrealismo atrai justamente porque explora
nossa compreensão oculta da esquisitice terrena. Pintor de imagens insólitas,
às quais deu tratamento rigorosamente realista, utilizou processos
ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos
objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos. Suas obras são metáforas que se
apresentam como representações realistas, através da justaposição de objetos comuns,
e símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu coco,
o castelo, a rocha e a janela, entre outros, porém de um modo impossível de ser
encontrado na vida real.
Magritte fez pinturas de objetos comuns em contextos
incomuns, e assim criou sua própria forma de poesia para expressar seu
inconsciente, de uma forma filosófica e conceitual. O artista, ao contrário dos
outros surrealistas, era uma pessoa perturbadoramente comum, sempre vestindo um
sobretudo, terno e gravata. Para Magritte suas pinturas não tinham qualquer
significado, porque o mistério não tem significado. Ficamos apenas com o
mistério e a incerteza, o que torna o trabalho dele mais misterioso e mais
atraente.
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domingo, 18 de agosto de 2019
Análise da pintura de Édouard Manet - A Bar at the Folies-Bergère
Édouard
Manet - A Bar at the Folies-Bergère, 1882 – óleo sobre tela - 96 x 130 cm -
Courtauld Institute of Art, London, UK
Análise da pintura de Édouard Manet - A Bar at the Folies-Bergère
Um Bar em Folies-Bergère (Un bar aux Folies-Bergère) retrata
uma cena do café-concerto Folies-Bèrgere, em Paris. Este é um retrato incomum
porque é de alguém no trabalho, e alguém que aos nossos olhos é definida por
seu trabalho e é profundamente infeliz com ele. Ela está alienada de seu entorno,
como se houvesse um painel de vidro entre ela e todos os outros no salão: os
bebedores, tagarelas, amantes, mentirosos, ladrões e empresários. A modelo da
moça da pintura era Suzon, de acordo com as recordações de amigos de Manet: uma
jovem que trabalhava no Folies-Bergère, um dos grandes cafés-concertos
parisienses, uma espécie de salão de
cerveja com música, atos de circo e outros entretenimentos.
Esta não é uma pintura realista do Folies-Bergère. Suzon
trabalhava lá, mas ela posou para a pintura no ateliê de Manet, atrás de uma
mesa cheia de garrafas. Ele fundiu esta imagem com esboços pintados rapidamente
no Folies-Bergère. Não há nenhuma tentativa de tornar a imagem coerente:
existe, como críticos contemporâneos apontaram, uma inconsistência na relação
entre os reflexos no espelho e as coisas reais. O homem de cartola se
aproximando de Suzon de um modo sinistro, no canto superior direito do espelho
teria de estar em pé, de costas para nós na frente do bar, e Suzon deveria
estar refletida em um lugar totalmente diferente. Esta pintura é cheia de
mistério, ambiguidade, dúvida. Porque o que está no espelho não pode ser um
reflexo do que vemos na frente dele. As coisas estão deslocadas, o reflexo da
garçonete está muito longe para a direita, quando podemos ver que o espelho é
paralelo ao plano da imagem em si, há um homem na frente de seu reflexo no
espelho, e não há um na "realidade" na frente dele.
O que significa a expressão da garçonete? Tristeza?
Arrependimento? Mal-estar? Alienação? Ela parece inocente e ao mesmo tempo, nós
não ficaríamos surpresos ao saber que a conversa no espelho entre seu reflexo e
o homem de cartola diz respeito a sua disponibilidade para uma outra finalidade
completamente diferente do que servir copos de vinho e vender laranjas. Ao
incluir um prato de laranjas em primeiro plano, Manet identifica a garçonete
como uma prostituta, de acordo com o historiador de arte Larry L. Ligo, que diz
que Manet habitualmente associava laranjas com a prostituição em suas pinturas.
Os numerosos elementos presentes sobre o balcão do bar, garrafas de bebidas,
flores, frutas, formam uma evolução piramidal, encontrando o cume, não por
acaso, nas flores que ornam o colo da servente.
Essa pintura é sobre como as coisas em um espelho são
diferentes das coisas na frente dos nossos olhos, é sobre a sensação de visão e
os mistérios da representação e sobre a própria pintura. Um bar no
Folies-Bergère é uma versão moderna de “Las Meninas” de Velázquez (1656-7).
Velazquez inclui o rei e a rainha refletidos em um espelho na parte de trás de
um salão do palácio. Manet adorava Velazquez, e transferiu essa estética de
reflexão para os tempos modernos, para criar um mundo que só existe em
espelhos. Isso transforma o espectador em uma presença espectral, perturbadora,
parte da multidão que Suzon olha com tanta desilusão. O quadro possui a assinatura de Manet no rótulo da garrafa
vermelha, no canto inferior esquerdo da tela.
Esse blog possui um artigo sobre a pintura “Las Meninas” de
Diego Velazquez. Clique sobre o link abaixo para ver:
Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de
abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais
importantes da arte do século XIX. Manet era filho de pais ricos. Ele estudou
com Thomas Couture. Sua obra foi fundada sobre a oposição de luz e sombra, uma
paleta restrita em que o preto era muito importante, e em pintar diretamente do
modelo. O trabalho do espanhol Velázquez influenciou diretamente a sua adoção
deste estilo. Manet nunca participou nas exposições dos Impressionistas, mas
continuou a competir nos Salões de Paris. Seus temas não convencionais tirados
da vida moderna, e sua preocupação com a liberdade do artista em lidar com
tinta fez dele um importante precursor do Impressionismo. A obra de Manet se
tornou famosa no Salon des Refusés, a exposição de pinturas rejeitadas pelo
Salon oficial. Em 1863 e 1867, ele realizou exposições individuais. Na década
de 1870, sob a influência de Monet e Renoir, ele produziu paisagens e cenas de
rua inspiradas diretamente pelo impressionismo. Ele permaneceu relutante em
expor com os Impressionistas, e procurou a aprovação do Salão de toda a sua
vida.
Esse blog possui mais artigos sobre Édouard Manet. Clique
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segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Análise da série de pinturas “Campbell's Soup Cans” de Andy Warhol
Andy Warhol - Campbell's
Soup Cans, 1962 - tinta de polímero sintético em trinta e duas telas - cada
tela 50,8 x 40,6 cm - Instalação total (com 7.62 cm entre cada painel) 246.38
cm de altura x 414.02 cm de largura – The Museum of Modern Art (MoMA), New York
Análise da série de pinturas “Campbell's Soup Cans” de Andy
Warhol
Refletindo sobre sua carreira, Warhol afirmou que Campbell's
Soup Can era seu trabalho favorito e que, "Eu deveria continuar fazendo as
Sopas Campbell... porque todo mundo faz apenas uma pintura de qualquer
maneira". Certamente, é a imagem de assinatura da carreira do artista e um
trabalho chave de transição de suas pinturas pintadas à mão para fotos
transferidas. A obra foi criada durante o ano em que a Pop Art surgiu como o
novo movimento artístico.
Solicitando sugestões de temas para pintar, ele perguntou a
um amigo, que sugeriu que ele escolhesse algo que todo mundo reconhecesse como
a Sopa Campbell. Em um lampejo de inspiração, ele comprou latas numa loja e
começou a traçar projeções na tela, pintando firmemente dentro dos contornos
para se assemelhar à aparência das etiquetas litográficas offset originais. Em
vez da tinta pingando em seus anúncios e quadrinhos anteriores, Warhol procurou
a precisão da reprodução mecânica. Andy Warhol se apropriava de imagens
conhecidas da cultura do consumidor e da mídia de massa, entre elas fotografias
de celebridades e tabloides, quadrinhos e, nesta obra, a sopa enlatada
amplamente consumida, feita pela Campbell’s Soup Company.
Quando ele expôs as “Latas de Sopa Campbell” em 1962, as telas
foram expostas juntas em prateleiras, como produtos em um corredor de mercearia.
Na época, a Campbell's vendia 32 variedades de sopa. Cada uma das 32 telas de
Warhol corresponde a um sabor diferente. (O primeiro sabor que a empresa
introduziu, em 1897, foi o tomate). Warhol disse sobre a sopa Campbell: “Eu
costumava beber. Eu costumava fazer o mesmo almoço todos os dias, por 20 anos,
eu acho, a mesma coisa várias vezes”.
Perto do final de 1962, logo depois de completar as
Campbell’s Soup Cans, Warhol voltou-se para o processo de foto-silkscreen. Uma
técnica de gravura originalmente inventada para uso comercial, ela se tornaria
seu meio característico, sua “marca registrada” e ligaria seus métodos de criação
de arte mais perto aos de propagandas. "Eu não acho que a arte deva ser
apenas para os poucos escolhidos", ele afirmou, "acho que deveria ser
para a massa do povo americano".
Andy Warhol - Campbell's Soup Cans, 1962 - tinta de polímero
sintético em trinta e duas telas - cada tela 50,8 x 40,6 cm - Instalação total (com
7.62 cm entre cada painel) 246.38 cm de altura x 414.02 cm de largura – The Museum
of Modern Art (MoMA), New York - detalhe
Andy Warhol, nascido Andrej Varhola, Jr. (Pittsburgh, 6 de
agosto de 1928 — Nova Iorque, 22 de fevereiro de 1987), foi uma figura maior do
movimento Pop Art. Além das serigrafias, Warhol também utilizava outras
técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras
de arte. As abordagens inovadoras do Ilustrador, cineasta, fotógrafo, pintor,
modelo e até produtor musical Andy Warhol para fazer arte ainda influenciam a
arte contemporânea e a cultura. Ele desafiou as fronteiras tradicionais entre
arte e vida, arte e negócios e em todos os tipos de mídia. No processo, ele
transformou a vida cotidiana em arte e a arte em uma maneira de viver o
cotidiano. Obcecado com a celebridade e a cultura de consumo, Andy Warhol criou
algumas das mais icônicas imagens do século 20. Ele também ficou famoso por
suas frases, como: “No futuro, todos serão famosos por 15 minutos”. Algumas de
suas obras mais célebres são: “32 Campbell´s Soup Can” de 1962 e retratos de
Marilyn Monroe, usando a técnica de silkscreen. Ele também foi mentor dos
artistas Keith Harring e Jean-Michel Basquiat. Seu estilo Pop-Art tem adeptos
até os dias atuais, como Richard Prince, Takashi Murakami e Jeff Koons, entre
outros. Análise da série de pinturas “Campbell's Soup Cans” de Andy Warhol
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quarta-feira, 24 de julho de 2019
Série Alphonse Mucha – The Arts, 1898
Alphonse Mucha – The
Arts (As Artes), 1898 - litografias coloridas – impressor: F. Champenois, Paris
Série Alphonse Mucha – The Arts, 1898
Produzida no auge da fama de Mucha em 1898, esta série foi
impressa em pergaminho em uma edição de 1000 cópias, com um adicional de 50
cópias de edição limitada impressas em cetim. Mucha descartou atributos
tradicionais como instrumentos musicais, pincéis, etc. Em vez disso, ele
enfatizou a inspiração criativa da beleza natural, dando a cada uma das artes
um pano de fundo circular com um motivo da natureza que indica uma determinada
hora do dia: para a Dança, folhas caídas sopradas por uma brisa matinal. Para a
Pintura, uma flor vermelha rodeada de arco-íris em plena luz do dia. Para a
Poesia, a estrela da noite brilhando no céu ao entardecer. Para a música, a
canção dos pássaros no nascer da lua.
Alphonse Mucha – Music (The Arts series), 1898 - litografia
colorida – 60 x 38 cm
Músico apaixonado, Mucha escolheu personificar a música como
uma mulher com as duas mãos levantadas para os ouvidos, ouvindo um coro de
rouxinóis, o mais criativo e espontâneo dos pássaros.
Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga,
14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um
dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais
conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados
na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopeia Eslava, elaborada entre
1912 e 1930.
Alphonse Mucha – Poetry (The Arts series), 1898 - litografia
colorida – 60 x 38 cm
A poesia é personificada por uma figura feminina contemplando a paisagem ao luar. Ela é enquadrada por um ramo de loureiros, o símbolo de adivinhação e poesia.
Ao ganhar um reconhecimento público mais amplo como o
"Mestre do cartaz Art Nouveau", Mucha alcançou grande sucesso em um
novo gênero: painéis decorativos ('panneaux décoratifs'). Painéis decorativos
eram cartazes sem texto, projetados exclusivamente para apreciação artística ou
decoração de paredes interiores. Foi o impressor Champenois quem inventou essa
ideia do ponto de vista comercial: maximizar a oportunidade de negócios,
reciclando os projetos de Mucha para muitas edições diferentes. No entanto, foi
Mucha que os transformou em uma nova forma de arte, acessível e disponível para
o público em geral, enquanto que, tradicionalmente, as obras de arte estavam
disponíveis apenas para os poucos privilegiados. Mucha acreditava que, através
da criação de belas obras de arte, a qualidade de vida poderia seria melhorada.
Ele também acreditava que era seu dever como artista promover arte para pessoas
comuns. Ele conseguiu cumprir ambos os objetivos por meio do seu conceito
inovador de painéis decorativos produzidos em massa.
Alphonse Mucha – Painting (The Arts series), 1898 -
litografia colorida – 60 x 38 cm
Uma garota com as mãos estendidas segura uma flor vermelha
na mão direita. A flor simboliza a natureza como fonte de inspiração e
admiração pelo artista.
Mucha produziu uma grande quantidade de pinturas, cartazes,
propagandas e ilustrações de livros, esculturas, bem como desenhos para joias,
tapetes, papéis de parede e cenários de teatro no que foi denominado
inicialmente The Mucha Style, mas tornou-se conhecido como Art Nouveau (francês
para "nova arte"). As obras de Mucha frequentemente incluíam belas
mulheres jovens em vestes flutuantes, vagamente neoclássicas, muitas vezes
cercadas por flores exuberantes que às vezes formavam halos atrás de suas
cabeças.
Alphonse Mucha – Dance (The Arts series), 1898 - litografia
colorida – 60 x 38 cm
O estilo de Mucha foi exposto internacionalmente na
Exposição Universal de 1900 em Paris, da qual Mucha disse: "Acho que a
Exposition Universelle contribuiu para trazer valores estéticos para as artes e
ofícios. Ele declarou que a arte existia apenas para comunicar uma mensagem
espiritual, e nada mais.
Esse blog possui mais artigos sobre Alphonse Mucha. Clique
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http://www.arteeblog.com/2017/07/serie-alphonse-mucha-times-of-day-as.html
http://www.arteeblog.com/2018/07/serie-alphonse-mucha-seasons-as.html
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sábado, 20 de julho de 2019
Dia da lua, em homenagem à Missão Apolo 11 que pousou na lua - veja vídeo
Norman
Rockwell - "The Final Impossibility: Man's Tracks on the Moon" - óleo
sobre tela
Norman
Rockwell - "Man on the Moon" - 1967 - óleo sobre tela - Norman
Rockwell Museum, Stockbridge, Massachusetts, USA
Dia da lua, em homenagem à Missão Apolo 11 que pousou na lua
- veja vídeo
No dia 16 julho de 1969, deixava a Terra a nave da missão
que transformou em realidade um dos sonhos mais antigos da humanidade: a
chegada do homem à Lua. Há 50 anos, a Apollo 11 foi lançada do Centro
Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, na ponta do foguete Saturno V.
Quatro dias depois, o Módulo Lunar pousou próximo ao Mar da Tranquilidade, na
superfície do satélite da Terra. O feito, realizado pelo astronauta americano
Neil Armstrong seguido do seu colega de missão Buzz Aldrin, no dia 20 de julho
daquele ano, ficou marcado na história.
A espaçonave Apollo tinha três partes: o módulo de comando,
a única parte que voltou à Terra; o módulo de serviço, que continha propulsor,
sistema elétrico, oxigênio e água; e o módulo lunar, utilizado para pousar na
Lua. Apesar de ser tripulada por três astronautas, a missão foi dividida de
forma que Michael Collins permanecesse no módulo de comando, na órbita lunar,
enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong pousassem na Lua com o Módulo Lunar.
Primeira pegada de Neil Armstrong na Lua, 20 de Julho de
1969, Apolo 11
A Apollo 11, projetada pela agência espacial americana
(Nasa) foi uma das sete missões - de um total de 17 do Programa Apollo - que
conseguiu levar o homem à Lua. Após a Apollo 11, o programa fez outros cinco bem-sucedidos
desembarques na Lua entre 1969 e 1972. Ao total, 12 homens pisaram na
superfície lunar, todos americanos.
Assista um vídeo com reportagem sobre o evento:
Norman Rockwell (Nova Iorque, 3 de fevereiro de 1894 —
Stockbridge, Massachusetts, 8 de novembro de 1978) era muito popular nos
Estados Unidos, especialmente em razão das 322 capas da revista The Saturday
Evening Post que realizou durante mais de quatro décadas, e das ilustrações de
cenas da vida americana nas pequenas cidades. Pintou os retratos dos
presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim
como de outras importantes figuras mundiais. Um de seus últimos trabalhos foi o
retrato da cantora Judy Garland, em 1969.
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segunda-feira, 15 de julho de 2019
A história da pintura de Gustav Klimt - Portrait of Adele Bloch-Bauer I
Gustav Klimt -
Portrait of Adele Bloch-Bauer I – 1907 – óleo, prata e ouro sobre tela – 138 x
138 cm – Neue Galerie, New York
A história da pintura de Gustav Klimt - Portrait of Adele
Bloch-Bauer I
O Retrato de Adele Bloch-Bauer I é o primeiro de dois
retratos de Bloch-Bauer pintados por Klimt e tem sido referido como o trabalho
final e mais plenamente representativo de sua fase dourada. Adele Bloch-Bauer
(1881-1925) era uma requintada senhora dos salões vienenses, amante das artes,
uma cliente e amiga próxima de Gustav Klimt. Klimt levou três anos para
concluir a pintura. Desenhos preliminares para ela datam a partir de 1903/4. O
quadro foi pintado em Viena e encomendado pelo marido de Adele, Ferdinand
Bloch-Bauer. Como um rico industrial que fez fortuna na indústria do açúcar,
ele patrocinou as artes e favoreceu e apoiou Gustav Klimt. Adele Bloch-Bauer
tornou-se a única modelo que foi pintada duas vezes por Klimt, quando ele
completou um segundo retrato dela, Retrato de Adele Bloch-Bauer II, em 1912.
Gustav Klimt - Portrait of Adele Bloch-Bauer II – 1912 –
óleo sobre tela – 190 x 120 cm – Österreichische Galerie Belvedere, Viena, Áustria
Adele indicou no seu testamento que os quadros de Klimt
deveriam ser doados à Austrian State Gallery. Em 1925 Adele faleceu de
meningite, e quando os nazistas ocuparam a Áustria, o seu viuvo exiliou-se na
Suíça. Todas as suas propriedades foram confiscadas, incluída a coleçao Klimt.
No seu testamento de 1945, Bauer-Bloch designou os seus sobrinhos e sobrinhas,
incluindo Maria Altmann, como herdeiros do seu patrimônio. Depois de uma
batalha legal nos Estados Unidos e na Áustria, determinou-se em 2006 que Maria
Altmann era a proprietária legal desta e de outras quatro pinturas de Klimt. Em
junho de 2006 o trabalho foi vendido por US $ 135 milhões a Ronald Lauder da
Neue Galerie, em Nova York, na época um preço recorde para uma pintura. A
pintura está exposta na Neue Galerie desde julho de 2006. Lauder tentou por
muitos anos recuperar a arte que tinha sido propriedade da comunidade judaica,
a maioria da Alemanha e Áustria, e que fora confiscada ou roubada pelo governo
nazista e trabalhou para esta meta enquanto foi embaixador dos Estados Unidos
na Áustria, membro da "World Jewish Restitution Organization", e da
comissão designada por Bill Clinton para examinar casos de roubo nazista. É
significativo o comentário de Lauder ao recuperar o Retrato de Adele
Bloch-Bauer I: "Esta é a nossa Mona Lisa”.
Gustav Klimt (Baumgarten, Viena, 14 de julho de 1862 —
Viena, 6 de fevereiro de 1918) foi um pintor austríaco. Associado ao
simbolismo, destacou-se dentro do movimento Art Nouveau austríaco e foi um dos
fundadores do movimento da Secessão de Viena, que recusava a tradição acadêmica
nas artes, e fundador também do jornal do movimento, “Ver Sacrum”. Klimt também
foi membro honorário das universidades de Munique e Viena. Ele produziu um dos
mais importantes corpos de arte erótica do século. Inicialmente bem-sucedido
como um pintor acadêmico convencional, seu encontro com tendências mais
modernas na arte europeia o encorajou a desenvolver seu próprio estilo eclético
e muitas vezes fantástico. Os seus maiores trabalhos incluem pinturas, murais,
esboços e outros objetos de arte, muitos deles expostos na Galeria da Secessão
de Viena. Klimt completou várias obras-primas, incluindo O Beijo, Danaë e o
Retrato de Adele Bloch-Bauer I.
Klimt escreveu pouco sobre sua visão ou seus métodos. Em um
raro escrito chamado "Comentário sobre um autorretrato inexistente",
ele afirma: "Eu nunca pintei um autorretrato. Estou menos interessado em
mim mesmo como um tema para uma pintura do que em outras pessoas, acima de
tudo, mulheres. Não há nada especial sobre mim. Eu sou um pintor que pinta dia
após dia, de manhã à noite. Quem quiser saber algo sobre mim deve olhar
atentamente para as minhas pinturas."
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segunda-feira, 1 de julho de 2019
Análise da pintura “Seaside (July: Specimen of a Portrait)” de James Tissot
James
Tissot – Seaside (July: Specimen of a Portrait), c. 1878 – óleo sobre tela –
87,5 x 61 cm - Cleveland Museum of Art, Cleveland, Ohio, USA
Análise da pintura “Seaside (July: Specimen of a Portrait)” ("À beira-mar - Julho: Espécime de um Retrato)" de James Tissot
Esta pintura pertence a uma série de alegorias representando
vários meses do ano. A pose relaxada da modelo e a praia distante sugerem
férias de verão à beira-mar. Tissot parece ter ficado indeciso quanto ao título
da pintura e é provável que as legendas foram adicionadas na esperança de
atrair encomendas de retratos. Esta imagem encantadora e elegante, o ápice do
trabalho de Tissot no auge de sua carreira, mostra sua musa e amante Kathleen
Newton reclinada em um divã, em um dia quente de verão. Ela é vista com a
cabeça emoldurada por uma janela através da qual aparece uma visão da praia em
Ramsgate, um famoso resort à beira-mar na costa de Kent.
Em “Seaside” Kathleen aparece em um vestido de musselina
branca. Esse vestido aparece em vários trabalhos de Tissot desse período, e
deve ter sido um dos itens mais usados regularmente em seu guarda-roupa. Quanto
ao cenário, sabe-se que o casal visitou Ramsgate aproximadamente em 1876. Mas
seria errado ver a pintura como um registro literal de um feriado à beira-mar. Ela é, na verdade, uma ficção altamente sofisticada. Embora a luz de Ramsgate figure ao
fundo, ela parece projetada fora da janela do estúdio de Tissot, em sua
casa em St. John's Wood, Londres. A visão é, sem dúvida, baseada em um dos estudos
topográficos que ele fez exatamente para esse tipo de uso, misturada com a familiaridade
da roupa de Kate Newton, as almofadas de veludo amarelo o estofamento florido, e
outros objetos de estúdio que encontramos em outras pinturas. Não há dúvida que Tissot criou uma imagem de fontes diferentes, e a impressão que a
imagem produz é essencialmente produto de habilidade e imaginação.
Existe outra versão da pintura em uma coleção particular. As
duas imagens são quase idênticas em tamanho e algumas vezes foram confundidas
nos registros. Existem duas diferenças principais entre as duas versões. A
primeira, pela qual o próprio Tissot foi responsável, é a vista através da janela.
Na pintura de Cleveland, vemos um pequeno trecho de praia, cercado por ondas
quebradas, com um foco muito mais próximo do que na outra versão, com a vista
panorâmica de Ramsgate, abraçando o mar, a parede do porto e o farol. A segunda
diferença parece ser o resultado de um posterior retoque, feito por outra
pessoa, no penteado de Kate, que foi modernizado na pintura de Cleveland.
James
Tissot – Seaside (July: Specimen of a Portrait), c. 1878 – óleo sobre tela –
86,4 x 60,3 cm – coleção particular
Para ler a história completa de Kate Newton e James Tissot e
ver mais pinturas, clique sobre o link:
http://www.arteeblog.com/2014/07/historias-da-historia-da-arte-kate.html
James Joseph Jacques Tissot (Nantes, 15 de outubro de 1836 –
Buillon, 8 de agosto de 1902) foi um pintor francês. Tissot expôs no Salão de
Paris pela primeira vez aos 23 anos. A característica do seu primeiro período
foi como pintor dos charmes femininos. Demi-mondaine seria a forma mais acurada
de chamar uma série de estudos que ele chamou de La Femme a Paris (A mulher em
Paris). Lutou na Guerra Franco-Prussiana e, sob a suspeita de ser comunista,
deixou Paris em direção a Londres. Lá estudou com Seymour Haden, desenhou
caricaturas para a Revista Vanity Fair, pintou retratos e também telas
temáticas. Seu trabalho mais grandioso foi a produção de mais de 700 aquarelas
ilustrando a vida de Jesus e sobre o Velho Testamento.
Esse blog possui mais artigos sobre James Tissot. Clique
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http://www.arteeblog.com/2018/10/a-historia-da-pintura-de-james-tissot.html
http://www.arteeblog.com/2018/06/a-historia-da-pintura-de-james-tissot.html
http://www.arteeblog.com/2017/10/analise-da-pintura-last-evening-de.html
http://www.arteeblog.com/2015/04/a-historia-da-obra-de-james-tissot-in.html
http://www.arteeblog.com/2017/02/analise-da-pintura-de-edgar-degas.html
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domingo, 9 de junho de 2019
A história da pintura Ophelia de Sir John Everett Millais
Sir John
Everett Millais – Ophelia (personagem de Hamlet, de William Shakespeare), 1852
– óleo sobre tela - 76.2 cm × 111.8 cm – Tate Britain, London
A história da pintura Ophelia de Sir John Everett Millais
Millais pintou Ophelia em duas fases distintas: primeiro ele
pintou a paisagem, e depois a figura de Ophelia. Tendo encontrado um ambiente
adequado, Millais permaneceu nas margens do rio Hogsmill em Ewell por até 11
horas por dia, seis dias por semana, ao longo de um período de cinco meses em
1851. Ophelia teve como modelo a artista e musa Elizabeth Siddal, de 19 anos de
idade. Millais fez Siddal deitar completamente vestida em uma banheira cheia em
seu estúdio em 7 Gower Street, em Londres. Como era inverno, ele colocou
lâmpadas de óleo sob a banheira para aquecer a água, mas estava tão concentrado
em seu trabalho que não reparou que as lamparinas se extinguiram. Como
resultado, Siddal pegou um resfriado severo, e seu pai, mais tarde enviou a
Millais uma carta exigindo £ 50 para despesas médicas. De acordo com o filho de
Millais, ele acabou aceitando uma quantia menor.
Hamlet, é uma tragédia de William Shakespeare, escrita entre
1599 e 1601. A peça, situada na Dinamarca, reconta a história de como o
Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai, Hamlet, o rei, executado por
Cláudio, seu irmão que o envenenou e em seguida tomou o trono casando-se com a
rainha. A peça traça um mapa do curso de vida na loucura real e na loucura
fingida (do sofrimento opressivo à raiva fervorosa) e explora temas como a
traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade.
William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 23 de abril de
1564 — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) foi um poeta, dramaturgo e
ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente
dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e
de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo").
De suas obras, incluindo aquelas em colaboração, restaram até os dias de hoje
38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e mais alguns versos
esparsos, cujas autorias, no entanto, são ainda disputadas. Suas peças foram
traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que
as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas, especialmente
os do teatro, permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com
frequência, no teatro, na televisão, no cinema e na literatura.
Esse blog possui um artigo sobre pinturas de peças de
William Shakespeare. Clique sobre o link abaixo para ver:
http://www.arteeblog.com/2016/04/william-shakespeare-e-suas-pecas.html
Sir John Everett Millais, 1º Baronete (Southampton, 8 de
Junho de 1829 — Londres, 13 de Agosto de 1896) foi um pintor e ilustrador
inglês e um dos fundadores da Irmandade Pré-Rafaelita. Uma criança prodígio,
aos 11 anos tornou-se o estudante mais jovem a ingressar na Academia Real
Inglesa. A Irmandade Pré-Rafaelita foi fundada na casa de seus pais em Londres.
Millais tornou-se já em sua época o expoente mais famoso dessa corrente. No
final da década de 1850 Millais começou a abandonar o estilo pré-rafaelita.
Suas obras tardias ganharam grande sucesso, transformando Millais em um dos
artistas mais bem-pagos em vida naquela época. Apesar disso, elas foram vistas
pela maior parte dos críticos do século XX como erros. Essa perspectiva mudou
nas últimas décadas, já que suas obras tardias passaram a ser vistas como
elementos de uma mudança maior que estava ocorrendo no mundo da arte.
Esse blog possui mais um artigo sobre Sir John Everett
Millais. Clique sobre o link abaixo para ver:
http://www.arteeblog.com/2016/03/analise-de-autumn-leaves-de-john.html
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terça-feira, 28 de maio de 2019
Balcões de Paris por Gustave Caillebotte
Gustave
Caillebotte - Young Man at his Window, 1875 – óleo sobre tela – 117 x 82 cm –
coleção particular
Young Man at the Window, de 1876, mostra o irmão do pintor,
René, visto por trás. Ele está em frente
a um balcão da casa da família, na Rue de Miromesnil, em Paris, olhando para o
Boulevard de Malesherbes, a grande e oblíqua rua transversal ao fundo. Ao
posicionar o homem fora do centro da tela e ao retratá-lo de um ponto de vista elevado,
a pintura de Caillebotte cria uma relação tensa entre a figura dominante do
primeiro plano, as diagonais perspectivas enfáticas e a cena de rua detalhada
além dela.
Balcões de Paris por Gustave Caillebotte
Em meados do século XIX, Napoleão III ordenou uma
remodelação maciça da capital francesa, liderada por Georges-Eugène Haussmann.
Quando Caillebotte começou a pintar, o Segundo Império acabou. Mas a Guerra
Franco-Prussiana deixou vários bairros em ruínas, necessitando de mais
reconstruções radicais de bairros. Caillebotte olhou para a nova Paris de
Haussmann com um olhar distante, retratando essa Paris em algumas pinturas com
personagens em balcões. Enquanto percorrem uma avenida, os transeuntes
burgueses de Caillebotte não estão apenas olhando para o espaço. Eles estão
encontrando seu caminho através de uma Paris em construção, entrando em uma
nova era.
Gustave Caillebotte - A Balcony, Boulevard Haussmann, 1880 –
óleo sobre tela – 67,9 x 61 cm – coleção particular
Nesta pintura, vemos dois homens de pé em uma sacada com
vista para uma rua parisiense ladeada por várias árvores. Um homem está
encostado com as costas contra o prédio, enquanto o outro homem está debruçado
sobre o corrimão da varanda, olhando para alguma coisa lá embaixo. Caillebotte
criou uma ilusão de extrema profundidade com o ângulo muito agudo que o
corrimão é inclinado. Não só o corrimão cria profundidade extrema, como também
parece cortar a pintura em dois e cortar os personagens do resto da composição.
Gustave Caillebotte – A Man on a Balcony, c. 1880 – óleo sobre
tela – 116 x 97 cm – coleção particular
Essa pintura representa um homem barbudo de perfil, vestindo
uma jaqueta cinza e inclinando-se em uma varanda no terceiro andar de um
edifício em Paris, 31 Boulevard Haussmann 2, um apartamento de luxo, atrás da
Opera Garnier , onde moravam Gustave Caillebotte e seu irmão Martial . O homem
apoiado no corrimão foi identificado como Maurice Brault, um dos amigos de
infância do artista, que compartilhavam sua paixão pela arquitetura naval. Ele
era um corretor de ações, um burguês parisiense e seus pais possuíam uma vila
em Yerres ao lado da propriedade Caillebotte. A perspectiva monótona do Boulevar
Haussmann, ladeada por plátanos, forma um ponto de fuga atrás do personagem de
perfil, que estava tão absorvido pela cena que se desenrolava na rua, que ausentou
sua atenção até mesmo do espectador da pintura.
31 Boulevard Haussmann em Paris, na esquina da Rue Gluck. No
terceiro andar está a varanda do apartamento do pintor Gustave Caillebotte
Gustave
Caillebotte - Boulevard Haussmann in the Snow, c.1879-c.1881 – óleo sobre tela
- 65 x 82 cm – coleção particular
Gustave
Caillebotte – Interior, Woman at the Window, 1880 – óleo sobre tela – coleção particular
Esta pintura apresenta um homem e uma mulher dentro de um
espaço comprimido, sua proximidade física em nítido contraste com sua distância
emocional. O homem, sentado em uma poltrona, está absorvido em seu jornal
enquanto a mulher está diante da janela e olha para o boulevard abaixo,
igualmente consumida por seus próprios pensamentos. Do outro lado da rua no
hotel Canterbury, outra figura, vislumbrada através de cortinas entreabertas,
observa a mulher. É uma imagem que sugere solidão, isolamento e desejo, mas
ainda mais significativamente, talvez, é sobre a visão e olhar, onde uma
narrativa indeterminada de olhares roubados e observação constante se desenrola
no Boulevard parisiense.
As pinturas com balcão de Gustave Caillebotte foram uma
provável inspiração para a pintura de Munch - “Rue Lafayette”
Edvard
Munch - Rue Lafayette - 1891 – óleo sobre tela - 92 x 73 cm – Nasjonalgalleriet
(The National Museum of Art, Architecture and Design), Oslo, Noruega
Esse blog possui um artigo sobre essa pintura de Edvard
Munch. Clique sobre o link abaixo para ver:
http://www.arteeblog.com/2015/09/a-historia-inspiracao-e-o-local-da.html
Gustave Caillebotte (19 de Agosto de 1848 - 21 de Fevereiro
de 1894) foi um pintor francês, membro e patrono dos artistas Impressionistas,
embora ele pintasse de uma forma muito mais realista do que os outros artistas
do grupo. Gustave Caillebotte nasceu em uma família parisiense de classe alta.
Seu pai, Martial Caillebotte (1799-1874), foi o herdeiro da empresa têxtil
militar da família e também era um juiz. Em 1860, o pai de Gustave comprou uma
grande propriedade em Yerres, ao sul de Paris e a família Caillebotte começou a
passar muitos de seus verões lá, uma cidade às margens do rio Yerres.
Provavelmente foi nessa época que Caillebotte começou a desenhar e pintar.
Por volta de 1874, Caillebotte conheceu e fez amizade com
vários artistas que trabalhavam fora da Academia Francesa oficial, incluindo
Edgar Degas e Giuseppe de Nittis. Os Impressionistas se separaram dos pintores
acadêmicos que exibiam nos Salons de Paris anuais. Caillebotte fez sua estreia
na segunda exposição Impressionista em 1876. Ele ficou entusiasmado com a visão
fresca e radical dos impressionistas. Durante os seis anos seguintes,
participou regularmente nas suas exposições, apresentando pinturas de pessoas e
lugares que ele encontrava em Paris e seus arredores. Caillebotte se
estabeleceu como uma força artística do grupo, bem como um organizador vital,
que ajudou a curar e financiar as suas exposições, com dinheiro da fortuna
herdada de seus pais. Durante sua breve carreira, ele também se tornou um
patrono e mecenas significativo, acumulando uma coleção de mais de setenta
obras, incluindo obras-primas de Degas e Renoir, bem como de Paul Cézanne,
Claude Monet, Berthe Morisot, Camille Pissarro e Alfred Sisley. Ele legou sua
coleção para o estado, e esta tornou-se a pedra angular da arte impressionista
em museus nacionais franceses.
Esse blog possui mais artigos sobre Gustave Caillebotte.
Clique sobre esses links para ver:
http://www.arteeblog.com/2016/08/analise-da-pintura-orange-trees-de.html
http://www.arteeblog.com/2016/08/serie-gustave-caillebotte-remadores.html
http://www.arteeblog.com/2015/08/gustave-caillebotte-painters-eye-o.html
Texto escrito e/ou traduzido e/ou adaptado ©Arteeblog - não
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