segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Análise de Chalk Cliffs on Rügen (Penhascos de giz em Rügen) de Caspar David Friedrich

Caspar David Friedrich - Chalk Cliffs on Rügen, 1818 – óleo sobre tela – 90,5 x 71 cm - Museum Oskar Reinhart am Stadtgarten, Winterthur, Suíça


Análise de Chalk Cliffs on Rügen (Penhascos de giz em Rügen) de Caspar David Friedrich 


A pintura retrata a vista dos penhascos de giz do Stubbenkammer, naquele tempo um dos pontos de observação mais famosos na ilha de Rügen, na Alemanha, por sua vista. Friedrich muitas vezes compunha suas paisagens com elementos cuidadosamente escolhidos de diferentes esboços, de modo que um local específico não é necessariamente discernível.

Em janeiro de 1818, Caspar David Friedrich se casou com Christiane Caroline Bommer, que era aproximadamente 20 anos mais nova do que ele. Em sua lua de mel, em Julho e Agosto de 1818, eles visitaram parentes em Neubrandenburg e Greifswald. A partir de lá o casal fez uma excursão para a ilha de Rügen, com Christian, irmão de Friedrich. A pintura parece ser uma celebração da união do casal.

Duas árvores, cujas folhas cobrem o terço superior da pintura, emolduram a paisagem. Dois homens e uma mulher contemplam a vista. A figura no meio é supostamente o próprio Caspar David Friedrich. Seu chapéu está ao seu lado, como um sinal de humildade. Ele procura um ponto de apoio na grama como um símbolo da transitoriedade da vida e olha para o abismo que se abre diante dele (o abismo da morte). À direita, o homem de braços cruzados se inclina contra o tronco de uma árvore moribunda e olha para o mar. Os dois veleiros minúsculos representam símbolos da alma que se abre para a vida eterna e correspondem às figuras dos dois homens. À esquerda, a mulher vestida de vermelho (que é supostamente Caroline, a esposa de Friedrich) senta-se ao lado de um arbusto quase seco. Apenas os ramos em torno de seu rosto estão brotando. Com a mão direita, ela aponta para o abismo ou para as flores que o circundam. Em contraste com os homens, que olham para o abismo ou para a distância, ela se comunica com as outras figuras. Não está claro se ela se sente ameaçada pelo abismo ou compelida pela beleza natural. As cores das roupas das figuras também são simbólicas. A da figura do meio é azul, a cor da fé. A da figura da esquerda é vermelha, a cor do amor. E a da figura da direita é verde, a cor da esperança.

Caspar David Friedrich (5 de setembro de 1774 - 7 de maio de 1840) foi um pintor, gravurista, desenhista e escultor romântico alemão, um grande paisagista. Friedrich é o mais puro representante da pintura romântica alemã. Suas paisagens primam pelo simbolismo e idealismo que transmitem. Uma das características mais originais de sua obra é o uso da paisagem para evocação de sentimentos religiosos, e daí sua fama de místico. Fez diversas viagens ao interior e ao litoral do Báltico em busca de inspiração. Suas obras muitas vezes possuem uma atmosfera nostálgica, com brumas, árvores secas, e dramáticos efeitos de luz, onde ele foi um mestre, especialmente em sua fase madura, e onde foi um inovador. Fazia muitos e minuciosos esboços em desenho para suas pinturas, que são quase tão meticulosas quanto os estudos. Friedrich escreveu uma coleção de aforismos sobre estética, onde deixou clara sua abordagem da Natureza. Neles, dizia:

"Fecha teu olho corpóreo para que possas antes ver tua pintura com o olho do espírito. Então traz para a luz do dia o que viste na escuridão, para que a obra possa repercutir nos outros, de fora para dentro".


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sábado, 28 de janeiro de 2017

A história de Autumn Rhythm (Number 30) de Jackson Pollock

Jackson Pollock - Autumn Rhythm (Number 30), 1950 – tinta esmalte sobre tela - 266.7 x 525.8 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


A história de Autumn Rhythm (Number 30) de Jackson Pollock


Autumn Rhythm, exemplifica o extraordinário equilíbrio entre o acidental e o controle que Pollock manteve sobre sua técnica. As palavras "derramado" e "gotejado", comumente usadas para descrever seu processo criativo heterodoxo, que envolvia pintar em uma tela estendida no chão, dificilmente sugerem a diversidade dos movimentos do artista (sacudindo, espirrando e pingando) ou as composições líricas que eles produziam.

Em Autumn Rhythm, como em muitas de suas pinturas, Pollock primeiro criou um esqueleto linear complexo usando tinta preta. Para esta camada inicial, a pintura foi diluída, de modo que ela foi embebida no comprimento da lona virgem, juntando intimamente imagem e suporte. Sobre esta estrutura preta Pollock teceu uma teia intrincada de linhas brancas, marrons e turquesa, que produzem ritmos e sensações visuais contrários: luz e escuridão, grosso e fino, pesado e flutuante, reto e curvo, horizontal e vertical. Passagens de textura contribuem para a complexidade da pintura (como os redemoinhos agrupados onde duas cores se encontram e texturas enrugadas formadas pela acumulação de tinta) e são pouco visíveis na confusão de linhas sobrepostas.

Paul Jackson Pollock (Cody, Wyoming, 28 de Janeiro de 1912 — Springs, 11 de Agosto de 1956) foi um dos primeiros artistas americanos a alcançar reputação mundial, se tornando um ícone do movimento expressionista abstrato. Ele passou sua infância em comunidades agrícolas no Arizona e no sul da Califórnia. Aos 18 anos, ele se mudou para Nova York, onde estudou arte e pintou para o Works Progress Administration. Em 1943, Pollock trabalhou brevemente como funcionário de manutenção no Museu de Pintura Não-Objetiva (precursor do Museu Guggenheim). Mais tarde naquele ano, Peggy Guggenheim o contratou até 1947, permitindo-lhe dedicar todo o seu tempo à pintura. Sua primeira exposição individual foi realizada no Guggenheim’s Art of This Century, New York (1943). Antes de 1947, o trabalho de Pollock refletia a influência de Pablo Picasso e do surrealismo, e do muralista mexicano Diego Rivera.

Em meados da década de 1940, Pollock pintava de uma maneira completamente abstrata, liberando-se das restrições verticais de um cavalete, afixando uma tela não esticada no chão. Em 1947 surgiu seu "estilo de gotejamento", marcado pelo uso de espátulas ou varetas para gotejar e salpicar a tinta, bem como despejar tinta diretamente da lata. Reminiscentes das noções surrealistas da pintura subconsciente e automática, os gotejamentos de Pollock, também chamados de "pinturas de ação", revolucionaram o potencial da arte contemporânea e promoveram o desenvolvimento do expressionismo abstrato.

A partir do outono de 1945, quando Pollock e a artista Lee Krasner se casaram, eles moraram em Springs, East Hampton, Nova York. Ela foi a influência mais importante em sua arte, sua carreira e seu legado. Sua vida foi marcada pelo alcoolismo e por um comportamento autodestrutivo. Ele faleceu em um acidente de carro aos 44 anos.


Assista um vídeo sobre Jackson Pollock, clicando aqui:




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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Kees van Dongen, sua arte e sua história

Kees van Dongen – The Corn Poppy, c. 1919 – óleo sobre tela – 54.6 × 45.7 cm – The Museum of Fine Arts, Houston, USA


Kees van Dongen, sua arte e sua história

"A pintura é a mais bela das mentiras" - Kees van Dongen


Kees van Dongen – The Acrobat, 1905 – óleo sobre madeira – 78,4 x 51,3 cm – coleção particular


Kees (Cornelis Theodorus Maria) van Dongen (Delfshaven, Rotterdam, Holanda, 26 de Janeiro de 1877 – Monte Carlo, Mônaco, 28 de Maio de 1968) foi um pintor fauvista que ganhou notoriedade por seus retratos sensuais e extravagantes.


Kees van Dongen – Hat with Cherries, 1905 – óleo sobre tela – 65 x 54,5 cm – coleção particular


Kees van Dongen – In front of the Mirror, 1908 – óleo sobre tela – 205,7 x 165,1 cm – coleção particular


Kees van Dongen começou seus estudos na Academia Real de Belas Artes de Rotterdam. Durante este período (1892-97), Van Dongen frequentou a zona portuária da cidade, onde ele desenhava cenas de marinheiros e prostitutas. Van Dongen se mudou Paris em 1899. No verão de 1914, ele levou a esposa e a filha para Rotterdam para visitar sua família e por causa da Primeira Guerra Mundial, permaneceu lá até 1918, retornando então para Paris.


Kees van Dongen – La Parisienne, 1910 – óleo sobre tela – 61,9 x 50,8 cm – Virginia Museum of Fine Arts, Richmond, VA, USA


Kees van Dongen – Woman with Blue Hat, c. 1910-1912 – óleo sobre tela – 100,5 x 81 cm – coleção particular


Van Dongen começou a expor em Paris e participou na controvertida exposição Salon d'Automne de 1905, juntamente com Henri Matisse, André Derain, Albert Marquet, Maurice de Vlaminck, Charles Camoin e Jean Puy. Por causa das cores brilhantes que esse grupo usava para pintar, foram chamados de Fauves ("Feras Selvagens"). Van Dongen também foi brevemente um membro do grupo expressionista alemão Die Brücke (A Ponte). Nesses anos, ele fez parte de uma onda vanguardista de pintores, entre os quais Maurice de Vlaminck, Henri Rousseau, Robert Delaunay, Albert Marquet, Édouard Vuillard, que aspiravam a uma renovação da pintura que julgavam estar presa no neoimpressionismo. Em 1906, Van Dongen mudou-se para Montmartre, onde era amigo do círculo que cercava Pablo Picasso e sua namorada Fernande Olivier.


Kees van Dongen – Café Florian, Venice, 1921 – óleo sobre tela – 92,2 x 73,2 cm – coleção particular


Kees van Dongen – The Beach at Deauville, 1945-55 – óleo sobre tela – 50,5 x 65,5 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


Após a Primeira Guerra Mundial, Van Dongen desenvolveu as cores exuberantes de seu estilo Fauvista. Isso lhe rendeu uma sólida reputação com a burguesia francesa e a classe alta, onde estava na moda, por seus retratos. Com um cinismo brincalhão, ele comentou sua popularidade como retratista com as mulheres da alta sociedade: "O essencial é alongar as mulheres e, especialmente, torná-las magras, depois disso só resta aumentar suas joias. Elas ficam arrebatadas”.


Kees van Dongen - Le sphinx (La femme aux chrysanthèmes), 1920 – óleo sobre tela - 146 x 113 cm - Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris


Kees van Dongen – Driving in the Woods – óleo sobre tela – 54 x 65 cm – coleção particular


O uso de cor não misturada por Van Dongen reflete sua associação com o fauvismo e o expressionismo, dois movimentos artísticos em Paris caracterizados pelo uso corajoso, às vezes violento da cor. Pintadas com uma certa estilização, as modelos de Van Dongen muitas vezes se assemelham umas às outras, com seus grandes olhos enegrecidos e tons de pele branca e pálida.


Kees van Dongen – At the Racetrack, 1950´s – óleo sobre tela – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


Em 1926, foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra Francesa e, em 1927, recebeu a Ordem da Coroa da Bélgica, em reconhecimento pelas suas contribuições à arte. Em 1929, o governo francês concedeu-lhe a cidadania. Em 1959 Kees van Dongen foi morar em Mônaco. Faleceu em sua casa em Monte Carlo em 1968. Uma coleção extensiva do trabalho de Van Dongen está no acervo do New National Museum of Monaco. 


Kees van Dongen – Maria, 1907-1910 – óleo sobre tela – 64.8 x 54.3 cm - The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Parabéns Tom Jobim! Parabéns São Paulo!



Parabéns Tom Jobim! Parabéns São Paulo!

Assista o vídeo com a composição "Te amo São Paulo" de Tom Jobim. Clique sobre esse vídeo:




Tom Jobim, o grande maestro, compositor e um dos criadores da Bossa Nova, nasceu em 25 de Janeiro de 1927. Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova.


A cidade de São Paulo, no Brasil, foi fundada em 25 de Janeiro de 1554. É a capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul. É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano, da lusofonia e de todo o hemisfério sul. São Paulo é a cidade mais multicultural do Brasil e uma das mais diversas do mundo. Desde 1870, aproximadamente 2,3 milhões de imigrantes chegaram ao estado, vindos de todas as partes do mundo. Atualmente, é a cidade com as maiores populações de origens étnicas italiana, portuguesa, japonesa, espanhola e libanesa fora de seus respectivos países e com o maior contingente de nordestinos fora do Nordeste do Brasil.


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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Pinturas de chuva

Gustave Caillebotte - Paris street, Rainy Day, 1877 – óleo sobre tela – 212,2 x 276,2 cm - Art Institute of Chicago, Chicago, USA


Pinturas de chuva


Edvard Munch – Rain, 1902 – óleo sobre tela - 115.5 x 86.5 cm - National Gallery, Oslo, Noruega


Camille Pissarro - Avenue de l'Opera: Rain Effect, 1898 – óleo sobre tela – 65 x 83 cm – coleção particular


Henri Rousseau - Tigre em uma Tempestade Tropical (Surpreendido!), 1891 – óleo sobre tela - 129.8 x 161.9 cm – National Gallery, London

Esse blog possui um artigo sobre Henri Rousseau. Clique sobre esse link para ver:




Edgar Degas - Jockeys in the Rain, 1886 – crayon sobre papel - 63.5 x 47 cm - Burrell Collection, Glasgow, UK


Wassily Kandinsky - Landscape with Rain, 1913 – óleo sobre tela – 70,2 x 78,1 cm - Solomon R. Guggenheim Museum - New York, USA


Childe Hassam - A Rainy Day, New York, c. 1889 – óleo sobre tela – 32,4 x 17,1 cm – coleção particular


Edouard Cortes – Place Vendome in the Rain – óleo sobre tela – 45.7 x 55.2 cm - coleção particular


Marc Chagall – La Pluie, 1911 – carvão e óleo sobre tela - 108 x 86.7 cm - Solomon R. Guggenheim Museum, New York, USA


Vincent Van Gogh - Chuva ou Campo Cercado de Trigo na Chuva (Saint-Rémy-de-Provence, France) – 1889 – óleo sobre tela - 73.3 x 92.4 cm – Philadelphia Museum of Art

Esse blog possui um artigo sobre pinturas de chuva por Vincent Van Gogh. Clique sobre esse link para ver:




Claude Monet - Morning on the Seine in the Rain, 1897-1898 – óleo sobre tela - National Museum of Western Art – Toquio, Japão


Childe Hassam - A Rainy Day In Boston, 1885 – óleo sobre tela - 66.4 x 121.9 cm - Toledo Museum of Art, Toledo, OH, US


 Gustave Caillebotte - The Yerres, Rain, 1875 – óleo sobre tela – 81 x 59 cm - Eskenazi Museum of Art, Indiana University, Bloomington, IN, USA


Ivan Ivanovich Shishkin - Rain in an oak forest, 1891 – óleo sobre tela – 124 x 203 cm - Tretyakov Gallery – Moscow, Russian Federation


Pierre-Auguste Renoir – Umbrellas, 1885-1886 – óleo sobre tela – 180,3 x 114,9 cm – National Gallery, London


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A história da pintura Le Déjeuner sur L'herbe de Édouard Manet

Édouard Manet - Le Déjeuner sur L'herbe, 1863 – óleo sobre tela – 208 x 264,5 cm – Musée d´Orsay, Paris


A história da pintura Le Déjeuner sur L'herbe de Édouard Manet


A pintura mostra uma mulher nua almoçando com dois homens completamente vestidos. Seu corpo está iluminado e ela olha diretamente para o espectador. Os dois homens, vestidos como dandies jovens, parecem estar envolvidos em conversa, ignorando a mulher. Na frente deles, as roupas da mulher, uma cesta de frutas, e um pão redondo estão dispostos como em uma natureza morta. Ao fundo, uma mulher levemente vestida banha-se em um córrego. Muito grande em comparação com as figuras em primeiro plano, ela parece flutuar acima deles. O fundo rudemente pintado não tem profundidade, dando ao espectador a impressão de que a cena não está acontecendo ao ar livre, mas em um estúdio. Esta impressão é reforçada pelo uso de ampla luz de "estúdio", que não faz quase nenhuma sombra. O homem à direita usa um chapéu plano com uma borla, do tipo normalmente usado dentro de casa.

Há uma falta de interação entre os três personagens em primeiro plano e a mulher banhando-se no fundo. A pintura tem muitas qualidades contrastantes que justapõem e distanciam o nu feminino dos outros dois personagens masculinos, como o feminino versus o masculino, o nu versus o vestido e a paleta de cores claras versus a paleta de cores escuras, e isso cria uma clara diferença social entre os homens e as mulheres.

O júri do Salon de Paris rejeitou “O Almoço na Relva” (Le déjeuner sur l'herbe) de Manet, principalmente porque mostrava uma mulher nua com dois homens vestidos em um piquenique. Apesar de o júri do Salon rotineiramente aceitar nus em pinturas históricas e alegóricas, condenaram Manet pela colocação de um nu realista em um ambiente contemporâneo. A esposa de Manet, Suzanne Leenhoff, e sua modelo favorita, Victorine Meurent, posaram para a mulher nua, que tem o rosto de Meurent, mas o corpo de Leenhoff. Os dois homens são o irmão de Manet (Gustave Manet) e seu cunhado, Ferdinand Leenhoff.

A recusa de Manet de se conformar às convenções e sua liberdade dos temas e modos de representação tradicionais, talvez possam ser consideradas como o ponto de partida para a Arte Moderna.

Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX. Manet era filho de pais ricos. Ele estudou com Thomas Couture. Sua obra foi fundada sobre a oposição de luz e sombra, uma paleta restrita em que o preto era muito importante, e em pintar diretamente do modelo. O trabalho do espanhol Velázquez influenciou diretamente a sua adoção deste estilo. Manet nunca participou nas exposições dos Impressionistas, mas continuou a competir nos Salões de Paris. Seus temas não convencionais tirados da vida moderna, e sua preocupação com a liberdade do artista em lidar com tinta fez dele um importante precursor do Impressionismo. A obra de Manet se tornou famosa no Salon des Refusés, a exposição de pinturas rejeitadas pelo Salon oficial. Em 1863 e 1867, ele realizou exposições individuais. Na década de 1870, sob a influência de Monet e Renoir, ele produziu paisagens e cenas de rua inspiradas diretamente pelo impressionismo. Ele permaneceu relutante em expor com os Impressionistas, e procurou a aprovação do Salão de toda a sua vida.

Esse blog possui mais artigos sobre Édouard Manet. Clique sobre os links abaixo para ver:







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domingo, 22 de janeiro de 2017

Análise de La Belle Ferronière de Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci - La Belle Ferronière, 1490-1495 – óleo sobre madeira – 62 x 44 cm – Musée du Louvre, Paris


Análise de La Belle Ferronière de Leonardo da Vinci


“La Belle Ferronnière”, é um retrato também conhecido como “Retrato de uma Mulher Desconhecida”. O título da pintura, foi estabelecido no século XVII, e identifica a modelo como a esposa ou a filha de um ferreiro. Também se diz que o título discretamente alude a uma amante do rei François I de France, que era casada com um certo Le Ferron. Há uma lenda romântica de vingança em que Le Ferron, o marido traído, intencionalmente se infecta com a sífilis, que ao infectar sua esposa, é passada ao rei.

Há duas cópias conhecidas de “La Belle Ferronière”: uma foi tema de um escândalo judicial, até ser vendida em um leilão em 2010. A outra, uma cópia do século XIX, está no acervo do Musée des Beaux-Arts, Chambéry.

A pintura é um dos (apenas) quatro retratos de mulheres pintados por Leonardo, sendo os outros: a Mona Lisa, o retrato de Ginevra de 'Benci, e Dama com Arminho.


Leonardo da Vinci – Dama com Arminho (Dama con l'ermellino), 1489-90 – óleo sobre madeira – 54 x 39 cm – Wawel Castle, Kraków, Polônia


Uma outra pintura de Leonardo da Vinci, “Dama com Arminho”, foi adquirida por um príncipe polonês, Adam Jerzy Czartoryski, e tem uma inscrição no canto superior esquerdo da pintura: “LA BELE FERONIERE. LEONARD DAWINCI”, provavelmente adicionada por um restaurador logo após a sua chegada à Polônia. A modelo dessa pintura (provavelmente Cecilia Gallerani, uma das amantes de Lodovico 'il Moro' Sforza, Duque de Milão) tem uma semelhança tão estreita com a modelo de “La Belle Ferronière”, que Czartoryski considerou ser a mesma pessoa. Outra possível modelo para a “La Belle Ferronière” seria Beatrice d'Este, esposa de Ludovico Sforza, ou Lucrezia Crivelli, a amante de Ludovico.

Esse blog possui um artigo sobre a pintura Dama com Arminho (Dama con l'ermellino) de Leonardo da Vinci. Clique sobre esse link para ver:



Leonardo Da Vinci - "Ginevra de’ Benci" – 1474-1478 -óleo sobre madeira - 38.1 cm × 37 cm  - National Gallery of Art, Washington, D.C., United States


Esse blog também possui um artigo sobre outro retrato feminino de Leonardo da Vinci: A história da obra de Leonardo Da Vinci – Retrato de Ginevra de’ Benci. Clique sobre o link para ver:



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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Análise de In a Roman Osteria de Carl Bloch

Carl Bloch - In a Roman Osteria, 1866 – óleo sobre tela – 148,5 x 177,5 cm - National Gallery of Denmark, Copenhagen, Dinamarca


Análise de In a Roman Osteria de Carl Bloch


Carl Bloch - In a Roman Osteria, 1866 - detalhe


Essa pintura é uma cena em uma osteria (taberna) italiana, e parece contar alguma história, ela se comunica com quem a observa. A impressão que dá é que os três comensais da mesa mais à frente, foram interrompidos. Por quem? Algum garçom? Algum cliente do restaurante? As duas mulheres estão sorrindo discretamente, parece que gostaram da pessoa que as interrompeu e de certa maneira parecem encabuladas, talvez por algo que foi dito a elas. Já o homem parece que não gostou do que ouviu, talvez um elogio à beleza das moças. O gato ao lado da mesa também observa atentamente a pessoa que interage com o grupo, e no lugar dessa pessoa estamos nós, os observadores da pintura.


Carl Bloch - In a Roman Osteria, 1866 - detalhe


Uma das cenas de gênero mais conhecidas de Bloch, a obra foi encomendada pelo comerciante Moritz G. Melchior (amigo e mecenas de Bloch), que está retratado no fundo da pintura, conversando com seus amigos. A figura de costas para o espectador é o próprio pintor. É uma das imagens mais populares de Bloch e é típica de sua habilidade para retratar objetos, detalhes e roupas com impressionante realismo.


Carl Bloch - In a Roman Osteria, 1866 - detalhe


Carl Bloch - In a Roman Osteria, 1866 - detalhe


Carl Heinrich Bloch (23 de maio de 1834 - 22 de fevereiro de 1890) foi um pintor dinamarquês. Ele estudou com Wilhelm Marstrand na Academia Real Dinamarquesa de Arte (Det Kongelige Danske Kunstakademi). Os pais de Bloch queriam que seu filho tivesse uma profissão respeitável, um oficial da Marinha. Isso, no entanto, não era o que Carl queria. Seu único interesse era desenhar e pintar, e ele foi consumido pela ideia de se tornar um artista. Ele foi estudar arte na Itália, passando pela Holanda, onde se familiarizou com a obra de Rembrandt, que se tornou uma grande influência sobre ele. Seus primeiros trabalhos mostram cenas rurais da vida quotidiana. De 1859 a 1866, Bloch morou na Itália, e este período foi importante para o desenvolvimento de seu estilo histórico. Ele teve sucesso com 23 pinturas religiosas encomendadas para a Capela no Palácio de Frederiksborg.


 Bloch foi um aluno de Wilhelm Marstrand (1810-1873) e esta obra de arte é semelhante à pintura “Italian Osteria Scene” de Marstrand.


Wilhelm Marstrand - Italian Osteria Scene, Girl welcoming a Person entering, 1848 – óleo sobre tela - Ny Carlsberg Glyptotek, Copenhagen, Dinamarca


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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Análise da pintura “Musical Group on a Balcony” de Gerrit van Honthorst

Gerrit van Honthorst - Musical Group on a Balcony, 1622 - óleo sobre madeira - 309.9 × 216.4 cm - The J. Paul Getty Museum, Los Angeles, CA, USA


Análise da pintura “Musical Group on a Balcony” de Gerrit van Honthorst


Sorrindo e cantando, os personagens retratados se reúnem em torno de uma varanda para tocar instrumentos musicais, convidando os espectadores abaixo deles, para participar da diversão. As expressões faciais dos foliões e as roupas coloridas e brilhantes aumentam a atmosfera festiva e despreocupada. Um papagaio e um cão, olhando para baixo de seus poleiros, completam o alegre grupo. Possivelmente parte de uma alegoria da “Harmonia”, a pintura pode ter sido originalmente ligeiramente maior e duas vezes mais longa, contendo uma balaustrada completa e mais figuras. A cabeça do homem no topo é uma adição moderna.

Gerrit van Honthorst pintou este teto ilusório, o mais antigo de seu tipo feito na Holanda em 1622, dois anos depois de seu retorno da Itália, onde viu tetos pintados semelhantes. O cálculo cuidadoso da perspectiva permite que as figuras “saltem” plausivelmente através da superfície plana do painel pintado.


Gerrit van Honthorst (4 de Novembro de 1592 – 27 de Abril de 1656) foi um pintor holandês famoso por seus quadros com cenas meticulosamente iluminadas, recebendo o apelido “Gherardo delle Notti”. Nasceu na cidade de Utrecht, foi aprendiz de Abraham Bloemaert e, em 1616, viajou para a Itália onde sofreu forte influência de Caravaggio. Em Roma, fez parte de um grupo do movimento chamado Caravagismo de Utrecht. Pintou várias obras com temas religiosos, encomendadas por Vincenzo Giustiniani, o Cardeal Scipione Borghese, e para Cosimo II de' Medici, o Grande Duque da Toscana.

A Rainha Elizabeth da Bohemia, irmã de Charles I da Inglaterra, então em exilio na Holanda, empregou Honthorst como um pintor. Através dela, ele foi apresentado a Charles, que o convidou para ir para a Inglaterra em 1628. Lá ele pintou vários retratos, e uma vasta alegoria, agora em Hampton Court, de Charles e sua rainha, como Apolo e Diana nas nuvens. Quando voltou a Utrecht, tornou-se presidente da Guida de São Lucas e tornou-se famoso nas cortes europeias, abrindo um segundo ateliê em Haia, onde ele pintou retratos de membros da corte e ensinou desenho. Estes grandes estúdios empregavam um grande número de alunos e assistentes.
Honthorst era um artista prolífico. Suas obras mais atraentes são aquelas em que ele cultiva o estilo de Caravaggio, muitas vezes cenas de tavernas, com músicos, jogadores e pessoas comendo. Ele tinha grande habilidade em chiaroscuro, muitas vezes pintando cenas iluminadas por uma única vela.


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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ilustrações do mês de Janeiro

Gaspar Camps i Junyent - Alegoria del Mes de Enero, 1901 - ilustração


Ilustrações do mês de Janeiro


Gaspar Camps i Junyent (Igualada, 1874 - Barcelona 1942) foi um pintor, desenhista e ilustrador que participou do movimento artístico em voga no final do século XIX, o Art Nouveau da França e sua implementação na Catalunha, o modernismo catalão. De origem espanhola, Gaspar Camps passou a maior parte de sua carreira na França. Ele foi influenciado por Alphons Mucha , o artista checo vivendo em Paris, então no auge de sua carreira. Dada a influência de Mucha, incluindo seus cartazes artísticos, Gaspar Camps foi chamado de Mucha Catalan.


Eugène Grasset - La Belle Jardiniere – Janvier, 1896 – ilustração


O artista gráfico suíço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfólio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


Alphonse Mucha – Janvier, 1899 - ilustração


Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado. Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopeia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930.


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