domingo, 30 de dezembro de 2018

Feliz Ano Novo! Happy New Year!



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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Pinturas com bancos e duas figuras de Édouard Manet e Claude Monet



Pinturas com bancos e duas figuras de Édouard Manet e Claude Monet

Veja aqui abaixo as pinturas, suas histórias e biografias dos seus artistas.


Édouard Manet – In the Conservatory, 1878-1879 – óleo sobre tela – 115 x 150 cm - Alte Nationalgalerie, Berlin


Aqui, despojada de artifício, uma mulher medita enquanto é intensamente observada. Essa pintura é uma das obras mais encantadoras de Manet. Ele retrata uma cena da vida da sociedade de Paris. Manet gostava de fazer composições com duas figuras, porque isso proporcionava um diálogo interessante entre os personagens, algumas vezes com cenas dramáticas e situações psicológicas intrigantes.

Essa pintura é um retrato duplo do casal Jules Guillemet e sua esposa, e o cenário é a estufa de plantas do pintor Johann Georges Otto Rosen, que Manet usou como um estúdio por nove meses em 1878 e 1879. Esse local pode ter sido mais do que uma estufa, era luxuosamente decorado e privativo. É uma pintura importante de Manet, devido à sensibilidade com que ele usou as mais delicadas nuances de cores e contrastes para retratar a relação psicologicamente tensa das duas figuras. O tema da foto é a interação entre uma dama elegante, proprietária de uma loja de moda em Paris, e o cavalheiro se virando em sua direção.

A interação de linhas define o trabalho. A mulher tem uma postura ereta ecoada pelas ripas verticais do banco, e o homem, embora inclinado para a frente, não quebra essa vertical. O banco continua do lado direito, reforçando a horizontal e a separação do primeiro plano e o plano de fundo. As dobras diagonais no vestido da mulher proporcionam algum alívio da linearidade da composição. "Desenhar não é forma", disse Manet, "mas o modo como as formas são vistas" e "Mesmo com a natureza, a composição é necessária". Essas máximas especificam a divergência de Manet em relação à doutrina impressionista da fidelidade à natureza.

Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX. Manet era filho de pais ricos. Ele estudou com Thomas Couture. Sua obra foi fundada sobre a oposição de luz e sombra, uma paleta restrita em que o preto era muito importante, e em pintar diretamente do modelo. O trabalho do espanhol Velázquez influenciou diretamente a sua adoção deste estilo. Manet nunca participou nas exposições dos Impressionistas, mas continuou a competir nos Salões de Paris. Seus temas não convencionais tirados da vida moderna, e sua preocupação com a liberdade do artista em lidar com tinta fez dele um importante precursor do Impressionismo. A obra de Manet se tornou famosa no Salon des Refusés, a exposição de pinturas rejeitadas pelo Salon oficial. Em 1863 e 1867, ele realizou exposições individuais. Na década de 1870, sob a influência de Monet e Renoir, ele produziu paisagens e cenas de rua inspiradas diretamente pelo impressionismo. Ele permaneceu relutante em expor com os Impressionistas, e procurou a aprovação do Salão de toda a sua vida.


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Claude Monet - Camille Monet on a Garden Bench, 1873 – óleo sobre tela – 60,6 x 80,3 cm – Metropolitan Museum of Art, New York


A arte de Monet dependia da observação de seu ambiente e é sempre autobiográfica. Em suas pinturas, pode-se identificar as estações, o clima ou, como aqui, a aparência da moda feminina em 1873. A esposa de Monet, Camille Doncieux, é facilmente reconhecível, assim como seu traje de veludo e damasco, que lembra muito o visual da primavera de 1873, como publicado na edição de março do periódico de moda La Mode Illustré.

Camille Monet em um Banco de Jardim é a mais enigmática das raras pinturas de gênero de Monet. Numerosas interpretações foram geradas. A pista mais reveladora pode ser biográfica: a morte do pai de Camille em setembro de 1873. Camille era uma modelo impassível, mas aqui ela transparece a tristeza, enquanto segura um bilhete em sua mão enluvada. Mais tarde, Monet identificou o cavalheiro como um vizinho, talvez alguém que veio para oferecer suas condolências e um buquê consolador. É interessante observar que a pintura tem um fundo luminoso, com cores ensolaradas, enquanto a área do banco com Camille está mais escuro, sombreado, talvez assim evidenciando o contraste entre a vida das outras pessoas e o estado emocional de Camille.

Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi em quase todos os sentidos o fundador da pintura impressionista francesa, o próprio termo vindo de uma de suas pinturas, “Impressão, Sol Nascente”. Aos 11 anos, ele entrou na escola secundária das artes Le Havre. Cinco anos mais tarde, ele conheceu o artista Eugène Boudin, que lhe ensinou as técnicas de pintura "plein air" e tornou-se seu mentor. Aos 16 anos, Monet deixou a escola, indo para Paris, onde em vez de estudar as obras de arte dos grandes mestres, sentava-se à janela e pintava o que via fora. Aos 28 anos, depois de sair do exército e da guerra na Algéria, de volta em Paris, estudou os métodos "en plein air", juntamente com Pierre-Auguste Renoir, Frederic Bazille e Alfred Sisley, e desenvolveu o estilo de pintura que logo seria conhecido como Impressionismo. Ele exibiu muitas de suas obras em 1874, na primeira exposição impressionista. A ambição de Monet de documentar a paisagem francesa o levou a adotar um método de pintar a mesma cena muitas vezes para capturar a mudança de luz e o passar das estações.

Após a morte de sua esposa Camille por tuberculose depois do nascimento de seu segundo filho, Monet resolveu nunca mais viver na pobreza novamente, e estava determinado a criar algumas das melhores obras de arte do século XIX. Em 1890, ele estava próspero o suficiente para comprar uma casa grande com jardim em Giverny, onde começou um vasto projeto de paisagismo que incluiu lagoas com lírios, e que se tornariam o tema de suas obras mais conhecidas. Em 1899 ele começou a pintar os nenúfares, primeiro em vistas verticais com uma ponte japonesa como um elemento central, e mais tarde numa série de pinturas em larga escala que iria ocupá-lo continuamente pelos próximos 20 anos de sua vida.


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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Análise da pintura de Edvard Munch – “The Brooch. Eva Mudocci”

Edvard Munch – The Brooch. Eva Mudocci, 1903 – litogravura - 76 × 53.2 cm – Munch Museum, Oslo


Análise da pintura de Edvard Munch – “The Brooch. Eva Mudocci”


Eva Mudocci (Rose Lynton, 1883 a 1953) era uma jovem e talentosa violinista britânica que Munch conheceu em 1902. Juntamente com a pianista Bella Edwards, ela excursionou pela Europa dando concertos que lhe trouxeram renome e aclamação. Edward Munch a conheceu em Paris em 1903. Eva Mudocci foi apresentada a Munch por seu amigo compositor Frederick Delius. Munch ficou tão inspirado por ela que fez essa famosa litografia.

Os dois se tornaram amigos íntimos. Inicialmente, o relacionamento era de natureza erótica, mas com o tempo se tornou mais parecido com um relacionamento fraternal. De 1902 a 1908, ela foi uma das confidentes mais próximas de Munch. Mudocci tornou-se uma figura ideal e uma musa para o artista, e este retrato, com sua atmosfera lírica e ritmos musicais, é sem dúvida um dos melhores retratos femininos de Munch.

Na litografia, Mudocci está retratada a partir de um ângulo baixo. Seu cabelo solto e escuro flui livremente em torno de seu rosto pálido. Seu olhar é baixo e virado para um lado, para algo além da moldura e invisível para o espectador. O ponto focal para a imagem é o seu broche, que cria um bom equilíbrio na composição e realça o seu olhar enigmático. O broche foi um presente do historiador de arte norueguês Jens Thiis em 1901. Mudocci aparece em outros dois trabalhos que Munch finalizou no mesmo ano: Violin Concert e Salome.

Eva Mudocci declarou sobre essa litografia: "Ele queria fazer um retrato perfeito de mim, mas cada vez que ele começava uma pintura a óleo, ele a destruía, porque ele não estava feliz com ela. Ele teve mais sucesso com as litografias, e as pedras que ele usou foram enviadas para o nosso quarto no Hotel Sans Souci em Berlim acompanhadas por uma nota que dizia: "Aqui está a pedra que caiu do meu coração".


Eva Mudocci com seu violino Stradivarius: “The Emiliani”, que hoje é propriedade de outra famosa violinista: Anne Sophie Mutter!


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http://www.arteeblog.com/2015/06/gravuras-o-que-sao-os-tipos-e-exemplos_2.html


Edvard Munch (Løten, 12 de Dezembro de 1863 — Ekely, 23 de Janeiro de 1944) foi um pintor e gravurista norueguês, cujo tratamento intensamente evocativo de temas psicológicos foram construídos sobre alguns dos principais dogmas do Simbolismo do final do século 19, e exerceu grande influência no expressionismo alemão do início do século 20. Munch perdeu sua mãe e irmã favorita por tuberculose antes de seu décimo quarto aniversário. Tendo abandonado o estudo de engenharia devido a doenças frequentes, Munch decidiu se tornar um artista. Seus primeiros trabalhos revelaram a influência dos pintores plein-ar, como Monet e Renoir. Em 1889, Munch começou a passar longos períodos em Paris. Exposto ao trabalho de Gauguin e outros simbolistas franceses, Munch desenvolveu uma linguagem simplificada de cores ousadas e linha sinuosa para expressar sua visão do sofrimento humano, como a doença e a morte, depressão e alienação.

Como muitos artistas que amadureceram na esteira do impressionismo, Edvard Munch começou sua carreira pintando cenas estreitamente observadas do mundo em torno dele. Mas a obra de Munch assumiu uma ênfase cada vez mais profunda na subjetividade e uma rejeição ativa da realidade visível. O estilo único e altamente pessoal que ele desenvolveu para transmitir humor, emoção, ou memória influenciou fortemente o curso da arte do século XX e, em particular, o desenvolvimento do Expressionismo. Sobre sua arte, dizia: "Minha arte é realmente uma confissão voluntária e uma tentativa de explicar a mim mesmo minha relação com a vida. É, portanto, na verdade, uma espécie de egoísmo, mas eu constantemente espero que através desta, eu possa ajudar os outros a alcançar a clareza".


Esse blog possui mais artigos sobre Edvard Munch. Clique sobre os links abaixo para ver:

http://www.arteeblog.com/2017/10/analise-de-scream-o-grito-de-edvard.html

http://www.arteeblog.com/2015/09/a-historia-inspiracao-e-o-local-da.html

http://www.arteeblog.com/2016/06/serie-edvard-munch-estudio-em-ekely.html

http://www.arteeblog.com/2016/01/edvard-munch-o-friso-da-vida-um-poema.html


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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Análise da pintura de Georges Seurat – Bathers at Asnières

Georges Seurat - Bathers at Asnières, 1884 – óleo sobre tela – 201 x 300 cm – National Gallery of Art, London


Análise da pintura de Georges Seurat – Bathers at Asnières


Essa foi a primeira das composições em grande escala de Seurat e é sua tentativa inicial de conciliar o classicismo com abordagens modernas e quase científicas de cor e forma. Retrata uma área no rio Sena perto de Paris, perto das fábricas de Clichy que se pode ver à distância. Asnières é um subúrbio industrial a noroeste de Paris, no rio Sena. Essa pintura mostra um grupo de jovens trabalhadores aproveitando seu tempo de lazer, no seu dia de folga, junto ao rio. Os chapéus de palha e coco são pistas para o status desses homens, assim como suas poses casuais e postura relaxada. Bathers at Asnières possui um tamanho geralmente reservado para pinturas históricas, que retratam um momento crucial em eventos mundiais. Usando uma tela tão grande para retratar homens anônimos, Seurat rompeu com as convenções de uma maneira que confundiu os críticos.

A paleta de Seurat é um pouco impressionista em seu brilho, mas sua abordagem meticulosa está muito distante desse estilo. As figuras da classe trabalhadora que povoam essa cena marcam um contraste agudo com os tipos burgueses ociosos retratados por artistas como Monet e Renoir na década de 1870. Embora a pintura não tenha sido executada usando a técnica pontilhista de Seurat, que ele ainda não havia inventado, o artista depois retrabalhou áreas dessa imagem usando pontos de cores contrastantes para criar um efeito vibrante e luminoso. Por exemplo, pontos de laranja e azul foram adicionados ao chapéu do menino.

Seurat fez estudos em crayon para as figuras individuais, usando modelos vivos e também fez pequenos esboços a óleo no local, para ajudar a projetar a composição e registrar os efeitos da luz e da atmosfera. Cerca de 14 esboços a óleo e 10 desenhos sobrevivem. A composição final, pintada no estúdio, combina informações de ambas mídias.

Bathers at Asnières retrata a classe trabalhadora na margem esquerda do rio Sena. Seurat realizou outra pintura, que hoje é uma das mais famosas do mundo, “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” em seguida dessa, em que retrata pessoas da classe média desfrutando uma tarde de lazer na margem direita do rio Sena. Talvez Seurat quis destacar o contraste entre os dois grupos de pessoas, fazendo algum tipo de manifesto social.


Georges Seurat - A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte, 1884-86 – óleo sobre tela - 207.5 x 308.1 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, USA

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Georges-Pierre Seurat (2 de dezembro de 1859 - 29 de março de 1891) foi um pintor e desenhista francês, pós-impressionista. Ele é reconhecido principalmente como o pioneiro da técnica Neoimpressionista comumente conhecida como Divisionismo, ou Pontilhismo. Georges Seurat registrou paisagens e outros temas calmos, simplificando-os em formas geométricas e convertendo todas as cores e formas em pequenos pontos. Isso foi radical, para o desenvolvimento da arte moderna e abstrata. O uso por Seurat desta técnica altamente sistemática e "científica", posteriormente chamada pontilhismo, distinguiu sua arte da abordagem mais intuitiva à pintura usada pelos impressionistas. Embora Seurat abraçasse o tema da vida moderna, preferido por artistas como Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir, ele foi além de sua preocupação em capturar as qualidades acidentais e instantâneas da luz na natureza.

Inspirado pelos efeitos ópticos e pela percepção inerentes às teorias da cor de Michel Eugène Chevreul, Ogden Rood e outros, Seurat adaptou esta pesquisa científica à sua pintura. Seurat contrastava pontos em miniatura ou pequenas pinceladas de cores que, quando unificadas opticamente no olho humano, eram percebidas como uma única sombra ou tonalidade. Ele acreditava que essa forma de pintura, chamada divisionismo na época, mas agora conhecida como pontilhismo, tornaria as cores mais brilhantes e poderosas do que pinceladas padrão. O uso de pontos de tamanho quase uniforme veio no segundo ano de seu trabalho na pintura, 1885-86.

Seu sucesso o levou rapidamente à frente da avant-garde parisiense. Seu triunfo foi de curta duração, uma vez que após apenas uma década de trabalho maduro ele faleceu com apenas 31 anos. Mas suas inovações seriam altamente influentes, moldando o trabalho de artistas tão diversos como Vincent Van Gogh e os Futuristas italianos.


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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

A história da pintura “Lune rousse au Cap d'Antibes” de Marc Chagall

Marc Chagall - Lune rousse au Cap d'Antibes (Lua vermelha em Cap d'Antibes), 1969 – óleo, crayon e aquarela sobre papel - 61.4 x 49.3 cm – coleção particular


A história da pintura “Lune rousse au Cap d'Antibes” de Marc Chagall


Para Chagall, a pintura sempre foi um meio para expressar o mundo interno de sua imaginação, gravando suas memórias, paixões e emoções em tela de uma maneira fantástica. “Lune rousse au Cap d'Antibes” expressa a felicidade e o contentamento que o artista sentiu ao morar no sul da França com sua segunda esposa, Valentina (Vava) Brodsky. Quando Chagall fez essa pintura, ele estava desfrutando um prolongado período de felicidade conjugal com Vava. Foi a filha dele, Ida, quem a apresentou a ele em 1952 e, após um curto romance, Chagall e Vava se casaram. O sentimento de estabilidade e paz que o artista sentiu com Vava se traduziu diretamente em sua arte, e durante as três décadas que passaram juntos, ela foi uma fonte de inspiração para ele. Lune rousse au Cap d'Antibes pode ser vista como uma celebração direta do seu amor, com o tema do romance claramente incorporado nos amantes reclinados sob um buquê de grandes dimensões. Chagall costumava usar flores como símbolo do amor romântico em suas pinturas.

Chagall ficou encantado com a paisagem da Côte d'Azur no início da década de 1950, quando o céu, o mar e a flora da região o convenceram a se mudar para lá, para o benefício de sua arte. A Riviera Francesa tornou-se um próspero centro artístico após a Segunda Guerra Mundial, com vários artistas (incluindo Henri Matisse e Pablo Picasso) se instalando lá. Chagall comprou a vila, Les Collines, situada na encosta do Baou des Blancs, a poucos quilômetros ao norte de Antibes. Inspirado pela luz, a atmosfera e os jardins verdejantes que rodeavam a casa, ele passou seus dias absorvido na criação de novas e alegres obras de arte. Chagall usou inúmeras aldeias próximas como cenário para as obras que ele criou enquanto morou lá. O Port Vauban Antibes está presente nessa pintura, com a silhueta de seu Fort Carré, sob o clarão da lua vermelha.

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Marc Chagall (Vitebsk 1887–1985 Saint-Paul-de-Vence) foi um artista prolífico, cuja carreira se estendeu por muitas décadas. Ele trabalhou em muitos tipos de mídias: desenho, pintura, mídia impressa e vitrais. Chagall participou dos movimentos modernos do pós-impressionismo incluindo surrealismo e expressionismo. Nascido perto da aldeia de Vitebsk, na atual Bielorrússia, Chagall se mudou para Paris em 1910 permanecendo lá até 1914 para desenvolver seu estilo artístico, retornando à Russia por sentir saudades de sua noiva Bella, com quem se casou. Em 1923 mudaram-se novamente para a França, para escapar das dificuldades da vida soviética que se seguiram à I Guerra Mundial e à Revolução de Outubro. Em 1941, se mudou para os Estados Unidos, escapando da Segunda Guerra Mundial e ali permaneceu até 1948, retornando para a França.

O início da vida de Chagall deixou-o com uma memória visual poderosa e uma inteligência pictórica. Depois de viver na França e experimentar a atmosfera de liberdade artística, ele criou uma nova realidade, que se baseou em ambos os mundos internos e externos. Mas foram as imagens e memórias de seus primeiros anos em Belarus, na Russia, que sustentaram a sua arte por mais de 70 anos. Há certos elementos em sua arte que se mantiveram permanentes e são vistos ao longo de sua carreira. Um deles foi a sua escolha dos temas e a forma como eles foram retratados. O elemento mais constante, obviamente, é o seu dom para a felicidade e sua compaixão instintiva, que mesmo nos assuntos mais sérios o impediam de dramatizar.

Uma dimensão simbólica sempre esteve presente nos temas de Chagall. Sem dúvida, esta abordagem ajudou Chagall a atingir a popularidade que seu trabalho desfrutava na época, mas ao mesmo tempo o desejo de ser compreensível emprestou às pinturas um toque de romantismo que parecia um pouco fora de época. Através de sua linguagem poética altamente original ele foi capaz de criar um novo universo a partir das três culturas diferentes que ele havia assimilado. Flores e animais são uma presença constante em suas pinturas, habilitando-o por um lado a superar a interdição judaica de representação humana, enquanto por outro lado formando metáforas para um mundo possível, em que todos os seres vivos possam viver em paz como na cultura medieval russa. Sua arte constitui uma espécie de mixagem entre culturas e tradições. A chave fundamental para sua modernidade reside no seu desejo de transformar uma obra de arte em uma linguagem capaz de fazer perguntas que não foram ainda respondidas pela humanidade.


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sábado, 24 de novembro de 2018

Cartazes de Henri de Toulouse-Lautrec

Henri de Toulouse-Lautrec -, Jane Avril, 1893 – litogravura colorida – 129,1 x 93,5 cm

Jane Avril, uma grande amiga do artista, encomendou esta gravura para anunciar seu show de cabaré no Jardin de Paris em 1893. A composição ousada de Lautrec é caracterizada por uma perspectiva radicalmente distorcida, cortes severos, formas achatadas e linhas sinuosas, como as do traje de Avril. O chute de cancã, da perna de Avril, encontra um eco formal no impulso vertical do contrabaixo, empunhado por um músico invisível. Para criar essa impressão, Lautrec usou várias pedras litográficas, uma para cada cor - preto-tinta, laranja-ácido, amarelo e verde.


Cartazes de Henri de Toulouse-Lautrec


Henri de Toulouse-Lautrec foi um importante artista da belle époque de Paris, trazendo a linguagem da vanguarda do final do século XIX a um público amplo por meio de seus famosos cartazes, gravuras e ilustrações para jornais e revistas. Ele conectou artistas, autores, intelectuais e figuras da sociedade de seus dias, criando uma ponte entre os bordéis e os salões da sociedade do momento. Em sua carreira de menos de 20 anos, Toulouse-Lautrec criou mais de 350 gravuras e 30 cartazes, bem como programas de teatro litografados e capas de livros e partituras, tudo isso trazendo sua linguagem visual de vanguarda para uma ampla arena pública.

Os cartazes de Toulouse-Lautrec são notáveis por seus designs altamente simplificados e abstratos. Além de ter sido influenciado por Manet e Degas, seu estilo também foi influenciado pelas xilogravuras japonesas clássicas que se tornaram populares nos círculos artísticos de Paris, incorporando perspectivas diagonais, cortes abruptos, padrões de cores vivas, planas e linhas sinuosas. Seu trabalho nos permite visualizar as muitas facetas da vida parisiense, da política à cultura visual e a ascensão do entretenimento popular na forma de cabarés e café-concertos.


Henri de Toulouse-Lautrec - Jardin de Paris, May Belfort, Plakat, 1883 - Yale University Art Gallery (Yale University), New Haven, CT, US


 Henri de Toulouse-Lautrec -, Divan Japonais, 1892-1893 – litogravura colorida – 80,8 x 60,8 cm


O Divan Japonais foi um dos muitos cafés-concertos da Paris do final do século XIX frequentado por Toulouse-Lautrec. Seu pôster que anuncia a boate apresenta duas de suas estrelas favoritas de Montmartre, Yvette Guilbert e Jane Avril. Aqui, Avril é uma espectadora, não uma intérprete, sentada em primeiro plano com Édouard Dujardin, um dândi escritor e habitué de boate. No canto superior esquerdo, no palco, está o corpo sem cabeça de Guilbert, reconhecível por suas longas luvas pretas e seu físico esquelético.


Henri de Toulouse-Lautrec - Aristide Bruant, at His Cabaret, 1893 - litogravura colorida – 138 x 99 cm

Aristide Bruant foi um cantor, compositor e empresário de sucesso que dirigiu um cabaré no bairro de Montmartre, em Paris. Quando ele começou a se apresentar em grandes café-concertos nos Champs-Élysées, ele imediatamente encarregou Toulouse-Lautrec para divulgar sua personalidade de rua áspera de uma maneira que atraísse uma audiência burguesa. Aproveitando o personagem fantasioso característico de Bruant, com um chapéu de abas largas, capa e lenço vermelho, Lautrec projetou uma imagem esparsa, mas icônica, que promoveu tanto a carreira do intérprete quanto a dele.


Henri de Toulouse-Lautrec - La Vache Enragée, 1896 - litogravura colorida


Henri de Toulouse-Lautrec - Confetti, 1894 – litogravura colorida – 57,4 x 39,7 cm


 Henri de Toulouse-Lautrec - La Revue blanche, 1895 - litogravura colorida – 125,5 x 92,2 cm

O cartaz de La Revue blanche, uma revista literária, retrata Misia Natanson, esposa de um dos editores e uma célebre musa cujos salões Lautrec frequentou.


Henri de Toulouse-Lautrec - Moulin Rouge: La Goulue, 1891 – litogravura colorida – 190 x 116,5 cm 

Quando o salão de dança e o jardim do Moulin Rouge foram abertos no Boulevard de Clichy, em 1889, uma das pinturas de Lautrec foi exposta perto da entrada. Ele próprio tornou-se um destaque notável do local e foi encarregado de criar o anúncio de um metro e oitenta de altura que iniciou sua carreira na produção de pôsteres e o tornou famoso da noite para o dia. Ele chamou atenção para a pista de dança lotada da boate e seus artistas de destaque, o acrobata "desossado" Valentin le Désossé e La Goulue, "a glutona", cujas saias de cancã eram erguidas no final da apresentação.


Henri de Toulouse-Lautrec - La Troupe de Mademoiselle Églantine, 1896 - litogravura colorida – 61,2 x 79,4 cm


Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (24 de Novembro de 1864 - 9 de Setembro de 1901) foi um pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boêmia de Paris do final do século XIX. Sendo ele mesmo um boêmio, faleceu precocemente aos 36 anos. Trabalhou por menos de vinte anos mas deixou um legado artístico importantíssimo, tanto no que se refere à qualidade e quantidade de suas obras, como também no que se refere à popularização e comercialização da arte. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau. Filho mais velho do Conde Toulouse-Lautrec-Monfa, de quem deveria herdar o título, faleceu antes do pai. Toulouse-Lautrec está entre os pintores mais famosos do período pós-impressionista.

Esse blog possui mais artigos sobre Henri de Toulouse-Lautrec. Clique sobre os links abaixo para ver:

http://www.arteeblog.com/2017/11/a-historia-do-retrato-de-vincent-van.html

http://www.arteeblog.com/2014/11/a-historia-da-obra-de-arte-henri-de.html


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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Feliz Dia de Ação de Graças (Happy Thanksgiving)!

       The First Thanksgiving at Plymouth - Jennie Augusta Brownscombe – 1914 – óleo sobre tela – 
                            76,2 x 99,4 cm - Pilgrim Hall Museum, Plymouth, Massachusetts


Feliz Dia de Ação de Graças (Happy Thanksgiving)!

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Thanksgiving, ou dia de Ação de Graças, é um feriado comemorado nos Estados Unidos na quarta quinta-feira de novembro. Tem sido celebrado como um feriado federal a cada ano desde 1863, quando, durante a Guerra Civil, o presidente Abraham Lincoln proclamou um dia nacional de "Ação de graças e de louvor ao nosso Pai beneficente que habita nos céus", a ser comemorado na última quinta-feira de Novembro.

O evento que os americanos comumente chamam de "primeira ação de graças" foi comemorado pelos peregrinos após a sua primeira colheita no Novo Mundo em 1621. Esta festa durou três dias, e teve a participação de 90 nativos americanos (como contabilizados pelo participante Edward Winslow) e 53 peregrinos.


The First Thanksgiving 1621 – Jean Leon Gerome Ferris – 1899 – óleo sobre tela – 63,5 x 88,9 cm – coleção particular


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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Análise da pintura de René Magritte – The Lovers (Os Amantes)

René Magritte – The Lovers, 1928 – óleo sobre tela – 54 x 73,4 cm – Museum of Modern Art (MoMA), New York, USA


Análise da pintura de René Magritte – The Lovers (Os Amantes)


Esta pintura mostra uma figura masculina de terno preto, abraçado com uma mulher vestida de vermelho. As figuras estão se beijando, mas, curiosamente, através dos véus. E é isso que faz a pintura ser provocadora. Há várias interpretações possíveis para as pinturas de Magritte. Desejos frustrados são um tema comum no trabalho dele. Aqui, uma barreira de tecido impede o abraço íntimo entre dois amantes, transformando um ato de paixão em isolamento e frustração. Uma possível interpretação para essa pintura, é a representação de nossa incapacidade de revelar totalmente a verdadeira natureza de nossos companheiros mais íntimos.

Faces escondidas da vista são uma característica comum em muitas pinturas de Magritte. Quando ele tinha 14 anos, sua mãe cometeu suicídio por afogamento. Ele testemunhou o resgate do corpo de sua mãe com a camisola molhada em volta do rosto e alguns especularam que esse trauma o levou a mostrar rostos obscurecidos em suas obras. No entanto, Magritte negou isso. Magritte dizia: “Minhas pinturas são imagens visíveis que não escondem nada, elas evocam mistérios. Quando as pessoas veem uma de minhas pinturas, elas se fazem essa pergunta simples: O que isso significa? Não significa nada, porque o mistério também não significa nada, é desconhecido”.


René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de Novembro de 1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967) foi um dos principais artistas surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado das águas do rio. Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu Georgette Berger, com quem se casou em 1922. René Magritte praticava o surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico.

Sua arte caracteriza o amor surrealista aos paradoxos visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem anomalias por toda a parte, e o surrealismo atrai justamente porque explora nossa compreensão oculta da esquisitice terrena. Pintor de imagens insólitas, às quais deu tratamento rigorosamente realista, utilizou processos ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos. Suas obras são metáforas que se apresentam como representações realistas, através da justaposição de objetos comuns, e símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu coco, o castelo, a rocha e a janela, entre outros, porém de um modo impossível de ser encontrado na vida real.

Magritte fez pinturas de objetos comuns em contextos incomuns, e assim criou sua própria forma de poesia para expressar seu inconsciente, de uma forma filosófica e conceitual. O artista, ao contrário dos outros surrealistas, era uma pessoa perturbadoramente comum, sempre vestindo um sobretudo, terno e gravata. Para Magritte suas pinturas não tinham qualquer significado, porque o mistério não tem significado. Ficamos apenas com o mistério e a incerteza, o que torna o trabalho dele mais misterioso e mais atraente.

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sábado, 17 de novembro de 2018

Diana Krall - Quiet Nights of Quiet Stars (Corcovado)




Diana Krall - Quiet Nights of Quiet Stars (Corcovado)


"Corcovado" é uma canção da bossa nova escrita por Antônio Carlos Jobim em 1960. Uma letra em inglês foi posteriormente escrita por Gene Lees. O título Português refere-se à montanha do Corcovado no Rio de Janeiro. Ela é considerada como uma “jazz standard”, tendo sido gravada entre outros, por: João Gilberto, Sergio Mendes, Miles Davis, Stan Getz com Tom Jobim, Andy Williams, Doris Day, Henry Mancini, Frank Sinatra, Elis Regina, Ella Fitzgerald, Astrud Gilberto, Stacey Kent, Art Garfunkel, Andrea Bocelli, Diana Krall.

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da Bossa Nova. Suas canções foram interpretadas por muitos cantores e instrumentistas no Brasil e internacionalmente. Em 1965 o álbum Getz / Gilberto (tendo Tom Jobim como compositor e pianista) foi o primeiro álbum de jazz a ganhar o Grammy Award para Álbum do Ano. A canção "Garota de Ipanema" foi gravada mais de 240 vezes por outros artistas, sendo uma das músicas mais gravadas de todos os tempos. Seu álbum de 1967 com Frank Sinatra, “Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim”, foi nomeado para Álbum do Ano em 1968. Jobim deixou um grande número de canções que agora estão incluídas nos repertórios standard de Jazz e pop.

Diana Jean Krall (Nanaimo, Canada, 16 de Novembro de 1964) é uma popular cantora e pianista canadense de jazz. Até o momento, ela ganhou cinco prêmios Grammy e oito Juno Awards. Ela também ganhou nove discos de ouro, três de platina e sete de multi-platina. Ela é casada com o músico Elvis Costello com quem tem filhos gêmeos.


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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A história da pintura de Claude Monet - O Jardim em Sainte-Adresse

Claude Monet - "O Jardim em Sainte-Adresse (Jardin à Sainte-Adresse)" – 1867 – óleo sobre tela – 98 x 130 cm – Metropolitan Museum of Art, New York


A história da pintura de Claude Monet - O Jardim em Sainte-Adresse


Monet passou o verão de 1867 no balneário de Sainte-Adresse no Canal Inglês, perto de Le Havre (França). Foi lá, em um jardim com vista para Honfleur no horizonte, que pintou esta imagem, que combina áreas suaves, tradicionalmente pintadas com passagens brilhantes de pinceladas rápidas e separadas e com manchas de cor pura.

Os modelos foram provavelmente: o pai de Monet, Adolphe, sentado em primeiro plano, a prima de Monet, Jeanne Marguérite Lecadre, Dr. Adolphe Lecadre (o pai dela) e talvez, outra filha de Lecadre, Sophie, a mulher sentada, de costas para o espectador. Os dois homens carregam bengalas. Este quarteto é cercado por vegetação pontuada por flores em tons de vermelho e amarelo e brancos que ecoam os vestidos brancos. O tricolor francês (a bandeira vermelha, branca e azul tricolor da França) voa alto à direita, enquanto à esquerda há uma bandeira vermelha e amarela, talvez as cores de um clube de vela local ou, possivelmente, as cores da bandeira espanhola para homenagear Maria Cristina de Borbón, a viúva de Fernando VII de Espanha que morava então em uma vila próxima. Embora a cena projete uma cena doméstica, não é um retrato de família. A relação de Monet com seu pai estava tensa naquele verão, devido à desaprovação familiar da ligação do jovem artista com sua companheira e noiva, Camille Doncieux.

Monet descreveu este trabalho em suas correspondências como "a pintura chinesa em que há bandeiras". Seu amigo Renoir se referiu a ele como "a pintura japonesa". Na década de 1860, as faixas horizontais planas da composição de cor lembravam a sofisticação das coloridas xilogravuras japonesas, que foram avidamente coletadas por Monet, Manet, Renoir, Whistler e outros em seu círculo. A gravura do artista japonês Hokusai que pode ter inspirado esta imagem, "Salão Thrban-shell do Templo dos Quinhentos Rakan" (1830), continua hoje em na casa-museu de Monet em Giverny.


Katsushika Hokusai (1760-1849) - "Salão Thrban-shell do Templo dos Quinhentos Rakan" – 1830-5 - xilogravura - National Gallery of Australia, Canberra  - parte da série: 36 Vistas do Monte Fuji


O vantajoso ponto de vista elevado e relativamente até mesmo o tamanho das áreas horizontais enfatizam a bidimensionalidade da pintura. As três zonas horizontais da composição parecem se elevar em paralelo ao plano de imagem em vez de recuar para o espaço. A tensão sutil resultante da combinação de ilusionismo e a bidimensionalidade da superfície manteve-se uma característica importante do estilo de Monet.

Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi em quase todos os sentidos o fundador da pintura impressionista francesa, o próprio termo vindo de uma de suas pinturas, “Impressão, Sol Nascente”. Aos 11 anos, ele entrou na escola secundária das artes Le Havre. Cinco anos mais tarde, ele conheceu o artista Eugène Boudin, que lhe ensinou as técnicas de pintura "plein air" e tornou-se seu mentor. Aos 16 anos, Monet deixou a escola, indo para Paris, onde em vez de estudar as obras de arte dos grandes mestres, sentava-se à janela e pintava o que via fora. Aos 28 anos, depois de sair do exército e da guerra na Algéria, de volta em Paris, estudou os métodos "en plein air", juntamente com Pierre-Auguste Renoir, Frederic Bazille e Alfred Sisley, e desenvolveu o estilo de pintura que logo seria conhecido como Impressionismo. Ele exibiu muitas de suas obras em 1874, na primeira exposição impressionista. A ambição de Monet de documentar a paisagem francesa o levou a adotar um método de pintar a mesma cena muitas vezes para capturar a mudança de luz e o passar das estações.

Após a morte de sua esposa Camille por tuberculose depois do nascimento de seu segundo filho, Monet resolveu nunca mais viver na pobreza novamente, e estava determinado a criar algumas das melhores obras de arte do século XIX. Em 1890, ele estava próspero o suficiente para comprar uma casa grande com jardim em Giverny, onde começou um vasto projeto de paisagismo que incluiu lagoas com lírios, e que se tornariam o tema de suas obras mais conhecidas. Em 1899 ele começou a pintar os nenúfares, primeiro em vistas verticais com uma ponte japonesa como um elemento central, e mais tarde numa série de pinturas em larga escala que iria ocupá-lo continuamente pelos próximos 20 anos de sua vida.


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domingo, 11 de novembro de 2018

Pinturas do “Dia do Armistício” em comemoração do final da Primeira Guerra Mundial em 11 de Novembro de 1918

George Lucks – Armistice Night, 1918 – óleo sobre tela – 94 x 173,7 cm - Whitney Museum of American Art, New York


Pinturas do “Dia do Armistício” em comemoração do final da Primeira Guerra Mundial em 11 de Novembro de 1918


Sir John Lavery, R.A., R.H.A., R.S.A. - Armistice Day, November 11, Grosvenor Place, London, 1918 – óleo sobre tela – 76 x 64 cm – coleção particular

No dia 11 de novembro de 1918, Lavery olhou por cima do Hyde Park Corner e do Constitution Hill a partir de uma janela no andar de cima do St George’s Hospital, e esta, a imagem atual, foi o que ele viu. Multidões estavam se aproximando do Wellington Arch e esquivando-se do tráfego. Havia um ar festivo. Numerosos relatos da imprensa do dia nos dizem que começou com a notícia telegrafada do general Foch de que o inimigo havia assinado o documento de rendição, e o Kaiser Wilhelm II havia abdicado. O primeiro-ministro, David Lloyd George, fez o anúncio oficial às 11h00, quando já havia multidões no centro de Londres. Tal foi a multidão no Mall e ao redor do Palácio de Buckingham que o Rei George V, a Rainha Mary e membros da Família Real apareceram na varanda do palácio às 13h, onde sua majestade fez um discurso agradecendo ao povo e elogiando as forças vitoriosas do Império Britânico e seus aliados. Suas majestades então atravessaram a cidade para acenar para as multidões. Lloyd George aconselhava as pessoas a gritar e aplaudir, e podemos imaginar muito som de buzinas. Alguns ônibus foram até comandados por foliões que fizeram suas próprias turnês de vitória na cidade. As festividades em Londres continuaram por mais dois dias. O Strand estava fechado enquanto as pessoas dançavam na rua, e as multidões paralisaram o tráfego no Admiralty e em frente ao Banco da Inglaterra.


Frank Myers Boggs - Armistice Day, Paris, 1918 - aquarela e giz sobre papel – 33,3 x 46, 5 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York

Um tiro disparado do Mont Valerin na manhã de segunda-feira, 11 de novembro de 1918, indicou a Paris que os alemães e aliados tinham assinado o acordo de armistício que terminou com a Primeira Guerra Mundial. Boggs, um pintor expatriado cujos trabalhos se popularizaram na França, capturou a demonstração de entusiasmo público e excitação que ocorreu naquele dia na Place de la Concorde.


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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Pinturas com espelho

Norman Rockwell – Girl at a Mirror, 1954 – óleo sobre tela – 80 x 75 cm – Norman Rockwell Museum, Stockbridge, MA


Pinturas com espelho


Édouard Manet - A Bar at the Folies-Bergère – 1882 – óleo sobre tela - 96 x 130 cm - Courtauld Institute of Art, London, UK

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Salvador Dali – “Dali de Trás Pintando Gala de Trás Eternizada por Seis Córneas Virtuais Provisoriamente Refletidas por Seis Espelhos Reais” – 1973 – óleo sobre tela – 60,5 x 60,5 cm - © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres

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Jan van Eyck - The Arnolfini Portrait, 1434 – óleo sobre madeira – 82,2 x 60 cm – National Gallery, London


"Laura and Paul Jewill Hill" - Harold Harvey – 1915 – óleo sobre tela – 48 x 43 cm - © Penlee House Gallery and Gallery, Penzance, Cornwall, England

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Raoul Dufy – Window at Nice, c. 1929 – óleo sobre tela – 54,9 x 46 cm – The Museum of Modern Art, New York


Diego Velazquez – Las Meninas, 1656 – óleo sobre tela – 276 x 318 cm - Museo del Prado, Madrid, Spain

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René Magritte - Time Transfixed (La Durée Poignardée), 1938 – óleo sobre tela – 147 x 98,7 cm – The Art Institute of Chicago, USA

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Émile Galle (1846 - 1904) - In Front of the Swing Mirror - óleo sobre tela – coleção particular


 Édouard Manet - Before the Mirror, 1876 – óleo sobre tela – 92,1 x 71,4 cm – Salomon R. Guggenheim Museum, New York


Pablo Picasso – Garota em frente ao espelho, 1932 – óleo sobre tela - 162.3 x 130.2 cm – Museum of Modern Art, New York

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Auguste Toulmouche - Vanity, 1889 – óleo sobre tela – 72 x 48 cm – coleção particular


Dante Gabriel Rossetti – Lady Lilith, 1867 – aquarela e guache – 51,3 x 44 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York


Robert Reid - The Mirror, c. 1910 – óleo sobre tela – 95 x 77,2 cm - Smithsonian American Art Museum, Washington, DC, USA


Charles Martin Hardie – The Studio Mirror, c. 1916 – óleo sobre tela – 72 x 59,5 cm – coleção particular


 Zinaida Serebriakova - Tata and Katia in the Mirror, 1917 – óleo sobre tela – coleção particular


Norman Rockwell – Prom Dress, 1949 – ilustração para o Saturday Evening Post


Diego Velazquez - The Toilet of Venus (The Rokeby Venus) – 1647-51 – óleo sobre tela – 122 x 177 cm - National Gallery, London

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William Orpen - The Signing of Peace in the Hall of Mirrors, Versailles, 28 June 1919 – óleo sobre tela – 152,4 x 127 cm – Imperial War Museum, London, UK


Frederick Carl Frieseke  - Girl in Blue Arranging Flowers, 1915 – óleo sobre tela – 81 x 81,5 cm - Museum of Fine Arts, Houston, TX, USA

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Alfred Stevens – La Boulle de Verre – óleo sobre tela – 92,7 x 64,8 cm – coleção particular


Berthe Morisot - Woman at Her Toilette, 1875-1880 – óleo sobre tela – 60,3 x 80,4 cm – The Art Institute of Chicago, Chicago, IL