segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Pinturas com bancos e duas figuras de Édouard Manet e Claude Monet



Pinturas com bancos e duas figuras de Édouard Manet e Claude Monet

Veja aqui abaixo as pinturas, suas histórias e biografias dos seus artistas.


Édouard Manet – In the Conservatory, 1878-1879 – óleo sobre tela – 115 x 150 cm - Alte Nationalgalerie, Berlin


Aqui, despojada de artifício, uma mulher medita enquanto é intensamente observada. Essa pintura é uma das obras mais encantadoras de Manet. Ele retrata uma cena da vida da sociedade de Paris. Manet gostava de fazer composições com duas figuras, porque isso proporcionava um diálogo interessante entre os personagens, algumas vezes com cenas dramáticas e situações psicológicas intrigantes.

Essa pintura é um retrato duplo do casal Jules Guillemet e sua esposa, e o cenário é a estufa de plantas do pintor Johann Georges Otto Rosen, que Manet usou como um estúdio por nove meses em 1878 e 1879. Esse local pode ter sido mais do que uma estufa, era luxuosamente decorado e privativo. É uma pintura importante de Manet, devido à sensibilidade com que ele usou as mais delicadas nuances de cores e contrastes para retratar a relação psicologicamente tensa das duas figuras. O tema da foto é a interação entre uma dama elegante, proprietária de uma loja de moda em Paris, e o cavalheiro se virando em sua direção.

A interação de linhas define o trabalho. A mulher tem uma postura ereta ecoada pelas ripas verticais do banco, e o homem, embora inclinado para a frente, não quebra essa vertical. O banco continua do lado direito, reforçando a horizontal e a separação do primeiro plano e o plano de fundo. As dobras diagonais no vestido da mulher proporcionam algum alívio da linearidade da composição. "Desenhar não é forma", disse Manet, "mas o modo como as formas são vistas" e "Mesmo com a natureza, a composição é necessária". Essas máximas especificam a divergência de Manet em relação à doutrina impressionista da fidelidade à natureza.

Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX. Manet era filho de pais ricos. Ele estudou com Thomas Couture. Sua obra foi fundada sobre a oposição de luz e sombra, uma paleta restrita em que o preto era muito importante, e em pintar diretamente do modelo. O trabalho do espanhol Velázquez influenciou diretamente a sua adoção deste estilo. Manet nunca participou nas exposições dos Impressionistas, mas continuou a competir nos Salões de Paris. Seus temas não convencionais tirados da vida moderna, e sua preocupação com a liberdade do artista em lidar com tinta fez dele um importante precursor do Impressionismo. A obra de Manet se tornou famosa no Salon des Refusés, a exposição de pinturas rejeitadas pelo Salon oficial. Em 1863 e 1867, ele realizou exposições individuais. Na década de 1870, sob a influência de Monet e Renoir, ele produziu paisagens e cenas de rua inspiradas diretamente pelo impressionismo. Ele permaneceu relutante em expor com os Impressionistas, e procurou a aprovação do Salão de toda a sua vida.


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Claude Monet - Camille Monet on a Garden Bench, 1873 – óleo sobre tela – 60,6 x 80,3 cm – Metropolitan Museum of Art, New York


A arte de Monet dependia da observação de seu ambiente e é sempre autobiográfica. Em suas pinturas, pode-se identificar as estações, o clima ou, como aqui, a aparência da moda feminina em 1873. A esposa de Monet, Camille Doncieux, é facilmente reconhecível, assim como seu traje de veludo e damasco, que lembra muito o visual da primavera de 1873, como publicado na edição de março do periódico de moda La Mode Illustré.

Camille Monet em um Banco de Jardim é a mais enigmática das raras pinturas de gênero de Monet. Numerosas interpretações foram geradas. A pista mais reveladora pode ser biográfica: a morte do pai de Camille em setembro de 1873. Camille era uma modelo impassível, mas aqui ela transparece a tristeza, enquanto segura um bilhete em sua mão enluvada. Mais tarde, Monet identificou o cavalheiro como um vizinho, talvez alguém que veio para oferecer suas condolências e um buquê consolador. É interessante observar que a pintura tem um fundo luminoso, com cores ensolaradas, enquanto a área do banco com Camille está mais escuro, sombreado, talvez assim evidenciando o contraste entre a vida das outras pessoas e o estado emocional de Camille.

Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi em quase todos os sentidos o fundador da pintura impressionista francesa, o próprio termo vindo de uma de suas pinturas, “Impressão, Sol Nascente”. Aos 11 anos, ele entrou na escola secundária das artes Le Havre. Cinco anos mais tarde, ele conheceu o artista Eugène Boudin, que lhe ensinou as técnicas de pintura "plein air" e tornou-se seu mentor. Aos 16 anos, Monet deixou a escola, indo para Paris, onde em vez de estudar as obras de arte dos grandes mestres, sentava-se à janela e pintava o que via fora. Aos 28 anos, depois de sair do exército e da guerra na Algéria, de volta em Paris, estudou os métodos "en plein air", juntamente com Pierre-Auguste Renoir, Frederic Bazille e Alfred Sisley, e desenvolveu o estilo de pintura que logo seria conhecido como Impressionismo. Ele exibiu muitas de suas obras em 1874, na primeira exposição impressionista. A ambição de Monet de documentar a paisagem francesa o levou a adotar um método de pintar a mesma cena muitas vezes para capturar a mudança de luz e o passar das estações.

Após a morte de sua esposa Camille por tuberculose depois do nascimento de seu segundo filho, Monet resolveu nunca mais viver na pobreza novamente, e estava determinado a criar algumas das melhores obras de arte do século XIX. Em 1890, ele estava próspero o suficiente para comprar uma casa grande com jardim em Giverny, onde começou um vasto projeto de paisagismo que incluiu lagoas com lírios, e que se tornariam o tema de suas obras mais conhecidas. Em 1899 ele começou a pintar os nenúfares, primeiro em vistas verticais com uma ponte japonesa como um elemento central, e mais tarde numa série de pinturas em larga escala que iria ocupá-lo continuamente pelos próximos 20 anos de sua vida.


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