Pinturas com bancos e duas figuras de Édouard Manet e Claude
Monet
Veja aqui abaixo as pinturas, suas histórias e biografias dos seus artistas.
Édouard
Manet – In the Conservatory, 1878-1879 – óleo sobre tela – 115 x 150 cm - Alte
Nationalgalerie, Berlin
Aqui, despojada de artifício, uma mulher medita enquanto é
intensamente observada. Essa pintura é uma das obras mais encantadoras de
Manet. Ele retrata uma cena da vida da sociedade de Paris. Manet gostava de
fazer composições com duas figuras, porque isso proporcionava um diálogo
interessante entre os personagens, algumas vezes com cenas dramáticas e
situações psicológicas intrigantes.
A interação de linhas define o trabalho. A mulher tem uma
postura ereta ecoada pelas ripas verticais do banco, e o homem, embora
inclinado para a frente, não quebra essa vertical. O banco continua do lado
direito, reforçando a horizontal e a separação do primeiro plano e o plano de
fundo. As dobras diagonais no vestido da mulher proporcionam algum alívio da
linearidade da composição. "Desenhar não é forma", disse Manet,
"mas o modo como as formas são vistas" e "Mesmo com a natureza,
a composição é necessária". Essas máximas especificam a divergência de
Manet em relação à doutrina impressionista da fidelidade à natureza.
Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de
abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais
importantes da arte do século XIX. Manet era filho de pais ricos. Ele estudou
com Thomas Couture. Sua obra foi fundada sobre a oposição de luz e sombra, uma
paleta restrita em que o preto era muito importante, e em pintar diretamente do
modelo. O trabalho do espanhol Velázquez influenciou diretamente a sua adoção
deste estilo. Manet nunca participou nas exposições dos Impressionistas, mas
continuou a competir nos Salões de Paris. Seus temas não convencionais tirados
da vida moderna, e sua preocupação com a liberdade do artista em lidar com
tinta fez dele um importante precursor do Impressionismo. A obra de Manet se
tornou famosa no Salon des Refusés, a exposição de pinturas rejeitadas pelo
Salon oficial. Em 1863 e 1867, ele realizou exposições individuais. Na década
de 1870, sob a influência de Monet e Renoir, ele produziu paisagens e cenas de
rua inspiradas diretamente pelo impressionismo. Ele permaneceu relutante em
expor com os Impressionistas, e procurou a aprovação do Salão de toda a sua
vida.
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Claude
Monet - Camille Monet on a Garden Bench, 1873 – óleo sobre tela – 60,6 x 80,3
cm – Metropolitan Museum of Art, New York
A arte de Monet dependia da observação de seu ambiente e é
sempre autobiográfica. Em suas pinturas, pode-se identificar as estações, o
clima ou, como aqui, a aparência da moda feminina em 1873. A esposa de Monet,
Camille Doncieux, é facilmente reconhecível, assim como seu traje de veludo e
damasco, que lembra muito o visual da primavera de 1873, como publicado na
edição de março do periódico de moda La Mode Illustré.
Camille Monet em um Banco de Jardim é a mais enigmática das
raras pinturas de gênero de Monet. Numerosas interpretações foram geradas. A
pista mais reveladora pode ser biográfica: a morte do pai de Camille em
setembro de 1873. Camille era uma modelo impassível, mas aqui ela transparece a
tristeza, enquanto segura um bilhete em sua mão enluvada. Mais tarde, Monet
identificou o cavalheiro como um vizinho, talvez alguém que veio para oferecer
suas condolências e um buquê consolador. É interessante observar que a pintura
tem um fundo luminoso, com cores ensolaradas, enquanto a área do banco com
Camille está mais escuro, sombreado, talvez assim evidenciando o contraste
entre a vida das outras pessoas e o estado emocional de Camille.
Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de
dezembro de 1926) foi em quase todos os sentidos o fundador da pintura
impressionista francesa, o próprio termo vindo de uma de suas pinturas,
“Impressão, Sol Nascente”. Aos 11 anos, ele entrou na escola secundária das
artes Le Havre. Cinco anos mais tarde, ele conheceu o artista Eugène Boudin,
que lhe ensinou as técnicas de pintura "plein air" e tornou-se seu
mentor. Aos 16 anos, Monet deixou a escola, indo para Paris, onde em vez de
estudar as obras de arte dos grandes mestres, sentava-se à janela e pintava o
que via fora. Aos 28 anos, depois de sair do exército e da guerra na Algéria,
de volta em Paris, estudou os métodos "en plein air", juntamente com
Pierre-Auguste Renoir, Frederic Bazille e Alfred Sisley, e desenvolveu o estilo
de pintura que logo seria conhecido como Impressionismo. Ele exibiu muitas de
suas obras em 1874, na primeira exposição impressionista. A ambição de Monet de
documentar a paisagem francesa o levou a adotar um método de pintar a mesma
cena muitas vezes para capturar a mudança de luz e o passar das estações.
Após a morte de sua esposa Camille por tuberculose depois do
nascimento de seu segundo filho, Monet resolveu nunca mais viver na pobreza
novamente, e estava determinado a criar algumas das melhores obras de arte do
século XIX. Em 1890, ele estava próspero o suficiente para comprar uma casa
grande com jardim em Giverny, onde começou um vasto projeto de paisagismo que
incluiu lagoas com lírios, e que se tornariam o tema de suas obras mais
conhecidas. Em 1899 ele começou a pintar os nenúfares, primeiro em vistas
verticais com uma ponte japonesa como um elemento central, e mais tarde numa
série de pinturas em larga escala que iria ocupá-lo continuamente pelos
próximos 20 anos de sua vida.
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