quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Análise da pintura “Hope” (Esperança) de Sir Edward Burne-Jones

Edward Burne-Jones – Hope, 1896 – óleo sobre tela - 179 cm × 63.5 cm - Museum of Fine Arts, Boston, USA


Análise da pintura “Hope” (Esperança) de Sir Edward Burne-Jones


Essa pintura foi encomendada pela Sra. George Maston Whitin de Whitinville, Massachusetts, também cliente de John Singer Sargent. A Sra. Whitin originalmente pediu a figura de uma dançarina, mas Burne-Jones, chateado com a recente morte de seu amigo e colaborador William Morris, perguntou se ele poderia produzir uma figura de "esperança" como uma alternativa aceitável.

Uma das últimas grandes pinturas criadas por Edward Burne-Jones antes de sua morte em 1898, Hope é uma pintura alegórica na tradição da Renascença. A figura feminina solitária é uma reminiscência das mulheres graciosas de Botticelli, enquanto a mensagem simbólica da pintura é sutilmente, mas efetivamente transmitida. A figura esguia está confinada dentro de um espaço estreito, um grilhão em torno do tornozelo a acorrentando ao chão, enquanto ela alcança o céu acima e além das barras semelhantes a gaiolas atrás dela. Nos braços dela há um ramo de flores de maçã, o símbolo da esperança.

“Hope” é baseada em uma aquarela de 1871 de Burne-Jones. A aquarela provavelmente foi pintada sobre o desenho original de um dos vitrais das virtudes Fé, Esperança e Caridade criadas por Burne-Jones para Morris, Marshall, Faulknor and Company. A pintura a óleo de Hope foi doada ao Museum of Fine Arts de Boston, pelas filhas da Sra. Whitin em sua memória. Esta pintura no final de uma longa carreira, mostra ainda a dedicação duradoura de Burne-Jones à criação da beleza.


Edward Burne-Jones – Hope, 1896 – óleo sobre tela - 179 cm × 63.5 cm - Museum of Fine Arts, Boston, USA - detalhe


Sir Edward Coley Burne-Jones (Birmingham, 28 de agosto de 1833 – Londres, 17 de junho de 1898) foi um artista e designer inglês, envolvido no rejuvenescimento da tradição de vitrais na Inglaterra. As suas obras incluem as janelas de Birmingham Cathedral, a igreja de St Martin's, em Brampton, Cumbria, entre outras. Integrado ao movimento pré-rafaelita formado na Inglaterra em 1848, com grande influência do pintor Dante Gabriel Rossetti. Depois disso, Sir Edward Burne-Jones tornou-se um dos grandes nomes de uma nova tendência surgida na década de 1860, designada por Aestheticism. Além de pintura e vitrais, Burne-Jones trabalhou em vários tipos de arte, incluindo o design de azulejos de cerâmica, joias, tapeçarias, mosaicos e ilustrações de livros.


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http://www.arteeblog.com/2017/08/analise-da-pintura-de-edward-burne.html

http://www.arteeblog.com/2017/04/analise-da-pintura-earth-mother-de.html

http://www.arteeblog.com/2016/08/o-livro-das-flores-de-edward-burne-jones.html

http://www.arteeblog.com/2015/01/a-historia-da-obra-de-arte-o-espelho-de.html


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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

The Chagall Windows (Os Vitrais de Chagall)




The Chagall Windows (Os Vitrais de Chagall) 


Marc Chagall – Chagall Windows, Reuben – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel




Marc Chagall – Chagall Windows, Simeon – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Os vitrais de Chagall estão localizados no Hospital Hadassah Ein Kerem, que é um hospital universitário localizado em Ein Kerem, subúrbio de Jerusalém, Israel. Aberto em 1961, hoje o hospital dispõe de 700 leitos. Ele é formado por 130 departamentos e clínicas e 22 diferentes edifícios. O hospital é parte do centro médico Hadassah, que também inclui a escola de medicina da Universidade Hebraica de Jerusalém, escola de odontologia, escola de enfermagem e escola de farmácia. Atualmente é considerado o maior e mais moderno hospital de Jerusalém.


Marc Chagall – Chagall Windows, Levi – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Em 1959, a Dra. Mariam Freund (Presidente Nacional do Hadassah) e Joseph Neufeld (arquiteto que projetou o Centro Médico da Universidade Hadassah-Hebraica) encarregaram Marc Chagall de projetar os vitrais da sinagoga que seria parte do Centro Hospitalar. Cada uma das doze janelas representaria uma das doze tribos de Israel. Chagall trabalhou no projeto por dois anos, com os vitrais finalmente expostos em Paris em junho de 1961 e no Museu de Arte Moderna de Nova York no inverno de 1961. Em fevereiro de 1962, elas foram permanentemente instaladas na sinagoga.


Marc Chagall – Chagall Windows, Judah – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


A Bíblia foi a principal inspiração de Chagall, especialmente as bênçãos de Jacó sobre seus doze filhos e as bênçãos de Moisés sobre as doze tribos. Cada janela é dominada por uma cor específica e contém uma citação das bênçãos individuais.


Marc Chagall – Chagall Windows, Dan – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


As doze tribos de Israel representam os doze grupos do antigo Israel, que são tradicionalmente descendentes de um dos doze filhos de Jacó: Reuben, Simeon, Levi, Judah, Dan, Naphtali, Gad, Asher, Issachar, Zebulun, Joseph e Benjamin. Após a morte de Jacó, o território de Israel foi dividido entre seus doze filhos, designando as doze tribos de Israel.


Marc Chagall – Chagall Windows, Naphtali – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Chagall e seu assistente, Charles Marq, trabalharam no projeto por dois anos, período durante o qual Marq desenvolveu um processo especial para aplicar cor ao vidro. Isso permitiu que Chagall usasse até três cores em um único painel, em vez de ficar confinado à técnica tradicional de separar cada painel colorido por uma tira de chumbo.


Marc Chagall – Chagall Windows, Gad – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Cada painel é um microcosmo do mundo de Chagall, real e de seu imaginário, de seu amor por seu povo, seu profundo senso de identificação com a história judaica, e de sua vida inicial no shtetl russo.


Marc Chagall – Chagall Windows, Asher – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Diante do simples quadrado que forma o pedestal das janelas, olhando para as imagens vívidas, os símbolos judaicos, as figuras flutuantes de animais, peixes e flores, até o espectador mais casual é dominado pelo seu poder e presença.


Marc Chagall – Chagall Windows, Issachar – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


A sinagoga foi inaugurada na presença do artista em 6 de fevereiro de 1962 como parte da Celebração do Aniversário de Ouro do Hospital Hadassah.


Marc Chagall – Chagall Windows, Zebulun – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Chagall disse: "Todo o tempo que eu estava trabalhando, senti minha mãe e meu pai olhando por cima do meu ombro e atrás deles estavam judeus, milhões de outros judeus desaparecidos, de ontem e mil anos atrás".

"Este é o meu modesto presente para o povo judeu que sempre sonhou com amor bíblico, amizade e paz entre todos os povos. Este é o meu presente àquele povo que viveu aqui há milhares de anos entre os outros povos semitas." Marc Chagall, 6 de fevereiro de 1962.



Marc Chagall – Chagall Windows, Joseph – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Marc Chagall – Chagall Windows, Benjamin – vitral - 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


Marc Chagall (Vitebsk 1887–1985 Saint-Paul-de-Vence) foi um artista prolífico, cuja carreira se estendeu por muitas décadas. Ele trabalhou em muitos tipos de mídias: desenho, pintura, mídia impressa e vitrais. Chagall participou dos movimentos modernos do pós-impressionismo incluindo surrealismo e expressionismo. Nascido perto da aldeia de Vitebsk, na atual Bielorrússia, Chagall mudou para Paris em 1910 permanecendo lá até 1914 para desenvolver seu estilo artístico, retornando à Russia por sentir saudades de sua noiva Bella, com quem se casou. Em 1923 mudaram novamente para a França, para escapar das dificuldades da vida soviética que se seguiram à I Guerra Mundial e à Revolução de Outubro. Em 1941, mudou para os Estados Unidos, escapando da Segunda Guerra Mundial e ali permaneceu até 1948, retornando para a França.

O início da vida de Chagall deixou-o com uma memória visual poderosa e uma inteligência pictórica. Depois de viver na França e experimentar a atmosfera de liberdade artística, ele criou uma nova realidade, que se baseou em ambos os mundos internos e externos. Mas foram as imagens e memórias de seus primeiros anos em Belarus, na Russia, que sustentaram a sua arte por mais de 70 anos. Há certos elementos em sua arte que se mantiveram permanentes e são vistos ao longo de sua carreira. Um deles foi a sua escolha dos temas e a forma como eles foram retratados. O elemento mais constante, obviamente, é o seu dom para a felicidade e sua compaixão instintiva, que mesmo nos assuntos mais sérios o impediam de dramatizar.

Uma dimensão simbólica sempre esteve presente nos temas de Chagall. Sem dúvida, esta abordagem ajudou Chagall a atingir a popularidade que seu trabalho desfrutava na época, mas ao mesmo tempo o desejo de ser compreensível emprestou às pinturas um toque de romantismo que parecia um pouco fora de época. Através de sua linguagem poética altamente original ele foi capaz de criar um novo universo a partir das três culturas diferentes que ele havia assimilado. Flores e animais são uma presença constante em suas pinturas, habilitando-o por um lado a superar a interdição judaica de representação humana, enquanto por outro lado formando metáforas para um mundo possível, em que todos os seres vivos possam viver em paz como na cultura medieval russa. Sua arte constitui uma espécie de mixagem entre culturas e tradições. A chave fundamental para sua modernidade reside no seu desejo de transformar uma obra de arte em uma linguagem capaz de fazer perguntas que não foram ainda respondidas pela humanidade.


Marc Chagall – Chagall Windows – vitrais - cada: 3,35 m de altura x 2,43 m de largura - Hadassah Ein Kerem Hospital, Israel


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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Dia Mundial da Fotografia – Parabéns a todos os fotógrafos!

Joaquin Sorolla y Bastida - The Photographer Christian Franzen, 1903 – óleo sobre tela – 100 x 66 cm – coleção particular


Dia Mundial da Fotografia – Parabéns a todos os fotógrafos!


Christian Franzen e Nisser (1864-1923) foi um fotógrafo dinamarquês que desenvolveu seu trabalho fotográfico em Madri, Espanha. Apelidado "fotógrafo de reis e rei dos fotógrafos", foi o primeiro a fazer fotografias de magnésio na Espanha e ao longo de sua vida ele fotografou quase toda a nobreza espanhola da corte de Alfonso XIII. Franzen foi um dos fotógrafos favoritos da família real e da aristocracia. Seus retratos do rei Alfonso XIII, sua esposa, a rainha Victoria Eugenia, e da Regente Maria Cristina de Habsburgo-Lorena (de que diziam ter certo carinho pelo fotógrafo), são famosos.
Colaborou com a revista Blanco y Negro, onde ilustrava três de suas seções: "Estudos Fisionómicos", "Madri de Noite" e "Fotografias Íntimas". Seu trabalho fotográfico também ocorria nos salões da aristocracia de Madri, onde as figuras mais importantes da sociedade econômica e cultural se reuniam. Fez as ilustrações do livro Salones de Madrid. Seu trabalho como retratista inclui jornalistas, políticos como Sagasta, escritores como Concha Espina e Emilia Pardo Bazán e pintores como Sorolla, que ele retratou em seu estúdio em Madri.

Joaquín Sorolla y Bastida (Valencia, Espanha, 27 de fevereiro de 1863 - 10 de agosto de 1923) foi um pintor que se destacou na pintura de retratos, paisagens e obras monumentais de temas sociais e históricos. Suas obras mais típicas são caracterizadas por uma representação hábil do povo e da paisagem sob o sol brilhante de sua terra natal e água ensolarada. Ele começou a estudar arte aos 9 anos, e aos dezoito anos se mudou para Madrid, onde estudou vigorosamente as pinturas dos grandes mestres no Museo del Prado. Depois viajou para Roma e Paris para mais estudos. Em 1888, Sorolla retornou à Valência para se casar com Clotilde García del Castillo, que ele conheceu em 1879, enquanto trabalhava no estúdio de seu pai. Eles tiveram três filhos: Maria, Joaquín e Elena. Em 1890, eles se mudaram para Madri e, na década seguinte, Sorolla se concentrou principalmente sobre a produção de grandes telas de temas mitológicos, históricos e sociais, para exposição em salões e exposições internacionais em Madri, Paris, Veneza, Munique, Berlim e Chicago.

Ele logo ganhou fama e se tornou o chefe reconhecido da moderna escola espanhola de pintura. Seu retrato “O Retorno da Pesca” de 1894, foi muito admirado no Salon de Paris e foi adquirido pelo governo francês para o Musée du Luxembourg. Sorolla ganhou uma medalha de honra na Exposição Universal de Paris de 1900 e foi nomeado como Cavaleiro da Legião de Honra. Nos anos seguintes, Sorolla foi homenageado como um membro das Academias de Belas Artes de Paris, Lisboa e Valência, e como um Filho Favorito de Valência. Ele visitou os Estados Unidos duas vezes e pintou 14 magníficos murais (As Províncias da Espanha), instalados até hoje no edifício da Hispanic Society of America em Manhattan, New York.

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http://www.arteeblog.com/2018/02/analise-da-pintura-my-family-de-joaquin.html

http://www.arteeblog.com/2017/02/analise-de-paseo-la-orillas-del-mar-de.html



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