segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Análise de “Paseo a la Orillas del Mar” de Joaquín Sorolla y Bastida

Joaquín Sorolla y Bastida - Paseo a la Orillas del Mar (Strolling Along The Seashore), 1909 – óleo sobre tela – 205 x 200 cm – Museo Sorolla, Valencia, Espanha


Análise de “Paseo a la Orillas del Mar” de Joaquín Sorolla y Bastida


“Paseo a las Orillas del Mar” (Passeio à Beira-mar) foi pintada durante o verão de 1909 na praia de Valência, depois de Sorolla ter colhido grande sucesso nos Estados Unidos. A água e a areia da praia foram representadas em pinceladas largas em azul, lilás e turquesa, se convertendo em uma tela de fundo quase abstrata para as figuras refinadas da esposa do pintor, Clotilde, e de sua filha Maria. A sugestão da brisa no ondular dos vestidos intensifica a impressão de fugacidade momentânea, para a qual contribui também o uso de um enquadramento fotográfico que corta o chapéu de Clotilde e deixa um trecho de areia na parte inferior. Embora o cenário seja o mesmo de outras cenas de praia de Valencia de Joaquín Sorolla, o enfoque aqui é diferente, se encaixando no gênero iconográfico conhecido como "passeio elegante", protagonizado por pessoas ricas e bem-vestidos que vêm para a costa do mar.

Joaquín Sorolla y Bastida (Valencia, Espanha, 27 de fevereiro de 1863 - 10 de agosto de 1923) foi um pintor que se destacou na pintura de retratos, paisagens e obras monumentais de temas sociais e históricos. Suas obras mais típicas são caracterizadas por uma representação hábil do povo e da paisagem sob o sol brilhante de sua terra natal e água ensolarada. Ele começou a estudar arte aos 9 anos, e aos dezoito anos se mudou para Madrid, onde estudou vigorosamente as pinturas dos grandes mestres no Museo del Prado. Depois viajou para Roma e Paris para mais estudos. Em 1888, Sorolla retornou à Valência para se casar com Clotilde García del Castillo, que ele conheceu em 1879, enquanto trabalhava no estúdio de seu pai. Eles tiveram três filhos: Maria, Joaquín e Elena. Em 1890, eles se mudaram para Madri e, na década seguinte, Sorolla se concentrou principalmente sobre a produção de grandes telas de temas mitológicos, históricos e sociais, para exposição em salões e exposições internacionais em Madri, Paris, Veneza, Munique, Berlim e Chicago.

Ele logo ganhou fama e se tornou o chefe reconhecido da moderna escola espanhola de pintura. Seu retrato “O Retorno da Pesca” de 1894, foi muito admirado no Salon de Paris e foi adquirido pelo governo para o Musée du Luxembourg. Sorolla ganhou uma medalha de honra na Exposição Universal de Paris de 1900 e foi nomeado como Cavaleiro da Legião de Honra. Nos anos seguintes, Sorolla foi homenageado como um membro das Academias de Belas Artes de Paris, Lisboa e Valência, e como um Filho Favorito de Valência. Ele visitou os Estados Unidos duas vezes e pintou 14 magníficos murais (As Províncias da Espanha), instalados até hoje no edifício da Hispanic Society of America em Manhattan, New York.


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sábado, 25 de fevereiro de 2017

A história da pintura The White Pierrot (Jean Renoir) de Pierre-Auguste Renoir

Pierre-Auguste Renoir – The White Pierrot (Jean Renoir), 1901/1902 – óleo sobre tela – 79,1 x 61,9 cm – Detroit Institute of Art, Detroit, USA


A história da pintura The White Pierrot (Jean Renoir) de Pierre-Auguste Renoir


Pierre-Auguste Renoir (Limoges, França, 25 de fevereiro de 1841 - Cagnes-sur-Mer, França, 3 de dezembro de 1919), começou como aprendiz de pintor de porcelana e estudou desenho em seu tempo livre. Depois de anos como um pintor iniciante, Renoir ajudou a lançar um movimento artístico chamado impressionismo em 1870s. Ele acabou se tornando um dos artistas mais conceituados de sua época. Depois de um começo humilde como aprendiz numa fábrica de porcelanas, ele entrou na École des Beaux-Arts em 1862. Renoir também se tornou um estudante de Charles Gleyre. No estúdio de Gleyre, Renoir logo fez amizade com outros três jovens artistas: Frédéric Bazille, Claude Monet e Alfred Sisley. E, através de Monet, conheceu talentos emergentes como Camille Pissarro e Paul Cézanne. Com eles, fundou o Impressionismo.

Os Impressionistas são tão universalmente populares hoje que é difícil imaginar um momento em que eles não eram admirados. Mas no início dos anos 1870 eles se esforçaram para serem aceitos. Evitados pelo establishment da arte, foram até mesmo citados como 'lunáticos' por um crítico. O termo "impressionista" foi usado pela primeira vez como um insulto, em resposta a uma exposição de pinturas novas em Paris em 1874. Esse grupo diverso de pintores, rejeitados pelo establishment da arte, desafiadoramente criaram a sua própria exposição. O nome do estilo deriva do título de um trabalho de Claude Monet, “Impression, Soleil Levant” (Impressão, Sol Nascente).

Renoir se casou com sua modelo e namorada de longa data, Aline Charigot em 1890, com quem já tinha um filho, Pierre. Depois de seu casamento, Renoir pintou muitas cenas de sua esposa e da vida familiar diária, incluindo seus filhos e sua babá, a prima de Aline, Gabrielle Renard. Os Renoir tiveram três filhos: Jean Renoir, que se tornou um cineasta de destaque, Pierre Renoir, que se tornou um ator de teatro e de cinema, e Claude Renoir, que se tornou um artista de cerâmica.
Jean Renoir foi retratado nessa pintura.


Jean Renoir (Paris, França, 15 de setembro de 1894 - Beverly Hills, California, 12 de fevereiro de 1979) foi um cineasta francês, roteirista, ator, produtor e autor. Como um diretor de cinema e ator, ele fez mais de quarenta filmes da era do cinema mudo até o fim da década de 1960. Seus filmes La Grande Illusion (1937) e The Rules of the Game (1939) são freqüentemente citados pelos críticos como um dos maiores filmes já feitos. Entre inúmeras honras acumuladas durante sua vida, ele recebeu um Oscar: Lifetime Achievement Academy Award em 1975 por sua contribuição para a indústria cinematográfica.

O Pierrot é um personagem de pantomima e Commedia dell'Arte cujas origens estão numa trupe italiana do final do século XVII que atuava em Paris e era conhecida como a Comédie-Italienne. Na cultura popular contemporânea (na poesia, na ficção, nas artes visuais, bem como no palco, na tela e na sala de concertos) ele é um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. Mas depois Colombina descobre o amor de Pierrot por ela, despede-se de Arlequim e reencontra Pierrot com quem passa a viver junto em um relacionamento com muita felicidade. Ele atua desmascarado, com um rosto esbranquiçado, e veste uma blusa branca solta (algumas vezes metade pretas) com botões grandes e calças brancas largas e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo sempre o alvo de piadas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. O Pierrot também é apresentado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.


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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Análise da pintura Pierrot de Jean-Antoine Watteau

Jean-Antoine Watteau - Pierrot (antigo nome Gilles), 1718-19 - óleo sobre tela - 185 x 150 cm – Musée du Louvre, Paris


Análise da pintura Pierrot de Jean-Antoine Watteau


Este retrato de um Pierrot poético e sonhador é uma pintura excepcionalmente grande para Watteau. Pode ter sido uma placa de propaganda para um café pertencente a um ex-ator com o nome de Belloni. Os personagens da Commedia dell'Arte na parte inferior da pintura lhe dão um ar enigmático. O personagem de Pierrot ocupa quase toda a pintura, destacando-se contra o céu, enquanto os personagens da Commedia dell'Arte estão pintados em metade do seu comprimento. Quatro personagens podem ser identificados: o médico em seu burro, os amantes Leandro e Isabella, e o capitão.

A fluidez da pincelada e as cores brilhantes fazem desta pintura uma verdadeira obra-prima. Muitas vezes tem sido visto como um autorretrato em que o artista se representa como um palhaço triste. Tornou-se muito difícil determinar se a figura de Pierrot é um retrato tirado da vida (talvez um dos amigos de Watteau ou um ator conhecido) ou uma alegoria tirada da imaginação do artista. O trabalho extrai seu poder dramático a partir do momento de estática na ação, a imobilidade pesada do personagem central, e o ponto de vista escolhido pelo artista, olhando para Pierrot de baixo.


Jean-Antoine Watteau - Pierrot (antigo nome Gilles), 1718-19 - óleo sobre tela - 185 x 150 cm – Musée du Louvre, Paris - detalhe


O Pierrot é um personagem de pantomima e Commedia dell'Arte cujas origens estão numa trupe italiana do final do século XVII que atuava em Paris e era conhecida como a Comédie-Italienne. Na cultura popular contemporânea (na poesia, na ficção, nas artes visuais, bem como no palco, na tela e na sala de concertos) ele é um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. Mas depois Colombina descobre o amor de Pierrot por ela, despede-se de Arlequim e reencontra Pierrot com quem passa a viver junto em um relacionamento com muita felicidade. Ele atua desmascarado, com um rosto esbranquiçado, e veste uma blusa branca solta (algumas vezes metade pretas) com botões grandes e calças brancas largas e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo sempre o alvo de piadas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. O Pierrot também é apresentado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.


Jean-Antoine Watteau - Pierrot (antigo nome Gilles), 1718-19 - óleo sobre tela - 185 x 150 cm – Musée du Louvre, Paris


Jean-Antoine Watteau (batizado 10 de outubro de 1684 - 18 de julho de 1721), mais conhecido como Antoine Watteau, foi um pintor francês cuja breve carreira estimulou o renascimento do interesse pela cor e pelo movimento, como visto na tradição de Correggio e Rubens. Ele revitalizou o então decadente estilo Barroco, mudando-o para o Rococó, um gênero menos severo, mais naturalista e menos formalmente clássico. Watteau inventou o gênero Fêtes Galantes, cenas de encanto bucólico e idílico, repletos de ar teatral. Alguns de seus temas mais conhecidos foram extraídos do mundo da comédia italiana e do balé.

Esse blog possui mais um artigo sobre Jean-Antoine Watteau. Clique sobre o link abaixo para ver:



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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A história do retrato de Manon Balletti, o grande amor de Casanova

Jean-Marc Nattier - "Manon Balletti", 1757 – óleo sobre tela – 54 x 47,5 cm – The National Gallery, London, UK


A história do retrato de Manon Balletti, o grande amor de Casanova


Ao contrário de muitos retratos que Nattier fez de personagens da Corte, essa representação de Manon Balletti é notável por sua aparente simplicidade. A vivacidade e a atração da modelo são transmitidas pela ligeira inclinação de sua cabeça e enfatizada pela rosa fixada em seu vestido, além de seu olhar e de seu sorriso esboçado. Um véu preso por um broche adornado por duas pequenas flores “amor-perfeito” em seu cabelo, cobre parcialmente um colar de pérolas. Mademoiselle Balletti está envolvida e é envolvente.

Manon Balletti se tornou noiva de Casanova na época em que o retrato foi pintado. Em 1760 ela se casou com um pretendente mais respeitável embora mais velho. Manon Balletti (1740-1776) era filha de atores italianos atuando na França e amante do famoso sedutor Giacomo Casanova. Sua mãe era Silvia Balletti, uma atriz da companhia Comédie Italienne e irmã mais nova do amigo mais próximo de Casanova. Os amantes começaram seu relacionamento quando Casanova tinha trinta e dois anos de idade e Manon tinha dezessete anos.

Ela escreveu quarenta e duas cartas cheias de amor e sentimentos profundos por ele. Uma citação bem conhecida dessas cartas descreve Casanova como: "Meu amante, meu marido, meu amigo". As paixões sexuais de Casanova fizeram com que ele fosse infiel, fazendo com que seu relacionamento de três anos tivesse vários altos e baixos. No entanto, ela continuou a compartilhar sua casa, na Rue du Petit-Lion-St. Sauveur. Nessa época, Manon estava comprometida com seu professor de clavicórdio (um instrumento de teclas europeu usado desde o final da Idade Média, durante o Renascimento, Barroco e período Clássico), mas rompeu o noivado a pedido de Casanova, começando assim um novo noivado com ele. Isso não o impedia de ter várias relações sexuais com outras mulheres, mas Manon permaneceu fiel a ele. Os escritos de Casanovas registram seu pesar por ele ter sido indelicado com ela quando tiveram esse relacionamento.

Quando Casanova foi preso depois de ser processado por credores em Paris, Manon enviou um par de brincos de diamante para comprar sua liberdade. Posteriormente, ela terminou o noivado e retornou a ele seu retrato e suas cartas. Manon se casou com o arquiteto Jacques-François Blondel (1705-1774) pouco depois, decepcionando Casanova, que acreditava que um dia poderia permanecer com ela. Manon faleceu aos 36 anos por problemas pulmonares.


Jean-Marc Nattier - Manon Balletti, 1757 – óleo sobre tela – 54 x 47,5 cm – The National Gallery, London, UK - detalhe


Giacomo Girolamo Casanova (2 de abril de 1725 - 4 de junho de 1798) foi um aventureiro e autor italiano da República de Veneza. Sua autobiografia, “Histoire de ma Vie”, é considerada como uma das fontes mais autênticas dos costumes e normas da vida social europeia durante o século XVIII. Ele se tornou tão famoso por seus relacionamentos, muitas vezes complicados e elaborados com as mulheres, que seu nome é agora sinônimo de "sedutor".


Jean-Marc Nattier (Paris, 17 de março de 1685 - 7 de novembro de 1766), foi um pintor francês, filho de Marc Nattier (1642-1705), pintor de retratos e de Marie Courtois (1655-1703), miniaturista. Ele é conhecido por seus retratos de damas da corte do rei Louis XV em trajes da mitologia clássica. Em 1715 ele foi para Amsterdã, onde Pedro, o Grande estava então hospedado, e pintou retratos do czar e da imperatriz Catherine, mas recusou uma oferta para ir à Rússia. O colapso financeiro de 1720 arruinou Nattier, que se viu forçado a dedicar toda a sua energia ao retrato, que era mais lucrativo. Transformou-se no pintor das senhoras artificiais da corte de Louis XV. Ele posteriormente reavivou o gênero do retrato alegórico, no qual uma pessoa é retratada como uma deusa greco-romana ou outra figura mitológica. Os retratos graciosos e encantadores de Nattier de senhoras da corte estavam na moda, em parte porque podia embelezar uma modelo, mantendo sua semelhança.


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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Pinturas de Louis Comfort Tiffany

Louis Comfort Tiffany - Taming the Flamingo (Feeding the Flamingoes), 1888 – aquarela sobre papel – 90,2 x 58,4 cm - Charles Hosmer Morse Museum of American Art, Winter Park, USA

Essa pintura precede o vitral com o mesmo nome, feito por Tiffany. Ele está nos dizendo claramente que a jovem virginal que ele colocou nesta cena pitoresca é, como o flamingo, bela, equilibrada e graciosa. O viajado Tiffany estava compreensivelmente apaixonado por este elegante pássaro que ele certamente conhecia de partes da África, do sul da Ásia e do sul da Europa, lugares exóticos que inspiraram o artista ao longo de sua vida. Tanto o vitral como a aquarela foram expostos na feira mundial em Chicago, em 1893, e finalmente chegaram à propriedade rural do artista, Laurelton Hall.


Pinturas de Louis Comfort Tiffany


Louis Comfort Tiffany - Fruit Vendors under the Sea Wall at Nassau, 1870 – óleo sobre tela – 84,5 x 127 cm – coleção particular


Louis Comfort Tiffany - Landscape with Figure, 1870 – óleo sobre papel – 22,8 x 17,8 cm - Charles Hosmer Morse Museum of American Art, Winter Park, USA


Louis Comfort Tiffany - The Village Peddler, 1875 – aquarela sobre madeira – 71,1 x 101,6 cm – coleção particular


Louis Comfort Tiffany – The Castillo De San Marcos, St. Augustine, 1883 – óleo sobre tela – 48,3 x 96,5 cm – coleção particular


Louis Comfort Tiffany - Pushing Off the Boat at Sea Bright, New Jersey, 1887 – óleo sobre tela – 58,4 x 88,9 cm – coleção particular


Louis Comfort Tiffany - Louise Tiffany, Reading, 1888 – crayon - Metropolitan Museum of Art - New York, USA

Aqui Tiffany retratou sua segunda esposa, Louise, lendo em uma chaise, em seu estúdio no último andar na casa da 72nd Street e Madison Avenue, com um piano de cauda no fundo.


Louis Comfort Tiffany - My Family at Somesville, 1888 – óleo sobre tela – 61 x 91,4 cm - Charles Hosmer Morse Museum of American Art, Winter Park, USA

Enquanto alguns artistas que visitavam a popular ilha de Somesville, Maine, optaram por se concentrar nas impressionantes paisagens marinhas, Louis Comfort Tiffany (1848-1933) voltou sua atenção para um vasto campo de flores silvestres onde sua família deu um passeio. A pintura retrata a segunda esposa de Tiffany, Louise, com o filho Charles Lewis, a filha Mary, os gêmeos Comfort e Julia, e sua babá em um passeio com uma vaca. A cena de Somesville, uma imagem idílica ao ar livre de sua família, era uma das favoritas de Tiffany.


Louis Comfort Tiffany - The Blossoms of Spring (Flora and Spring), 1887-1898 – óleo sobre tela – 168,9 x 256,4 cm – Charles Hosmer Morse Museum of American Art, Winter Park, USA

Nesta grande tela, Tiffany combina luz, cor, natureza, família e pompa com efeito deslumbrante. Os parentes recordam posar para pinturas de Tiffany regularmente, muitas vezes sendo fotografado por ele durante suas visitas. Nessa pintura estão: a sobrinha de Tiffany, Alfreda Mitchell, aos doze anos, a irmã de Alfreda, Charly Tiffany Mitchell, as duas filhas de Tiffany, Mary e Hilda, e amigos próximos e vizinhos da família. Tiffany pendurou a pintura em sua casa na Seventy-Second Street em New York City e mais tarde em sua propriedade de Long Island, Laurelton Hall.


Louis Comfort Tiffany - Boys Fishing, 1900 – óleo sobre tela – 40,6 x 50,8 cm – coleção particular


Louis Comfort Tiffany – Flowers in a Vase, 1916 – aquarela e grafite sobre papel – 33,6 x 45 cm – coleção particular


Louis Comfort Tiffany - Peonies and Iris, 1915 – óleo sobre tela – 94,6 x 62,2 cm - Charles Hosmer Morse Museum of American Art, Winter Park, USA


Louis Comfort Tiffany (New York City, 18 de fevereiro de 1848 – New York, 17 de janeiro de 1933) foi um artista e designer de artes decorativas e é mais conhecido por seu trabalho em vitrais. Ele é o artista americano mais associado aos movimentos Art Nouveau e Aesthetic. Tiffany era afiliado com um prestigiado grupo de designers conhecidos como Associated Artists. Ele criou vitrais e lâmpadas, mosaicos de vidro, vidro soprado, cerâmica, joias, esmaltes e trabalhos em metal. E foi o primeiro diretor de design em sua empresa familiar, Tiffany & Co., fundada por seu pai Charles Lewis Tiffany.

Seu primeiro treinamento artístico foi como pintor. Ele também estudou na National Academy of Design em Nova York em 1866-67 e com o pintor Leon-Adolphe-Auguste Belly em 1868-69. As pinturas de paisagem de Belly foram uma grande influência sobre Tiffany.

Tiffany começou como um pintor, mas tornou-se interessado em vidro por volta de 1875. Em 1879, ele se juntou com Candace Wheeler, Samuel Colman e Lockwood de Forest para formar Louis Comfort Tiffany e Artistas Americanos Associados. O negócio durou apenas quatro anos. O grupo fez desenhos para papel de parede, móveis e têxteis. Mais tarde, ele abriu sua própria fábrica de vidro em Corona, Nova York, determinado a melhorar a qualidade do vidro contemporâneo. A liderança e o talento de Tiffany, bem como o dinheiro e conexões de seu pai, levaram esse negócio a prosperar. Em 1902, Tiffany se tornou o primeiro Diretor de Design da Tiffany & Co., a empresa de joias fundada por seu pai.


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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A história da pintura “The Auditorium of the Old Burgtheater” de Gustav Klimt

Gustav Klimt - The Old Burgtheater, 1888-1889 – guache sobre papel - 92 x 82 cm - Historisches Museum der Stadt Wien, Vienna, Austria



A história da pintura “The Auditorium of the Old Burgtheater” de Gustav Klimt


Klimt retratou o palco do Burgtheater a partir do palco para o auditório. Uma escolha estranha, porque as abordagens convencionais para este tema em geral mostram atores atuando no palco. É típico do estilo acadêmico dos primeiros trabalhos de Klimt. Os detalhes minuciosos dessa pintura, que inclui mais de 150 retratos individuais minúsculos, são impressionantes em sua precisão quase fotográfica. Entre os membros da plateia estão o primeiro-ministro austríaco, o prefeito de Viena, o compositor Brahms e a amante do Imperador, Katherina Schratt, uma atriz. Quando o público vienense soube dessa encomenda, as pessoas imploraram para Klimt inserir os seus retratos na pintura, por menor que fossem.


Gustav Klimt - The Old Burgtheater, 1888-1889 - detalhe


Gustav Klimt (Baumgarten, Viena, 14 de julho de 1862 — Viena, 6 de fevereiro de 1918) foi um pintor austríaco. Associado ao simbolismo, destacou-se dentro do movimento Art Nouveau austríaco e foi um dos fundadores do movimento da Secessão de Viena, que recusava a tradição acadêmica nas artes, e fundador também do jornal do movimento, “Ver Sacrum”. Klimt também foi membro honorário das universidades de Munique e Viena. Ele produziu um dos mais importantes corpos de arte erótica do século. Inicialmente bem-sucedido como um pintor acadêmico convencional, seu encontro com tendências mais modernas na arte europeia o encorajou a desenvolver seu próprio estilo eclético e muitas vezes fantástico. Os seus maiores trabalhos incluem pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte, muitos deles expostos na Galeria da Secessão de Viena. Klimt completou várias obras-primas, incluindo O Beijo, Danaë e o Retrato de Adele Bloch-Bauer I.

Klimt escreveu pouco sobre sua visão ou seus métodos. Em um raro escrito chamado "Comentário sobre um autorretrato inexistente", ele afirma: "Eu nunca pintei um autorretrato. Estou menos interessado em mim mesmo como um tema para uma pintura do que em outras pessoas, acima de tudo, mulheres. Não há nada especial sobre mim. Eu sou um pintor que pinta dia após dia, de manhã à noite. Quem quiser saber algo sobre mim deve olhar atentamente para as minhas pinturas."


Gustav Klimt - The Old Burgtheater, 1888-1889 - detalhe


Esse blog possui mais artigos sobre Gustav Klimt. Clique sobre esses links para ver:





Assista um vídeo sobre Gustav Klimt e sua arte, clicando aqui:




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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Pinturas sobre o amor, por Marc Chagall

Marc Chagall - The Betrothed and the Eiffel Tower, 1913 – óleo sobre tela - Musée National Message Biblique Marc Chagall, Nice, France


Pinturas sobre o amor, por Marc Chagall


“Só o amor me interessa, e eu estou apenas em contato com coisas que giram em torno do amor” - Marc Chagall

“Nas artes, como na vida, tudo é possível desde que se baseie no amor” - Marc Chagall

“Em nossa vida há uma única cor, como na paleta de um artista, que fornece o sentido da vida e da arte. É a cor do amor” - Marc Chagall

“Se eu criar com o coração, quase tudo funciona. Se criar com a cabeça, quase nada” - Marc Chagall


Marc Chagall – Artist and his Wife, 1980 – óleo sobre tela - 89 x 116 cm – coleção particular


Marc Chagall – “Lovers in the Lilacs” – 1930 – óleo sobre tela - 131.4 × 89.5 cm – The Metropolitan Museum of Art

Esse blog possui um artigo sobre essa pintura. Clique nesse link para ver:



Marc Chagall – Blue Lovers, 1914 – óleo sobre cartão – 44 x 49 cm – coleção particular


Marc Chagall – Big Sun, 1958 – óleo sobre madeira – 44 x 54,4 cm – coleção particular


Marc Chagall – Over the Town, 1918 – óleo sobre tela – 56 x 45 cm - Tretyakov Gallery, Moscow, Russia

Chagall gostava de criar pinturas que mostravam ele e sua esposa, Bella Rosenfeld Chagall, voando no ar. “Over the Town” (Sobre a Cidade) é uma celebração de seu amor e como eles se tornaram unificados quando casaram. A pintura mostra Chagall e sua esposa voando acima de Vitebsk, que é uma pequena cidade onde ele cresceu. Chagall está segurando sua esposa bem perto, enquanto ela acena com uma mão aberta pelo ar. As casas abaixo deles são todas da mesma cor, exceto uma casa vermelha ao fundo.


Marc Chagall – Coq Rouge dans la Nuit, 1944 – óleo sobre tela - 68.6 x 79.4 cm – coleção particular


Marc Chagall – “The Promenade” – 1918 - óleo sobre tela - 169.6 x 163.4 cm - Russian Museum, St. Petersburg, Russia

Esse blog possui um artigo sobre essa pintura. Clique nesse link para ver:




Marc Chagall – La Mariée, 1950 – guache sobre papel – 68 x 53 cm – coleção particular

Essa pintura foi descrita por Chagall como "Uma ode ao amor jovem". O casamento é o tema principal da pintura, e inclui um recurso encontrado em outras pinturas de Chagall e em muitas outras obras de arte européias do século XX: animais tocando instrumentos musicais. Neste caso é uma cabra tocando um violino. A pintura também mostra um homem tocando uma flauta, uma menina, um peixe com braços segurando uma vela e um banco e um esquilo.


Marc Chagall – The Wedding Candles, c. 1945 – óleo sobre tela – 120 x 122,2 cm – coleção particular


Simbolismo de figuras na arte de Chagall - pequeno resumo
Vaca = vida / Árvore = vida / Galo = fertilidade / Violino = lembranças dos violinistas da cidade natal Vitebsk / Peixe voador = lembrança do pai dele que trabalhava numa indústria de herring / Relógio com pêndulo = tempo e vida modesta / Castiçais = simboliza o Shabbat e a vida dos judeus devotos / Janela = amor à liberdade / Casas de Vitebsk = saudades da cidade natal / Cenas de circo = criatividade e alegria / Cavalos = liberdade / Torre Eiffel = outro símbolo de liberdade.

Marc Chagall (Vitebsk 1887–1985 Saint-Paul-de-Vence) foi um artista prolífico, cuja carreira se estendeu por muitas décadas. Ele trabalhou em muitos tipos de mídias: desenho, pintura, mídia impressa e vitrais. Chagall participou dos movimentos modernos do pós-impressionismo incluindo surrealismo e expressionismo. Nascido perto da aldeia de Vitebsk, na atual Bielorrússia, Chagall mudou para Paris em 1910 permanecendo lá até 1914 para desenvolver seu estilo artístico, retornando à Russia por sentir saudades de sua noiva Bella, com quem se casou. Em 1923 mudaram novamente para a França, para escapar das dificuldades da vida soviética que se seguiram à I Guerra Mundial e à Revolução de Outubro. Em 1941, mudou para os Estados Unidos, escapando da Segunda Guerra Mundial e ali permaneceu até 1948, retornando para a França.

O início da vida de Chagall deixou-o com uma memória visual poderosa e uma inteligência pictórica. Depois de viver na França e experimentar a atmosfera de liberdade artística, ele criou uma nova realidade, que se baseou em ambos os mundos internos e externos. Mas foram as imagens e memórias de seus primeiros anos em Belarus, na Russia, que sustentaram a sua arte por mais de 70 anos. Há certos elementos em sua arte que se mantiveram permanentes e são vistos ao longo de sua carreira. Um deles foi a sua escolha dos temas e a forma como eles foram retratados. O elemento mais constante, obviamente, é o seu dom para a felicidade e sua compaixão instintiva, que mesmo nos assuntos mais sérios o impediam de dramatizar.

Uma dimensão simbólica sempre esteve presente nos temas de Chagall. Sem dúvida, esta abordagem ajudou Chagall a atingir a popularidade que seu trabalho desfrutava na época, mas ao mesmo tempo o desejo de ser compreensível emprestou às pinturas um toque de romantismo que parecia um pouco fora de época. Através de sua linguagem poética altamente original ele foi capaz de criar um novo universo a partir das três culturas diferentes que ele havia assimilado. Flores e animais são uma presença constante em suas pinturas, habilitando-o por um lado a superar a interdição judaica de representação humana, enquanto por outro lado formando metáforas para um mundo possível, em que todos os seres vivos possam viver em paz como na cultura medieval russa. Sua arte constitui uma espécie de mixagem entre culturas e tradições. A chave fundamental para sua modernidade reside no seu desejo de transformar uma obra de arte em uma linguagem capaz de fazer perguntas que não foram ainda respondidas pela humanidade.


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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Al Jarreau - Agua de Beber

 


Al Jarreau - Agua de Beber


"Água de Beber" ("Drinking Water") é uma canção brasileira da bossa nova, composta por Antonio Carlos Jobim, com a letra escrita por Vinicius de Moraes. A versão em inglês foi escrita por Norman Gimbel. A canção já foi gravada por Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Astrud Gilberto, Sergio Mendes, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Eliane Elias, Charlie Byrd, além de Al Jarreau, entre outros.

Um dos engenheiros que ajudaram na construção de Brasília, Kléber Farias, relatou que em 1959, época da construção da nova capital do Brasil, Juscelino Kubitschek, o presidente do país, convidou Tom Jobim e Vinicius de Moraes para passar uma temporada no Catetinho (palácio provisório, feito de madeira) para compor uma sinfonia que deveria ser executada no dia da inauguração de Brasília. Numa noite qualquer, Vinicius e Tom caminhavam perto do Palácio de Madeira, quando ouviram o barulho de água atrás do Catetinho, e perguntaram para o vigia, “mas que barulho de água é esse aqui? Você não sabe não? É aqui que tem água de beber, camará."  Assim conheceram a fonte, de água e de inspiração para a primeira música composta em Brasília.


Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da Bossa Nova. Suas canções foram interpretadas por muitos cantores e instrumentistas no Brasil e internacionalmente. Em 1965 o álbum Getz / Gilberto (tendo Tom Jobim como compositor e pianista) foi o primeiro álbum de jazz a ganhar o Grammy Award para Álbum do Ano. A canção "Garota de Ipanema" foi gravada mais de 240 vezes por outros artistas, sendo uma das músicas mais gravadas de todos os tempos. Seu álbum de 1967 com Frank Sinatra, “Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim”, foi nomeado para Álbum do Ano em 1968. Jobim deixou um grande número de canções que agora estão incluídas nos repertórios standard de Jazz e pop.

Marcus Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, cantor e compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia a alcunha "poetinha", que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Ainda assim, sempre considerou que a poesia foi sua primeira e maior vocação, e que toda sua atividade artística deriva do fato de ser poeta. No campo musical, ele teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Alwin Lopez "Al" Jarreau (12 de março de 1940 - 12 de fevereiro de 2017) foi um cantor e músico americano. Jarreau recebeu um total de sete Grammy Awards e foi indicado por mais de uma dúzia. Ele é talvez mais conhecido por seu álbum de 1981 Breakin` Away, e por ter cantado a canção-tema da série de televisão “Moonlighting” (A Gata e o Rato), do final dos anos 1980. O estilo vocal único de Al Jarreau e suas expressões musicais inovadoras fizeram dele um dos artistas mais excitantes e aclamados pela crítica de nosso tempo.


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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Carlo Carrà, sua vida e sua obra

Carlo Carrà - Interventionist Demonstration (Manifestazione Interventista) - 1914- Têmpera, caneta, mica em pó e papel sobre cartão - 38.5 × 30 cm - Gianni Mattioli Collection [on long-term loan to the Peggy Guggenheim Collection, Venice


 Carlo Carrà, sua vida e sua obra


Carlo Carrà - The Funeral Of The Anarchist Galli, 1910-1911 – óleo sobre tela - 259.1 x 198.7 cm - Museum of Modern Art (MoMA), New York, USA


Carlo Carrà (11 de fevereiro de 1881 - 13 de abril de 1966) foi um pintor italiano e uma das principais figuras do movimento futurista que floresceu na Itália durante o início do século 20. Além pintar, ele escreveu uma série de livros sobre arte e lecionou por muitos anos em Milão. Participou em diversas edições da Bienal de Arte de São Paulo, Brasil.


Carlo Carrà - The Red Horseman, 1913 – óleo sobre tela – coleção particular


Aos 12 anos, Carrà saiu de casa, para trabalhar como um pintor de murais. Em 1899-1900, Carrà esteve em Paris decorando pavilhões na Exposição Universelle, onde se familiarizou com a arte francesa contemporânea. Passou alguns meses em Londres em contato com anarquistas italianos exilados e voltou para Milão em 1901. Em 1906, matriculou-se na Accademia di Brera.


Carlo Carrà - Partita Di Calcio – óleo sobre tela – coleção particular


Em 1910 assinou, junto com Umberto Boccioni, Luigi Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini, o Manifesto de Pintores Futuristas, e iniciou uma fase de pintura que se tornou sua mais popular e influente. Os futuristas queriam que suas pinturas expressassem a energia e velocidade da vida moderna.


Carlo Carrà - The Enchanted Room, 1917 – óleo sobre tela – 65 x 52 cm - Pinacoteca di Brera, Milão, Itália


Carlo Carrà – La Musa Metafisica, 1917 – óleo sobre tela – 90 x 66 cm - Pinacoteca di Brera, Milão, Itália


A fase Futurista de Carrà terminou em torno da Primeira Guerra Mundial. Sua obra, enquanto ainda estava usando alguns conceitos futuristas, começou a lidar de forma mais clara com forma e quietude, ao invés de movimento e sentimento. Inspirado na pintura de Trecento, na arte infantil e no trabalho de Henri Rousseau, Carrà logo começou a criar naturezas mortas num estilo simplificado que enfatizava a realidade dos objetos comuns.


Carlo Carrà - Madre E Figlio, 1917 – óleo sobre cartão – 87 x 58 cm - Pinacoteca di Brera, Milão, Itália


Carlo Carrà - The Engineer's Lover, 1921 – óleo sobre tela – 45 x 55 cm - Peggy Guggenheim Collection, Veneza, Itália 


Em 1917 ele conheceu Giorgio de Chirico em Ferrara, e trabalhou com ele lá por várias semanas. Influenciado por de Chirico, Carrà começou a incluir imagens de manequim em suas pinturas. Os dois artistas foram os inovadores de um estilo que eles chamaram de "pintura metafísica", considerada uma precursora do Surrealismo. Um estilo que, um pouco como o de René Magritte, é rica em mistério evocativo apesar do caráter simples da representação. Enquanto o futurismo rejeitava firmemente o passado, a pintura metafísica tinha uma nostalgia pela agora esquecida grandeza clássica da Itália como uma influência importante em sua arte.


Carlo Carrà – Vele nel Porto, 1923 – óleo sobre tela - Museo d'Arte Moderna e Contemporanea di Trento e Rovereto, Rovereto, Itália


Em 1919, a fase metafísica de Carrà deu lugar a um arcaísmo inspirado nas obras de Giotto, a quem ele admirava como "o artista cujas formas estão mais próximas de nossa maneira de conceber a construção de corpos no espaço". Ao longo dos anos 1920 e 1930, ele se concentrou principalmente na pintura de paisagens e desenvolveu um estilo mais atmosférico.



Carlo Carrà – Pescatori, 1935 - óleo sobre tela – coleção particular


Esse blog possui um artigo sobre Futurismo Italiano.  Clique sobre esse link para ver:


Esse blog possui um artigo sobre Giorgio de Chirico e arte metafísica.  Clique sobre esse link para ver:




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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

As cadeiras de Van Gogh


As cadeiras de Van Gogh


Depois de dois anos em Paris, Van Gogh ansiava por um refúgio ensolarado onde poderia recuperar e reconquistar sua paz de espírito e auto compostura. Em Fevereiro de 1888, ele seguiu para o sul para a cidade de Arles. Ele esperava atrair outros colegas ao seu "Estúdio no Sul", mas além da estadia fatídica de Gauguin naquele outono, Van Gogh passou a maior parte de sua estada de quinze meses sozinho. Quando Gauguin concordou em visitar Arles em 1888, Van Gogh esperava amizade e a realização de sua ideia de um coletivo de artistas.

Em 7 de maio de 1888, Van Gogh se mudou do Hôtel Carrel para o Café de la Gare, em Arles, no sul da França. Ele tinha feito amizade com os proprietários, Joseph e Marie Ginoux. A casa amarela, em 2 Place Lamartine, teve que ser decorada antes que ele pudesse se mudar completamente, mas ele a usou como um estúdio. Ele queria uma galeria para exibir seu trabalho, e começou uma série de pinturas, como: Van Gogh's Chair (1888), Bedroom in Arles (1888), The Night Café (1888), Cafe Terrace at Night (1888), Starry Night Over the Rhone (1888) e Vaso com Doze Girassóis (1888), todos destinados para a decoração para a casa amarela.


Vincent Van Gogh - Van Gogh's Chair, 1888 – óleo sobre tela - 91.8 x 73 cm – The National Gallery, London, UK

A pintura mostra uma cadeira de madeira rústica, com um assento de palha trançada simples, sobre um piso de azulejos. No assento da cadeira está um cachimbo decorado e uma bolsa de tabaco. Van Gogh pintou a sua própria cadeira camponesa simples em amarelo brilhante e azul com uma atmosfera diurna.


Depois de muitos convites de Van Gogh, Gauguin chegou a Arles em 23 de outubro de 1888. Em dezembro, o relacionamento deles começou a se deteriorar. Van Gogh admirava Gauguin e queria ser tratado como seu igual, mas Gauguin era arrogante e dominador, o que frustrou Van Gogh. Eles muitas vezes brigavam. Van Gogh temia cada vez mais que Gauguin o abandonasse, e a situação de tensão excessiva, rapidamente se deteriorou. Após uma discussão na rua com Gauguin, Van Gogh voltou ao seu quarto, onde foi “assaltado por vozes” e cortou a orelha esquerda com uma navalha.


Vincent Van Gogh – Gauguin´s Chair, 1888 – óleo sobre tela – 90,5 x 72,7 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda

Esta pintura da cadeira de Paul Gauguin é um "retrato" do amigo e colega artista de Van Gogh. Os romances modernos e a vela acesa sobre a almofada de assento verde, simbolizam o caráter do pintor ausente (Gauguin). Usando principalmente matizes vermelhos e verdes, Van Gogh tentou sugerir a sensação da noite. Van Gogh capturou habilmente as sombras azuladas e refletiu a luz na madeira polida da cadeira. Estas foram criadas pela iluminação a gás (uma lâmpada de gás pode ser vista no fundo).


As pinturas das cadeiras atraem muita atenção por causa das interpretações simbólicas subjacentes ao assunto. É possível interpretar as cadeiras como representando a própria percepção de Van Gogh sobre si mesmo em oposição a Gauguin. A cadeira de Van Gogh é mostrada como simples e despretensiosa, uma simples cadeira de palha em um piso de azulejos vermelhos. A cadeira de Gauguin é muito mais luxuosa e ornamentada. Provavelmente Van Gogh se percebia muito mais relacionado aos camponeses que pintou tantas vezes, e muito menos a um “bon vivant” como Gauguin. Ao longo de sua vida, Van Gogh preferiu a companhia dos trabalhadores mais pobres do que pessoas de um ambiente aristocrático. A relação de Vincent com Paul Gauguin foi extremamente turbulenta e terminou desastrosamente com o incidente de mutilação da orelha (embora Van Gogh e Gauguin continuassem a se corresponder esporadicamente até a morte de Vincent). 


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Análise da pintura de Edgar Degas - Portrait of James Tissot

Edgar Degas - Portrait of James Tissot, c. 1867-68 – óleo sobre tela – 151,4 x 11,8 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


Análise da pintura de Edgar Degas - Portrait of James Tissot


Berthe Morisot posou para Édouard Manet. Claude Monet posou para Pierre-Auguste Renoir. Fréderik Bazille posou para Monet. Renoir posou para Bazille. Na verdade, a maioria dos impressionistas posou um para o outro, aparentemente o tempo todo. Talvez eles precisassem um do outro: muitos deles estavam perto da falência, especialmente no início de suas carreiras, e eles não podiam pagar modelos. Mas também pode ser o caso de que uma das revoluções do período impressionista era a valorização do homem comum. O retratista não ficava mais restrito a representações da aristocracia ou figuras famosas ao longo da história.

Durante algum tempo, o modelo dessa pintura foi identificado como o artista Jules Finot, mas vários desenhos preliminars confirmam que este é um retrato do amigo de Degas, o pintor James Tissot, que foi amigo e mentor de Degas na década de 1860 e início de 1870. Nessa pintura, ele está posicionado em um estúdio, com uma cartola e uma capa forrada de cetim ao seu lado. Tissot está cercado por telas que refletem os diversos gostos que ele compartilhou com Degas: uma representação ocidental de mulheres japonesas em um jardim, duas paisagens contemporâneas, e por trás do cavalete, um tema veneziano do século XVI ou XVII. No centro, uma cópia de um retrato de Frederick the Wise (no acervo do Louvre), atribuído a Lucas Cranach the Elder, rende uma homenagem à arte do renascimento. A cópia de um retrato de Cranach dentro desta pintura, simboliza a figura de pai, que Cranach representava para Tissot e Degas. A pintura no cavalete do lado direito é semelhante ao "Déjeuner sur l'Herbe" de Tissot (cerca de 1865, coleção particular). As imagens dentro da imagem podem ser referências à produção artística eclética de Tissot. Essas imagens também são afirmações da relevância para a arte moderna de várias tendências claramente opostas que transmitem o ideal de sofisticação e autoconsciência que Degas também expressou em termos pessoais em sua imagem de artista como um dândi.

Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 — Paris, 27 de Setembro de 1917) foi um pintor, gravurista, escultor e fotógrafo francês. É conhecido sobretudo por sua visão particular do mundo do balé. Mais da metade de suas obras retratam dançarinas. Ele é considerado um dos fundadores do impressionismo, embora ele rejeitasse o termo, preferindo ser chamado de realista. Degas era um excelente desenhista, especialmente na representação de movimento, como pode ser visto em sua interpretação de dançarinas, corridas de cavalos e nus femininos. Seus retratos são notáveis por sua complexidade psicológica.

James Joseph Jacques Tissot (Nantes, 15 de outubro de 1836 – Buillon, 8 de agosto de 1902) foi um pintor francês. Tissot expôs no Salão de Paris pela primeira vez aos 23 anos. A característica do seu primeiro período foi como pintor dos charmes femininos. Demi-mondaine seria a forma mais acurada de chamar uma série de estudos que ele chamou de La Femme a Paris (A mulher em Paris). Lutou na Guerra Franco-Prussiana e, sob a suspeita de ser comunista, deixou Paris em direção a Londres. Lá estudou com Seymour Haden, desenhou caricaturas para a Revista Vanity Fair, pintou retratos e também telas temáticas. Seu trabalho mais grandioso foi a produção de mais de 700 aquarelas ilustrando a vida de Jesus e sobre o Velho Testamento.

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