segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Análise da pintura de Edgar Degas - Portrait of James Tissot

Edgar Degas - Portrait of James Tissot, c. 1867-68 – óleo sobre tela – 151,4 x 11,8 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


Análise da pintura de Edgar Degas - Portrait of James Tissot


Berthe Morisot posou para Édouard Manet. Claude Monet posou para Pierre-Auguste Renoir. Fréderik Bazille posou para Monet. Renoir posou para Bazille. Na verdade, a maioria dos impressionistas posou um para o outro, aparentemente o tempo todo. Talvez eles precisassem um do outro: muitos deles estavam perto da falência, especialmente no início de suas carreiras, e eles não podiam pagar modelos. Mas também pode ser o caso de que uma das revoluções do período impressionista era a valorização do homem comum. O retratista não ficava mais restrito a representações da aristocracia ou figuras famosas ao longo da história.

Durante algum tempo, o modelo dessa pintura foi identificado como o artista Jules Finot, mas vários desenhos preliminars confirmam que este é um retrato do amigo de Degas, o pintor James Tissot, que foi amigo e mentor de Degas na década de 1860 e início de 1870. Nessa pintura, ele está posicionado em um estúdio, com uma cartola e uma capa forrada de cetim ao seu lado. Tissot está cercado por telas que refletem os diversos gostos que ele compartilhou com Degas: uma representação ocidental de mulheres japonesas em um jardim, duas paisagens contemporâneas, e por trás do cavalete, um tema veneziano do século XVI ou XVII. No centro, uma cópia de um retrato de Frederick the Wise (no acervo do Louvre), atribuído a Lucas Cranach the Elder, rende uma homenagem à arte do renascimento. A cópia de um retrato de Cranach dentro desta pintura, simboliza a figura de pai, que Cranach representava para Tissot e Degas. A pintura no cavalete do lado direito é semelhante ao "Déjeuner sur l'Herbe" de Tissot (cerca de 1865, coleção particular). As imagens dentro da imagem podem ser referências à produção artística eclética de Tissot. Essas imagens também são afirmações da relevância para a arte moderna de várias tendências claramente opostas que transmitem o ideal de sofisticação e autoconsciência que Degas também expressou em termos pessoais em sua imagem de artista como um dândi.

Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 — Paris, 27 de Setembro de 1917) foi um pintor, gravurista, escultor e fotógrafo francês. É conhecido sobretudo por sua visão particular do mundo do balé. Mais da metade de suas obras retratam dançarinas. Ele é considerado um dos fundadores do impressionismo, embora ele rejeitasse o termo, preferindo ser chamado de realista. Degas era um excelente desenhista, especialmente na representação de movimento, como pode ser visto em sua interpretação de dançarinas, corridas de cavalos e nus femininos. Seus retratos são notáveis por sua complexidade psicológica.

James Joseph Jacques Tissot (Nantes, 15 de outubro de 1836 – Buillon, 8 de agosto de 1902) foi um pintor francês. Tissot expôs no Salão de Paris pela primeira vez aos 23 anos. A característica do seu primeiro período foi como pintor dos charmes femininos. Demi-mondaine seria a forma mais acurada de chamar uma série de estudos que ele chamou de La Femme a Paris (A mulher em Paris). Lutou na Guerra Franco-Prussiana e, sob a suspeita de ser comunista, deixou Paris em direção a Londres. Lá estudou com Seymour Haden, desenhou caricaturas para a Revista Vanity Fair, pintou retratos e também telas temáticas. Seu trabalho mais grandioso foi a produção de mais de 700 aquarelas ilustrando a vida de Jesus e sobre o Velho Testamento.

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