quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

John Pizzarelli e Daniel Jobim “Água de Beber”



John Pizzarelli e Daniel Jobim “Água de Beber”


"Água de Beber" ("Drinking Water") é uma canção brasileira da bossa nova, composta por Antonio Carlos Jobim, com a letra escrita por Vinicius de Moraes. A versão em inglês foi escrita por Norman Gimbel. A canção já foi gravada por Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Astrud Gilberto, Sergio Mendes, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Eliane Elias, Charlie Byrd, Al Jarreau, além de John Pizzarelli, entre outros.

Um dos engenheiros que ajudaram na construção de Brasília, Kléber Farias, relatou que em 1959, época da construção da nova capital do Brasil, Juscelino Kubitschek, o presidente do país, convidou Tom Jobim e Vinicius de Moraes para passar uma temporada no Catetinho (palácio provisório, feito de madeira) para compor uma sinfonia que deveria ser executada no dia da inauguração de Brasília. Numa noite qualquer, Vinicius e Tom caminhavam perto do Palácio de Madeira, quando ouviram o barulho de água atrás do Catetinho, e perguntaram para o vigia, “mas que barulho de água é esse aqui? Você não sabe não? É aqui que tem água de beber, camará."  Assim conheceram a fonte, de água e de inspiração para a primeira música composta em Brasília.

Duas das maiores influências de John Pizzarelli, Frank Sinatra e o compositor de bossa nova Antonio Carlos Jobim, se uniram em 1967 para gravar um álbum: “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim” com muito sucesso. Em homenagem aos 50 anos do lançamento desse álbum, Pizzarelli lançou seu álbum “Sinatra & Jobim @ 50” em 2017. Ele declarou: "Jobim foi uma grande influência sobre mim na década de 1980: o que eu estava ouvindo, depois traduzindo e o que eu estava tirando disso. Muito do que fizemos neste disco, os medleys e os arranjos para as músicas novas, saíram do que eles fizeram em seu álbum e a influência que tiveram sobre a minha música. ” Fã declarado de Frank Sinatra, ele teve a oportunidade de, há 25 anos, acompanhar “A Voz” em uma turnê. "Abri shows para Sinatra em 18 cidades em 1993. Foi emocionante, para dizer o mínimo", disse o músico.

John Pizzarelli, Jr. (6 de Abril de 1960) é um guitarrista, vocalista e compositor norte-americano de jazz nascido em Paterson, Nova Jersey. Ele é casado com a cantora Jessica Molaskey e é filho de Bucky Pizzarelli, lendário guitarrista de jazz. As influências da música brasileira, principalmente da bossa nova, são flagrantes no trabalho de John Pizzarelli. O artista já gravou dois álbuns inteiramente dedicados à música brasileira: Brazil (na verdade, um álbum de Rosemary Clooney em que ele toca e canta 4 canções), em 2000 e Bossa Nova, em 2004. O artista teria tido seu primeiro contato com a música brasileira, em 1981, ao ouvir no rádio de seu carro a canção Besame Mucho interpretada por João Gilberto. A forma de tocar de Gilberto o teria impressionado tanto que ele teria comprado o LP Amoroso/Brasil e aprendido a tocar todas as canções nele contidas.

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da Bossa Nova. Suas canções foram interpretadas por muitos cantores e instrumentistas no Brasil e internacionalmente. Em 1965 o álbum Getz / Gilberto (tendo Tom Jobim como compositor e pianista) foi o primeiro álbum de jazz a ganhar o Grammy Award para Álbum do Ano. A canção "Garota de Ipanema" foi gravada mais de 240 vezes por outros artistas, sendo uma das músicas mais gravadas de todos os tempos. Seu álbum de 1967 com Frank Sinatra, “Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim”, foi nomeado para Álbum do Ano em 1968. Jobim deixou um grande número de canções que agora estão incluídas nos repertórios standard de Jazz e pop.

Daniel Jobim (Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1973) é um cantor, compositor e pianista, neto de Tom Jobim. Já gravou e se apresentou ao lado de artistas como Dorival Caymmi, João Gilberto, Tom Jobim, Gal Costa, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Stevie Wonder e Sting, dentre outros. Atuou no Quarteto Jobim Morelenbaum, grupo instrumental e vocal de formação camerística, integrado também por Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Paula Morelenbaum (voz). O repertório baseava-se na obra do avô, com arranjos fiéis aos do compositor, perpetuando seu estilo. Em 1995 foi vencedor do prêmio Grammy, como produtor do disco "Antônio Brasileiro" de Antônio Carlos Jobim na categoria Best Latin Jazz Performance. Em 2017, Daniel participou do álbum do guitarrista norte-americano, John Pizzarelli, intitulado SINATRA & JOBIM @ 50, que celebra os 50 anos do disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim.

Francis Albert "Frank" Sinatra (Hoboken, 12 de dezembro de 1915 — Los Angeles, 14 de maio de 1998) foi um cantor e ator norte-americano. Lançou vários álbuns com aclamação crítica, realizou tours internacionais, e foi um dos fundadores do Rat Pack, além de fraternizar com celebridades e homens de estado, incluindo John F. Kennedy. Sinatra também forjou uma bem-sucedida carreira como ator, vencendo um Óscar de melhor ator secundário, uma nomeação para Oscar de melhor ator e aclamação crítica por sua performance. Sinatra foi homenageado no Prêmio Kennedy em 1983 e recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade de Ronald Reagan em 1985 e a Medalha de Ouro do Congresso em 1997. Sinatra também recebeu 11 Grammy Awards, incluindo o Grammy Trustees Award, Grammy Legend Award e o Grammy Lifetime Achievement Award. Possui duas estrelas na Calçada da Fama, uma por seu trabalho na música e outra por seu trabalho na TV norte-americana. É considerado um dos maiores intérpretes da música na década de 1950.

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domingo, 17 de fevereiro de 2019

Pinturas com Janela

Childe Hassam - Morning Light, 1914 – óleo sobre tela – 86,4 x 86,4 cm – coleção particular


Pinturas com Janela


Gustave-Caillebotte – Man at the Window, 1876 – óleo sobre tela – 116 x 81 cm – coleção particular


Lucian Freud - The Painter's Room, 1943 – óleo sobre tela – 62,2 x 76,2 cm – coleção particular


Boris Kustodiev - Japanese Doll, 1908 – crayon sobre papel - Tretyakov Gallery, Moscou, Russia


Edward Hopper - Apartment Houses, 1923 – óleo sobre tela – 61 x 73,5 cm – Pensylvania Academy of the Fine Arts, Philadelphia, PA, USA


Salvador Dali - Figure at the Window, 1925 – óleo sobre papel machê – 105 x 74,5 cm – Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri, Espanha


Pablo Picasso - Studio L'atelier (Les pigeons perches), 1960


René Magritte - The Human Condition, 1933 – óleo sobre tela – 100 x 81 cm -   National Gallery of Art, Washington DC


Henri Matisse - Open Window, Collioure, 1905 – óleo sobre tela – 55,3 x 46 cm – National Gallery of Art, Washington, DC, USA


Bartolomé Esteban Murillo - Two Women at a Window, 1655 – 1660 – óleo sobre tela - 125.1 x 104.5 cm – National Gallery of Art, Washington, DC, USA 

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Norman Rockwell - 'University Club" ou "In Fellowship Lies Friendship"

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Berthe Morisot - Cottage Interior (also known as Interior at Jersey), 1886 – óleo sobre tela – 50 x 60 cm - Musée d'Ixelles, Brussels, Belgium


Marc Chagall - Interior with Flowers, 1918 – tempera sobre papel - Museum-Apartment of Isaak Brodsky, St. Petersburg, Russia



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Análise da pintura "The Promenade" de Marc Chagall

Marc Chagall – “The Promenade” – 1918 - óleo sobre tela - 169.6 x 163.4 cm - Russian Museum, St. Petersburg, Russia


Análise da pintura "The Promenade" de Marc Chagall


Em "The Promenade" Chagall expressa as alegrias de seu casamento com Bella. Ele sorri enquanto segura um pássaro em uma mão e Bella na outra. Bella sobe, como se fosse uma pipa no céu, ligada à terra apenas pela mão amorosa de Chagall. Esta é uma das imagens que Chagall pintou durante uma visita à Bielorrússia, quando morava em Paris. Quando ele chegou, em 1914, a guerra eclodiu e ele não pode retornar. Em 1917, ele estava morando de volta em Vitebsk. Foi também o ano em que ele se envolveu com Bella. Voar celebra a alegria e êxtase de seu amor.

Nessa pintura, atrás deles, as casas e os campos são facetados em tons de esmeralda. Um cobertor de piquenique se destaca em um padrão colorido no primeiro plano inferior. Há uma exuberância de movimentos nas dobras esvoaçantes do vestido roxo de Bella que sugere felicidade, assim como a expressão de Chagall. Com um sorriso calmo, Bella, como Chagall, olha para o espectador. Eles se parecem com figuras em uma fotografia, presos no instantâneo de um momento feliz.

Marc Chagall (Vitebsk 1887–1985 Saint-Paul-de-Vence) foi um artista prolífico, cuja carreira se estendeu por muitas décadas. Ele trabalhou em muitos tipos de mídias: desenho, pintura, mídia impressa e vitrais. Chagall participou dos movimentos modernos do pós-impressionismo incluindo surrealismo e expressionismo. Nascido perto da aldeia de Vitebsk, na atual Bielorrússia, Chagall mudou-se para Paris em 1910 permanecendo lá até 1914 para desenvolver seu estilo artístico, retornando à Russia por sentir saudades de sua noiva Bella, com quem se casou. Em 1923 eles se mudaram novamente para a França, para escapar das dificuldades da vida soviética que se seguiram à I Guerra Mundial e à Revolução de Outubro. Em 1941, mudou-se para os Estados Unidos, escapando da Segunda Guerra Mundial e ali permaneceu até 1948, retornando para a França.

O início da vida de Chagall deixou-o com uma memória visual poderosa e uma inteligência pictórica. Depois de viver na França e experimentar a atmosfera de liberdade artística, ele criou uma nova realidade, que se baseou em ambos os mundos internos e externos. Mas foram as imagens e memórias de seus primeiros anos em Belarus, na Russia, que sustentaram a sua arte por mais de 70 anos. Há certos elementos em sua arte que se mantiveram permanentes e são vistos ao longo de sua carreira. Um deles foi a sua escolha dos temas e a forma como eles foram retratados. O elemento mais constante, obviamente, é o seu dom para a felicidade e sua compaixão instintiva, que mesmo nos assuntos mais sérios o impediam de dramatizar.

Uma dimensão simbólica sempre esteve presente nos temas de Chagall. Sem dúvida, esta abordagem ajudou Chagall a atingir a popularidade que seu trabalho desfrutava na época, mas ao mesmo tempo o desejo de ser compreensível emprestou às pinturas um toque de romantismo que parecia um pouco fora de época. Através de sua linguagem poética altamente original ele foi capaz de criar um novo universo a partir das três culturas diferentes que ele havia assimilado. Flores e animais são uma presença constante em suas pinturas, habilitando-o por um lado a superar a interdição judaica de representação humana, enquanto por outro lado formando metáforas para um mundo possível, em que todos os seres vivos possam viver em paz como na cultura medieval russa. Sua arte constitui uma espécie de mixagem entre culturas e tradições. A chave fundamental para sua modernidade reside no seu desejo de transformar uma obra de arte em uma linguagem capaz de fazer perguntas que não foram ainda respondidas pela humanidade.


Marc Chagall 


Em sua biografia de Chagall, Franz Meyer cita um aforismo que resume dois artistas: "Pablo Picasso estava para o triunfo do intelecto, Chagall para a glória do coração."
"Se eu criar com o meu coração quase todas as minhas intenções permanecem. Se for com a cabeça, quase nada. Um artista não deve ter medo de ser ele mesmo, de expressar apenas a si mesmo. Se ele é absolutamente e inteiramente sincero, o que ele diz e faz, será aceitável para os outros." – Marc Chagall


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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Série Vincent van Gogh – Irises (Lírios)

Vincent van Gogh – “Irises”, 1889 – óleo sobre tela – 71 x 93 cm - J. Paul Getty Museum, Los Angeles, CA, US


Série Vincent van Gogh – Irises (Lírios)


Em maio de 1889, após episódios de automutilação e hospitalização, Vincent van Gogh optou por entrar em um asilo em Saint-Rémy, na França. Lá, no último ano antes de sua morte, ele criou quase 130 pinturas. Na primeira semana, ele começou a pintar “Irises”, trabalhando a partir da natureza no jardim do asilo. Não há desenhos prévios conhecidos para esta pintura. O próprio Van Gogh a considerou como um estudo. Seu irmão Theo rapidamente reconheceu sua qualidade e a submeteu ao Salon des Indépendants em setembro de 1889, inscrevendo Vincent da exposição: "Ela atrai os olhos de longe. É um belo estudo cheio de ar e vida".

Ao contrário das pinturas de flores impressionistas em que as plantas são manchas de cor sem forma, aqui elas foram cuidadosamente estudadas por suas formas e individualizadas, com a mesma sinceridade e precisão que os retratos de Van Gogh. Cada pétala de flor é única, com sombreamento, forma e tamanho diferentes. Apenas uma flor, no entanto, tem uma cor completamente diferente.

Como Edgar Degas, Paul Cézanne, e alguns outros artistas do século XIX, o estilo de pintura de Van Gogh foi influenciado pela composição e pelo caráter do estilo ukyio-e das gravuras japonesas, que ele colecionou enquanto permanecia com Theo em Paris. Essa influência é aparente nas divisões de cores, na visão em close das flores que não incluem o céu, e também no modo como as flores parecem fluir diretamente das bordas da tela.


Vincent van Gogh - “Irises”, 1890 – óleo sobre tela - 92.7 × 73.9 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda


Van Gogh pintou essa natureza morta no hospital psiquiátrico de Saint-Rémy. Para ele, a pintura era principalmente um estudo em cores. Ele procurou alcançar um contraste de cores poderoso. Ao colocar as flores roxas contra um fundo amarelo, ele fez as formas decorativas se destacarem ainda mais fortemente. As flores eram originalmente roxas. Mas quando o pigmento vermelho se desvaneceu, ficaram azuis.



Vincent van Gogh – “Irises”, 1890 – óleo sobre tela - 73.7 x 92.1 cm - The Metropolitan Museum of Art, New York


Nessa pintura, Van Gogh buscou um efeito harmonioso e suave, colocando as flores violetas contra um fundo rosa, que depois desapareceu devido ao uso de pigmentos vermelhos fugitivos. A obra ficou em propriedade da mãe do artista até sua morte em 1907.


Vincent van Gogh – “View of Arles with Irises in the Foreground”, 1888 – óleo sobre tela – 54 x 65 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda

Em 1889, Van Gogh entrou em Saint-Paul-de-Mausole, um asilo em Saint-Remy, originalmente um mosteiro agostiniano do século 12, a uns vinte quilômetros ao norte de Áries. Para Van Gogh, Saint-Paul-de-Mausole era um asilo e um mosteiro onde ele podia se isolar.


Vincent Willem van Gogh (Zundert, 30 de Março de 1853 — Auvers-sur-Oise, 29 de Julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista holandês, autodidata. Seu trabalho teve uma grande influência na arte do século 20. Sua produção inclui retratos, autorretratos, paisagens e naturezas-mortas de ciprestes, campos de trigo e girassóis. Ele completou muitas de suas obras mais conhecidas durante os dois últimos anos de sua vida. Em pouco mais de uma década, produziu mais de 2.100 obras de arte, incluindo 860 pinturas a óleo e mais de 1.300 aquarelas, desenhos, esboços e gravuras.


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