sexta-feira, 31 de março de 2017

Art Garfunkel - Waters of March



Art Garfunkel (da dupla Simon and Garfunkel) - Waters of March (de Tom Jobim)


"Águas de Março" é uma famosa canção brasileira do compositor, músico, arranjador, cantor e maestro Tom Jobim, de 1972. Posteriormente, Tom Jobim compôs uma versão em língua inglesa, que manteve a estrutura e a metáfora central do significado da letra. Sua letra é estruturada em um único verbo (ser), conjugado na terceira pessoa do singular no presente do indicativo em praticamente todos os versos, exceto no refrão, transformado em plural ("São as Águas de Março (...)". Há uma constante alternância entre versos considerados otimistas e pessimistas. A metáfora central das "Águas de março" é tomada como imagem da passagem da vida cotidiana, seu moto contínuo, sua inevitável progressão rumo à morte, como as chuvas do fim de março, que marcam o final do verão no sudeste do Brasil. A letra aproxima a imagem da "água" a uma "promessa de vida", símbolo da renovação.  A letra e a música operam progressões lentas e graduais, à maneira das enxurradas. Os efeitos de orquestração chegam a ser cinematográficos, a partir das relações que estabelecem entre elementos musicais e imagens do texto.

Art Garfunkel gravou essa canção em seu álbum solo "Breakaway" (1975).

Art Garfunkel (Queens, Nova Iorque, 5 de Novembro de 1941) é um cantor conhecido por ter formado entre 1958 e 1970 com seu amigo de infância, Paul Simon, a dupla Simon & Garfunkel. Juntos, fizeram êxitos como The Boxer e Bridge over Troubled Water. Em sua carreira solo recebeu um prêmio People's Choice Award. Através de seu trabalho solo e colaborativo, Garfunkel ganhou seis Grammys, incluindo o Lifetime Achievement Award. Em 1990, ele e Simon foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame.

Tom Jobim, o grande maestro, compositor e um dos criadores da Bossa Nova, nasceu em 25 de Janeiro de 1927. Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova.


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segunda-feira, 27 de março de 2017

Análise de “Charwomen in Theater” de Norman Rockwell

Norman Rockwell - Charwomen in Theater, 1946 – óleo sobre tela – 108 x 84 cm – coleção George Lucas (o cineasta)


Análise de “Charwomen in Theater” de Norman Rockwell


“Charwomen In Theatre” apareceu na capa de The Saturday Evening Post, publicada em 6 de abril de 1946. Esta pintura foi uma das 322 pinturas de Rockwell que foram publicadas na capa do Saturday Evening Post. A carreira de Rockwell no Post durou 47 anos, desde a sua primeira ilustração da capa, “Menino com Carrinho de Bebê” em 1916 até a sua última, “Retrato de John F. Kennedy”, em 1963.

Essa obra é um dos clássicos estudos da psicologia humana de Rockwell.  Uma “charwoman” (faxineira) é uma mulher contratada para fazer limpeza, geralmente em um grande edifício. As duas retratadas na pintura são senhoras mais velhas e provavelmente são funcionárias de longa data do teatro. As pessoas na década de 1940 não saltavam de um emprego para outro. Em 1946, com o afluxo de tropas retornando para casa depois da Segunda Guerra Mundial, essas senhoras provavelmente estavam contentes por terem um emprego.

“Charwomen in Theater” mostra um momento de intimidade compartilhado entre duas mulheres mais velhas que trabalham de madrugada em um lugar que elas não podem frequentar. George Lucas observou: "Para elas é mais do que apenas um trabalho. Elas estão interessadas no lugar onde elas trabalham. Você pode imaginá-las espiando e assistindo shows, observando os ensaios. Você pode imaginá-las se sentindo orgulhosas de trabalharem no teatro".

Rockwell compunha seus trabalhos da mesma maneira como um diretor de cinema configura uma filmagem, escolhendo os adereços, organizando a iluminação, até fazendo um teste com seus modelos, para se certificar de que eles iriam atuar nos papéis que deviam desempenhar em seus quadros.

Norman Rockwell (Nova Iorque, 3 de fevereiro de 1894 — Stockbridge, Massachusetts, 8 de novembro de 1978) era muito popular nos Estados Unidos, especialmente em razão das 322 capas da revista The Saturday Evening Post que realizou durante mais de quatro décadas, e das ilustrações de cenas da vida americana nas pequenas cidades. Pintou os retratos dos presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim como de outras importantes figuras mundiais. Um de seus últimos trabalhos foi o retrato da cantora Judy Garland, em 1969.

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quarta-feira, 22 de março de 2017

Análise da pintura "Young Woman with a Water Pitcher" de Johannes Vermeer

Johannes Vermeer - Young Woman with a Water Pitcher (Jovem com uma jarra de água), c. 1662 – óleo sobre tela – 45,7 x 40,6 cm – Metropolitan Museum of Art, New York, USA


Análise da pintura "Young Woman with a Water Pitcher" de Johannes Vermeer


O tema essencial deste retrato sereno é uma mulher e sua tranquilidade doméstica. Ela está abrindo uma janela com a mão direita, enquanto segura um jarro de água com a mão esquerda. A jarra e seu prato, entre outros objetos, estão sobre uma mesa coberta com uma toalha vermelha. Atrás da mesa está uma cadeira sobre a qual se encontra um pano azul. A mulher olha pela janela. Sua cabeça e seu traje elegante, um vestido azul e um colete dourado, são cobertos por lenços de linho, que com a bacia e o jarro de prata dourada e a janela aberta sugerem higiene matinal. Um colar de pérolas emerge da caixa de joias. Na parede ao fundo, um mapa está pendurado. Vermeer representa um momento de vida privada.

Formas e cores equilibradas realçam o tom harmonioso. Nessa pintura, o artista não estava usando a perspectiva linear nem a ordem geométrica, portanto, a luz era a sua única fonte de ênfase, notadamente incidindo sobre a janela, a mulher, a parede e a toalha. Apesar de Vermeer primar pelos interessantes efeitos ópticos das suas telas, o artista conferiu ao quadro uma paleta de cores tranquila. Em muitas de suas pinturas, Vermeer usava ultramarinos naturais, um pigmento feito de lápis lázuli esmagado, importado do Afeganistão, o mais nobre dos pigmentos.

Johannes Vermeer (Delft, 31 de Outubro de 1632 - Delft, 15 de Dezembro de 1675), também conhecido como Vermeer de Delft ou Johannes van der Meer, é o segundo pintor holandês mais famoso e importante do século XVII (um período que é conhecido por Idade de Ouro Holandesa, devido às espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época), depois de Rembrandt. Os seus quadros são admirados por suas cores, composições inteligentes e brilhante uso da luz. Era filho de um comerciante de artes. Casou-se em 1653 com Catharina Bolenes e teve 15 filhos, dos quais morreram 4 em tenra idade. No mesmo ano juntou-se à guilda de pintores de Saint Lucas. Mais tarde, em 1662 e 1669, foi escolhido para presidir a guilda. Sabe-se que vivia com magros rendimentos como comerciante de arte, e não pela venda dos seus quadros. Só alcançou fama póstuma no século XIX. Conhecem-se hoje muito poucos quadros de Vermeer. Só sobrevivem 35 a 40 trabalhos atribuídos ao pintor.

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segunda-feira, 20 de março de 2017

Pinturas de Outono - Começou o Outono no Hemisfério Sul!

Vincent Van Gogh - Alyscamps, Arles, 1888 - óleo sobre tela - 92 x 73,5 cm – coleção particular


Pinturas de Outono - Começou o Outono no Hemisfério Sul!


John William Godward – Autumn, 1900 – óleo sobre tela – 101,5 x 58,5 cm – coleção particular


Camille Pissarro - The Carrousel, Autumn, Morning, 1899 – óleo sobre tela - 92 x 73 cm – coleção particular


Claude Monet - Autumn Effect at Argenteuil, 1873 - óleo sobre tela - 74,5 x 55 cm - Samuel Courtauld Trust, The Courtauld Gallery, London, UK


James Tissot - Autumn on the Thames (Nuneham Courtney), c. 1875 - óleo sobre tela – coleção particular


Paul Gauguin - By the Stream, Autumn, 1885 – óleo sobre tela – 46 x 38 cm – coleção particular


Isaac Levitan - Big road. Sunny autumn day, 1897 - óleo sobre tela - 11 x 18,7 cm – coleção particular


John Everett Millais – Autumn Leaves, 1855-1856 - óleo sobre tela - 73,7 x 104 cm - City of Manchester Art Galleries, Manchester, UK

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 John Atkinson Grimshaw – Autumn Gold, 1880 – óleo sobre tela – 30 x 25 cm – coleção particular



Wassily Kandinsky – Autumn in Bavaria, 1908 - óleo sobre cartão - 33 x 45 cm - Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris, France


Francisco Goya - Autumn, Or The Grape Harvest, 1786-1787 – óleo sobre tela - 190 x 275 cm - Museo del Prado, Madrid, Spain


Alphonse Mucha - The Four Seasons: Fall, 1896 – litogravura pintada com têmpera sobre papel colado em madeira – 104,1 x 54,3 cm – coleção particular


domingo, 19 de março de 2017

Análise de "Fishermen at Sea" de Joseph M. W. Turner

Joseph Mallord William Turner – Fishermen at Sea, c. 1796 – óleo sobre tela – 91,4 x 122,2 cm – Tate Britain, London


Análise de "Fishermen at Sea" de Joseph M. W. Turner


A pintura “Fishermen at Sea” (Pescadores no Mar) - também conhecida como Cholmeley Sea Piece, por ter pertencido ao acervo da família Cholmeley por 150 anos - foi a primeira pintura de Turner exposta na Royal Academy em 1796, e é propriedade da Tate Gallery desde 1972. Ela representa uma vista enluarada de pescadores no mar agitado perto das rochas The Needles, ao largo da Ilha de Wight. Ela justapõe a fragilidade da vida humana, representada pelo pequeno barco com sua lâmpada tremeluzente, e o poder sublime da natureza, representado pelo céu nublado escuro, o mar amplo, e as rochas ameaçadoras no fundo. A luz fria da lua à noite contrasta com o brilho mais quente da lanterna dos pescadores.

O trabalho mostra forte influência do trabalho de artistas marinhos como Claude Joseph Vernet, Philip James de Loutherbourg, Peter Monamy e Francis Swaine, e das cenas íntimas noturnas de Joseph Wright de Derby. A obra foi elogiada por críticos e fundou a reputação de Turner, tanto como um pintor de pinturas a óleo como de um pintor de cenas marítimas.

Joseph Mallord William Turner (1775-1851) nasceu em Londres, filho de um barbeiro. Ele entrou na Royal Academy School em 1789 aos 14 anos, antes de se tornar um membro da Royal Academy em 1802 e professor de Perspectiva em 1807. Seu trabalho foi prolífico e variado, incluindo desenhos, gravuras, aquarelas e óleos. Mesmo trazendo uma energia renovada para a exploração dos desenvolvimentos sociais, tecnológicos e científicos da vida moderna, ele manteve-se profundamente envolvido com temas religiosos, históricos ou mitológicos que o vinculavam às tradições culturais de sua época. A arte de Turner é livre e solta e embora muitos o considerem como um dos pais da arte moderna, do impressionismo e abstracionismo, sua obra pode apenas ter sido inacabada e experimental.

Nos seus últimos 25 anos de vida, profundamente afetado pela morte de seu pai, amado por uma empregada, ele teve uma relação com uma dona de casa que morava à beira-mar, com quem ele viveu incógnito. Ao longo destes anos, ele viajou, pintou, conviveu com a aristocracia do País, visitou bordéis, foi um membro popular e anárquico da Royal Academy of Arts, se amarrou ao mastro de um navio para pintar uma tempestade de neve, e foi ao mesmo tempo celebrado e insultado pelo público e pela realeza.

Os métodos de Turner pareciam menos como pintura, do que como um ataque sobre a tela, mas os resultados são nevoeiros e neblinas cercando naufrágios, locomotivas a vapor soltando fogo, tudo banhado pela mais surpreendente luz. Ao longo de seus últimos anos, ele continuou a viajar pela Europa, e fez sua última viagem em 1845. Expôs suas últimas quatro obras na Royal Academy em 1850 e morreu em 1851. Seu corpo foi sepultado na cripta da Catedral de St Paul.


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http://www.arteeblog.com/2014/09/late-turner-painting-set-free-exposicao.html


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quarta-feira, 15 de março de 2017

Michael Buble e Nelly Furtado – “Quando Quando Quando”




Michael Buble e Nelly Furtado – “Quando Quando Quando”


"Quando, quando, quando" é uma música pop italiana de 1962, em estilo bossa nova, com música escrita por Tony Renis e letras de Alberto Testa. A canção, originalmente gravada em duas versões diferentes por Tony Renis e Emilio Pericoli, competiu no Festival de Música de Sanremo em 1962, onde ficou em quarto lugar, e mais tarde se tornou um sucesso comercial na Itália. O artista americano Pat Boone, que gravou a música em 1962, cantou as letras inglesas escritas por Ervin Drake. A canção é um dos singles mais vendidos de todos os tempos, com mais de 50 milhões de discos vendidos. A canção foi usada e remixada por muitos artistas e em muitos arranjos diferentes, como Pat Boone, o cantor inglês Engelbert Humperdinck, Connie Francis, e Michael Bublé em dueto com Nelly Furtado, em 2005.

Michael Steven Bublé (Burnaby, 9 de setembro de 1975) é um cantor, compositor e ator canadense. Ganhou vários prêmios, incluindo quatro Grammy e dez Juno Awards. No total, Bublé já vendeu cerca de 50 milhões de álbuns ao redor do mundo.

Nelly Kim Furtado (Victoria, 2 de dezembro de 1978) é uma cantora, compositora e atriz luso-canadense, filha de emigrantes portugueses. Ganhou um prêmio Grammy, um Latin Grammy Award, dez Juno Awards, um BRIT Award, um Billboard Music Award, um MTV Europe Music Award, entre outros prêmios. Furtado vendeu mais de 40 milhões de discos em todo o mundo. 


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segunda-feira, 13 de março de 2017

William Glackens, sua arte e sua história

William Glackens - At Mouquin's (Chez Mouquin), 1905 – óleo sobre tela – 121,9 x 99,1 cm – Art Institute of Chicago, USA

Chez Mouquin, é sem dúvida a pintura mais célebre de Glackens. O cenário é o conhecido restaurante Sixth Avenue, frequentado por Glackens e muitos dos seus amigos. Esta pintura exuberante retrata um robusto James B. Moore, restaurateur e bon vivant de meia-idade, em uma mesa com uma das muitas mulheres novas que ele galanteava pela cidade. Ele está bebendo, enquanto a mulher se afasta, parecendo um pouco menos interessada na cena ao seu redor. As costas de suas cabeças refletem-se no espelho atrás deles, assim como os rostos e perfis de outros, incluindo Edith Glackens e seu cunhado, o crítico de arte Charles Fitzgerald. A pintura é muitas vezes comparada com as de Degas, mas a sensação de desespero nas pinturas de restaurantes de Degas é substituída na pintura de Glackens por uma alegria de viver.


William Glackens, sua arte e sua história


William Glackens - East River Park, c. 1902 – óleo sobre tela – 65,7 x 81,3 cm - Brooklyn Museum, New York, USA


William James Glackens (13 de março de 1870 - 22 de maio de 1938) foi um pintor realista americano e um dos fundadores da Ashcan School of American Art. Ele também é conhecido por seu trabalho em ajudar Albert C. Barnes a adquirir as pinturas europeias que formam o núcleo da famosa Barnes Foundation na Filadélfia. Suas cenas de rua de cores escuras e vibrantemente pintadas e representações da vida diária na Nova York e Paris antes da Segunda Guerra Mundial, estabeleceram sua reputação como um grande artista. Seu trabalho posterior tem um tom mais brilhante e mostra a forte influência de Renoir. Durante grande parte de sua carreira como pintor, Glackens também trabalhou como ilustrador para jornais e revistas na Filadélfia e Nova York.


William Glackens - Tugboat and Lighter, 1905 – óleo sobre tela – 63,5 x 76,2 cm - Museum of Art, Fort Lauderdale, Florida, USA


William Glackens - Under the Trees, Luxembourg Gardens, 1906 – óleo sobre tela – 49,8 x 61,4 cm - Munson-Williams-Proctor Institute, Utica, New York, USA


Glackens era aluno de aulas noturnas na Academia de Belas Artes da Pensilvânia. John Sloan também era aluno da Academia, e ele apresentou Glackens para Robert Henri, um talentoso pintor e figura carismática em círculos de arte da Filadélfia. Henri era anfitrião de encontros regulares de artistas em seu estúdio, ocasiões para socializar, beber, esboçar, conversar sobre arte e fazer críticas artísticas aos trabalhos dos outros. Henri pediu aos jovens que reuniu para pensar sobre a necessidade de criar uma nova e vigorosa arte americana que falasse do seu tempo e experiência. Estes encontros foram o início inspirador do que ficou conhecido como a escola Ashcan de arte norte-americana, um estilo que rejeitou a formalidade da arte acadêmica do século 19 e mirou a classe trabalhadora e a classe média da vida metropolitana para seus temas.


William Glackens – The Shoppers, 1907 – óleo sobre tela – 152,4 x 152,4 cm – Chrysler Museum of Art - Norfolk, Virginia, USA


Em 1895, Glackens viajou para a Europa com vários pintores, para pintar e mergulhar na arte europeia. Ele primeiro visitou a Holanda, onde estudou os mestres holandeses. Em seguida, mudou-se para Paris, onde alugou um estúdio por um ano e apreciou sua primeira exposição de arte dos impressionistas e pós-impressionistas. Essa viagem era comum para os artistas da época que desejavam estabelecer-se em um mundo de arte americana ainda considerado como provinciano pelos artistas e amantes da arte, com uma experiência mais profunda dos Antigos Mestres e os novos movimentos de arte.


William Glackens - Nude with Apple, 1910 – óleo sobre tela – 101,6 x 144,8 cm - Brooklyn Museum, New York, USA

“Nude with Apple”, é um trabalho pós-Ashcan de Glackens. Diz-se que representa o ponto de virada em seu estilo e sua divisão com o grupo The Eight. Retrata uma modelo que descansa em um sofá, segurando uma maçã. A expressão ligeiramente cansada, mas sincera da modelo, e até mesmo a fita amarrada ao redor de seu pescoço, lembram a Olimpia de Manet, uma Eva moderna. Um toque humorístico incongruente é seu chapéu, colocado no sofá ao lado de seu corpo despido, como se ela tivesse acabado de chegar ou estivesse se preparando para sair logo. A pose lânguida, o ambiente confortável e a notável atenção prestada a cores vivas e brilhantes, separam esta obra das pinturas dos pintores Ashcan.


Ao se estabelecer em Nova York em 1896, Glackens começou a trabalhar como ilustrador para várias revistas. Em 1901, ele expôs na Allen Gallery, com Henri e Sloan e daí por diante ganhou notoriedade como um artista de futuro. Em 1904, Glackens se casou com Edith Dimock, filha de uma família rica de Connecticut. Ela também era uma artista, e eles moraram em uma casa no Greenwich Village, onde criaram dois filhos.


William Glackens - The Artist's Wife and Son, 1911 – óleo sobre tela – 91,4 x 121,9 cm - Snite Museum of Art, South Bend, Indiana, USA


William Glackens - Italo-American Celebration, Washington Square, c. 1912 – óleo sobre tela – 66 x 81,3 cm – Museum of Fine Arts, Boston, USA


Em Nova York, Glackens se associou a um grupo de artistas conhecidos hoje como The Eight, cinco dos quais (Robert Henri, John Sloan, George Luks e Everett Shinn, bem como Glackens) são considerados realistas Ashcan. Os outros membros desta associação eram Arthur B. Davies, Ernest Lawson, e Maurice Prendergast. Sua exposição na Macbeth Gallery foi um pequeno sucesso escandaloso e visitou várias cidades de Newark a Chicago em uma exposição itinerante com curadoria de Sloan. Os pintores ganharam um reconhecimento mais amplo e foram convidados a expor em muitas instituições. Mais importante ainda, eles haviam iniciado um debate nacional sobre assuntos aceitáveis na arte e a necessidade de acabar com os constrangimentos da tradição na cultura americana. A maioria dos Oito também participou da "Exposição de Artistas Independentes" em 1910, uma nova tentativa de quebrar a exclusividade da Academia. Os pintores retratavam temas urbanos robustos, às vezes inelegantes e davam boas-vindas à liberdade artística. Eles não estavam preocupados com as técnicas modernistas. Seu foco era uma pintura energética e temas atuais e acessíveis.


William Glackens - Girl Roller-Skating, Washington Square, c. 1914 – óleo sobre tela – 60,9 x 45,7 cm - Brooklyn Museum, New York, USA


William Glackens, The Raft, 1915 – óleo sobre tela – 63,5 x 76,2 cm - The Barnes Foundation, Philadelphia, Pennsylvania, USA


Por volta de 1910, Glackens começou a se concentrar em um estilo colorista altamente pessoal, que representava uma ruptura com a abordagem do grupo Ashcan. Foi sua conversão ao impressionismo. Seu trabalho era frequentemente comparado com o de Renoir, ao ponto de ser chamado de "Renoir americano". A resposta de Glackens a essa crítica sempre foi a mesma: "Você pode pensar em um homem melhor para seguir do que Renoir?" Em última análise, Glackens era um pintor "puro" para quem a sensualidade da forma de arte era primordial, não um cronista social ou um artista com inclinação para a política ou provocação. Entre os artistas de Nova York, Glackens era conhecido por seu olhar sofisticado e seus gostos amplos e cosmopolitas. Em 1916, Glackens presidiu a recentemente fundada Society of Independent Artists, cuja a missão era dar oportunidades mais amplas de exposição para artistas menos conhecidos.


William Glackens - Soda Fountain, 1935 – óleo sobre tela – 121,9 x 91,4 cm - Pennsylvania Academy of the Fine Arts, Philadelphia, USA


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sábado, 11 de março de 2017

Série Van Gogh - Le Moulin de la Galette

Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette, 1886 – óleo sobre tela – 46 x 38 cm – Carnegie Museum of Art, Pittsburgh, USA


Série Van Gogh - Le Moulin de la Galette


Em 1886, Vincent Van Gogh (North Brabant, Holanda, 30 de Março de 1853 – Auvers-sur-Oise, França, 29 de Julho de 1890) se mudou da Holanda para Paris, para ter a orientação de seu irmão, Theo van Gogh. Na Holanda ele tinha sido influenciado por grandes mestres holandeses, e sua vinda a Paris significava que ele iria ter a oportunidade de ser influenciado pelos Impressionistas, Simbolistas, Pontilhistas e pela arte japonesa. Em Paris, seu círculo de amigos incluía Émile Bernard, Paul Gauguin, Camille Pissarro, Henri de Toulouse-Lautrec, e outros.

Montmartre era um bairro conhecido por seus bares, cafés e salão de dança. Por estar localizado na borda do campo, proporcionou a Van Gogh a oportunidade de trabalhar em pinturas de cenários rurais, enquanto morava em Paris.

“Le Moulin de la Galette” é o tema e título de diversas pinturas feitas por Vincent van Gogh em 1886, de um moinho de vento. O Moulin de la Galette (também chamado “Blute-Fin”) se localizava sobre um morro, perto do apartamento que Van Gogh compartilhava com seu irmão Theo de 1886 até 1888, em Montmartre, Paris. Construído em 1622, foi originalmente chamado Blute-Fin e pertencia à família Debray no século XIX. Nessa época haviam mais dois moinhos nesse morro. O Moulin de la Galette tinha um terraço para as pessoas apreciarem a vista e era também o nome de um salão de dança ao ar livre. Além de Van Gogh, Toulouse-Lautrec e Pierre-Auguste Renoir também pintaram o Moulin de la Galette. O nome da pintura de Renoir do salão de dança é “Bal du Moulin de la Galette”.

Nas primeiras pinturas de Van Gogh em Paris, as cores são sombrias e evocam uma sensação de ansiedade e solidão.


Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette, 1886 – óleo sobre tela – 38 x 46 cm - Stiftung Langmatt, Baden, Switzerland


Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette, 1886 – óleo sobre tela – 38, 5 x 46 cm – Kröller-Müller Museum, Otterlo, Holanda


Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette, 1886 – óleo sobre tela – 38 x 46,5 cm – Neue Nationalgalerie, Berlin


A pintura “The Blute-Fin Windmill, Montmartre” reflete a transição artística de Van Gogh. Influenciado pelo Impressionismo, Van Gogh pintou esta obra com cores mais claras e pinceladas soltas para capturar luz e movimento.

Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette (The Blute-Fin Windmill, Montmartre), 1886 – óleo sobre tela – 46 x 38 cm - Kelvingrove Art Gallery and Museum, Glasgow, Escócia


 Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette, 1886 – óleo sobre tela – 61 x 50 cm - Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, Argentina

Essa pintura é um exemplo de como Van Gogh usou uma técnica chamada “impasto” para aplicar a tinta fortemente, e que criou um efeito de relevo, para transmitir emoção. As pinceladas no moinho de vento e nas portas são visíveis. Os rostos das duas pessoas foram criados com apenas um par de pinceladas.


Vincent Van Gogh - Le Moulin de la Galette, 1886 – óleo sobre tela – 55 x 38,5 cm – coleção particular


Vincent van Gogh - Le Moulin de Blute-Fin, 1886 – óleo sobre tela - Museum de Fundatie, Zwolle, Holanda


Vincent van Gogh - Le Moulin de Blute-Fin, 1886 – óleo sobre tela – 48,2 x 39,5 cm - Bridgestone Museum of Art, Tokyo, Japão


Vincent van Gogh - Terrace and Observation Deck at the Moulin de Blute-Fin, Montmartre, 1886 – óleo sobre tela – 44 x 33,5 cm - Art Institute of Chicago, USA


Outras pinturas com moinho de Van Gogh:


Vincent van Gogh - The Hill of Montmartre with Stone Quarry, 1886 – óleo sobre tela – 32 x 41 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda


Vincent van Gogh - The Hill of Montmartre with Quarry, 1886 – óleo sobre tela – 56 x 62,5 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda


Vincent Van Gogh - The Hill of Montmartre also View of Montmartre with Windmills, 1886 – óleo sobre tela – 36 x 61 cm - Kröller-Müller Museum, Otterlo, Holanda


Vincent Van Gogh - Windmill On Montmartre, 1886 – óleo sobre tela – 46,5 x 38 cm – destruido por fogo em 1967


Vincent Van Gogh - Vegetable Gardens in Montmartre, La Butte Montmartre, 1887 – óleo sobre tela – 44,8 x 81 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda


Vincent Van Gogh - Street Scene in Montmartre, Le Moulin a Poivre, 1887 – óleo sobre tela – 34,5 x 64,5 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Holanda


Vincent Van Gogh - Vegetable Gardens in Montmartre, La Butte Montmartre, 1887 – óleo sobre tela – 96 x 120 cm - Stedelijk Museum, Amsterdam, Holanda


Esse blog possui mais artigos sobre Vincent Van Gogh. Clique sobre os links abaixo para ver:











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quarta-feira, 8 de março de 2017

Homenagem a todas as mulheres com alguns artigos sobre mulheres artistas em Arteeblog

Georgia O'Keeffe – Hibiscus with Plumeria, 1939 – óleo sobre tela – Smithsonian American Art Museum, Washington, DC, USA


Georgia O'Keeffe e sua arte florida



Homenagem a todas as mulheres com alguns artigos sobre mulheres artistas em www.arteeblog.com 
Clique sobre os links para ver os artigos.


Zinaida Serebriakova – At the Dressing Table (self-portrait), 1909 – óleo sobre tela – 75 x 65 cm - The State Tretyakov Gallery, Moscow

Zinaida Serebriakova, sua arte e sua história



Elisabeth-Louise Vigée-Lebrun - Self-portrait in a Straw Hat, 1782 – óleo sobre tela – 98 x 70 cm - National Gallery, London

Elisabeth Vigée Le Brun – uma artista à frente de sua época



Berthe Morisot - Eugène Manet and His Daughter in the Garden, 1883

O misterioso relacionamento dos impressionistas Édouard Manet e Berthe Morisot



Mary Cassatt – “Woman Bathing” - 1890-1891 – ponta-seca e aquatinta sobre papel -  43.2 x 29.8 cm

A história de “Woman Bathing” e mais duas obras de Mary Cassatt



Tarsila do Amaral - Abaporu – 1928

15 Pinturas e esculturas de mulheres artistas



Tomie Ohtake - Sem título – 2013

Homenagem a Tomie Ohtake



"Homage to Friends from Montparnasse" - Marevna (Marie Vorobieff), 1962 -  (Diego Rivera, Leopold Zborowski, Chaim Soutine, Moise Kisling, Ilya Ehrenburg, Amedeo Clemente Modigliani, Jeanne Hébuterne, Max Jacob,  Marevna)

Marevna, a artista amiga dos grandes artistas



Gabriele Münter - Self-Portrait – 1909

Histórias da História da Arte: Gabriele Münter - A guardiã das artes



Mira Schendel - Objeto Gráfico - 1967-8 - Coleção Patrícia Phelps de Cisneros

Mira Schendel - exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo