quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Happy New Year!





quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Félix Vallotton, sua arte e sua história

Félix Vallotton – On the Beach, 1899 – óleo sobre cartão – coleção particular


Félix Vallotton, sua arte e sua história


Félix Vallotton – Self-portrait at 20, 1885 – óleo sobre tela – 70 x 55,2 cm - Musée Cantonal des Beaux-arts de Lausanne, Switzerland


Félix Edouard Vallotton (Lausanne, Suíça, 28 de Dezembro de 1865 - Neuilly-sur-Seine, França, 29 de Dezembro de 1925) foi um pintor suíço / francês e gravurista associado com o movimento artístico Les Nabis. Ele foi uma figura importante no desenvolvimento da xilogravura moderna. Em 1882 mudou-se para Paris para estudar arte com os mestres Jules Joseph Lefebvre e Gustave Boulanger na Académie Julian. Passava muitas horas no Louvre, onde admirava muito as obras de Holbein, Dürer e Ingres. Esses artistas permaneceram sendo admirados por Vallotton ao longo de sua vida.


Félix Vallotton - The Bath, Summer Evening, 1892 – óleo sobre tela – 97 x 131 cm - Kunsthaus – Zurich, Switzerland


Félix Vallotton - Young Girl Painting, 1892 – óleo sobre tela – coleção particular


Durante a década de 1890, Vallotton pintou, escreveu críticas de arte e fez uma série de gravuras que foram reconhecidas como inovadoras, e estabeleceram Vallotton como um líder no renascimento da verdadeira xilogravura como um meio artístico. Ele foi influenciado pelo pós-impressionismo, pelo simbolismo, e especialmente pelas xilogravuras japonesas. Uma grande exposição de gravuras do ukiyo-e foi apresentada na École des Beaux-Arts em 1890, e Vallotton, como muitos artistas de seu tempo, era um entusiasta de Japonismo e colecionador dessas gravuras.


Félix Vallotton – Mont Blanc, 1892 – xilogravura – 25,4 x 14,4 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Netherlands


Félix Vallotton – The Cornet, 1896-1897 – xilogravura – 22,6 x 17,8 cm - Van Gogh Museum, Amsterdam, Netherlands 


As xilogravuras de Vallotton foram amplamente divulgadas em periódicos e livros na Europa e nos Estados Unidos e foram uma influência significativa na arte gráfica de Edvard Munch, Aubrey Beardsley e Ernst Ludwig Kirchner.


Félix Vallotton - Moonlight, c. 1894 – óleo sobre tela – 27 x 41 cm - Musée d'Orsay, Paris, France


Félix Vallotton - Misia à sa coiffeuse, 1898 – distêmpera sobre cartão – 91,4 x 73,6 cm - Musée d'Orsay, Paris, France


Félix Vallotton – The Ball, 1899 – óleo sobre cartão sobre madeira – 48 x 61 cm - Musée d'Orsay, Paris, France


Em 1892, ele se juntou ao Les Nabis, um grupo de jovens artistas, como Pierre Bonnard, Maurice Denis e Édouard Vuillard, com quem Vallotton manteve uma amizade ao longo da vida. Em 1899 Vallotton casou-se com Gabrielle Rodrigues-Henriques, uma jovem viúva rica com três filhos, e em 1900 obteve a cidadania francesa. Por volta de 1899, sua atividade na gravura diminuiu, se concentrando na pintura, onde desenvolveu um realismo sóbrio e amargo. As pinturas de Vallotton do período pós-Nabi encontraram admiradores, e foram respeitadas por sua veracidade e suas qualidades técnicas, mas a severidade de seu estilo era frequentemente criticada.


Félix Vallotton – The Port of Honfleur at Night, 1901 – óleo sobre cartão - Metropolitan Museum of Art - New York, NY


 Félix Vallotton - The Five Painters, 1902-1903 – óleo sobre tela – 145 x 187 cm - Kunstmuseum Winterthur, Switzerland

Os cinco pintores: Em pé à esquerda: Félix Vallotton e à direita: Ker-Xavier Roussel. Sentados, da esquerda para a direita: Pierre Bonnard, Édouard Vuillard e Charles Cottet.



Nos seus últimos anos, Félix Vallotton concentrou-se especialmente nas naturezas-mortas e nas "paisagens compostas", paisagens compostas no estúdio pela memória e pela imaginação. Sempre um artista prolífico, ao final de sua vida ele havia completado mais de 1700 pinturas e cerca de 200 gravuras, além de centenas de desenhos e várias esculturas.


Félix Vallotton - Interior, Bedroom with Two Figures, 1903-1904 – óleo sobre cartão – 61,5 x 56 cm - The State Hermitage Museum - St Petersburg, Russian Federation


Félix Vallotton - Flowers and Strawberries, 1920 – óleo sobre tela – 61 x 73 cm – coleção particular


 Félix Vallotton - Nude from behind on a Red Sofa, 1925 – óleo sobre tela – 81 x 100 cm – coleção particular



Félix Vallotton - Street Scene in Paris (Coin de rue à Paris), 1895 – guache e óleo sobre cartão – 35,9 x 29,5 cm – The Metropolitan Museum of Art - New York, NY


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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

George Michael e Astrud Gilberto – Desafinado



George Michael e Astrud Gilberto – Desafinado

Aqui a versão oficial:



Desafinado é uma canção da bossa nova composta por Tom Jobim e Newton Mendonça, lançada como um single por João Gilberto como em 1958 e incluída em seu álbum de estreia, Chega de Saudade, lançado em 1959. A canção é uma resposta à crítica da época, que considerava a bossa nova "música para cantores desafinados".  A canção foi posteriormente gravada por diversos artistas, incluindo Tom Jobim, Herb Alpert, Ella Fitzgerald e Stan Getz, que em 1963 ganhou o Grammy de Melhor Performance de Jazz por um Solista ou Grupo Pequeno pela canção. Duas adaptações da canção para a língua inglesa foram realizadas: "Slightly Out of Tune", por Jon Hendricks e "Off Key", por Gene Lees.

Essa versão foi gravada para o álbum Red Hot + Rio, produzido por Béco Dranoff e Paul Heck como parte da Red Hot AIDS Benefit Series destinado a promover a conscientização sobre a AIDS. Esta edição é uma homenagem contemporânea ao som da Bossa nova, especialmente a música de Antonio Carlos Jobim. Esse lançamento provou ser um dos projetos mais bem-sucedidos da série Red Hot, gerando centenas de milhares de dólares para instituições de caridade para a AIDS em todo o mundo.

George Michael, nome artístico de Georgios Kyriacos Panayiotou (Londres, 25 de junho de 1963 — Oxfordshire, 25 de dezembro de 2016), foi um cantor, compositor e produtor musical. Ele se tornou mais conhecido nas décadas de 1980 e 1990 com seu estilo de dance-pop pós-disco, com canções como "Last Christmas" e "Wake Me Up Before You Go-Go". Ele vendeu mais de 100 milhões de discos no mundo todo. Em 1981 formou o duo Wham!, com seu colega de escola, Andrew Ridgeley. Até a sua separação, em 1986, o dueto do gênero disco pop teve um grande número de sucessos. Lançou seu primeiro compacto solo em 1984, a balada "Careless Whisper", que se tornou um hit mundial. Em 1987 lançou Faith, o primeiro álbum solo, acompanhado por videoclipes luxuosos. Michael ganhou vários prêmios de música ao longo de sua carreira de 30 anos, incluindo três prêmios Brit Awards, quatro MTV Video Music Awards, quatro Ivor Novello Awards, três American Music Awards e dois Grammy Awards de oito indicações. Durante o ano de 2016, George Michael anunciou que estava produzindo um novo álbum de estúdio, a ser lançado em 2017. George Michael morreu vítima de uma insuficiência cardíaca em sua casa, em 25 de dezembro de 2016, em Oxfordshire, Inglaterra.

Astrud Gilberto, nascida Astrud Evangelina Weinert (Salvador, 29 de março de 1940), é uma cantora brasileira de bossa nova, MPB e jazz de fama internacional. Ela cresceu no Rio de Janeiro. Casou-se com João Gilberto em 1959 e emigrou para os Estados Unidos em 1963, residindo ali desde então. Astrud e João se divorciaram em meados dos anos 1960 e ela começou um relacionamento com seu parceiro musical, o saxofonista americano Stan Getz. Ela cantou em duas faixas do influente álbum de 1962 Getz / Gilberto com João Gilberto, Stan Getz, e Antônio Carlos Jobim, apesar de nunca ter cantado profissionalmente antes desta gravação. A versão single de 1964 de "The Girl from Ipanema", estabeleceu Astrud Gilberto como cantora de Bossa Nova. Ele vendeu mais de um milhão de cópias e foi premiado com um disco de ouro. Começando como cantora de bossa nova e de standards de jazz americano, Astrud Gilberto começou a gravar suas próprias composições na década de 1970. Ela gravou músicas em português, inglês, espanhol, italiano, francês, alemão e japonês. Astrud Gilberto recebeu o prêmio Latin Jazz USA Award for Lifetime Achievement (1992) e foi incluída no International Latin Music Hall of Fame, em 2002. Embora não tenha se aposentado oficialmente, ela anunciou em 2002 que estava tirando um tempo indefinido das apresentações públicas.

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova.


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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Feliz Natal! Paz para a humanidade!

Zinaida Serebriakova - Katya in Blue, by the Christmas Tree, 1922 – crayon sobre papel - 65 x 47.5 cm – coleção particular


Feliz Natal! Paz para a humanidade!

Desejamos a todos os nossos leitores, seguidores e amigos um Feliz Natal, muita paz e alegrias!


Esse blog possui um artigo sobre Zinaida Serebriakova. Clique sobre esse link para ver:

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domingo, 18 de dezembro de 2016

Análise de Castle and Sun de Paul Klee

Paul Klee – Castle and Sun, 1928 – óleo sobre tela – 50 x 59 cm - coleção particular



Análise de Castle and Sun de Paul Klee


Paul Klee tinha um estilo único, dentro do cubismo, como em sua inovadora pintura “Castle and Sun” (Castelo e Sol). A imagem elegante foi criada a partir de diferentes formas geométricas e vários tons de cor. O sol solitário brilha no céu engenhosamente criado por linhas fortes e estruturas retangulares e triangulares de vários tamanhos, que acrescentam profundidade à imagem abstrata.

Há uma mistura de abstrato com realidade, e figuras são desconstruídas para formar imagens interessantes. O fundo em cor de argila oferece uma vista mais clara de como as figuras parecem formar um horizonte da cidade (ou castelo) com cores e luzes intensos. Klee usa a cor amarela para atrair o olhar e quebrar os tons de marrom. Esta pintura tem uma disposição complexa de figuras triangulares para fornecer uma metrópole imaginária. A pintura é uma expressão na arte abstrata. O toque de realismo, ângulos e uso de cor cria uma cidade de forma geométrica. Os trabalhos imaginários de Paul Klee continuam a inspirar e intrigar. Paul Klee foi um dos maiores filósofos e teóricos da arte do século XX, especialmente no campo da cor, bem como um de seus maiores fantasiadores.

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 — Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. Ele possuía um método individual, influenciado por muitos movimentos de arte, como surrealismo, cubismo e expressionismo, além de futurismo e abstração, realizando mais de 9.000 gravuras, desenhos e pinturas. Suas obras refletem seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, seus ânimos e suas crenças pessoais, e sua musicalidade. Ele e o pintor russo Wassily Kandinsky, seu amigo, também eram famosos por darem aulas na Bauhaus, uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo. A escola foi fundada por Walter Gropius em 25 de abril de 1919. Em 1933, após uma série de perseguições por parte do governo nazista, a Bauhaus foi fechada.

Em meados da década de 1920, a técnica de arte de Klee passou para um gênero chamado divisionismo. Esta técnica de arte cria a oposição entre formas individuais e formas “dividuais”. Isto significa que ele usou formas que não podem ser divididas e formas que podem ser infinitamente divididas. Embora Klee enxergasse sua arte como um processo de criatividade espontânea e crescimento natural, exemplificado pela sua famosa descrição do desenho como "levar uma linha para um passeio", ele realmente verdadeiramente trabalhava com grande rigor, tendo produzido mais de 9.000 obras de arte.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Análise da pintura Improvisation 31 (Sea Battle), de Wassily Kandinsky

Wassily Kandinsky - Improvisation 31 (Sea Battle), 1913 – óleo sobre tela – 140,7 x 119,7 cm – National Gallery of Art, Washington, DC, USA


Análise da pintura Improvisation 31 (Sea Battle), de Wassily Kandinsky

Improvisation 31 tem um segundo título: Sea Battle (Batalha do Mar), que nos leva a ver como ele usou a imagem de dois navios altos disparando balas de canhão um para o outro, e remeteu a esses detalhes na gloriosa comoção do quadro. Embora não mostre uma batalha marítima, a pintura nos faz experimentar uma, com sua confusão, coragem, excitação e movimento furioso. Kandinsky diz tudo isso, principalmente com a cor e os balões sobre o centro da imagem e com as cores sinistramente manchadas na parte inferior direita da tela. Existem também esfregaços, de tinta. A ação é realizada dentro de duas fortes diagonais ascendentes, criando um triângulo central que sobe cada vez mais. Este acento crescente dá uma sensação heroica à violência de uma batalha naval.

Para Wasily Kandinsky a arte poderia ir além da imitação do mundo físico, inspirando "vibrações na alma". Ele foi um pioneiro na abstração como forma mais rica e musical de expressão artística. Kandinsky acreditava que as propriedades físicas das obras de arte podiam suscitar emoções e produziu um grupo revolucionário de telas cada vez mais abstratas, esperando trazer a pintura mais próxima da música.


Gabriele Münter - "Portrait of Wassily Kandinsky" – 1906


Wassily Wassilyevich Kandinsky (Moscou, 4 de dezembro de 1866/16 de dezembro pelo calendário gregoriano - 13 de dezembro de 1944) foi um pintor russo e teórico da arte. Na década de 1910, Kandinsky desenvolveu seus primeiros estudos não figurativos, sendo por isso considerado o primeiro pintor ocidental a produzir uma tela abstrata. Ele estudou Direito e Economia na Universidade de Moscou, e declinou a carreira de professor de Direito para estudar Arte em Munich. Em 1902 Kandinsky expôs pela primeira vez com a Secessão de Berlim e produziu suas primeiras xilogravuras. Em 1903 ele começou a viajar para a Itália, Holanda e África do Norte e visitou a Rússia. Expôs no Salon d'Automne em Paris a partir de 1904. Ele retornou a Moscou em 1914, após a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Kandinsky não simpatizava com as teorias oficiais sobre a arte da Moscou comunista e voltou para a Alemanha em 1921. Lá, ensinou na escola Bauhaus de arte e arquitetura de 1922 até os nazistas a fecharem em 1933. Em seguida, mudou-se para a França, onde viveu o resto da sua vida, tornando-se um cidadão francês em 1939 e produzindo algumas das suas mais importantes obras de arte.

Kandinsky comparou a pintura com a composição de música, escrevendo: "A cor é o teclado, os olhos são os martelos, a alma é o piano com muitas cordas." O artista é a mão que toca, tocando uma tecla ou outra, para causar vibrações na alma ".


Esse blog possui um artigo sobre Gabriele Münter, uma companheira de Kandinsky, e a história do casal. Clique sobre esse link para ver:



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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Análise de The Girl in a Picture Frame (A Garota na Moldura) de Rembrandt van Rijn

Rembrandt van Rijn - The Girl in a Picture Frame (The Jewish Bride), 1641 – óleo sobre madeira - 105.5 × 76 cm - Royal Castle, Warsaw, Poland


 Análise de The Girl in a Picture Frame (A Garota na Moldura) de Rembrandt van Rijn


Rembrandt tinha a capacidade de criar retratos realistas e sedutores. As pinturas “trompe l'oeil” (ilusão de óptica), onde o tema parece se projetar para fora do quadro, se tornaram populares no século 17. Nessa tela, a modelo olha para fora da pintura. Ela é muito doce, com olhos escuros, acolhedores e um rosto amigável. Ela está alcançando fora da imagem, descansando suas mãos sobre a moldura. Nós estamos olhando para um quadro e a menina olha de volta para nós. Mas mais do que isso, o que estamos olhando, é uma moldura dentro de uma moldura, e as duas são iguais.

A modelo é mostrada descansando suas mãos na barra inferior da moldura pintada que cerca a imagem inteira. Ela usa um vestido vermelho escuro forrado com peles, colares de ouro e um cinto largo e rico. Sua jovem face idealizada é profundamente sombreada por um chapéu preto macio, de onde seu longo e solto cabelo vermelho sai livremente. O fundo atrás dela é verde e indescritível, com uma coluna malformada no canto direito, preenchendo o espaço superior. Nessa pintura, Rembrandt alcançou o mais alto grau de ilusionismo, evitando os típicos truques de trompe l'oeil, permitindo que partes da cena pintada parecessem se projetar além do plano pictórico.


Essa pintura tem um par: “Scholar at his Writing Table”, que está exposta ao seu lado, no Royal Castle, Warsaw, Poland. As duas obras não são retratos típicos, mas são representações de pessoas desconhecidas referidas pelo termo holandês tronie.


Rembrandt van Rijn - Scholar at his Writing Table, 1641 – óleo sobre madeira – 105,7 x 76,4 cm - Royal Castle, Warsaw, Poland


 Em 1777 o último rei polonês, Stanisław August II, comprou o par de pinturas de Rembrandt para a coleção real de Varsóvia. Após a abdicação dele em 1815, as pinturas foram vendidas ao aristocrata polonês Kazimierz Rzewuski (1751-1820) e foram mudadas para a Áustria. Mais tarde foram herdadas por Karol Lanckoroński (1848-1933), um proprietário de terras polonês, político, funcionário público vienense e colecionador de arte famoso. A partir de 1902 as pinturas de Rembrandt, parte da coleção reconhecida de Karol Lanckoroński, encontraram grande sucesso, expostas ao público em seu palácio de Viena.

Após a Primeira Guerra Mundial, quando a Polônia recuperou sua independência após 123 anos de partições, o proprietário planejou transferir sua coleção para sua terra natal. Infelizmente, a Segunda Guerra Mundial começou e toda a coleção foi saqueada pelos nazistas e escondida perto de Salzburgo, com outros objetos de arte roubados da Europa. No entanto, uma parte da coleção sobreviveu e em 1947 foi recuperada por seus proprietários. A família voltou a fazer planos para remover a coleção da Áustria, mas ela foi temporariamente apreendida no castelo de Hohenems perto da fronteira de Lichtenstein, que em 1950 foi parcialmente destruído por um incêndio. Depois disso, as obras de arte mais valiosas - os Rembrandt entre elas - foram secretamente transferidas para a Suíça. As duas pinturas foram consideradas perdidas até 1994 (ano da doação da família Lanckoroński). Desde então as pinturas de Rembrandt estão expostas no Castelo Real de Varsóvia.





Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leida, 15 de julho de 1606 — Amsterdam, 4 de outubro de 1669) foi um pintor e gravador holandês. É considerado um dos maiores nomes da história da arte europeia e o mais importante da história holandesa. É considerado, por alguns, como o maior pintor de todos os tempos. Suas contribuições à arte surgiram em um período denominado pelos historiadores de "Século de Ouro dos Países Baixos", na qual a influência política, a ciência, o comércio e a cultura holandesa, particularmente a pintura, atingiram seu ápice. Os maiores triunfos criativos de Rembrandt são exemplificados especialmente nos retratos de seus contemporâneos, autorretratos e ilustrações de cenas da Bíblia. Seus autorretratos formam uma biografia singular e intimista em que o artista pesquisou a si mesmo sem vaidade e com a máxima sinceridade. A representação de cenas bíblicas era baseada no conhecimento de Rembrandt sobre o texto específico, na sua assimilação da composição clássica, e em suas observações da população de Amsterdam. Devido à sua empatia pela condição humana, ele foi chamado de "um dos grandes profetas da civilização".

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sábado, 10 de dezembro de 2016

Zinaida Serebriakova, sua arte e sua história

Zinaida Serebriakova – At the Dressing Table (self-portrait), 1909 – óleo sobre tela – 75 x 65 cm - The State Tretyakov Gallery, Moscow


Zinaida Serebriakova, sua arte e sua história


A composição da pintura “At the Dressing Table” (Na Penteadeira) é representada como um reflexo em um espelho, que é tradicional para o gênero de autorretrato. Este dispositivo introduz um elemento de intimidade e, ao mesmo tempo, cria um afastamento necessário. O tema "através do espelho", nessa obra, não dá origem a um sentimento de mistério. Mesmo as velas, que normalmente simbolizam o passar do tempo nas pinturas, parecem esquecer sua função na atmosfera leve do quadro. Os olhos brilhantes enormes da retratada e seu rosto amigável transmitem calor. As mãos e o cabelo fornecem uma moldura para o rosto. Serebryakova não se anuncia de forma alguma como artista. Tem-se a sensação de que o autorretrato foi pintado para o círculo íntimo de sua família mais próxima.


Zinaida Serebriakova – Country Girl, 1906 - The State Russian Museum, Saint Petersburg, Russia


Zinaida Yevgenyevna Serebriakova (10 de Dezembro de 1884 - 19 de Setembro de 1967) foi uma pintora russa. Zinaida Serebriakova nasceu perto de Kharkov, Ucrânia, em uma das famílias mais refinadas e artísticas da Rússia. Ela pertencia à família artística Benois, com conceituados arquitetos e artistas plásticos. O ator e escritor russo-inglês Peter Ustinov também era relacionado a essa família. Em 1900 entrou na escola de arte fundada pela princesa M. K. Tenisheva. Foi aluna de Ilya Repin em 1901 do retratista Osip Braz entre 1903 e 1905. Em 1902-1903 passou um tempo na Itália e de 1905 a 1906 estudou na Académie de la Grande Chaumière em Paris.


Zinaida Serebriakova - The Orchard, 1908-9 - Têmpera sobre papel - 47.7 x 56 cm - The Russian Museum, St. Petersburg, Russia


Zinaida Serebriakova - Apple-Tree, 1910s – óleo sobre tela - 55 x 78.5 cm - Donetsk Regional Art Museum, Donetsk, Ukraine


A partir de sua juventude, Zinaida Serebriakova esforçou-se para expressar seu amor ao mundo e para mostrar sua beleza. Suas primeiras obras falam eloquentemente dessa busca e de sua aguda consciência da beleza da terra russa e seu povo. Estes trabalhos são estudos feitos da natureza, e embora fosse jovem naquele tempo, seu talento, confiança e ousadia extraordinários eram aparentes. Um amplo reconhecimento público veio com o autorretrato de Serebriakova, “At the Dressing Table”, exibido pela primeira vez em uma grande exposição montada pela União de Artistas Russos em 1910.


Zinaida Serebriakova - The Bather, 1911 – óleo sobre tela - 98 x 89 cm - The Russian Museum, St. Petersburg, Russia


Zinaida Serebriakova - Self-portrait as Pierrot, 1911 – óleo sobre tela - 71.6 x 58.5 cm - The Art Museum, Odessa, Ukraine


No início da Revolução de Outubro, em 1917, toda a vida de Serebriakova mudou. Em 1919, seu marido Boris morreu de tifo contraído em prisões bolcheviques. Ela foi deixada sem qualquer renda, responsável por seus quatro filhos e sua mãe doente. Todas as reservas de sua propriedade em Neskuchnoye tinham sido saqueadas, então a família sofria de fome. Ela teve que desistir de pintura a óleo em favor das técnicas menos caras de carvão e lápis. Esta foi a época de sua mais trágica pintura, House of Cards, que retrata seus quatro filhos órfãos.


Zinaida Serebriakova - The House of Cards, 1919 – óleo sobre tela - 65 x 75.5 cm - The Russian Museum, St. Petersburg, Russia


Zinaida Serebriakova – Lunchtime, 1914 – óleo sobre tela - 88.5 x 107 cm - The Tretyakov Gallery, Moscow, Russia


Em dezembro de 1920 ela se mudou para o apartamento de seu avô em Petrogrado. Depois da Revolução de Outubro, os habitantes de apartamentos particulares foram obrigados a compartilhá-los com outros habitantes, mas Serebriakova teve sorte, pois foi cercada por artistas do Teatro de Arte de Moscou. Assim, o trabalho de Serebriakova durante este período centra-se na vida do teatro. Também por essa época, a filha de Serebriakova, Tatiana, entrou na academia de ballet, e Serebriakova criou uma série de crayons no Teatro Mariinsky.



Zinaida Serebriakova - Young Sylphids (Ballet Chopiniana), 1924 – óleo sobre tela - 82.5 x 103 cm – coleção particular

(Les Sylphides é um balé baseado em obras do músico Frédéric Chopin, coreografado por Mikhail Fokine, com costumes de Alexandre Benois e com orquestração de Alexander Glazunov. Como "Chopiniana" a estréia se deu no dia 19 de fevereiro de 1909 no teatro Maryinsky em São Petersburgo. Os bailarinos desta apresentação foram Tamara Karsavina, Nijinsky, Anna Pavlova e Alexandra Baldina. Como "Les Sylphides" a estréia se deu em 2 de junho de 1909 no Teatro de Châtelet em Paris, produzida por Serguei Diaghilev para os Ballets Russes. Os bailarinos desta apresentação foram os mesmos da apresentação da Chopiniana. Os costumes e cenários foram também de Alexandre Benois. "Les Sylphides" alguma vezes é confundido com outro balé denominado "La Sylphide" . De nome parecido e com o mesmo tema que é a invocação das figuras mitológicas das sílfides, a semelhança para por aí. São balés bem distintos, com músicas, coreografias, cenário e criação realizadas por pessoas diferentes. Durante três anos, a artista Zinaida Serebriakova (1884-1967) assistiu aos ensaios do balé do Teatro Mariinsky.)


No outono de 1924, Serebriakova foi para Paris, tendo recebido uma encomenda para um grande mural decorativo. Ao terminar este trabalho, ela pretendia retornar à União Soviética, onde sua mãe e os quatro filhos permaneceram. No entanto, ela não foi capaz de retornar, e embora ela tenha sido capaz de trazer seus filhos menores, Alexandre e Catherine, para Paris em 1926 e 1928, respectivamente, ela não pôde fazer o mesmo para seus dois filhos mais velhos, Evgenyi e Tatiana, e não os viu novamente por muitos anos. 


Zinaida Serebriakova - Katya in Blue, by the Christmas Tree, 1922 – crayon sobre papel - 65 x 47.5 cm – coleção particular


Em 1947, Serebriakova finalmente recebeu a cidadania francesa, e somente no governo de Khruschev ela recebeu permissão para retomar o contato com sua família na União Soviética. Em 1960, após 36 anos de separação forçada, sua filha mais velha, Tatiana (Tata), finalmente pôde visitá-la. Nessa época, Tatiana também estava trabalhando como artista, pintando cenários para o Teatro de Arte de Moscou.


Zinaida Serebriakova - Versailles Roofs, 1924 – Têmpera - 46.2 x 61.7 cm - The Tretyakov Gallery, Moscow, Russia


Os trabalhos de Zinaida Serebriakova foram finalmente expostos na União Soviética em 1966, em Moscou, Leningrado e Kiev, recebendo grandes elogios, e ela foi comparada a Botticelli e Renoir. No entanto, embora tenha enviado cerca de 200 de suas obras para serem mostradas na União Soviética, a maior parte do seu trabalho permanece na França nos dias atuais.


Zinaida Serebriakova - Self-Portrait, 1946 óleo sobre papel - 65.5 x 47.3 cm - The Russian Museum, St. Petersburg, Russia


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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A história da pintura The Artist's Studio, Rue de la Condamine de Frédéric Bazille

Frédéric Bazille - The Artist's Studio, Rue de la Condamine – 1870 – óleo sobre tela - Musée d'Orsay, Paris, France


A história da pintura The Artist's Studio, Rue de la Condamine de Frédéric Bazille


A cena acima retrata o estúdio na Rue de la Condamine que Bazille compartilhou com Renoir de 01 de janeiro de 1868 a 15 de maio de 1870. Bazille está no centro, com uma paleta na mão. Manet, usando um chapéu, está olhando para a tela colocada no cavalete. À direita, Edmond Maître, um amigo de Bazille, está sentado ao piano. Acima dele, uma natureza morta de Monet é um lembrete de que Bazille o ajudou financeiramente através da compra de seu trabalho. Os três personagens à esquerda são mais difíceis de identificar - possivelmente Monet, Renoir ou Zacharie Astruc. Cercando Manet e seus admiradores com algumas de suas pinturas que foram recusadas pelo Salon, como The Toilette (Montpellier, Musée Fabre) acima do sofá, e Pescador com uma Rede (Zürich, Fondation Rau) mais acima, à esquerda, e ainda Paisagem com duas Pessoas de Renoir, recusada no Salon de 1866 (a grande tela emoldurada à direita da janela), Bazille está expressando sua crítica à Academia, e afirmando a sua própria visão da arte. Sua morte em combate alguns meses mais tarde, durante a guerra Franco-Prussiana, fez este trabalho ser um testemunho comovente.


Frédéric Bazille – Autorretrato, 1865-66 – óleo sobre tela – 108,9 x 71,1 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, USA


Jean-Frédéric Bazille (6 de Dezembro de 1841 - 28 de Novembro de 1870) foi um pintor impressionista francês. Muitas das grandes obras de Bazille são exemplos de pintura figurativa, em que Bazille colocava os personagens retratados dentro de uma paisagem pintada “en plein air” (ao ar livre). Frédéric Bazille nasceu em Montpellier, na França, em uma família protestante rica. Ficou interessado em pintar depois de ver algumas obras de Eugène Delacroix. Sua família concordou em deixá-lo estudar pintura, mas apenas se ele também estudasse medicina.

Bazille começou a estudar medicina em 1859 e se mudou para Paris em 1862, para continuar seus estudos. Lá ele conheceu Pierre-Auguste Renoir e Alfred Sisley, sendo então atraído para a pintura impressionista, e começou a tomar aulas no estúdio de Charles Gleyre. Depois de falhar seu exame médico em 1864, ele começou a pintar em tempo integral. Seus amigos íntimos incluíam Claude Monet, Alfred Sisley e Édouard Manet. Bazille foi generoso com sua riqueza, e ajudou a apoiar seus amigos menos afortunados, dando-lhes espaço em seu estúdio e materiais para usar.

Frédéric Bazille se alistou num regimento de infantaria em Agosto de 1870, um mês após o início da guerra franco-prussiana. Em 28 de Novembro desse ano, ele estava com sua unidade na Batalha de Beaune-la-Rolande, quando seu oficial foi ferido. Ele assumiu o comando e liderou um assalto à posição alemã. Ele foi atingido duas vezes no ataque e faleceu no campo de batalha aos vinte e oito anos.


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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Ilustrações do mês de Dezembro

Eugène Grasset - La Belle Jardiniere – Décembre, 1896 - ilustração


Ilustrações do mês de Dezembro


O artista gráfico suiço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfólio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


Alphonse Mucha – Décembre, 1899 - ilustração

Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado. Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopéia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930.


Gaspar Camps i Junyent - Alegoria del Mes de Diciembre, 1901 - ilustração

Gaspar Camps i Junyent (Igualada, 1874 - Barcelona 1942) foi um pintor, desenhista e ilustrador que participou do movimento artístico em voga no final do século XIX, o Art Nouveau da França e sua implementação na Catalunha, o modernismo catalão. De origem espanhola, Gaspar Camps passou a maior parte de sua carreira na França. Ele foi influenciado por Alphons Mucha , o artista checo vivendo em Paris, então no auge de sua carreira. Dada a influência de Mucha, incluindo seus cartazes artísticos, Gaspar Camps foi chamado de Mucha Catalan.


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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Análise de “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat

Georges Seurat - A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte, 1884-86 – óleo sobre tela - 207.5 x 308.1 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, USA


Análise de “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat

Georges Seurat registrou paisagens e outros temas calmos, simplificando-os em formas geométricas e convertendo todas as cores e formas em pequenos pontos. Isso foi radical, para o desenvolvimento da arte moderna e abstrata.

Em sua maior e mais conhecida pintura, Georges Seurat retratou pessoas relaxando em um parque suburbano em uma ilha no rio Sena, em Paris, chamada La Grande Jatte. O artista trabalhou na pintura por muito tempo, começando no verão de 1884 com uma camada de pequenas pinceladas horizontais de cores complementares. Mais tarde ele acrescentou pequenos pontos, também em cores complementares, que aparecem como formas sólidas e luminosas quando vistas a distância.

O uso por Seurat desta técnica altamente sistemática e "científica", posteriormente chamada pontillismo, distinguiu sua arte da abordagem mais intuitiva à pintura usada pelos impressionistas. Embora Seurat abraçasse o tema da vida moderna, preferido por artistas como Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir, ele foi além de sua preocupação em capturar as qualidades acidentais e instantâneas da luz na natureza.




A pintura mostra membros de várias classes sociais que participam em várias atividades do parque. Seurat levou dois anos para completar esta pintura, passando a maior parte desse tempo no parque, esboçando em preparação para o trabalho (há cerca de 60 estudos preparatórios da pintura).

Inspirado pelos efeitos ópticos e pela percepção inerentes às teorias da cor de Michel Eugène Chevreul, Ogden Rood e outros, Seurat adaptou esta pesquisa científica à sua pintura. Seurat contrastava pontos em miniatura ou pequenos pinceladas de cores que, quando unificadas opticamente no olho humano, eram percebidas como uma única sombra ou tonalidade. Ele acreditava que essa forma de pintura, chamada divisionismo na época, mas agora conhecida como pontillismo, tornaria as cores mais brilhantes e poderosas do que pinceladas padrão. O uso de pontos de tamanho quase uniforme veio no segundo ano de seu trabalho na pintura, 1885-86.

Seurat fez as alterações finais em La Grande Jatte em 1889. Ele aumentou a tela, adicionando uma borda pintada de vermelho, laranja e pontos azuis que fornece uma transição visual entre o interior da pintura e sua moldura branca.

A pintura de Seurat espelha sua outra pintura, Bathers at Asnières, concluída pouco antes, em 1884. Os banhistas na pintura anterior estão banhados em luz, enquanto quase todas as figuras em La Grande Jatte parecem estar na sombra, sob árvores ou guarda-sóis, ou na sombra de outra pessoa.


Georges Seurat – Bathers at Asnières, 1884 – óleo sobre tela - 201 cm × 300 cm – National Gallery, London


Para os parisienses, domingo era o dia para escapar do calor da cidade e ficar na sombra das árvores aproveitando a brisa fresca que vinha do rio. Alguns dos personagens estão fazendo coisas curiosas. A senhora do lado direito tem um macaco em uma coleira. Uma senhora à esquerda perto da margem do rio está pescando. No centro da pintura está uma menina vestida de branco (que não está na sombra), que olha diretamente para o espectador da pintura. Isso pode ser interpretado como alguém que está silenciosamente questionando o público: "O que acontecerá com essas pessoas e sua classe?"

Georges-Pierre Seurat (2 de dezembro de 1859 - 29 de março de 1891) foi um pintor e desenhista francês, pós-impressionista. Ele é reconhecido principalmente como o pioneiro da técnica Neo-Impressionista comumente conhecida como Divisionismo, ou Pontillismo. Seu sucesso o levou rapidamente à frente da avant-garde parisiense. Seu triunfo foi de curta duração, uma vez que após apenas uma década de trabalho maduro ele faleceu com apenas 31 anos. Mas suas inovações seriam altamente influentes, moldando o trabalho de artistas tão diversos como Vincent Van Gogh e os Futuristas italianos.


Assista uma cena do filme “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller Day Off) de 1986, em que os personagens visitam o Art Institute of Chicago e um deles interage com a pintura “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat:





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