quarta-feira, 29 de junho de 2016

Sergio Mendes & Brasil '66 - The Fool On The Hill 1968



Sergio Mendes & Brasil '66 - The Fool On The Hill 1968



Sérgio Santos Mendes (Niterói, Rio de Janeiro, 1941) é um músico e compositor brasileiro de bossa nova. Sérgio Mendes começou com o Sexteto Bossa Rio, gravando o disco "Dance Moderno" em 1961. Viajando pela Europa e pelos Estados Unidos, gravou vários álbuns, chegando a tocar no Carnegie Hall. Mudou para os EUA em 1964. Foi nos Estados Unidos que começou o grupo Sérgio Mendes & Brasil 66, alcançando sucesso. As vocalistas do grupo eram Lani Hall e Bibi Vogel. Sergio Mendes tem mais de trinta discos lançados, e o mais recente deles conta com participações especiais de, entre outros, Stevie Wonder e Black Eyed Peas. Lani Hall (6 de novembro de 1945) é uma cantora, letrista, autora, e a esposa do consagrado músico Herb Alpert. De 1966 a 1971, foi vocalista do grupo Sérgio Mendes & Brasil '66. Ela é mais conhecida por sua interpretação da música-tema de James Bond no filme de 1983 Never Say Never Again. Em 1986, ela foi premiada com seu primeiro Grammy e recebeu seu segundo Grammy em 2013.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Pinturas com bolhas de sabão

Édouard Manet - Les Bulles de Savon, 1867 – óleo sobre tela - 100.5 × 81.4 cm – Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa


Pinturas com bolhas de sabão


O tema foi abordado por pintores holandeses do século 17. Enquanto o cuidadoso equilíbrio da composição de Manet é rico em tradição, a imagem é muito moderna. A figura do menino quase pula para fora da moldura. O impulso para a frente do corpo, e os efeitos de luz contrastantes dão ao retrato uma forma abrupta e uma expressividade impactantes. O menino olha para frente, acima da cabeça do espectador, intensamente concentrando em soprar a bolha de sabão perfeita.

Esse blog possui um artigo sobre Édouard Manet, onde o modelo dessa pintura (Léon Koella Leenhoff, filho ou meio-irmão de Manet) é descrito. Clique sobre esse link para ver:



John Everett Millais – Bolhas, 1886 – óleo sobre tela - Lady Lever Art Gallery, Port Sunlight, Inglaterra


Esta pintura tornou-se famosa quando foi usada por muitas gerações em anúncios para o sabão Pears. Durante a vida de Millais isso levou a um amplo debate sobre a relação entre arte e publicidade. A pintura foi uma das muitas pinturas de crianças que tornaram Millais bem conhecido em seus últimos anos. O modelo foi seu neto de cinco anos de idade, William Milbourne James e foi baseado em precursores holandeses do século 17, na tradição das imagens vanitas, que remetem à transitoriedade da vida. A pintura retrata um menino de cabelos dourados olhando para uma bolha, simbolizando a beleza e a fragilidade da vida. De um lado dele está uma planta nova que cresce em um pote, emblemática da vida, e do outro lado está um vaso quebrado caído, emblemático da morte. A pintura foi exibida pela primeira vez em 1886 sob o título de Mundo da Criança.


Gerrit Dou - Still Life With A Boy Blowing Soap Bubbles, 1635-1636 – óleo sobre tela - 39.7 x 48 cm - National Museum of Western Art, Tokyo


Esta pintura é uma natureza morta do tipo vanitas, que provavelmente serviu de modelo para a pintura de Millais.


Jean-Baptiste-Simeon Chardin - Soap Bubbles, 1733-1735 – óleo sobre tela - 74.5 x 93 cm – The Metropolitan Museum of Art


Brincadeiras de crianças eram um tema favorito de Chardin, que era um grande naturalista entre os pintores. Para esta tela, ele se inspirou na tradição das pinturas de gênero holandesas do século XVII, tanto pelo formato quanto pelo tema. Não se sabe se ele quis transmitir uma mensagem, entretanto a pintura foi interpretada como alusão à transitoriedade da vida.


 Paul Peel - The Bubble Boy, 1884 – óleo sobre tela – 43,2 x 35,9 cm – Art Gallery of Ontario, Canada


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domingo, 26 de junho de 2016

Jean-Frédéric Bazille e Pierre-Auguste Renoir

Jean-Frédéric Bazille – Retrato de Pierre-Auguste Renoir, 1867 – óleo sobre tela - 122 x 107 cm - Musée d'Orsay, Paris


Jean-Frédéric Bazille e Pierre-Auguste Renoir


Renoir e Bazille se conheceram em Novembro de 1862, no estúdio de Charles Gleyre, onde eles tiveram aulas de desenho, juntamente com Monet e Sisley. Os quatro alunos rapidamente se tornaram amigos e deixaram Gleyre, na primavera de 1863, para se dedicarem inteiramente à pintura ao ar livre.

No verão seguinte, Bazille mudou para um estúdio em Paris, compartilhado com Renoir. No final de 1867, Bazille pintou seu amigo em uma atitude jovial, com os pés sobre o assento da cadeira. Sua pose sugere um estereótipo de um artista descontraído, mas suas roupas são as de qualquer homem da sociedade. Nesta época, Paris era a capital do estilo e moda feminina, mas a moda masculina era ditada por Londres. As cores eram discretas, as roupas eram sóbrias, e o que estava em voga era um corte fino e ajuste perfeito. Renoir está até usando botas com inserções elásticas, uma inovação do século 19 que ajudou homens e mulheres colocarem suas botas sem fechos, como usamos hoje. Como a roupa dos homens era bastante convencional e pouco variada, a maneira que um homem poderia se expressar (especialmente em um retrato estático) era em sua atitude e como ele se portava. A pintura permaneceu na posse de Renoir para o resto de sua vida.

Renoir retribuiu, pintando um retrato de seu amigo em seu estúdio. Apesar de suas diferenças, um fator é comum nestas pinturas: elas representam o que parece ser um momento aleatório na vida cotidiana e evitam qualquer aparência de uma composição posada.


Pierre-Auguste Renoir - Frédéric Bazille, 1867 – óleo sobre tela – 105 x 73,5 cm - Musée d'Orsay, Paris


 Bazille está em seu cavalete, inclinando ligeiramente para a frente, com as pernas cruzadas, trabalhando em uma natureza morta de aves mortas. Na parede atrás dele está uma paisagem de inverno de Claude Monet com uma vista de Honfleur. As cores predominantes na pintura são cinza e bege. Além de ser um simples retrato, esta pintura esconde a presença das cinco figuras principais do impressionismo: Frédéric Bazille (1841-1870), Alfred Sisley (1839-1899), Claude Monet (1840-1926) e Renoir, bem como o mais velho, Edouard Manet (1832-1883).

 Eles se reúnem no estúdio da Rue Visconti em Paris, que Bazille (mais rico do que seus colegas), compartilhava com eles. Um dia, em 1867, Sisley e Bazille se encontraram frente a frente, com uma natureza morta de uma garça e dois ou três pardais, colocados sobre um pano branco em uma mesa. As duas pinturas resultantes estão agora no Musée Fabre, em Montpellier. Enquanto seus amigos trabalhavam, Renoir retratou Bazille. Querendo também prestar homenagem a Monet, ele coloca uma cena de neve na parede, provavelmente Road to Saint Simeon Farm in Winter (coleção particular). 

Monet respondeu rapidamente a esta referência pintando o retrato de Renoir, agora no Musée d'Orsay. Manet, embora não esteja representado na pintura, é associado a ela, por ter mais tarde comprado a pintura de Renoir. A figura de Bazille se destaca contra um conjunto díspar de pinturas que cobrem a parede do estúdio, algumas voltadas para fora, algumas em direção à parede. As cores dominantes de cinza e bege também são uma reminiscência de Manet. Elas intensificam os raros salpicos de outra cor na pintura: o laço vermelho de seus sapatos, a pintura clara perto da borda da palheta, ou o rosa da face, invadido pela sombra.


Morisot posou para Manet. Monet posou para Renoir. Bazille posou para Monet. Renoir posou para Bazille. Na verdade, a maioria dos impressionistas posou um para o outro, aparentemente o tempo todo. Talvez eles precisavam um do outro: muitos deles estavam perto da falência, especialmente no início de suas carreiras, e eles não podiam pagar modelos. Mas também pode ser o caso de que uma das revoluções do período impressionista era a valorização do homem comum. O retratista não ficava mais restrito a representações da aristocracia ou figuras famosas ao longo da história. 


Esse blog possui mais artigos sobre Frédéric Bazille. Clique sobre esse link para ver:




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terça-feira, 21 de junho de 2016

Série Edvard Munch: Estúdio em Ekely

Edvard Munch – A Construção do Estúdio de Inverno, 1929 – óleo e crayon sobre tela – 149 x 114,5 cm – Munch Museum


Série Edvard Munch: Estúdio em Ekely


Edvard Munch – Madeireiros no trabalho de Construção do Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 100 x 80 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Trabalhadores de Construção na Neve, 1920 – óleo sobre tela – 127 x 103 cm – Munch Museum


Em 1916 Edvard Munch (1863-1944) comprou a propriedade Ekely, um antigo viveiro de plantas em Skøyen, nos arredores de Oslo. Ekely se tornou a sua residência permanente até sua morte, em 1944, e aqui ele finalmente teve espaço suficiente para o seu trabalho.


Edvard Munch – Pedreiros Trabalhando na Construção do Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 100 x 95,5 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Trabalhadores de Construção no Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 120,5 x 101 cm – Munch Museum


Quando Munch mudou para Ekely, ele já era um famoso e rico artista. As boas condições de trabalho em Ekely são refletidas na grande e colorida produção a partir deste momento, inspirada nos arredores próximos. Munch pintou a natureza exuberante, alternâncias sazonais do verão para o outono e do inverno para a primavera, de aragem com os cavalos até a colheita, e também como o homem e seu entorno caracterizam uns aos outros e são partes iguais de um todo maior.
A parte norte do jardim é composta de dois estúdios. Eles são separados por um grande pátio que foi transformado em outros dois estúdios ao ar livre.


Edvard Munch – Trabalhadores de Rua no Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 105 x 151 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Estúdio de Inverno sob Construção, 1929 – óleo sobre tela – 152 x 230 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Pedreiros Trabalhando na Construção do Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 68,5 x 90 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Carpinteiros no Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 82 x 109,5 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Pedreiros na Escada, 1920 – óleo sobre tela – 129 x 105 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Pedreiros Trabalhando no Edifício do Estúdio, 1920 – óleo sobre tela – 96 x 100 cm – Munch Museum


Edvard Munch – Trabalhadores de Construção na Neve, 1920 – óleo sobre tela – 71 x 100 cm – Munch Museum


O segundo de cinco filhos, Edvard Munch (Løten, 12 de Dezembro de 1863 — Ekely, 23 de Janeiro de 1944) perdeu sua mãe e irmã favorita por tuberculose antes de seu décimo quarto aniversário. Tendo abandonado o estudo de engenharia devido a doenças freqüentes, Munch decidiu se tornar um artista. Seus primeiros trabalhos revelaram a influência dos pintores plein-ar, como Monet e Renoir. Em 1889, Munch começou a passar longos períodos em Paris. Exposto ao trabalho de Gauguin e outros simbolistas franceses, Munch desenvolveu uma linguagem simplificada de cores ousadas e linha sinuosa para expressar sua visão do sofrimento humano, como a doença e a morte, depressão e alienação.


Edvard Munch em seu estúdio em Ekely em 1943


Edvard Munch - estúdio ao ar livre em Ekely


Como muitos artistas que amadureceram na esteira do impressionismo, Edvard Munch começou sua carreira pintando cenas estreitamente observadas do mundo em torno dele. Mas a obra de Munch assumiu uma ênfase cada vez mais profunda na subjetividade e uma rejeição ativa da realidade visível. O estilo único e altamente pessoal que ele desenvolveu para transmitir humor, emoção, ou memória influenciou fortemente o curso da arte do século XX e, em particular, o desenvolvimento do Expressionismo. Sobre sua arte, dizia: "Minha arte é realmente uma confissão voluntária e uma tentativa de explicar a mim mesmo minha relação com a vida. É, portanto, na verdade, uma espécie de egoísmo, mas eu constantemente espero que através desta, eu possa ajudar os outros a alcançar a clareza".


Edvard Munch - estúdio em Ekely 


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sábado, 18 de junho de 2016

Paul McCartney, Diana Krall - We Three (My Echo, My Shadow and Me)



Paul McCartney, Diana Krall - We Three (My Echo, My Shadow and Me)

A canção We Three (My Echo, My Shadow And Me) (Nós três: Meu Eco, Minha Sombra e Eu) originalmente foi gravada pela Tommy Dorsey Orchestra em 1940, com vocal de Frank Sinatra. Foi gravada por Paul McCartney para sua coleção de standards americanos, Kisses On The Bottom em 2012. Essa versão de McCartney foi gravada na Capitol Studios, em Los Angeles, com arranjo e piano de Diana Krall.

Nós três, nós estamos sozinhos
Vivendo em uma memória
Meu eco, minha sombra, e eu

Nós três, nós não somos uma multidão
Nós não somos sequer companhia
Meu eco, minha sombra, e eu

De que serve o luar
O luar prateado que brilha acima?
Eu ando com minha sombra
Eu falo com o meu eco
Mas onde está a pessoa que eu amo?

Nós três, vamos esperar por você
Até mesmo a eternidade
Meu eco, minha sombra, e eu

Nós três, nós estamos sozinhos
Vivendo em uma memória
Meu eco, minha sombra, e eu

De que serve o luar
O luar prateado que brilha acima?
Eu ando com minha sombra
Eu falo com o meu eco
Mas onde está a pessoa que eu amo?

Nós três, vamos esperar por você
Até mesmo a eternidade
Meu eco, eco, minha sombra, e eu

Nós estaremos aqui esperando
Meu eco, minha sombra, e eu

Sir James Paul McCartney (Liverpool, 18 de Junho de 1942) é um cantor, compositor, multi-instrumentista, empresário, produtor musical e ativista dos direitos dos animais. McCartney alcançou fama mundial como membro da banda de rock britânica The Beatles, com John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. Lennon e McCartney foi uma das mais influentes e bem-sucedidas parcerias musicais de todos os tempos, escrevendo as canções mais populares da história do rock. Após a dissolução dos Beatles em 1970, McCartney lançou-se numa carreira solo de sucessos, formou uma banda com sua primeira mulher Linda McCartney, os Wings. Ele também trabalha com música clássica, eletrônica e trilhas sonoras.

Diana Jean Krall (Nanaimo, 16 de Novembro de 1964) é uma popular cantora e pianista canadense de jazz. Até o momento, ela ganhou cinco prêmios Grammy e oito Juno Awards. Ela também ganhou nove discos de ouro, três de platina e sete de multi-platina.


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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Análise de “Hand with Reflecting Sphere” de M. C. Escher

M. C. Escher - Hand with Reflecting Sphere, 1935 – litogravura – 25 x 43,5 cm - National Gallery of Canada, Ottawa, Canada


 Análise de “Hand with Reflecting Sphere” de M. C. Escher

A obra retrata uma mão segurando uma esfera reflexiva. Na reflexão, a maior parte do espaço em torno do modelo, o próprio Escher, pode ser visto. Autorretratos em superfícies reflexivas e esféricas são comuns na obra de Escher, e essa imagem é o exemplo mais famoso. Na maioria de seus autorretratos deste tipo, Escher aparece no ato de desenhar a esfera. Nesta imagem ele está sentado e olhando para seu reflexo. A cabeça do artista, ou mais exatamente o ponto entre os olhos, está no centro absoluto. Não importa se você se vira, você sempre o verá como o ponto central da imagem.

Escher era fascinado pela mistura da realidade (o próprio espelho e tudo o que o rodeia) com a outra realidade (o reflexo no espelho) como visto nesta obra de arte. Neste espelho, tudo ao seu redor está comprimido em um pequeno círculo, incluindo seu estúdio, quatro paredes, piso, teto e até mesmo um autorretrato. Ele usava imagens de espelho para expressar ideias metafísicas, bem como para criar um senso de ordem. E também para demonstrar dualidades do mundo consciente e inconsciente, realidade e fantasia, a verdade e a mentira, e finalmente, conflitantes pontos de vista espacial.

Maurits Cornelis Escher nasceu na Holanda, em 1898. Foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente em formas completamente diferentes. Ele também era conhecido pela execução de transformações geométricas (isometrias) nas suas obras. Uma das principais contribuições da obra deste artista está em sua capacidade de gerar imagens com efeitos de ilusões de ótica. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas e paradoxais. Posteriormente foi considerado um grande matemático geométrico. Escher utilizou quatro tipos de transformações geométricas que são: translações, rotações, reflexões e reflexões deslizantes. Como artista, conquistou a fama apenas em 1953, quando teve sua obra divulgada em uma revista americana. Seus trabalhos representam construções impossíveis e geometria infinita que se alternam e transformam em formas diferentes na mesma imagem. Falecido em 1972, Escher deixou sua contribuição particular para o mundo e aos amantes da arte, sendo, atualmente, um dos artistas mais conhecidos do grande público.

Esse blog possui mais artigos sobre M. C. Escher. Clique sobre os links para ver:




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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Análise de “Caminhante Sobre o Mar de Névoa” de Caspar David Friedrich

Caspar David Friedrich - Caminhante Sobre o Mar de Névoa (Wanderer above the Sea of Fog), 1818 – óleo sobre tela - 98.4 × 74.8 - Kunsthalle Hamburg, Germany


 Análise de “Caminhante Sobre o Mar de Névoa” de Caspar David Friedrich


A pintura encarna a essência dos princípios da estética romântica de paisagem, mostrando uma figura solitária confrontando a natureza em reverência. Em primeiro plano vemos a silhueta escura de um promontório rochoso, onde um viajante olha sobre denso nevoeiro e pináculos de rocha do vale, para as montanhas e picos distantes. O trecho cênico é dominado pelo espaço profundo de uma vista, levando-nos a querer saber o que está além.

Os personagens de Friedrich que habitualmente estão de costas, para olhar o horizonte com muita atenção, são provavelmente autorretratos do artista. Seu andarilho, vestido com sobretudo e segurando um cajado, subiu para um pico rochoso acima das névoas. O espectador olha com os olhos dele, o ângulo de visão alinhado ao seu nível, no espaço da imagem. 

Embora Friedrich tenha pintado esta cena em seu estúdio, ele a esboçou no lugar de inspiração: Elbsandsteingebirge, na Saxônia e Bohemia. Ele sempre foi inspirado pela paisagem alemã e profundamente comovido pela beleza de sua terra natal. Várias interpretações foram feitas sobre a pintura. Pode ser uma metáfora sobre o futuro desconhecido. E pode mostrar a insignificância dos humanos perante a natureza.

Caspar David Friedrich (5 de setembro de 1774 - 7 de maio de 1840) foi um pintor, gravurista, desenhista e escultor romântico alemão, um grande paisagista. Friedrich é o mais puro representante da pintura romântica alemã. Suas paisagens primam pelo simbolismo e idealismo que transmitem. Uma das características mais originais de sua obra é o uso da paisagem para evocação de sentimentos religiosos, e daí sua fama de místico. Fez diversas viagens ao interior e ao litoral do Báltico em busca de inspiração. Suas obras muitas vezes possuem uma atmosfera nostálgica, com brumas, árvores secas, e dramáticos efeitos de luz, onde ele foi um mestre, especialmente em sua fase madura, e onde foi um inovador. Fazia muitos e minuciosos esboços em desenho para seus quadros, que são quase tão meticulosos quanto os estudos.

Friedrich escreveu uma coleção de aforismos sobre estética, onde deixou clara sua abordagem da Natureza. Neles, dizia:

"Fecha teu olho corpóreo para que possas antes ver tua pintura com o olho do espírito. Então traz para a luz do dia o que viste na escuridão, para que a obra possa repercutir nos outros, de fora para dentro".


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terça-feira, 14 de junho de 2016

A História de “O Filho do Homem” de René Magritte

René Magritte – O Filho do Homem, 1946 – óleo sobre tela – 116 x 89 cm – coleção particular


A História de “O Filho do Homem” de René Magritte


Magritte pintou O Filho do Homem como um autorretrato. A pintura mostra um homem em um sobretudo e um chapéu coco, em frente a uma mureta, e atrás dela, o mar e um céu nublado. O rosto do homem está em grande parte escondido por uma maçã verde pairando no ar. No entanto, os olhos do homem podem ser vistos, espreitando sobre a maçã. Outra característica sutil é o braço esquerdo do homem, que parece dobrar para trás, na altura do cotovelo. Essa pintura se assemelha a outras duas pinturas de Magritte: “The Great War on Facades” e “Man in the Bowler Hat”.


René Magritte - The Great War on Facades, 1964 – óleo sobre tela 


René Magritte - Man in the Bowler Hat, 1964 – óleo sobre tela


Sobre a pintura, Magritte disse: "Pelo menos ela esconde o rosto parcialmente. Bem, então você tem a face aparente, a maçã, escondendo o visível, mas oculto, o real rosto da pessoa. É algo que acontece constantemente. Tudo o que vemos esconde outra coisa, e nós sempre queremos ver o que está escondido, pelo que vemos. Há um interesse no que está escondido e que o visível não nos mostra. Este interesse pode assumir a forma de um sentimento bastante intenso, uma espécie de conflito, pode-se dizer, entre o visível que está oculto e o visível que está presente."


René Magritte 

René François Ghislain Magritte (1898 - 1967) foi um dos principais artistas surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado das águas do rio, mas algumas pessoas desacreditam essa história, que pode ter se originado com a enfermeira da família. Supostamente, quando sua mãe foi encontrada, o seu vestido estava cobrindo seu rosto, uma imagem que tem sido sugerida como a fonte de várias obras de Magritte, de pessoas com um pano obscurecendo seus rostos. Em 1916, Magritte ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu Georgette Berger, com quem casou em 1922. Trabalhou em uma fábrica de papel de parede, e foi designer de cartazes e anúncios até 1926, quando um contrato com a Galerie la Centaure, na capital belga, fez da pintura sua principal atividade.


René Magritte com Georgette

Magritte fez pinturas de objetos comuns em contextos incomuns, e assim criou sua própria forma de poesia para expressar seu inconsciente, de uma forma filosófica e conceitual. O artista, ao contrário dos outros surrealistas, era uma pessoa perturbadoramente comum, sempre vestindo um sobretudo, terno e gravata. Foi casado com sua esposa Georgette por 45 anos, sem qualquer escândalo, e a quem prometeu uma vida calma e tranquila, burguesa. Em suma, uma pessoa sem graça. Para Magritte suas pinturas não tinham qualquer significado, porque o mistério não tem significado. Ficamos apenas com o mistério e a incerteza, o que torna o trabalho dele mais misterioso e mais atraente.


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segunda-feira, 13 de junho de 2016

20 Pinturas com pessoas costurando ou bordando

Johannes Vermeer - The Lacemaker, c.1669-1671 – óleo sobre tela – 24,5 x 21 cm – Musée du Louvre, Paris


20 Pinturas com pessoas costurando ou bordando


John William Godward - Idle Thoughts, 1898 – óleo sobre tela – 30,5 x 46 cm – coleção particular


José Ferraz de Almeida Junior – Cena de Família de Antonio Augusto Pinto, 1891 - óleo sobre tela - 106 x 137 cm - Pinacoteca do Estado de São Paulo


Carl Larsson – Woman Sewing in the Garden – aquarela


Charles Francis Marchal - Penelope, 1868 – óleo sobre tela - 110.5 x 49.5 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA


Claude Monet - Madame Monet Embroidering (Camille au métier), 1875 – óleo sobre tela - 65.4 x 55.9 cm – The Barnes Foundation, Philadelphia, USA


Claude Oscar Monet - Camille Monet and a Child in the Artist's Garden in Argenteuil, 1875 – óleo sobre tela -  55.3 x 64.7 cm - Museum Of Fine Arts, Boston, USA


Edward Hopper - Girl at Sewing Machine, 1921 – óleo sobre tela – 48 x 46 cm - Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid


 Jean-François Millet - Woman Sewing by Lamplight, 1870–72 – óleo sobre tela - 100.6 x 81.9 cm – The Frick Collection, New York, USA


John William Waterhouse - I am Half-Sick of Shadows, Said the Lady of Shalott, 1915 – óleo sobre tela - 100.3 × 73.7 cm - Art Gallery of Ontario, Canada


Victor Borisov-Musatov - Lady Embroidering, 1901 – tempera sobre tela - The Russian Museum, St. Petersburg, Russia


 Pierre-Auguste Renoir - Marie-Thérèse Durand-Ruel Sewing, 1882 – óleo sobre tela - 64.8 × 53.8 cm – Clark Art Institute, Massachusetts, USA

Marie-Thérèse Durand-Ruel era a filha mais velha de Paul Durand-Ruel, o comerciante de arte (marchand) que inventou o Impressionismo. Esse blog possui um artigo sobre ele. Clique sobre o link abaixo para ver:

http://www.arteeblog.com/2015/05/series-arteeblog-grandes-marchands-e.html 


Frederick Carl Frieseke – On the Balcony, 1912-1915 - óleo sobre tela - 91.76 cm x 88.9 cm - Akron Art Museum, Ohio, USA


Berthe Morisot - Pasie sewing on Bougival's Garden, 1881 – óleo sobre tela – 81 x 100 cm - Musee des Beaux-Arts, Pau, France


Giovanni Boldini - Two Women are Sewing - óleo sobre tela – 33 x 27 cm – coleção particular


Vincent van Gogh - Scheveningen Woman Sewing, 1882 – aquarela - Van Gogh Museum, Amsterdam, Netherlands


William Henry Margetson - A Stitch in Time, 1915 – óleo sobre tela - 77 x 55 cm – coleção particular


Mary Cassatt - Young Mother Sewing, 1900 – óleo sobre tela - 92.4 x 73.7 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York


August Macke - Woman embroidering in an Armchair: Portrait of the Artist's Wife, 1909 – óleo sobre madeira – 55 x 45 cm - Kunstmuseum, Mulheim an der Ruhr, Germany


Diego Velazquez – The Needlewoman, c. 1640 -1650 – óleo sobre tela – 74 x 60 cm - National Gallery of Art, Washington, USA


quarta-feira, 1 de junho de 2016

A história de "Flaming June" de Sir Frederic Leighton

Sir Frederic Leighton - Flaming June - 1895 – óleo sobre tela - 120.6 x 120.6 cm - Museo de Arte de Ponce, Puerto Rico


A história de "Flaming June" de Sir Frederic Leighton 

No final de sua carreira, o artista britânico Frederic Leighton pintou a imagem agora icônica de uma mulher dormindo em um vestido cor de laranja. Esta obra-prima do século XIX incorpora a filosofia moderna de "arte pela arte", a crença de que o valor da arte se encontra em suas qualidades estéticas e não em seu tema. A figura sensualmente drapeada, livre de qualquer contexto narrativo, está integrada num conjunto harmonioso de linhas rítmicas e cor radiante. A pintura mostra a natureza classicista de Leighton. A mulher retratada alude às figuras de ninfas de dormir e náiades esculpidas pelos os gregos. O ramo tóxico no canto superior direito simboliza o elo frágil entre o sono e a morte. As prováveis modelos da obra foram as atrizes Dorothy Dene e Mary Lloyd, que foram retratados em pinturas de vários artistas pré-rafaelitas.

Flaming June (Junho Ardente) foi iniciada como um motivo para adornar uma banheira de mármore em uma outra obra de Leighton, “Summer Slumber” (Descanso de Verão). Ele tornou-se tão ligado ao projeto que decidiu criá-la como uma pintura separada. A posição da mulher deu trabalho a Leighton. Ele fez vários esboços preliminares. Ele teve dificuldade em fazer o ângulo de seu braço direito parecer natural. Seus estudos mostram que a imagem passou por pelo menos quatro esboços evolutivos antes do resultado final. Destes estudos, quatro são nus e um é coberto. A figura coberta parece a menos realista, demonstrando a necessidade de Leighton desenhar a partir de um modelo nu para alcançar uma fidelidade à natureza.


Sir Frederic Leighton - Estudo para "Flaming June", c. 1894 – giz preto e branco - 36.7 x 28.1 cm - Leighton House Museum, London


A pintura tornou-se a imagem mais reconhecível de Leighton. O realismo do tecido transparente usado pela mulher, as cores incrivelmente ricas e o mármore em volta perfeitamente recriado, são característicos do trabalho de Leighton, assim como o seu uso de luz natural. Ele faz a luz do sol ao fundo parecer como ouro derretido.

Sir Frederic Leighton, 1.º Barão Leighton, (Scarborough, 3 de dezembro de 1830 - Londres, 25 de janeiro de 1896) foi pintor e escultor. Estudou na University College School em Londres, e foi buscar aperfeiçoamento na Europa. Passou alguns anos em Paris, com Ingres, Delacroix, Corot e Millet. Voltou a Londres em 1860, passando a fazer parte do grupo dos Pré-Rafaelitas. Em 1864 ingressou na Royal Academy, e desde então se tornou um artista celebrado. Seus temas eram históricos, bíblicos e clássicos. Sua casa é hoje um museu. Também foi membro do Institute de France e recebeu a Legião de Honra no grau de cavaleiro.


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