Jean-Frédéric Bazille – Retrato de Pierre-Auguste Renoir,
1867 – óleo sobre tela - 122 x 107 cm - Musée d'Orsay, Paris
Jean-Frédéric Bazille e Pierre-Auguste Renoir
Renoir e Bazille se conheceram em Novembro de 1862, no
estúdio de Charles Gleyre, onde eles tiveram aulas de desenho, juntamente com
Monet e Sisley. Os quatro alunos rapidamente se tornaram amigos e deixaram
Gleyre, na primavera de 1863, para se dedicarem inteiramente à pintura ao ar
livre.
No verão seguinte, Bazille mudou para um estúdio em Paris,
compartilhado com Renoir. No final de 1867, Bazille pintou seu amigo em uma
atitude jovial, com os pés sobre o assento da cadeira. Sua pose sugere um
estereótipo de um artista descontraído, mas suas roupas são as de qualquer
homem da sociedade. Nesta época, Paris era a capital do estilo e moda feminina,
mas a moda masculina era ditada por Londres. As cores eram discretas, as roupas
eram sóbrias, e o que estava em voga era um corte fino e ajuste perfeito.
Renoir está até usando botas com inserções elásticas, uma inovação do século 19
que ajudou homens e mulheres colocarem suas botas sem fechos, como usamos hoje.
Como a roupa dos homens era bastante convencional e pouco variada, a maneira
que um homem poderia se expressar (especialmente em um retrato estático) era em
sua atitude e como ele se portava. A pintura permaneceu na posse de Renoir para
o resto de sua vida.
Renoir retribuiu, pintando um retrato de seu amigo em seu
estúdio. Apesar de suas diferenças, um fator é comum nestas pinturas: elas
representam o que parece ser um momento aleatório na vida cotidiana e evitam
qualquer aparência de uma composição posada.
Pierre-Auguste Renoir - Frédéric Bazille, 1867 – óleo sobre
tela – 105 x 73,5 cm - Musée d'Orsay, Paris
Eles se reúnem no estúdio da Rue Visconti em Paris, que
Bazille (mais rico do que seus colegas), compartilhava com eles. Um dia, em
1867, Sisley e Bazille se encontraram frente a frente, com uma natureza morta
de uma garça e dois ou três pardais, colocados sobre um pano branco em uma
mesa. As duas pinturas resultantes estão agora no Musée Fabre, em Montpellier. Enquanto seus amigos trabalhavam,
Renoir retratou Bazille. Querendo também prestar homenagem a Monet, ele coloca uma
cena de neve na parede, provavelmente Road to Saint Simeon Farm in Winter
(coleção particular).
Monet respondeu rapidamente a esta referência pintando o
retrato de Renoir, agora no Musée d'Orsay. Manet, embora não esteja representado
na pintura, é associado a ela, por ter mais tarde comprado a pintura de Renoir. A figura de Bazille se destaca contra um conjunto díspar de
pinturas que cobrem a parede do estúdio, algumas voltadas para fora, algumas em
direção à parede. As cores dominantes de cinza e bege também são uma
reminiscência de Manet. Elas intensificam os raros salpicos de outra cor na
pintura: o laço vermelho de seus sapatos, a pintura clara perto da borda da palheta,
ou o rosa da face, invadido pela sombra.
Morisot posou para Manet. Monet posou para Renoir. Bazille
posou para Monet. Renoir posou para Bazille. Na verdade, a maioria dos
impressionistas posou um para o outro, aparentemente o tempo todo. Talvez eles
precisavam um do outro: muitos deles estavam perto da falência, especialmente
no início de suas carreiras, e eles não podiam pagar modelos. Mas também pode
ser o caso de que uma das revoluções do período impressionista era a
valorização do homem comum. O retratista não ficava mais restrito a
representações da aristocracia ou figuras famosas ao longo da história.
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