domingo, 29 de maio de 2016

Análise da pintura de John Singer Sargent – As Filhas de Edward Darley Boit

John Singer Sargent - The Daughters Of Edward Darley Boit, 1882 – óleo sobre tela – 222,57 x 221,93 cm - Museum of Fine Arts, Boston, MA, USA


Análise da pintura de John Singer Sargent – As Filhas de Edward Darley Boit


A pintura “As Filhas de Edward Darley Boit” foi pintada em Paris, no Outono de 1882. Sargent era um amigo dos pais das meninas, Edward Darley Boit e Mary Louisa Cushing Boit. Ned Boit era de Boston, um advogado formado em Harvard, que se afastou de sua profissão, a fim de perseguir uma carreira como pintor. Suas quatro filhas eram Florence (14 anos), Jane (doze anos), Mary Louisa (oito anos) e Julia (quatro anos). Não se sabe se a pintura foi encomendada por Boit ou pintada por sugestão de Sargent.


John Singer Sargent - The Daughters Of Edward Darley Boit, 1882 - detalhe


Mary Louisa Boit, ou Isa, era uma mulher vivaz e social que preferia morar na Europa do que na América. Sua herança, um legado do Comércio da China, em Boston, permitiu que a família morasse no exterior, na avenida de Friedland, no oitavo arrondissement, um bairro de luxo em Paris, preferido dos americanos ricos. O hall de entrada do apartamento serviu como cenário para o retrato de Sargent, um espaço obscuro em que o pintor arranjou as quatro meninas.
Embora o tema da pintura tenha sido inicialmente interpretado como simplesmente “meninas brincando”, posteriormente foi visto como um reflexo de uma análise freudiana e um interesse nas ambiguidades da adolescência.


John Singer Sargent - The Daughters Of Edward Darley Boit, 1882 - detalhe


A composição é incomum para um retrato de grupo, tanto pelos diversos graus de proeminência dados às figuras, como pelo formato quadrado da tela. As dimensões podem dever algo à influência da pintura de Diego Velázquez, “Las Meninas”, que Sargent tinha copiado e que pressagia as formas geométricas e espaços amplos e profundos de pintura de Sargent. Ele adaptou o espaço misterioso de Velázquez, sua paleta escura e a maneira pela qual a sua princesa confronta diretamente o espectador. 
Ao mesmo tempo, Sargent deve ter pensado nos retratos e composições incomuns de seu contemporâneo francês Edgar Degas. “As Filhas de Edward DarleyBoit” compartilham algumas das estratégias de Degas: a composição assimétrica com um centro quase vazio, a sensação de desconexão entre os membros da família, e um sentimento da vida moderna interrompida.


Esse blog possui um artigo sobre a pintura de Diego Velazquez – Las Meninas. Clique sobre esse link para ver:

http://www.arteeblog.com/2016/04/analise-de-las-meninas-de-diego.html 


Diego Velazquez – Las Meninas, 1656 – óleo sobre tela – 276 x 318 cm - Museo del Prado, Madrid, Spain


As crianças estão dispostas de modo que a mais nova, Julia, de quatro anos de idade, está sentada no chão, Mary Louisa, de oito anos de idade, está em pé à esquerda, e as duas mais velhas, Jane, de doze anos, e Florence, de quatorze, estão ao fundo, parcialmente obscurecidas pela sombra.


John Singer Sargent - The Daughters Of Edward Darley Boit, 1882 - detalhe


A crítica moderna reconheceu qualidades inquietantes na pintura, que é uma imagem tanto lindamente pintada como psicologicamente enervante, em que as meninas estão em fases sucessivas de infância, evoluindo para a alienação e uma perda de inocência à medida que envelhecem. O senso de autonomia entre as meninas (e a vitalidade da pintura de Sargent) faz muitas vezes os espectadores se sentirem como se eles estivessem interrompendo as crianças, que olham de volta em resposta. A colocação das duas meninas mais velhas, perto de uma porta de entrada escurecida, é um símbolo de sua maturação para um futuro desconhecido. Nenhuma das meninas iria se casar, e as duas mais velhas sofreram distúrbios emocionais na maturidade. 


John Singer Sargent - The Daughters Of Edward Darley Boit, 1882 - detalhe


Em 1919, as quatro irmãs doaram a pintura para o Museu de Belas Artes de Boston, em memória de seu pai. A pintura está exposta entre os dois antigos vasos altos japoneses azul-e-branco retratados na obra (feitos em Arita, no século 19), também doados ao museu. Com esta pintura, Sargent magistralmente transcendeu retratos, proporcionando uma contínua meditação evocativa sobre abertura e enigma, público e privado, luz e sombra.




John Singer Sargent (Florença, 12 de janeiro de 1856 — Londres, 14 de abril de 1925) foi um dos retratistas mais procurados e prolíficos da alta sociedade internacional. Um americano expatriado, John Singer Sargent pintou com elegância o mundo cosmopolita, ao qual pertencia. Nascido de pais americanos que residiam na Itália, Sargent passou sua vida adulta em Paris, movendo-se para Londres em meados de 1880. O artista viajava com frequência, e foi durante essas viagens que ele experimentou mais extensivamente com pintura en plein air, ou ao ar livre. Tornou-se um dos maiores retratistas e muralistas de seu tempo. Com a maestria técnica e a engenhosidade de seus trabalhos, retratou brilhantemente seus modelos, enfocando o refinamento aristocrático e a altivez.

Sargent cultivou e manteve amizades (tais como os artistas Claude Monet e Auguste Rodin, os escritores Robert Louis Stevenson e Henry James, e o ator Ellen Terry, entre outros) que foram essenciais para a sua arte, nutrindo sua criatividade e fornecendo inspiração, e elas foram cruciais para o desenvolvimento de sua carreira ao longo de sua vida. Sargent constantemente expandiu o seu círculo de colaboradores, permanecendo dedicado aos amigos ao longo da vida. Por exemplo, era comum Sargent manter relações sociais com clientes, anos depois de ter concluído os seus retratos. Sua rede de amigos tornou possível alcançar o sucesso em ambos os lados do Atlântico.


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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Stacey Kent - Samba Saravah



Stacey Kent - Samba Saravah


Composição: Baden Powell e Vinícius de Moraes, com o nome original “Samba da Benção”, lançada em 1967. Versão Francesa de Pierre Barouh.


Stacey Kent é uma cantora de jazz americana. Foi indicada ao Grammy por sua performance no álbum "Breakfast On The Morning Tram" de 2007. Stacey recebeu o prêmio de melhor vocalista no British Jazz Award (2001) e BBC Jazz Award (2002). Kent graduou-se em literatura comparada no Sarah Lawrence College em Nova Iorque, e mudou-se para Inglaterra após sua graduação para estudar na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Nesta cidade conheceu o saxofonista Jim Tomlinson, com quem casou em Agosto de 1991. 


quarta-feira, 25 de maio de 2016

12 Pinturas com vinho

Henri Fantin-Latour - Still Life with Roses, Fruit and a Glass of Wine, 1872 – óleo sobre tela


12 Pinturas com vinho


Edvard Munch - Self-Portrait with Wine Bottle, 1906 – óleo sobre tela - 110.5 x 120.5 cm - Munch Museum, Oslo


Juan Gris - Bottle, Wine Glass and Fruit Bowl – óleo sobre tela


Salvador Dali - Glass of Wine and Boat, 1956 – óleo sobre tela


Pieter de Hooch - Man Offering a Glass of Wine to a Woman, 1653 – óleo sobre tela - 71 x 59 cm - Hermitage, St. Petersburg, Russia


Amedeo Modigliani - Man with a Glass of Wine, 1918 – óleo sobre tela


 Sir Lawrence Alma-Tadema - The Roman Wine Tasters, 1861 – óleo sobre tela


John Singer Sargent - Two Wine Glasses, 1874 – óleo sobre tela - 36.8 x 45.7 cm


 Mark Chagall - Double Portrait With A Glass Of Wine, 1918 – óleo sobre tela - 136 x 233 cm - Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris, France


John Singer Sargent - Venetian Wineshop, 1898 – óleo sobre tela - 69.85 x 53.34 cm


Johannes Vermeer - The glass of wine, 1658-1660 – óleo sobre tela - 76.5 x 66.3 cm


Henri Fantin-Latour - A Carafe of Wine and Plate of Fruit on a White Tablecloth, 1865 – óleo sobre tela


sábado, 21 de maio de 2016

Henri Rousseau, sua arte e sua história

Henri Rousseau - Tigre em uma Tempestade Tropical (Surpreendido!), 1891 – óleo sobre tela - 129.8 x 161.9 cm – National Gallery, London


Henri Rousseau, sua arte e sua história


Henri Rousseau, 1910 – fotógrafo: Pablo Picasso – Musée Picasso, Paris


Um pintor extremamente incomum, Henri Rousseau Henri-Julien-Félix Rousseau (Laval, 21 de maio de 1844 — Paris, 2 de setembro de 1910) - é uma figura única na história da arte europeia. Suas pinturas, como sua carreira artística, são altamente individuais. Nascido em uma família modesta, Rousseau era um artista autodidata, descrito como um "pintor amador" por seus primeiros biógrafos. Ele trabalhou por muitos anos no pedágio da cidade de Paris e foi, portanto, imprecisamente apelidado Le Douanier (empregado da alfândega) por seu amigo Alfred Jarry.


Henri Rousseau - A Carnival Evening, 1886 – óleo sobre tela - 117.3 × 89.5 cm - Philadelphia Museum of Art, Philadelphia, PA


Henri Rousseau – Autorretrato do Artista com uma Luminária, 1903 – óleo sobre tela - 23 × 19 cm – Musée Picasso


Rousseau começou a pintar com cerca de quarenta anos de idade. Ele dizia que seu único professor era a natureza, embora tenha admitido que havia recebido "alguns conselhos" de dois pintores acadêmicos estabelecidos, Félix Auguste Clément e Jean-Léon Gérôme. Essencialmente, ele era autodidata e é considerado um pintor naïve ou primitivo.


Henri Rousseau - Boy on the Rocks, 1895–97 – óleo sobre tela -  55.4 × 45.7 cm - National Gallery of Art, Washington, D.C.


Henri Rousseau - The Sleeping Gypsy, 1897 – óleo sobre tela - 129.5 x 200.7 cm - MoMA, New York


Em 1884, ele obteve uma licença de copista do Louvre. Ele também visitou o Musée du Luxembourg e Versailles. No entanto, Rousseau não seguia regras, além de suas próprias, transformando a pintura refinada de artistas acadêmicos em uma linguagem única, impregnada de elementos oníricos.


Henri Rousseau - The Wedding Party, c. 1905 – óleo sobre tela – 163 x 114 cm - Musée de l'Orangerie, Paris


Henri Rousseau - The Football Players, 1908 – óleo sobre tela -  100.5 × 80.3 cm - Solomon R. Guggenheim Museum, New York


Suas pinturas mais conhecidas retratam cenas da selva, embora ele nunca tenha saído da França ou visto uma selva. Sua inspiração vinha de ilustrações em livros infantis e dos jardins botânicos em Paris, bem como de quadros de taxidermia de animais selvagens. Além de suas cenas exóticas houveram também imagens menores topográficas da cidade e seus subúrbios. Ele dizia ter inventado um novo gênero de retrato de paisagem, iniciando uma pintura com uma visão específica, como uma parte favorita da cidade, e depois retratando uma pessoa em primeiro plano.


Henri Rousseau - Exotic Landscape, 1908 – óleo sobre tela - 116 × 89 cm – coleção particular


Henri Rousseau – Pescadores, 1909 – óleo sobre tela – 46 x 55 cm - Musée de l'Orangerie, Paris 


O estilo simples, aparentemente infantil de Rousseau foi desacreditado por muitos críticos. As pessoas ficavam chocadas com o seu trabalho ou o ridicularizavam. Sua ingenuidade era extrema, mas seu trabalho mostra sofisticação com a sua técnica particular. A partir de 1886, ele exibiu regularmente no Salon des Indépendants, e, embora seu trabalho não fosse colocado de forma destacada, ele foi sendo valorizado ao longo dos anos. A pintura “Tigre em uma Tempestade Tropical (Surpreendido!) ”, foi exibido em 1891, e Rousseau recebeu sua primeira avaliação séria.


Henri Rousseau – O Sonho, 1910 – óleo sobre tela - 2.04 m x 2.98 m – Museum of Modern Art, New York


Quando Pablo Picasso viu uma pintura de Rousseau sendo vendida na rua como uma tela de segunda mão para ser pintada, o artista mais jovem instantaneamente reconheceu o gênio de Rousseau e foi ao seu encontro. Em 1908, Picasso realizou um banquete meio sério, meio burlesco em seu estúdio em Le Bateau-Lavoir em honra de Rousseau. Os convidados do banquete Rousseau incluíam: Guillaume Apollinaire, Jean Metzinger, Juan Gris, Max Jacob, Leo Stein, e Gertrude Stein, entre outros. Picasso, Delaunay, Léger e artistas italianos e alemães avant-garde, inclusive Kandinsky, não só admiravam a obra de Rousseau, que inspirou os seus próprios trabalhos, mas também a colecionavam. 


Henri Rousseau – Autorretrato na Ile Saint-Louis, 1890 – óleo sobre tela – 146 x 130 cm - National Gallery, Prague


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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Sanguínea, uma técnica de desenho

Antoine Watteau – Estudo de Cabeças, c. 1721 - sanguínea - Collection of Jean Bonna, Geneva


 Sanguínea, uma técnica de desenho



Leonardo da Vinci – Autorretrato presumido, c. 1512 – sanguínea – 33,3 x 21,3 cm – Biblioteca Reale, Turim



Sanguínea se refere a desenhos feitos com giz, também denominado sanguíneo, de uma cor marrom-avermelhada semelhante à terracota, mistura de caulim e hematita, e assim chamado porque se assemelha à cor de sangue seco. É popular há séculos para desenho sobre papel branco, já que o giz branco só funciona em papel colorido. A palavra vem do italiano “sanguigna” e originalmente do latim "sanguis". Também é disponível em vários outros tons como laranja, cobre, marrom e bege.


Michelangelo – Retrato com Turbante Oriental, c. 1522 – Ashmolean Museum, Oxford


O giz sanguíneo presta-se naturalmente para esboços, desenhos de modelo vivo, e cenas rústicas. Sob a forma de lápis de madeira e varas fabricadas, pode ser usado de forma semelhante ao carvão e pastel. Um fixador pode ser aplicado para preservar o estado acabado do desenho. Sanguínea é também uma família de pigmentos em tons de terra vermelha.


Sir Peter Paul Rubens - Nicolaas Rubens Wearing a Coral Neckless, c. 1619 – giz branco, preto e sanguíneo sobre papel – Albertina Museum, Viena


Jean-Honoré Fragonard - "Vista do Serapeum no Villa de Adriano", 1760 – sanguínea sobre desenho em giz preto, 35,1 x 48,3 cm - Fondation Custodia, coleção Frits Lug



A técnica foi usada por Leonardo da Vinci, Rafael, Rubens e Fragonard, que empregavam efeito de "sfumato". Nos séculos 17 e 18, o giz sanguíneo foi usado como parte da técnica de Três Gizes, que incluía giz sanguíneo, carvão vegetal e giz branco. Esta técnica era considerada como uma transição do desenho para a pintura.


Sir Peter Paul Rubens – cópia da figura de 'Prudence' do afresco de Rafael 'The Virtues' – sanguínea – National Galleries of Scotland


Mademoiselle de Mondran - Étude d'après un buste romain, 1786 – 50, 8 x 37,7 cm – Musée Paul-Dupuy


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domingo, 15 de maio de 2016

John Pizzarelli - One Note Samba




John Pizzarelli - One Note Samba - álbum “Bossa Nova” de 2007

Samba de Uma Nota Só é uma famosa canção com música de Tom Jobim e letra de Newton Mendonça. A letra em inglês, One Note Samba, foi escrita por Jobim. Seu título refere-se à linha principal da melodia, no qual primeiro consiste em uma longa série de notas tocadas em um mesmo tom, no ritmo da bossa nova. Depois seguem-se quatro compassos de melodia mais variada. A canção ficou bem conhecida depois de atingir uma vasta audiência através do LP de bossa nova Jazz Samba (Getz/Byrd/Jobim) de 1962, ganhador do Grammy, e que alcançou o primeiro lugar no Billboard 200 em 1963. Já foi gravada por Tom Jobim, Sergio Mendes, Frank Sinatra, Barbra Streisand, Sylvia Telles, StanGetz com Charlie Byrd, Quincy Jones, Ella Fitzgerald, Bossacucanova, Bebel Gilberto, Eumir Deodato, Al Jarreau, entre outros.

John Pizzarelli, Jr. (6 de Abril de 1960) é um guitarrista, vocalista e compositor norte-americano de jazz nascido em Paterson, Nova Jersey. Ele é casado com a cantora Jessica Molaskey e é filho de Bucky Pizzarelli, lendário guitarrista de jazz. As influências da música brasileira, principalmente da bossa nova, são flagrantes no trabalho de John Pizzarelli. O artista já gravou dois álbuns inteiramente dedicados à música brasileira: Brazil (na verdade, um álbum de Rosemary Clooney em que ele toca e canta 4 canções), em 2000 e Bossa Nova, em 2004. O artista teria tido seu primeiro contato com a música brasileira, em 1981, ao ouvir no rádio de seu carro a canção Besame Mucho interpretada por João Gilberto. A forma de tocar de Gilberto o teria impressionado tanto que ele teria comprado o LP Amoroso/Brasil e aprendido a tocar todas as canções nele contidas.




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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Análise de “O Devaneio” de Dante Gabriel Rossetti


Dante Gabriel Rossetti - The Daydream (O Devaneio), 1880 – óleo sobre tela - 158.7 cm × 92.7 cm - Victoria and Albert Museum, London


Análise de “O Devaneio” de Dante Gabriel Rossetti


A pintura retrata Jane Morris posando sentada no galho de uma figueira. Uma pequena haste de madressilva está na sua mão, um símbolo de amor na era vitoriana, que pode ser uma indicação do caso secreto do artista com a modelo, na época. Ela é retratada em um vestido de seda verde, à sombra de um arabesco das folhas da figueira. Acima de sua cabeça e em torno dela os galhos das árvores quase a abraçam, ou é como se ela estivesse emergindo da própria árvore, como uma dríade, ou ninfa da árvore. Ela está imersa em seus devaneios, voltando seu olhar para baixo, para longe, em direção a algo invisível ou talvez apenas percebido por ela. A representação da mulher jovem, elegante em um abrigo rodeado pelos ramos, contribui para a sensação de segredo na pintura, talvez indicando a furtividade do caso ou um local de encontro clandestino. O abrigo é escuro, mas em torno de seus ombros há luz, sinalizando que é dia.


Dante Gabriel Rossetti - The Daydream (O Devaneio), c. 1878 – desenho a giz - Ashmolean Museum, Oxford


Em 1878 Rossetti completou um esboço em giz de Morris, sua amante secreta, que ele havia conhecido no Theatre Royal, Drury Lane, em 1857. Ela foi a modelo para várias de suas pinturas mais conhecidas, incluindo Proserpine. Inicialmente, a pintura era para ter sido nomeada Monna Primavera, ou Vanna Primavera, possivelmente inspirada em La Vita Nuova, uma narrativa que cativou Rossetti e foi a base para suas obras de arte anteriores. Rossetti era também um poeta e escreveu sonetos para acompanhar várias de suas pinturas. A última composição de sua série intitulada Sonetos para Pinturas é associada com esta pintura.


Dante Gabriel Rossetti – Autorretrato, 1847 – desenho a lápis e giz branco -  20,7 x 16,8 cm - National Portrait Gallery, London


Dante Gabriel Rossetti (12 de maio de 1828 - 9 de abril 1882) foi um poeta Inglês, ilustrador, pintor e tradutor. Ele fundou a Irmandade Pré-Rafaelita em 1848 com William Holman Hunt e John Everett Millais. Rossetti foi mais tarde a principal fonte de inspiração para uma segunda geração de artistas e escritores influenciados pelo movimento, notadamente William Morris e Edward Burne-Jones. Sua obra também influenciou os simbolistas europeus e foi um importante precursor do Movimento Estético. Era filho de um imigrante italiano. Rossetti nasceu em Londres, e recebeu o nome Gabriel Charles Dante Rossetti. Sua família e amigos o chamavam de Gabriel, mas em publicações ele colocava o nome Dante primeiro (em honra de Dante Alighieri). A arte de Rossetti era caracterizada por sua sensualidade e seu revivalismo medieval. A vida pessoal de Rossetti foi intimamente ligada ao seu trabalho, especialmente suas relações com as seus modelos e musas Elizabeth Siddal, Fanny Cornforth e Jane Morris.

Esse blog possui mais um artigo sobre Dante Gabriel Rossetti. Clique sobre o link abaixo para ver:

http://www.arteeblog.com/2018/05/a-historia-da-pintura-veronica-veronese.html


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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Análise da pintura de Peter Paul Rubens - Family of Jan Brueghel, The Elder

Peter Paul Rubens - Family of Jan Brueghel, The Elder, 1613-15 – óleo sobre madeira - 125.1 × 95.2 cm - Courtauld Institute of Art, London, UK


Análise da pintura de Peter Paul Rubens - Family of Jan Brueghel, The Elder


Este retrato terno celebra a família e a amizade. Nele, Rubens retrata seu querido amigo Jan Brueghel, o Velho, com sua esposa e filhos. Rubens e Brueghel produziram em conjunto muitas pinturas. Nestas Rubens pintava as figuras e Brueghel os animais. No início do século XVII, eles foram os dois pintores mais famosos de Antuérpia.


Peter Paul Rubens, Family of Jan Brueghel, The Elder - detalhe


Catharina, a segunda esposa de Jan, está no centro deste grupo íntimo. Ela atrai seus dois filhos, Pieter e Elisabeth, para perto dela. Uma das mãos de Catharina circunda o ombro de Pieter, enquanto a outra segura os pequenos dedos da filha. Pieter, elegantemente vestido, brinca com a pulseira de sua mãe, talvez um presente de noivado. A família está vestida com roupas caras, condizentes com sua condição de cidadãos ricos de Antuérpia. Nenhum sinal da profissão de Jan Brueghel é dado. Jan Brueghel está protetoramente atrás de sua família. O calor incomum deste agrupamento de família só é igualado por imagens da própria família de Rubens.


Peter Paul Rubens, Family of Jan Brueghel, The Elder


Jan Brueghel o Velho (Bruxelas, 1568 — Antuérpia, 1625) foi um dos mais notáveis pintores flamengos. Segundo filho de Pieter Brueghel o velho, irmão de Pieter Brueghel o jovem e pai de Jan Brueghel o jovem, Jan é muito conhecido pelas suas paisagens campestres ou pelos seus buquês de flores realistas. Apelidado de "Veludo" Brueghel (em referência ao brilho de veludo de suas cores), "Flor" Brueghel, e "Paraiso" Brueghel, (derivados de suas naturezas-mortas florais e paisagens paradisíacas).

Sir Peter Paul Rubens (28 de Junho de 1577 - 30 de Maio de 1640) foi um pintor barroco flamengo. Possuía um estilo barroco extravagante que enfatizava movimento, cor e sensualidade, Rubens é bem conhecido por seus altares Contrarreformistas, retratos, paisagens e pinturas históricas de temas mitológicos e alegóricos. Além de administrar um grande estúdio na Antuérpia, que produzia pinturas que eram populares com a nobreza e com colecionadores de arte em toda a Europa, Rubens era um estudioso humanista, classicamente educado e um diplomata, condecorado por Filipe IV da Espanha e por Charles I da Inglaterra.


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sexta-feira, 6 de maio de 2016

A Twist Of Jobim - Dindi



A Twist Of Jobim - Dindi

O álbum A Twist of Jobim é um tributo à música de Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim), por vários artistas, com tratamento de jazz. Foi lançado em 1997. A Canção Dindi é interpretada por El DeBarge.

Dindi é uma canção composta por Antonio Carlos Jobim, com letra de Aloysio de Oliveira (em inglês por Ray Gilbert). É um famoso standard mundial da bossa nova. Antonio Carlos Jobim escreveu esta canção especialmente para a cantora brasileira Sylvia Telles, cujo apelido era Dindi. Porém, ao contrário do que pensam muitas pessoas, não foi uma homenagem para Sylvinha Telles, nem para pessoa alguma. Era o nome de um lugar próximo a Petrópolis, onde Tom e Vinícius de Moraes costumavam ir. Há uma fazenda que se chama "Dirindi", de onde veio esse nome em diminutivo. Essa história, que muitos já conheciam, foi confirmada por Helena Jobim, irmã do compositor, em seu livro.

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova.


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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Pinturas e ilustrações de Maio

Eugène Grasset - La Belle Jardiniere – Mai, 1896 – ilustração

O artista gráfico suíço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfólio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


Pinturas e ilustrações de Maio


Alfred Sisley - May Afternoon On The Loing, 1888 – óleo sobre tela - 65.5 x 50 cm


Maurice Prendergast – May Day, Central Park, 1901 – lápis e aquarela sobre papel - 50.48 x 35.24 cm


 Gaspar Camps i Junyent – Mayo - ilustração

Gaspar Camps i Junyent (Igualada, 1874 - Barcelona 1942) foi um pintor, desenhista e ilustrador que participou do movimento artístico em voga no final do século XIX, o Art Nouveau da França e sua implementação na Catalunha, o modernismo catalão. De origem espanhola, Gaspar Camps passou a maior parte de sua carreira na França. Ele foi influenciado por Alphons Mucha, o artista checo vivendo em Paris, então no auge de sua carreira. Dada a influência de Mucha, incluindo seus cartazes artísticos, Gaspar Camps foi chamado de Mucha Catalan.


Thomas Eakins - A May Morning In The Park (The Fairman Robers Four In Hand), 1880 – óleo sobre tela - Philadelphia Museum of Art, Philadelphia, PA, USA


Victor Borisov-Musatov – May Flowers, 1894 – óleo sobre tela - Tretyakov Gallery, Moscow, Russia


 Arnold Böcklin - Children Carving May Flutes, 1877 – óleo sobre tela - Oskar Reinhart Foundation, Winterthur, Switzerland


William James Glackens - May Day In Central Park, 1905 – óleo sobre tela


Alphonse Mucha – Mai, 1899 - Litogravura

Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado. Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopéia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930.


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