Tiziano Vecelli - The Venus of Urbino – 1538 – óleo sobre
tela - 119 × 165 cm - Galleria degli Uffizi, Firenze
Análise
da Venus de Urbino, de Tiziano Vecelli e
mais quatro pinturas
Uma das mais importantes pinturas renascentistas de natureza
mitológica, a Vênus de Urbino continua a ser a versão icônica do nu feminino
reclinado, e um tesouro do Alto Renascimento Veneziano.
Tiziano
Vecelli - The Venus of Urbino - detalhe
Nessa pintura, Tiziano retrata uma jovem nua, identificada
como a deusa Venus, reclinada num sofá ou cama, num suntuoso Palácio
Renascentista. A pose foi inspirada pela Venus Adormecida de Giorgione, c. 1510,
que está no Gemäldegalerie Alte Meister, em Dresden. Nessa versão da
representação da deusa Venus, Tiziano a domesticou, colocando-a num ambiente
fechado, e envolventemente sensual, sem conotações clássicasou alegóricas. A
jovem olha diretamente para o espectador, sem se preocupar com sua nudez. Em
sua mão direita ela segura um ramalhete de rosas, símbolo de amor. Aos seus pés
está um cão, um dos símbolos de fidelidade.
Tiziano
Vecelli - The Venus of Urbino - detalhe
O que faz a pintura de Ticiano única e excepcionalmente
erótica, é a expressão ilegível nos olhos levemente esfumaçados da modelo. Por
um lado, Venus está se expondo a nós de uma forma praticada, profissional. Por
outro, há algo de confiança, quase inocente na franqueza de seu olhar.
Tiziano
Vecelli - The Venus of Urbino - detalhe
A pintura foi encomendada por Guidobaldo II della Rovere, o
duque de Urbino, possivelmente para celebrar seu casamento. Originalmente
deveria ter decorado um cassone, um baú tradicionalmente dado como presente de
casamento na Itália. As empregadas domésticas ao fundo estão vasculhando um baú
semelhante, aparentemente em busca das roupas de Vênus. Curiosamente, dado o
seu conteúdo abertamente erótico, a pintura foi concebida como um
"modelo" instrutivo para Giulia Varano, a extremamente jovem noiva do
Duque. A modelo da pintura foi identificada como Angela del Moro, uma cortesã
muito bem paga de Veneza e uma conhecida companheira de jantar de Tiziano.
Tiziano
Vecelli - The Venus of Urbino - detalhe
O talento excepcional de Tiziano, sua representação corajosa
da sensualidade feminina, e seu status como o principal pintor veneziano do
cinquecento, faz esta pintura ser frequentemente citada como a origem de muitas
das imagens mais polêmicas da arte ocidental, como a Maja Desnuda (c.1797) de
Goya, bem como Olympia de Edouard Manet de 1863, (em que a modelo foi Victorine
Meurent) e é considerada a precursora original para a pin-up.
Tiziano Vecelli (Pieve di Cadore, c. 1473-1490 — Veneza, 27
de agosto de 1576) foi um dos principais representantes da escola veneziana no
Renascimento antecipando diversas características do Barroco e até do
Modernismo. Ele também é conhecido como Titian.
Francisco Goya – La Maja Desnuda – c. 1797-1800 – óleo sobre
tela – Museo Nacional Del Prado
La Maja Desnuda retrata uma mulher nua reclinada em uma cama
de almofadas, e provavelmente foi encomendada pelo Primeiro Ministro na época, Manuel
de Godoy, para pendurar em sua coleção particular em um ambiente reservado para
pinturas de nus. Goya criou um par da mesma mulher em pose idêntica, mas vestida,
conhecida hoje como La Maja Vestida. A pintura é famosa pelo olhar direto e desavergonhado
da modelo para o espectador.
Godoy manteve a imagem por seis anos antes de ser descoberto
pelos investigadores da Inquisição Espanhola em 1808, junto com suas outras
"questionáveis imagens". Godoy foi levado perante um tribunal e
forçado a revelar os artistas por trás das obras de arte confiscadas que eram
"tão indecentes e prejudiciais para o bem público". Goya escapou do julgamento quando o tribunal
aceitou que ele estava seguindo uma tradição, e copiando uma pintura, a Venus
de Velázquez, que era favorecida por Filipe IV de Espanha. Supõe-se que a
mulher retratada era Pepita Tudó, a jovem amante de Godoy. Ou que a mulher era a
Duquesa de Alba, com quem Goya pode ter se envolvido romanticamente e cujo
retrato que ele pintou duas vezes (em 1795 e 1797).
Édouard Manet – Olympia – 1863 – óleo sobre tela – 130 x 190
cm - Musée d'Orsay
Olympia foi exibida pela primeira vez no Salão de Arte de
Paris de 1865. Victorine Meurent foi a modelo da pintura. O olhar de confronto
de Olympia causou choque e espanto quando a pintura foi exibida pela primeira
vez, porque uma série de detalhes na imagem a identifica como uma prostituta,
como a orquídea em seu cabelo, sua pulseira, brincos de pérola e o xale
oriental, símbolos de riqueza e sensualidade. A fita preta em volta do pescoço,
em forte contraste com sua pele pálida, e seu chinelo sublinham a atmosfera
voluptuosa. Olympia era um nome associado a prostitutas, na Paris de 1860. A pintura
é inspirada na Venus de Urbino de Tiziano (1538), em que a mão esquerda da
Vénus está curvada e parece seduzir, enquanto a mão esquerda de Olympia parece
bloquear, o que foi interpretado como um símbolo de sua independência sexual
dos homens e seu papel como prostituta, concedendo ou restringindo o acesso a
seu corpo em troca de pagamento. Manet substituiu o pequeno cão (símbolo da
fidelidade) na pintura de Tiziano por um gato preto, que tradicionalmente
simboliza a prostituição. Olympia desdenhosamente ignora as flores apresentadas
a ela por sua serva, provavelmente um presente de um cliente.
A pintura retrata a deusa romana do amor, beleza e
fertilidade, Venus, em uma pose sensual, deitada em uma cama e olhando para um
espelho, segurado pelo deus romano do amor físico, seu filho Cupido. Venus está
reclinada languidamente na sua cama, com as costas para o espectador (na
Antiguidade, o retrato de Vênus de costas foi um símbolo erótico e literário
comum) e com os seus joelhos dobrados. Assim, Vênus é apresentada sem a
parafernália mitológica que normalmente é incluída em representações da cena. Estão
ausentes as joias, as rosas e a murta. Ao contrário da maior parte dos retratos
prévios da deusa, que a mostram com cabeleira loura, a Vênus de Velázquez é
morena. Ela é frequentemente descrita como se olhando no espelho, embora isso
seja fisicamente impossível, já que os espectadores podem ver seu rosto
refletido em sua direção. Este fenómeno é conhecido como Efeito de Vénus. A
identidade da modelo é desconhecida, supondo-se que pode ter sido uma amante
romana do artista. O elemento mais original da composição é o espelho segurado
por Cupido, no qual a deusa olha para fora, e através da sua imagem refletida,
interage com o espectador da obra. O fato de Vênus estar vendo o espectador
através do espelho representa a ideia da consciência da representação, muito
característica de Velázquez.
Jean Auguste Dominique-Ingres - La Grande Odalisque – 1814 –
óleo sobre tela – 88,9 x 162,5 cm – Louvre, Paris
Grande Odalisque, também conhecida como Une Odalisque ou La
Grande Odalisque, descreve uma odalisca, ou concubina. Os contemporâneos de
Ingres consideram que a obra significou para Ingres uma pausa do
neoclassicismo, indicando uma mudança na direção de um romantismo exótico. A Grande
Odalisque atraiu grande crítica quando foi exibido pela primeira vez,
especialmente pelas proporções exageradamente alongadas e falta de realismo
anatómico. A pintura foi encomendada pela irmã de Napoleão, a rainha Caroline
Murat de Nápoles. Ingres inspirou-se em obras como a Venus de Giorgione, e a Vênus
de Urbino de Ticiano, embora a pose real de uma figura reclinada olhando para
trás por cima do ombro está diretamente relacionada com o Retrato de Madame
Récamier por Jacques Louis David.
Esse blog possui um artigo sobre o Retrato de Madame
Récamier por Jacques Louis David. Clique sobre o link abaixo para visualizar:
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excelentes análises!! Obrigada.
ResponderExcluir@smansur, obrigada por seu incentivo.
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