quarta-feira, 25 de abril de 2018

A história da pintura de Eugène Delacroix - The Sea from the Heights of Dieppe

Eugène Delacroix - The Sea from the Heights of Dieppe (O Mar Visto dos Altos de Dieppe), 1852 – óleo sobre madeira – 35 x 51 cm – Musée du Louvre, Paris


A história da pintura de Eugène Delacroix - The Sea from the Heights of Dieppe


Entre 1851 e 1852, Delacroix visitou Dieppe várias vezes. Depois de sua última visita ao local, ele escreveu em seu diário: "O mar estava maravilhosamente calmo e um dos melhores que eu já vi. Eu não conseguia me afastar. Eu estava na praia e não subi no cais o dia todo. A alma se apega com paixão às coisas que somos. Foi recordando este mar que fiz um estudo de memória: o céu dourado, barcos aguardando a maré para que eles pudessem entrar. "

Ele retrata a magia do ar e da água, a mobilidade das nuvens e através de pequenas pinceladas, as vibrações dos reflexos coloridos do mar, dando a sensação do balanço dos veleiros ao sabor da brisa do mar. Delacroix aqui se mostra, tanto em visão quanto em técnica, o precursor imediato dos impressionistas e abre o caminho para a pintura ao ar livre.

Ferdinand Victor Eugène Delacroix (Île-de-France, 26 de abril de 1798 - Paris, 13 de agosto de 1863) foi um artista romântico francês considerado desde o início de sua carreira como o líder da escola romântica francesa. Delacroix foi um artista prolífico, produzindo mais de 9.000 obras durante sua vida, entre pinturas, aquarelas, crayons e desenhos. Inspirando-se em Peter Paul Rubens, Michelangelo e nos pintores do Renascimento Italiano, seu estilo de pintura enfatizou cores e movimento, em vez de formas cuidadosamente modeladas.

Como pintor e muralista, o uso de pinceladas expressivas por Delacroix e seu estudo dos efeitos ópticos da cor moldaram profundamente o trabalho dos impressionistas, enquanto sua paixão pelo exótico inspirou os artistas do movimento simbolista. Um excelente litógrafo, Delacroix ilustrou várias obras de William Shakespeare, do escritor escocês Walter Scott e do autor alemão Johann Wolfgang von Goethe. Suas obras giravam em torno de muitos temas, muitos dos quais foram inspirados pelas obras de Shakespeare, Goethe e Byron, e retratam temas de violência e sensualidade. Talvez sua obra mais conhecida seja “A Liberdade guiando o povo” de 1830, feita em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Ele também ajudou a fundar a Société Nationale des Beaux-Arts, juntamente com outros artistas franceses notáveis da época.

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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Análise da pintura de J. M. Turner, “Rain, Steam and Speed – The Great Western Railway”

Joseph Mallord William Turner - Rain, Steam and Speed – The Great Western Railway (Chuva, Vapor e Velocidade – A Grande Estrada de Ferro do Oeste), 1844 – óleo sobre tela – 91 x 121,8 cm – National Gallery, London, UK


Análise da pintura de J. M. Turner, “Rain, Steam and Speed – The Great Western Railway”


A pintura apresenta uma recessão diagonal do primeiro plano para um ponto de fuga no centro da imagem. O encurvamento exageradamente íngreme do viaduto ao longo do qual o nosso olho se afasta no horizonte, sugere a velocidade com que a locomotiva irrompe através da chuva, com seu farol brilhante. Há o rumor que Turner viajou nesse trem e, maravilhado com sua velocidade, colocou sua cabeça para fora da janela, sentindo a velocidade e a chuva, e posteriormente retratou o que sentiu nessa pintura.

No canto inferior direito da pintura, desproporcionalmente grande, uma lebre (o mais rápido de todos os animais) passa pelos trilhos, esperando vencer a corrida e escapar com sua vida e possivelmente simbolizando velocidade, ou o perigo da nova tecnologia (no caso, o trem) poder destruir os elementos sublimes inerentes da natureza. Um barco a remo está no rio bem abaixo, e na distância, um lavrador sulca a terra.

O cenário foi identificado como a ponte ferroviária de Maidenhead, sobre o rio Tamisa entre Taplow e Maidenhead, na recém-estabelecida linha Great Western para Bristol e Exeter. A ponte tem dois arcos principais de tijolos, muito largos e planos. A vista é para o leste, em direção a Londres. A Great Western Railway (GWR), foi uma das várias companhias ferroviárias britânicas privadas criadas para desenvolver o então novo meio de transporte. A década de 1840 foi o período da "mania ferroviária" e o inquieto Turner apreciou a velocidade e o conforto dessa forma de viagem.

Joseph Mallord William Turner (1775-1851) nasceu em Londres, filho de um barbeiro. Ele entrou na Royal Academy School em 1789 aos 14 anos, antes de se tornar um membro da Royal Academy em 1802 e professor de Perspectiva em 1807. Seu trabalho foi prolífico e variado, incluindo desenhos, gravuras, aquarelas e óleos. Mesmo trazendo uma energia renovada para a exploração dos desenvolvimentos sociais, tecnológicos e científicos da vida moderna, ele manteve-se profundamente envolvido com temas religiosos, históricos ou mitológicos que o vinculavam às tradições culturais de sua época. A arte de Turner é livre e solta e embora muitos o considerem como um dos pais da arte moderna, do impressionismo e abstracionismo, sua obra pode apenas ter sido inacabada e experimental.

Nos seus últimos 25 anos de vida, profundamente afetado pela morte de seu pai, amado por uma empregada, ele teve uma relação com uma dona de casa que morava à beira-mar, com quem ele viveu incógnito. Ao longo destes anos, ele viajou, pintou, conviveu com a aristocracia do País, visitou bordéis, foi um membro popular e anárquico da Royal Academy of Arts, se amarrou ao mastro de um navio para pintar uma tempestade de neve, e foi ao mesmo tempo celebrado e insultado pelo público e pela realeza.

Os métodos de Turner pareciam menos como pintura, do que como um ataque sobre a tela, mas os resultados são nevoeiros e neblinas cercando naufrágios, locomotivas a vapor soltando fogo, tudo banhado pela mais surpreendente luz. Ao longo de seus últimos anos, ele continuou a viajar pela Europa, e fez sua última viagem em 1845. Expôs suas últimas quatro obras na Royal Academy em 1850 e morreu em 1851. Seu corpo foi sepultado na cripta da Catedral de St Paul.

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terça-feira, 17 de abril de 2018

Análise de “Spring Bouquet” de Pierre-Auguste Renoir

Pierre-Auguste Renoir - Spring Bouquet (Buquê de Primavera), 1866 – óleo sobre tela – 104,8 x 80,3 cm – Fogg Art Museum, Harvard University, Cambridge, Massachusetts, USA


Análise de “Spring Bouquet” de Pierre-Auguste Renoir


A técnica impressionista ainda não havia evoluído quando Renoir pintou essa obra, ainda no início de sua carreira. Em vez de um efeito generalizado de cor luminosa, que no Impressionismo sugerirá flores sem retratá-las precisamente, aqui as pétalas são separadas e distintas e a tela brilha com luz e cor. A textura das flores é muito bem retratada, e parece que o próprio perfume das flores também está lá. A tonalidade azul prateada é acentuada pelos acentos em tons escuros e as flores amarelas são como estrelas. Renoir está no limiar de sua carreira, mas seu gosto já é excepcional.


A composição forma um triangulo. Para contrabalançar a assimetria das flores transbordando para o canto inferior esquerdo, Renoir colocou uma área de sombra à direita do vaso, que contrasta com a luz abaixo dela. Especialmente importante é a colocação da linha em diagonal da rachadura no tampo da mesa, no lado inferior direito da tela, que contribui para o equilíbrio da composição, fazendo um contraponto com as flores brancas sobre a mesa. A pintura também demonstra o desenvolvimento de Renoir como artista. Em vez de aplicar a tinta com uma faca de paleta (uma técnica que emprestou de artistas como Courbet), Renoir adotou um traço mais livre e mais fino usando apenas um pincel.

Para muitos artistas franceses durante a década de 1860, a natureza morta floral persistia como um teste de habilidade puramente pictórica. Este buquê exuberante em um vaso japonês do início da carreira de Renoir, atesta o envolvimento do artista com as tradições históricas da arte do passado. Ele aborda a nobre prática holandesa da natureza morta através da grande escala de sua tela, enquanto sua atenção às texturas e cores do arranjo evoca o trabalho de pintores franceses do século XVIII como Antoine Watteau e François Boucher, artistas que estudou quando era um adolescente, enquanto trabalhava como pintor de porcelana.


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sexta-feira, 13 de abril de 2018

Análise da pintura “The Kiss” (Il Bacio) de Francesco Hayez

Francesco Hayez – The Kiss, 1859 – óleo sobre tela – 110 x 88 cm – Pinacoteca di Brera, Milano, Italia


Análise da pintura “The Kiss” (Il Bacio) de Francesco Hayez


"Il Bacio" é uma das imagens emblemáticas da Pinacoteca di Brera e talvez a pintura italiana mais amplamente reproduzida de todo o século XIX, criada com o objetivo de simbolizar o amor à pátria e a sede de vida por parte da jovem nação que emergiu da Segunda Guerra da Independência e que então colocava tantas esperanças em seus novos governantes. A unificação da Itália, também conhecida como Risorgimento, foi um movimento político e social em meados do século XIX que consolidou os estados independentes da península italiana no único estado da Itália que conhecemos hoje.

A pintura se provou um sucesso imediato e retumbante tanto por seus valores patrióticos quanto pela inspiração medieval do tema, típica do gosto romântico da época. Hayez pintou outras versões, agora em várias coleções europeias. Essa pintura foi encomendada por Alfonso Maria Visconti di Saliceto, que a doou para a Pinacoteca di Brera após sua morte. Ela transmite as principais características do romantismo italiano e passou a representar o espírito do Risorgimento.

A pintura representa um casal da Idade Média, se abraçando enquanto se beijam. Ela está entre as representações mais apaixonadas e intensas de um beijo na história da arte ocidental. A garota se inclina para trás, enquanto o homem inclina a perna esquerda para apoiá-la, colocando simultaneamente um pé no degrau ao lado, como se estivesse pronto para ir embora a qualquer momento. Na parte esquerda da tela, sombras se escondem no canto para dar uma impressão de conspiração e perigo. Esta pintura é notável por suas cores vivas e texturas, em especial o vestido azul, que parece ter sido feito com uma bela seda que brilha diante dos olhos do espectador. Um dos significados políticos que podem ser lidos em Il Bacio é o de um jovem soldado italiano saindo para lutar pela Itália contra o Império Austro-Húngaro e se despedindo do seu amor.

“Il Bacio” foi considerada como um símbolo do romantismo italiano, do qual engloba muitos recursos. Em um nível mais superficial, a pintura é a representação de um beijo apaixonado, que se coloca de acordo com os princípios do Romantismo. Por isso, enfatiza os sentimentos mais profundos do que o pensamento racional e apresenta uma reinterpretação e reavaliação da Idade Média em tom patriótico e nostálgico. Em um nível mais profundo, a pintura visa retratar o espírito do Risorgimento. O vestido azul-claro da garota significa a França, que em 1859 (o ano da criação da pintura) fez uma aliança com o Reino do Piemonte e da Sardenha, permitindo unir os muitos estados da península italiana ao novo reino da Itália.

Na década de 1920, o diretor de arte da Perugina, uma das principais fabricantes de chocolate da Itália, revisou a imagem da pintura e criou a típica caixa azul dos populares chocolates "Baci" com a foto de dois amantes.

Francesco Hayez (Veneza, 10 de fevereiro de 1791 - Milão, 21 de dezembro de 1882) foi um pintor italiano, o principal artista do romantismo na Milão de meados do século XIX, renomado por suas grandes pinturas históricas, alegorias políticas e retratos excepcionais. Em 1809 ganhou um concurso da Academia de Veneza para ser aluno da Academia de San Luca próxima de Roma. Por isso, mudou-se para a capital italiana onde passou a ser discípulo de Canova que foi seu guia e protetor durante os anos que passou em Roma, até 1814, quando se mudou para Nápoles e depois Milão. Em 1850 foi designado para diretor da Academia di Brera.


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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Pinturas de mulheres com pássaros, por Édouard Manet e Pierre-Auguste Renoir



Pinturas de mulheres com pássaros, por Édouard Manet e Pierre-Auguste Renoir


Pierre-August Renoir - Woman with Parakeet (Mulher com Periquito), 1871 – óleo sobre tela - 92.1 x 65.1 cm - Solomon R. Guggenheim Museum, New York, USA


A mulher que segura o papagaio é a amiga de Renoir e sua companheira por seis anos, Lise Tréhot, cujos traços juvenis são reconhecíveis em nada menos que outras 16 telas pintadas pelo artista entre 1867 e 1872. Ele provavelmente pintou essa obra logo após seu retorno da Guerra Franco-Prussiana em 1871, antes de Lise se casar com um arquiteto de uma família abastada em abril de 1872, e para nunca mais ver Renoir. A mulher segura um papagaio, um animal de estimação popular e exótico na época. O vestido de tafetá preto com punhos brancos e faixa vermelha acentua o cabelo escuro e a pele branca de Lise. As paredes e plantas verde-escuras sugerem um interior bastante pesado e formal.

Ao longo da história da arte, inúmeras imagens de mulheres com pássaros retrataram a intimidade e o vínculo emocional entre humanos e animais. O tema de uma mulher com um papagaio ou periquito era particularmente comum em pinturas durante esta época. Em muitos casos, essa imagem simboliza a natureza, ou às vezes se refere à mulher como vazia e imitando os outros. Nessa pintura, a analogia entre a mulher e sua ave de estimação é comparativamente discreta. O cenário rico e sufocante restringe o espaço da modelo, como o do papagaio quando confinado à sua gaiola dourada. O papagaio também pode ser caracterizado como desempenhando o papel tradicional de confidente para a mulher. Essa pintura nunca foi exposta no Salão de Paris. Em 1871, ano em que a obra foi pintada, não houve Salão de Exposição devido à Guerra Franco-Prussiana.


Édouard Manet - Young Lady in 1866, 1886 – óleo sobre tela - 185.1 x 128.6 cm – Metropolitan Museum of Art, New York, USA


A modelo de Manet, Victorine Meurent, tinha posado recentemente para os nus ousados nas pinturas Olympia e Luncheon on the Grass. Aqui, parecendo relativamente recatada, ela veste um roupão de seda íntimo. Os críticos olharam a pintura como uma referência para a mulher com um papagaio de Courbet". A mulher foi pintada contra um fundo azul meia-noite, e ela tem uma pose estudada, um pouco afetada. As texturas, a fruta que caiu do poleiro, o cabelo avermelhado e até mesmo o rosto da mulher, têm as características francesas de que Gustave Courbet era então o mestre.

Essa pintura é interpretada como uma alegoria dos cinco sentidos: o ramo de flores (cheiro), a laranja (gosto), o papagaio-confidente (audição) e o monóculo de homem nos dedos da modelo (visão e tato).


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domingo, 8 de abril de 2018

Frederick Carl Frieseke, um Impressionista americano – sua arte e sua história

Frederick Carl Frieseke - Girl in Blue Arranging Flowers, 1915 – óleo sobre tela – 81 x 81,5 cm - Museum of Fine Arts, Houston, TX, USA


Frederick Carl Frieseke, um Impressionista americano – sua arte e sua história


Frederick Carl Frieseke - Self-portrait, 1901 – aquarela – 33 x 25,4 cm – coleção particular


Frederick Carl Frieseke (7 de abril de 1874, Owosso, Michigan - 24 de agosto de 1939, Le Mesnil-sur-Blangy, Normandy, France) foi um pintor impressionista americano que passou a maior parte de sua vida como expatriado na França. Um influente membro da colônia de arte de Giverny, suas pinturas muitas vezes se concentravam em vários efeitos da luz solar manchada. Ele é especialmente conhecido por pintar temas femininos, tanto em ambientes internos quanto externos.


Frederick Carl Frieseke – Girl Reading, c. 1903-1904 – óleo sobre tela – 81,3 x 65,4 cm – The Museum of Fine Arts, Houston, TX, USA


Frederick Carl Frieseke – Grey Day on the River, c. 1908 – óleo sobre tela – 66 x 81,3 cm – coleção particular


Quando criança, ao contrário da maioria dos meninos, ele se interessava mais pelas artes do que pelos esportes. Sua avó gostava de pintar e o incentivou em suas atividades artísticas. Uma visita de 1893 à World's Columbian Exposition em Chicago também estimulou seu desejo de se tornar um artista. Em 1893, Frieseke se formou no curso secundário e começou sua formação artística no Art Institute of Chicago. Em 1895 ele se mudou para New York, onde continuou a estudar e trabalhou como ilustrador, vendendo caricaturas que ele havia feito para o New York Times, Puck e Truth. No ano seguinte, mudou-se para a França, onde permaneceria, exceto por breves visitas aos Estados Unidos e a outros lugares, vivendo como expatriado pelo resto de sua vida. Ele continuou sua educação, matriculando-se na Académie Julian em Paris. Frieseke desconsiderou sua educação artística formal, referindo-se a si mesmo como autodidata. Ele sentiu que havia aprendido mais com seu estudo independente sobre o trabalho dos artistas do que com seus estudos acadêmicos.


Frederick Carl Frieseke - The Garden Parasol, c. 1910 – óleo sobre tela – 145,1 x 195,6 cm – North Carolina Museum of Art, Raleigh, NC, USA


Frederick Carl Frieseke – Afternoon - Yellow Room, 1910 – óleo sobre tela – 81,3 x 81,3 cm – Indianapolis Museum of Art, Indianapolis, IN, USA


A partir de 1899, pouco mais de um ano desde sua chegada a Paris, Frieseke expôs no Salão da Société Nationale des Beaux-Arts. No verão de 1905, ele passou pelo menos um mês na colônia de arte de Giverny. Em outubro daquele ano ele se casou e teve uma filha. Os Frieseke passaram todos os verões de 1906 a 1919 em Giverny. Ele manteve um apartamento e um estúdio em Paris durante toda a sua vida, onde eles passavam os invernos. Sua casa de Giverny ficava ao lado da casa de Claude Monet. Apesar da proximidade, Frieseke não se tornou amigo íntimo de Monet, nem Monet foi uma influência artística. Ele disse em uma entrevista: "Nenhum artista na escola impressionista me influenciou, exceto, talvez, Renoir". E realmente, as pinturas de figuras sensualmente arredondadas de Frieseke geralmente se assemelham às de Pierre-Auguste Renoir.


Frederick Carl Frieseke – Nude in a Glade, c. 1910 – óleo sobre madeira – 35 x 27 cm – coleção particular


Frederick Carl Frieseke – The Bird Cage, 1910 – óleo sobre tela – 81,3 x 81,3 cm - New Britain Museum of American Art, New Britain, Connecticut, USA


A casa de Giverny dos Friesekes e o jardim que eles criaram eram muitas vezes mostrados em suas pinturas, e sua esposa frequentemente posava para ele. Ele também manteve outro estúdio próximo no rio Epte. Muitos de seus nus ao ar livre foram pintados lá. Depois de passar algum tempo em Giverny, seu estilo único rapidamente surgiu, e ele seria bastante influente com a maioria dos outros membros da colônia. Embora bem conhecido como um impressionista, alguns de seus trabalhos, com suas cores intensas, demonstram a influência pós-impressionista dos artistas Paul Gauguin e Pierre Bonnard. Um escritor de arte se referiu ao estilo de Frieseke como “impressionismo decorativo”, por combinar o estilo decorativo de Les Nabis, usando suas cores e padrões, com clássicos efeitos impressionistas na atmosfera e na luz do sol. Frieseke era moderno antes dos modernistas aparecerem. Ele tinha um senso de design, cor e estilo, um senso de humor, e um conhecimento notável do efeito da luz ao ar livre na cor.


Frederick Carl Frieseke – Lady in a Garden, c. 1912 – óleo sobre tela – 81 x 65 cm - Terra Foundation for American Art, Chicago, USA


Frederick Carl Frieseke – The Garden, c. 1913 – óleo sobre tela - 64.8 x 81.3 cm – coleção particular


A prestigiosa Bienal de Veneza apresentou dezessete pinturas de Frieseke em 1909. Em 1923, ele deixou o Salão da Société Nationale des Beaux-Arts e fundou, com outros artistas, o Salon des Tuileries. Ele retomou a pintura em aquarelas, especialmente durante viagens a Nice no inverno e durante uma visita de 1930 a 1932 à Suíça. Frieseke foi condecorado como Chevalier da Legião Francesa de Honra em 1920, um reconhecimento raro para um pintor americano.


Frederick Carl Frieseke - Breakfast in the Garden, 1916 – óleo sobre tela - 102 x 152 cm – coleção particular


Frederick Carl Frieseke - Self Portrait, c. 1938 – óleo sobre tela - 74 x 91 cm – coleção particular 


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quinta-feira, 5 de abril de 2018

Análise da pintura de Jean-Honoré Fragonard - A Young Girl Reading

Jean-Honoré Fragonard - A Young Girl Reading (Uma Jovem Lendo), c. 1769 – óleo sobre tela - 81.1 x 64.8 cm – National Gallery of Art, Washington, DC, USA


Análise da pintura de Jean-Honoré Fragonard - A Young Girl Reading


Uma das pinturas mais simples e elegantes de Jean-Honoré Fragonard, Young Girl Reading cativou o público ao longo dos tempos com o seu calor e sensualidade. A modelo do retrato é desconhecida. Esta pintura é uma representação de uma modelo recatada em um vestido amarelo-limão com um colarinho elaborado, sentada ao lado de uma janela, com um livro em uma mão erguida. A jovem leitora está resolutamente mergulhada em seu livro, parecendo distante e absorvida. A fluidez de seus contornos é típica da pintura rococó.  A paleta da pintura é dominada por amarelo vibrante, lilás e rosa. Suas pinceladas são enérgicas e gestuais.

Por volta de 1769, Jean Honoré Fragonard pintou um grupo de obras conhecidas hoje como suas figuras de fantasia: telas vibrantes mostrando modelos individuais vestidos com roupas extravagantes e retratados em pinceladas notavelmente soltas e cores vivas. Entre suas obras mais admiradas, essas imagens também são as mais misteriosas e, portanto, suscitaram o maior debate, produzido por razões desconhecidas, talvez representando indivíduos reais, talvez não. Em 2012, os pesquisadores descobriram um desenho anteriormente desconhecido por Fragonard que incluía esboços de 18 pinturas, muitas reconhecidas como figuras imaginárias conhecidas. O desenho também incluiu um esboço correspondente a Young Girl Reading, estabelecendo de forma conclusiva uma relação entre esta pintura e as figuras de fantasia.

Cativado pela beleza feminina da menina ou talvez pela natureza da feminilidade em geral, Fragonard está pedindo ao espectador para questionar o que ela está lendo, criando uma sensação de mistério dentro do retrato e como isso pode afetar seus pensamentos e emoções. Desta forma, o espectador é atraído para a cena, e o retrato se torna uma meditação sobre a beleza e o ato de ler. O trabalho de Fragonard destina-se a ser agradável aos olhos acima de tudo, trazendo uma sensação de alegria e calor ao espectador.

Jean Honoré Fragonard (Grasse, 5 de abril de 1732 - Paris, 22 de agosto de 1806) foi um pintor e impressor rococó, um dos mais prolíficos pintores do Ancién Regime. Um dos mais prolíficos artistas nas últimas décadas do Antigo Regime, Fragonard produziu mais de 550 pinturas (além de desenhos e gravuras), das quais apenas cinco são datadas. Entre suas obras mais populares estão as pinturas de gênero que transmitem uma atmosfera de intimidade e erotismo velado. Ele mostrou um grande talento para a arte em tenra idade, e foi enviado para estudar com o pintor rococó François Boucher. Aos 23 anos ele se mudou para estudar na Academia Francesa de Arte em Roma, onde foi influenciado pelos românticos jardins, templos, grutas, terraços e fontes.

Em 1765, ele foi admitido na Academia Francesa, e mostrou seu talento para cenas íntimas, levemente eróticas, favorecidas por clientes ricos e membros da corte lasciva de Luís XV. Ele era muito popular até que a Revolução Francesa privou Fragonard de seus clientes, muitos dos quais foram guilhotinados ou exilados. Sem patronato, ele deixou Paris em 1793, morando com seu amigo Maubert, cuja casa ele decorou com uma série de painéis ricamente decorados. Ao retornar a Paris, ele descobriu que estava quase completamente esquecido, suas cenas eróticas aparentemente irrelevantes após a reviravolta da Revolução Francesa. Ele morreu em 1806 e pouco foi escrito sobre ele ou sua obra até quase meio século depois. Ele é agora considerado um dos mestres da pintura francesa.


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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Childe Hassam – “April Showers, Champs-Élysées Paris” e mais Pinturas e ilustrações de Abril

Childe Hassam - April Showers (Chuvas de Abril), Champs-Élysées Paris, 1888 – óleo sobre tela – 31.75 x 42.55 cm - Joslyn Art Museum, Omaha, NE, USA


Em 1886, Childe Hassam foi a Paris por três anos, onde entrou na Académie Julian para aperfeiçoar sua técnica de pintura de figuras. Fora da Académie, o artista absorveu a influência do impressionismo, aumentando seu senso de cor e luz. A pintura April Showers, com pinceladas soltas e textura espontânea, mostra claramente como Hassam foi influenciado pelo impressionismo europeu, ao mesmo tempo que permaneceu fiel ao estilo dele para retratar o tempo inclemente. Embora um local específico seja indicado pelo título, não há nada que o confirme como sendo o da famosa avenida de Paris, pois o interesse do artista é inteiramente absorvido pelos efeitos da chuva na rua e nas pessoas. Em meados dos anos 1880, seguindo as tendências contemporâneas da pintura de paisagens, Hassam estava trabalhando com uma paleta cuidadosamente limitada para produzir cenas urbanas evocativas, especialmente de dias cinzentos e chuvosos.

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Childe Hassam – “April Showers, Champs-Élysées Paris” e mais Pinturas e ilustrações de Abril



Henri-Edmond Cross - Cypress, April, 1904 – óleo sobre tela – coleção particular


Alphonse Mucha - Months of the Year, Avril – ilustração

Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado. Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopeia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930. 


Arthur Hughes - April Love - 1856 – óleo sobre tela – 89 x 49,5 cm - Tate Gallery, London, UK

"April Love" foi a primeira de uma série de composições em que Hughes representou amantes em uma paisagem. Esta é a obra mais conhecida de Hughes, e uma das mais populares pinturas pré-rafaelitas. O cenário é um caramanchão coberto de hera, com liláses fora da janela e pétalas de rosa no chão de pedra. Tal como acontece com muitas das obras do artista, a hera também é usada para decorar o quadro. Os pré-rafaelitas incluíam muitas vezes elementos simbólicos em seu trabalho. Hera significa vida eterna, rosas amor. As pétalas espalhadas pelo chão podem sugerir que o caso de amor acabou. A pintura retrata um jovem casal em um momento de crise emocional. A figura masculina é pouco visível, com a cabeça inclinada sobre a mão esquerda da jovem. A obra mostra a influência de Millais, que Hughes admirava. Os ricos azuis, verdes e roxos empregados por Hughes rapidamente se tornaram sua marca. A modelo foi provavelmente Tryphena Foord, sua esposa.
Arthur Hughes (1832-1915), foi um pintor Inglês e ilustrador associado com a Irmandade Pré-Rafaelita. Em 1846, ele entrou para a escola de arte na Somerset House, seu primeiro mestre sendo Alfred Stevens, e mais tarde entrou na Royal Academy Schools. Aqui ele conheceu John Everett Millais e Holman Hunt, e tornaram-se um dos grupos pré-rafaelita de pintores.


Childe Hassam - April, Quai Voltaire, Paris, 1897 – óleo sobre tela - 73 x 60.4 cm – coleção particular


Norman Rockwell -  April Fool Girl with Shopkeeper, 1948 - ilustração para  The Saturday Evening Post

Nessa ilustração, Rockwell retratou mais de 50 “erros” para brincar com o dia “April Fool” (Primeiro de Abril), como o cabelo da menina preso de um lado e solto de outro, ou com a cabeça do vendedor no lugar da cabeça da boneca.
Norman Rockwell (Nova Iorque, 3 de fevereiro de 1894 — Stockbridge, Massachusetts, 8 de novembro de 1978) era muito popular nos Estados Unidos, especialmente em razão das 322 capas da revista The Saturday Evening Post que realizou durante mais de quatro décadas, e das ilustrações de cenas da vida americana nas pequenas cidades. Pintou os retratos dos presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim como de outras importantes figuras mundiais. Um de seus últimos trabalhos foi o retrato da cantora Judy Garland, em 1969.


Eugène Grasset - La Belle Jardiniere, Avril, 1896 – ilustração

O artista gráfico suíço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfólio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


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