segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A História dos Retratos de Madame Récamier

Portrait of Madame Récamier - François Pascal Simon, Baron Gérard - 1802 – óleo sobre tela - 225 × 145 cm - Musée Carnavalet, Paris


A História dos Retratos de Madame Récamier 


Portrait of Madame Récamier - Jacques-Louis David – 1800 – óleo sobre tela – 174 x 224 cm – Louvre, Paris


O Retrato de Madame Récamier por Jacques-Louis David, mostra a socialite de Paris, Juliette Récamier, no auge da moda neoclássica, reclinada sobre um sofá estilo Diretório em um vestido de linha Império, com braços quase nus, e cabelo curto "à la Titus", tudo isso sendo muito avant-garde para a época. Récamier é um tipo de sofá ou chaise longue em que ela gostava de se reclinar e foi assim nomeado em sua homenagem. Esse é menos do que um retrato de uma pessoa mas sim, um ideal de elegância feminina. Madame Récamier (1777-1849), embora com apenas vinte e três anos, já era uma das mulheres mais admiradas do seu tempo.

Encomendada por Madame Récamier em 1800, a imagem permaneceu inacabada. David não estava satisfeito e queria refazê-la, mas para Madame Récamier, David trabalhou muito lentamente, e ela encomendou a um de seus alunos (François Pascal Simon) um novo retrato. Contrariado por isso, David disse a ela: "As mulheres têm seus caprichos, assim como os artistas. Permita-me satisfazer o meu, mantendo este retrato". A pintura permaneceu em seu estúdio, inacabado, e provavelmente não foi visto pelo público até ele entrar no acervo do Louvre em 1826.

François Pascal Simon, Barão de Gérard (Roma, 12 de março de 1770 — Paris, 11 de janeiro de 1837), mais conhecido por François Gérard, foi um pintor e gravador neo-clássico francês que se destacou como retratista. Os seus retratos, em especial os femininos, são notáveis pela delicadeza do traço e pela simplicidade e franqueza de expressão. 

Jeanne-Françoise Julie Adélaïde Récamier (04 de dezembro de 1777 - 11 de maio de 1849), conhecida como Juliette, era uma líder da sociedade francesa, cujo salão atraiu parisienses dos principais círculos literários e políticos do início do século 19. Nascida em Lyon, era a única filha de Jean Bernard, conselheiro do Rei e um notário, e sua esposa, Marie Julie Matton.

Ela casou aos 15 anos com Jacques-Rose Récamier (1751-1830), um banqueiro quase 30 anos mais velho que ela. Récamier escreveu: "Eu não estou apaixonado por ela, mas eu sinto por ela uma afeição genuína. Ela possui virtudes e princípios que são raros em uma idade tão precoce, é de coração terno, carinhoso, caridoso e gentil, amada por todos que a conhecem”. Surgiu um boato de que ele era de fato o seu pai natural, que casou com ela para fazê-la sua herdeira. Isso não foi provado. O casamento nunca foi consumado e Juliette permaneceu virgem até, pelo menos, seus quarenta anos. Ela era charmosa e atraente e tinha muitos admiradores, destacando-se: François-René de Chateaubriand, Lucien Bonaparte, Príncipe Augusto da Prussia.

Linda, realizada, e com amor pela literatura, Juliette era tímida e modesta por natureza. Desde os primeiros dias do Consulado Francês até quase o fim da Monarquia de Julho, o seu salão em Paris foi um dos principais resorts da sociedade literária e política que seguiam o que estava na moda. Os habitués de sua casa incluíam muitos ex-monarquistas, mais ou menos descontentes com o governo. Esta circunstância, juntamente com a sua recusa em agir como dama de companhia para Imperatriz consorte Joséphine de Beauharnais e sua amizade com Germaine de Staël, a trouxe sob suspeita.
Foi através de Mme de Staël que Mme Récamier conheceu Benjamin Constant. Mme Récamier acabou sendo exilada de Paris pelas ordens de Napoleão I. Depois de uma curta estadia em sua Lyon natal, ela foi a Roma, e, finalmente, para Nápoles. Lá Mme de Récamier estava em muito bons termos com Joachim Murat e sua esposa Caroline Bonaparte, que eram, então, opositores dos Bourbons. Ela convenceu Constant a defender as reivindicações de Murat em um memorando dirigido ao Congresso de Viena, e também induziu-o a assumir uma atitude decidida em oposição a Napoleão durante os Cem Dias. Seu marido sofreu pesadas perdas financeiras em 1805. Houve um projeto para seu divórcio, a fim de que ela pudesse se casar com o príncipe Augusto da Prússia, mas, embora seu marido estivesse de acordo, isso não foi providenciado. Ela perdeu a maior parte do que restava de sua fortuna, mas continuou a receber visitantes em seu apartamento em L'Abbaye-aux-Bois, um convento do século 17 (demolido em 1907) situado na rua 16 rue de Sèvres, em Paris, onde ela se aposentou em 1819.

Salon: Um salão literário (salon littéraire em francês) é uma reunião onde homens e mulheres eruditos se encontram regularmente, sob os auspícios de um anfitrião (ou anfitriã) para mútua diversão e para debater questões relativas a eventos correntes, filosofia, literatura, moral etc. O termo é geralmente associado aos encontros literários e filosóficos da França dos séculos XVII e XVIII, embora continue a ser praticado em muitos lugares do mundo mesmo nos dias de hoje. O termo foi muito utilizado para descrever os encontros das "précieuses", os círculos intelectuais e literários que se formavam ao redor de mulheres eruditas na primeira metade do século XVII, cuja afetação era ridicularizada por Molière. Alguns dos salon do século XIX eram mais inclusivos, aproximando-se da informalidade e centrados à roda de pintores e "leões literários", tais como o de Mme Récamier. 


Detalhe da tela de François Pascal Simon

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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Luiz Sacilotto, sua arte e sua história


Luiz Sacilotto, sua arte e sua história


Luiz Sacilotto (Santo André SP 1924 - São Bernardo do Campo SP 2003), foi um pintor, escultor e desenhista. Estudou pintura na Escola Profissional Masculina do Brás, entre 1938 e 1943, e desenho na Associação Brasileira de Belas Artes, de 1944 a 1947. Seus primeiros trabalhos demonstram uma recusa aos padrões acadêmicos e uma proximidade da estética do Grupo Santa Helena.


Luís Sacilotto - Auto retrato – 1944 - óleo sobre papelão - 32 x 24 cm


Nos anos 1940, realiza muitos desenhos, geralmente retratos, e começa a pintar paisagens e naturezas-mortas. No decorrer dessa década, a tendência expressionista de seus trabalhos acentua-se, (como pode ser visto em Retrato do Pintor Octávio Araújo de 1947 e Retrato de Helena de 1947), até atingir em 1948, um vigor fortemente marcado pelas cores e formas intensas. Entretanto, o contato com o trabalho de Jacob Ruchti - que havia exposto no 3º Salão de Maio, de 1939, uma escultura em alumínio rigorosamente geométrica - e a aproximação com as idéias de Waldemar Cordeiro (1925-1973), levam-no a aderir ao  abstracionismo.


Luís Sacilotto - Retrato de Helena - 1947


Em 1945, retoma o contato com seus colegas da Escola Profissional Masculina, os artistas Marcelo Grassmann (1925) e Octávio Araújo (1926), que lhe apresentam Andreatini (1921). Juntos, e com a ajuda de Carlos Scliar (1920 - 2001), realizam a mostra 4 Novíssimos, no Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/RJ, no Rio de Janeiro, e passam a ser conhecidos como Grupo Expressionista. Sacilotto trabalha no escritório de arquitetura de Jacob Ruchti por volta de 1946. No mesmo ano, participa da exposição 19 Pintores, realizada na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Por ocasião desse evento, entra em contato com Waldemar Cordeiro (1925 - 1973) e Lothar Charoux (1912 - 1987), com quem posteriormente funda o Grupo Ruptura.


Luís Sacilotto - Mulher sentada - 1948


A partir de 1947, podemos observar em suas telas uma tensão entre o figurativo e o abstrato, que se evidencia na geometrização do fundo, trabalhado com linhas retas e áreas de cor, e uma maior síntese dos elementos como, por exemplo, em Figura ou Mulher Sentada (ambas de 1948). Sacilotto realiza ainda uma série de monotipias de caráter abstrato.

Em 1950, abandona definitivamente a figuração e executa a Pintura I, que apresenta traços formais próximos aos da obra de Piet Mondrian (1872-1944).


Luís Sacilotto - Pintura I – 1950 - óleo sobre tela - 68 x 50 cm


Em 1952, integra o Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros (1923-1998), Féjer (1923-1989), Leopoldo Haar (1910-1954), Lothar Charoux (1912-1987) e Anatol Wladyslaw (1913). O convívio com o grupo é importante para seu aprimoramento teórico e o desenvolvimento de seu trabalho no ateliê, que desde meados de 1948 já esboça uma consciência abstrato-construtiva.
É um dos fundadores da Associação de Artes Visuais Novas Tendências, em 1963. Considerado um dos importantes artistas da arte concreta no Brasil e, com uma pintura que explora fenômenos ópticos, um dos precursores da op art no país.



 Luís Sacilotto - Concreção 5521 – 1955


O artista, definido por Waldemar Cordeiro como "a viga mestra da arte concreta", explora em suas obras o princípio de equivalência entre figura e fundo, a igualdade de medida entre cheios e vazios e as contraposições entre positivo e negativo. Utiliza, como matéria-prima e suporte para os trabalhos, materiais não-convencionais, como esmalte, madeira compensada, chapas de cimento-amianto (nome popular do fibrocimento), alumínio, latão e ferro. A partir de 1954, Sacilotto começa a dar às pinturas, relevos e esculturas o título de Concreção e as numera pelo ano e seqüência de execução.
Em Concreção 5521 (1955), apresenta quadrados justapostos, em branco, cinza e preto, cortados por linhas paralelas, brancas e pretas. O ritmo da obra é dado pelos intervalos regulares formados pela alternância das cores e linhas, com base em regras de simetria e na inversão positivo-negativo.
Em Estruturação com Elementos Iguais (1953), alinha em diagonal pequenos quadrados pretos e brancos, sobre fundo azul. O conjunto, pela disposição e variação das cores, nos dá a sensação de pulsar.


Luís Sacilotto - Estruturação com Elementos Iguais - 1953



Luiz Sacilotto - Vibração Ondular - 1953 - esmalte sobre madeira


Também é pioneiro no âmbito da tridimensionalidade, ao desdobrar o plano no espaço.
Na escultura Concreção 5730 (1957), trabalha sobre um quadrado de alumínio: por meio de recortes simétricos e dobraduras, cria um apoio que permite que a peça se torne autoportante, sem a necessidade da base.


Luís Sacilotto - Concreção 5730 – 1957 – alumínio pintado


Em procedimento similar de corte e dobra, em Concreção 5942 (1959), alterna cheios e vazios para criar vários planos.


Luís Sacilotto - Concreção 5942 – 1959 - alumínio pintado - 16,5 x 31 x 31 cm


Sacilotto divide regularmente as figuras para multiplicá-las, sem perder a referência inicial e cria um jogo ambíguo com as formas, trabalhando com questões que serão desenvolvidas mais tarde pela Op Art. Nas várias séries produzidas a partir da década de 1970, produz efeitos de expansão e retração, rotações e dobras virtuais, obtendo grande dinamismo com base em formas elementares.


Luís Sacilotto - Concreção 5735 – 1957 - alumínio e madeira pintada - 61 x 61 x 6 cm


Em suas composições, as cores destacam ou suavizam a geometria. O artista, que tem com estas especial cuidado, coleciona pigmentos, classifica e numera gradações, que chegam a mais de 300 tons e incluem desde terras de Siena e Kassel até azuis e verdes de jazidas de Minas Gerais.


Luiz Sacilotto - C7452 – 1975 - óleo sobre tela – 75 x 53 cm



Luiz Sacilotto - C8692 – 1986 - têmpera vinílica sobre tela – 100 x 100 cm



Luiz Sacilotto - C9216 – 1992 - têmpera acrílica sobre tela – 120 x 150 cm



Luiz Sacilotto - C0145 – 2001 - têmpera acrílica sobre tela – 90 x 90 cm


Em 2000, como homenagem da prefeitura de Santo André, terra natal do artista, a principal via comercial da cidade, a rua Coronel Oliveira Lima, é calçada com lajotas que reproduzem suas obras. No local, é instalada também a escultura Concreção 0005 e, na praça do IV Centenário, a escultura Concreção 0011, ambas realizadas naquele mesmo ano.


Luís Sacilotto - Concreção 0005 - escultura em aço carbono pintado altura 4 m, Santo André, SP


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Gustave Caillebotte: The Painter's Eye (O Olhar do Pintor)

Gustave Caillebotte - Paris Street, Rainy Day – 1877 – óleo sobre tela - The Art Institute of Chicago - Photography © The Art Institute of Chicago


Gustave Caillebotte: The Painter's Eye (O Olhar do Pintor) – exposição na National Gallery of Art em Washington, DC, USA


Gustave Caillebotte - The Floor Scrapers – 1875 – óleo sobre tela - Musée d'Orsay, Paris © RMN-Grand Palais/Art Resource, NY 


Mais de meio século após sua morte aos quarenta e cinco anos de idade, o interesse pela arte de Caillebotte começou a ressurgir. A exposição continua esta redescoberta, reunindo 50 dos seus melhores trabalhos para um novo olhar. Apesar de todos os períodos de sua carreira estarem representados, a atenção centra-se nos anos 1875-1882, quando ele esteve mais intimamente próximo aos impressionistas. A exposição inclui não só as suas paisagens mais famosas e interiores, mas também mostra a sua gama artística com uma seleção de retratos, nus, cenas de rio, naturezas mortas e paisagens. Juntas, elas retratam um artista profundamente interessado em seu entorno, preocupado com as maneiras que a arte pode nos ligar ao nosso meio ambiente.


Gustave Caillebotte - The Pont de l’Europe – 1876 – óleo sobre tela -  Association des Amis du Petit Palais, Geneva. Erich Lessing/Art Resource, NY


Gustave Caillebotte - On the Pont de l’Europe - 1876–1877 - óleo sobre tela - Kimbell Art Museum, Fort Worth


Em 1875 Gustave Caillebotte (1848-1894) apresentou uma pintura de raspadores do assoalho ao júri do Salon, a exposição oficial da Academia de Belas Artes de Paris. O trabalho foi rejeitado, mas Edgar Degas e Auguste Renoir o admiraram e o encorajaram a expor com os impressionistas. A tela de Caillebotte, que retrata trabalhadores sem camisa dando acabamento a um piso de madeira, tornou-se uma das sensações do segundo show impressionista em 1876. Descrevendo a imagem em termos de seu realismo e modernidade, admiradores elogiaram sua "verdade" e "intimidade franca", enquanto críticos o consideraram "bruto" e “anti-artístico".


Gustave Caillebotte - At a Café – 1880 - óleo sobre tela - Musée d'Orsay, Paris, On deposit at Musée des Beaux-Arts de Rouen. © RMN-Grand Palais/Art Resource, NY


Gustave Caillebotte - The Boulevard Seen from Above – 1880 - óleo sobre tela - Private Collection. © Comité Caillebotte, Paris


Caillebotte ficou entusiasmado com a visão fresca e radical dos impressionistas. Durante os seis anos seguintes, ele participou regularmente nas suas exposições, apresentando pinturas de pessoas e lugares que ele encontrava em Paris e arredores. Apresentando perspectivas distorcidas e temas modernos, as telas refletem o drama visual da capital, então sofrendo uma transformação radical em uma metrópole moderna. A partir de imagens espetaculares dos novos espaços públicos desenhados no tempo de Napoleão III por seu prefeito Barão Haussmann, até meditações visuais em atividades de lazer e em torno de Paris, os trabalhos apresentados são emprestados por coleções particulares e um pequeno número de instituições na Europa e nos Estados Unidos.

Organizada tematicamente, a exposição mostra a fascinação de Caillebotte com o estilo de vida contemporâneo da burguesia parisiense. Caillebotte estabeleceu-se como uma força artística do grupo, bem como um organizador vital que ajudou a curar e financiar as suas exposições. Durante sua breve carreira, ele também se tornou um patrono significativo, acumulando uma coleção de mais de setenta obras, incluindo obras-primas de Degas e Renoir, bem como Paul Cézanne, Claude Monet, Berthe Morisot, Camille Pissarro e Alfred Sisley.


Gustave Caillebotte - Portrait of a Man – 1880 -  óleo sobre tela - The Cleveland Museum of Art - Photography © The Cleveland Museum of Art


Gustave Caillebotte - Interior, Woman at the Window – 1880 - óleo sobre tela -  Private Collection. © Comité Caillebotte, Paris


Apesar destas realizações, Caillebotte permanece talvez o menos conhecido dos impressionistas franceses. Por causa de suas sólidas finanças, derivadas do bem sucedido negócio do ramo têxtil de seu pai, ele não tinha necessidade de ganhar uma renda de sua arte. Portanto ele não vendeu seus quadros, e poucos entraram em coleções públicas. Depois que ele legou sua coleção para o estado, esta tornou-se a pedra angular da arte impressionista em museus nacionais franceses. Mas o legado impressionante, que incluiu apenas duas das suas próprias obras, ofuscou suas realizações artísticas e contribuiu ainda mais para sua obscuridade.


Gustave Caillebotte - Nude on a Couch – 1880 - óleo sobre tela - The Minneapolis Institute of Arts


Gustave Caillebotte - Man at His Bath – 1884 - óleo sobre tela - Museum of Fine Arts, Boston - Photograph © 2015 Museum of Fine Arts, Boston


Curadores: Mary Morton e George Shackelford
Até 4 de Outubro de 2015
National Gallery of Art, Washington, DC, USA
4th and Constitution Avenue NW, Washington, DC 20565
Informações: (202) 737-4215

De 8 de Novembro de 2015 a 14 de Fevereiro de 2016
Kimbell Art Museum, Fort Worth, Texas, USA
3333 Camp Bowie Boulevard, Fort Worth, Texas 76107-2792
Informações: 817-332-8451


Gustave Caillebotte - Portrait of Monsieur R. – 1877 - oil on canvas - Private Collection


Gustave Caillebotte - A Boating Party - 1877–1878 - óleo sobre tela -  Private Collection. © Comité Caillebotte, Paris


Gustave Caillebotte - Fruit Displayed on a Stand - c. 1881–1882 - óleo sobre tela - Museum of Fine Arts, Boston - Photograph © 2015 Museum of Fine Arts, Boston


Gustave Caillebotte - The Fields, a Plain in Gennevilliers, Study in Yellow and Green – 1884 -  óleo sobre tela - Collection of Frederic C. Hamilton, Bequest to the Denver Art Museum. Photograph courtesy of the Denver Art Museum


Gustave Caillebotte – Skiffs – 1877 – óleo sobre tela – National Gallery of Art



Para mais informações e fotos sobre o Impressionismo, acesse o artigo “O Impressionismo é Impressionante” nesse blog, clicando sobre o link:



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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ilustrações do mês de Agosto

Alphons Mucha - "Août"


Ilustrações do mês de Agosto

Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado.
Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopéia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930.


Alegoria del mes de Augusto - Caspar Camps i Junyent - 1901


Gaspar Camps i Junyent (Igualada, 1874 - Barcelona 1942) foi um pintor, desenhista e ilustrador que participou do movimento artístico em voga no final do século XIX, o Art Nouveau da França e sua implementação na Catalunha, o modernismo catalão. De origem espanhola, Gaspar Camps passou a maior parte de sua carreira na França. Ele foi influenciado por Alphons Mucha , o artista checo vivendo em Paris, então no auge de sua carreira. Dada a influência de Mucha, incluindo seus cartazes artísticos, Gaspar Camps foi chamado de Mucha Catalan.


La Belle Jardiniere, August - Eugène Grasset - 1896


O artista gráfico suiço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma  encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfolio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Arte da França: de Delacroix a Cézanne

Henri Matisse - O Torso de Gesso – 1919 – óleo sobre tela – 113 x 87 cm


Arte da França: de Delacroix a Cézanne


Esta exposição atravessa quase duzentos anos de produção artística na França, dos séculos 18 ao 20, exibindo retratos, paisagens, naturezas-mortas e cenas históricas e do cotidiano, do mais importante acervo do período no Hemisfério Sul. Estão representados artistas de herança neoclássica, como Ingres, e romântica, como Delacroix; além de nomes ligados aos movimentos precursores do modernismo, como o realismo, de Courbet; o impressionismo, de Monet e Degas; o pós-impressionismo, de Cézanne, Van Gogh e Gauguin; o grupo dos Nabis, de Vuillard; e o cubismo, de Picasso e Léger.


Henri de Toulouse-Lautrec - A bailarina Loïe Fuller vista dos bastidores (A roda) – 1893 - óleo e têmpera sobre cartão - 63 x 47 cm


Paul Cézanne - O Grande Pinheiro - 1890-1896 - óleo sobre tela - 89 x 70 cm


Grande parte dessas obras é testemunha das rupturas de natureza política, social e cultural que marcaram a Europa do século 19 e início do 20, quando a arte ganhou outros circuitos de produção e veiculação para além dos salões e encomendas oficiais, como a imprensa e a crítica especializada; os bares onde fervilhava a vida da nova burguesia e intelectualidade; os ateliês e a importância de sua dimensão expandida, especialmente no caso de Picasso; as academias alternativas, como Julian e Suisse, que ofereceram opções à formação mais tradicional da École de Beaux-Arts.


Pablo Ruiz Picasso - Retrato de Suzanne Bloch – 1904 - óleo sobre tela - 65 x 54 cm


A exposição privilegiou reunir conjuntos completos do acervo, com destaque para Renoir, Toulouse-Lautrec, Modigliani e Manet. Delacroix e Cézanne, juntos no mesmo espaço, na entrada, funcionam como vetores para todo o percurso, uma vez que apontaram, cada um em seu tempo, tanto para o passado quanto para o futuro da história da arte, pontuando transições entre a tradição e o moderno; o antigo e o novo; entre, por exemplo, Ingres e Léger.


Édouard Manet - Banhistas no Sena, Academia - 1874-76 - óleo sobre tela - 132 x 98 cm


Cézanne, que via em Delacroix um mestre e estudava pintura fazendo cópias de suas telas, soube perceber nele qualidades modernistas. Cézanne não só retomou algumas dessas qualidades como emprestou a elas novo significado, caso do encontro entre figura e fundo; do maior protagonismo dado aos elementos do quadro e da pintura, como a pincelada, em detrimento dos temas; e, sobretudo, da maneira como se valeu de um caráter supostamente inacabado de suas pinturas.


Vincent Van Gogh – A Arlesiana – 1890 óleo sobre tela - 91,4 x 73,7 cm


Também são exibidos itens do arquivo histórico e fotográfico do MASP, como correspondências sobre doações, aquisições, convites, folhetos de exposições, recortes de jornais, revistas e fotografias que recuperam parte da história das obras e do próprio museu. Apresentados no mesmo plano que as pinturas, apontam para uma redefinição de lugares e hierarquias entre os trabalhos de arte e sua história dentro da instituição, oferecendo um novo estatuto para materiais comumente distantes dos olhos do público.


August Zamoyski - Nu Deitado – 1932 pedra de Landernau - 86 x 127 x 67 cm


Pierre-Auguste Renoir, Rosa e azul (As meninas Cahen d´Anvers) – 1881 – óleo sobre tela – 119 x 74 cm


A disposição dos painéis, dos cabos de aço e das obras, bem como a relação deles entre si e com o espaço, retoma projeto de Lina Bo Bardi, arquiteta do MASP. Em 1950, na antiga sede da rua 7 de Abril, sua expografia já antecipava noções de transparência, leveza e suspensão, sem divisões em salas nem cronologias rígidas. Essas escolhas foram fundamentais e prepararam o terreno para a radical solução das telas dispostas sobre cavaletes de vidro que, ausentes desde 1996, retornarão ao segundo andar do MASP no final deste ano.



Edgar Degas - Quatro Bailarinas em Cena - 1885-1890 óleo sobre tela – 72 x 92 cm


Texto: MASP
Curadoria: Adriano Pedrosa
Até 25 de Outubro de 2015
Museu de Arte de São Paulo, Assis Chateaubriant (MASP)
Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP - Informações: (11) 3149-5959


Vincent Van Gogh - O Escolar (O Filho do Carteiro) – 1888 – óleo sobre tela – 63 x 54 cm



domingo, 2 de agosto de 2015

Análise de “Drawing Hands” de M. C. Escher, 1948

“Drawing Hands” – M. C. Escher – 1948 – litogravura - 28.2 x 33.3 cm


Análise de “Drawing Hands” de M. C. Escher, 1948

Escher freqüentemente empregava um jogo visual em que ele transformava uma estampa plana em um objeto tridimensional. O artista usou a sua própria mão direita como modelo para ambas as mãos representadas na gravura. A litogravura Drawing Hands (Desenhando Mãos) foi impressa pela primeira vez em Janeiro de 1948. Ela retrata uma folha de papel a partir da qual, de pulsos que permanecem planos na página, duas mãos estão em ascensão, de frente uma para a outra e no ato paradoxal de desenhar uma à outra. Escher usava com frequência paradoxos em suas obras, e este é um dos seus exemplos mais óbvios. O fato de ele conseguir fazer uma parte unidimensional se tornar tridimensional é realmente fascinante. As linhas fluem de tal forma que é realmente difícil imaginar como ele conseguiu fazê-las parecer tão naturais e realistas. Na obra percebemos a continuidade da construção do ser, ou seja, uma mão construindo a outra em uma relação de interdependência.

A imagem das mãos é um estudo impressionante da utilização das linhas e contraste. Escher habilmente utilizou contraste e sombras para criar a ilusão de textura e dimensão numa obra bidimensional. A obra também é um estudo do uso da luz. O sombreamento feito em cada mão, que as fazem parecer tão reais, é o resultado das condições de luz em que o espectador vê a peça. É uma excelente obra de arte visual, porque realiza dois dos principais objetivos da arte: é fascinante e instigante.


Maurits Cornelis Escher 

Maurits Cornelis Escher (17 de Junho de 1898 – 27 de Março de 1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente em formas completamente diferentes. Ele também era conhecido pela execução de transformações geométricas (isometrias) nas suas obras. Uma das principais contribuições da obra deste artista está em sua capacidade de gerar imagens com efeitos de ilusões de óptica. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas e paradoxais. Posteriormente foi considerado um grande matemático geométrico. Escher utilizou quatro tipos de transformações geométricas que são: translações, rotações, reflexões e reflexões deslizantes. Como artista, conquistou a fama apenas em 1953, quando teve sua obra divulgada em uma revista americana. Seus trabalhos representam construções impossíveis e geometria infinita que se alternam e transformam em formas diferentes na mesma imagem. Escher deixou sua contribuição particular para o mundo e aos amantes da arte, sendo, atualmente, um dos artistas mais conhecidos do grande público. 

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