Henri Matisse - O Torso de Gesso – 1919 –
óleo sobre tela – 113 x 87 cm
Arte da França: de Delacroix a Cézanne
Esta exposição atravessa quase duzentos anos de produção
artística na França, dos séculos 18 ao 20, exibindo retratos, paisagens,
naturezas-mortas e cenas históricas e do cotidiano, do mais importante acervo
do período no Hemisfério Sul. Estão representados artistas de herança
neoclássica, como Ingres, e romântica, como Delacroix; além de nomes ligados
aos movimentos precursores do modernismo, como o realismo, de Courbet; o
impressionismo, de Monet e Degas; o pós-impressionismo, de Cézanne, Van Gogh e
Gauguin; o grupo dos Nabis, de Vuillard; e o cubismo, de Picasso e Léger.
Henri de Toulouse-Lautrec - A bailarina Loïe Fuller vista
dos bastidores (A roda) – 1893 - óleo e têmpera sobre cartão - 63 x 47 cm
Paul Cézanne - O Grande Pinheiro - 1890-1896 - óleo sobre
tela - 89 x 70 cm
Grande parte dessas obras é testemunha das rupturas de
natureza política, social e cultural que marcaram a Europa do século 19 e
início do 20, quando a arte ganhou outros circuitos de produção e veiculação
para além dos salões e encomendas oficiais, como a imprensa e a crítica
especializada; os bares onde fervilhava a vida da nova burguesia e
intelectualidade; os ateliês e a importância de sua dimensão expandida,
especialmente no caso de Picasso; as academias alternativas, como Julian e
Suisse, que ofereceram opções à formação mais tradicional da École de
Beaux-Arts.
Pablo Ruiz Picasso - Retrato de Suzanne Bloch – 1904 - óleo
sobre tela - 65 x 54 cm
A exposição privilegiou reunir conjuntos completos do
acervo, com destaque para Renoir, Toulouse-Lautrec, Modigliani e Manet.
Delacroix e Cézanne, juntos no mesmo espaço, na entrada, funcionam como vetores
para todo o percurso, uma vez que apontaram, cada um em seu tempo, tanto para o
passado quanto para o futuro da história da arte, pontuando transições entre a
tradição e o moderno; o antigo e o novo; entre, por exemplo, Ingres e Léger.
Édouard Manet - Banhistas no Sena, Academia - 1874-76 - óleo
sobre tela - 132 x 98 cm
Cézanne, que via em Delacroix um mestre e estudava pintura
fazendo cópias de suas telas, soube perceber nele qualidades modernistas.
Cézanne não só retomou algumas dessas qualidades como emprestou a elas novo
significado, caso do encontro entre figura e fundo; do maior protagonismo dado
aos elementos do quadro e da pintura, como a pincelada, em detrimento dos
temas; e, sobretudo, da maneira como se valeu de um caráter supostamente
inacabado de suas pinturas.
Vincent Van
Gogh – A Arlesiana – 1890 - óleo
sobre tela - 91,4 x 73,7 cm
Também são exibidos itens do arquivo histórico e fotográfico
do MASP, como correspondências sobre doações, aquisições, convites, folhetos de
exposições, recortes de jornais, revistas e fotografias que recuperam parte da
história das obras e do próprio museu. Apresentados no mesmo plano que as
pinturas, apontam para uma redefinição de lugares e hierarquias entre os
trabalhos de arte e sua história dentro da instituição, oferecendo um novo
estatuto para materiais comumente distantes dos olhos do público.
August Zamoyski - Nu Deitado – 1932 - pedra
de Landernau - 86 x 127 x 67 cm
Pierre-Auguste Renoir, Rosa e azul (As meninas Cahen
d´Anvers) – 1881 – óleo sobre tela – 119 x 74 cm
A disposição dos painéis, dos cabos de aço e das obras, bem
como a relação deles entre si e com o espaço, retoma projeto de Lina Bo Bardi,
arquiteta do MASP. Em 1950, na antiga sede da rua 7 de Abril, sua expografia já
antecipava noções de transparência, leveza e suspensão, sem divisões em salas
nem cronologias rígidas. Essas escolhas foram fundamentais e prepararam o
terreno para a radical solução das telas dispostas sobre cavaletes de vidro
que, ausentes desde 1996, retornarão ao segundo andar do MASP no final deste
ano.
Edgar Degas - Quatro Bailarinas em Cena - 1885-1890 - óleo
sobre tela – 72 x 92 cm
Texto: MASP
Curadoria: Adriano Pedrosa
Até 25 de Outubro de 2015
Museu de Arte de São Paulo, Assis Chateaubriant (MASP)
Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP - Informações: (11)
3149-5959
Vincent Van Gogh - O Escolar (O Filho do Carteiro) – 1888 – óleo sobre tela – 63 x 54 cm
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