segunda-feira, 25 de abril de 2016

William Shakespeare e suas peças teatrais em pinturas e ilustrações

Frank Dicksee - Romeo And Juliet, 1884 – óleo sobre tela - Southampton City Art Gallery, Southampton, England


William Shakespeare e suas peças teatrais em pinturas e ilustrações


Martin Droeshout - The portrait of William Shakespeare, 1623

O retrato de William Shakespeare foi gravado por Martin Droeshout no frontispício para a página do título da coleção First Folio das peças de Shakespeare, publicado em 1623. É uma das duas únicas obras de arte definitivamente identificáveis como uma representação do poeta. A outra é a estátua erigida como seu monumento funerário na cidade natal de Shakespeare de Stratford-upon-Avon. Ambas são póstumas.


Ford Madox Brown - Romeo And Juliet, 1868-1871 – aquarela - 32.1 x 24.5 cm


William Hamilton - John Philip Kemble (1757–1823), como Richard em 'Richard III', 1788 – óleo sobre tela


Henry Fuseli – O Sonho da Rainha Katherine (de ‘Henry VIII’, Ato IV, Cena 2) – fragmento


Sir Joseph Noel Paton - The Quarrel of Oberon and Titania, de Sonho de Uma Noite de Verão, 1849


William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1564 — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). De suas obras, incluindo aquelas em colaboração, restaram até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e mais alguns versos esparsos, cujas autorias, no entanto, são ainda disputadas. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com frequência, no teatro, na televisão, no cinema e na literatura.


William Hamilton – Cena de 'As You Like It' – ilustração


John Singer Sargent - Ellen Terry as Lady Macbeth, 1889 - óleo sobre tela - 221 × 114.3 cm – Tate, London


William Blake - Oberon, Titania and Puck with Fairies Dancing de Sonho de Uma Noite de Verão, c. 1786 – aquarela e grafite sobre papel - 47.5 × 67.5 cm - Tate Britain


Edwin Landseer – Cena de Sonho de Uma Noite de Verão, Titania e Bottom, 1851


Sir John Everett Millais – Ophelia (de Hamlet), 1852 – óleo sobre tela - 76.2 cm × 111.8 cm – Tate Britain, London

Millais pintou Ophelia em duas fases distintas: primeiro ele pintou a paisagem, e depois a figura de Ophelia. Tendo encontrado um ambiente adequado, Millais permaneceu nas margens do rio Hogsmill em Ewell por até 11 horas por dia, seis dias por semana, ao longo de um período de cinco meses em 1851. Ophelia teve como modelo a artista e musa Elizabeth Siddal, de 19 anos de idade. Millais fez Siddal deitar completamente vestida em uma banheira cheia em seu estúdio em 7 Gower Street, em Londres. Como era inverno, ele colocou lâmpadas de óleo sob a banheira para aquecer a água, mas estava tão concentrado em seu trabalho que não reparou que as lamparinas se extinguiram. Como resultado, Siddal pegou um resfriado severo, e seu pai, mais tarde enviou a Millais uma carta exigindo £ 50 para despesas médicas. De acordo com o filho de Millais, ele acabou aceitando uma quantia menor.


John Simmons - Hermia e Lysander, Ato II, cena II de Sonho de Uma Noite de Verão, 1870 - aquarela e guache sobre papel colado em tela - 89 x 74 cm - coleção particular


John Everett Millais - Ferdinand Lured by Ariel, Ato I, Cena II de A Tempestade


William Hamilton – Cena de A Tempestade, 1790 – ilustração 


Francesco Hayez - The Last Kiss Of Romeo And Juliet, 1823 – óleo sobre tela - 202 x 291 cm Pinacoteca di Brera, Milan, Italy


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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Análise das gravuras da Rainha Elizabeth II por Andy Warhol

Andy Warhol - Reigning Queens: Queen Elizabeth II of the United Kingdom, 1985 - Serigrafias em cores com "pó de diamante", sobre cartão - 100,0 x 80,0 cm – The Royal Collection


Análise das gravuras da Rainha Elizabeth II por Andy Warhol

Desde o início dos anos 1960, Andy Warhol (1928-1987) usou retratos existentes como base para muitas de suas gravuras e pinturas. Em 1985, Warhol realizou seu maior portfólio de serigrafias, intitulado 'Reigning Queens' que contém dezesseis impressões das quatro rainhas reinantes naquela época no mundo: a Rainha Elizabeth II do Reino Unido, a Rainha Beatrix da Holanda, a Rainha Ntombi Twala da Suazilândia e a Rainha Margrethe II da Dinamarca.

Para a série de serigrafias que retrata a rainha Elizabeth II (parte de seu portfólio de Rainhas Reinantes), ele se baseou na fotografia oficial lançada para o Jubileu de Prata em 1977, feita no Castelo de Windsor em 2 de Abril de 1975, pelo fotógrafo Peter Grugeon (1918-1980).

Warhol simplificou a fotografia de modo que tudo o que resta é uma máscara. Somos confrontados com um símbolo do poder real. Ao reproduzir a mesma imagem quatro vezes, Warhol demonstra o seu interesse na produção em massa e nos lembra que a rainha Elizabeth II é a mulher mais retratada do mundo. O uso de cores vibrantes e a introdução de formas gráficas dão às serigrafias um ar de artificialidade.

Esta tiragem pertence à 'Royal Edition'. Os contornos foram polvilhados com "pó de diamante", pequenas partículas de vidro moído que foram aplicadas à gravura quando a tinta ainda estava molhada, e brilham na luz como diamantes. A rainha não posou nem encomendou este retrato. As quatro cópias foram adquiridas para a Royal Collection em 2012.


Fotografia oficial lançada para o Jubileu de Prata em 1977, feita no Castelo de Windsor em 2 de Abril de 1975, pelo fotógrafo Peter Grugeon (1918-1980).


Andy Warhol, nascido Andrej Varhola, Jr. (Pittsburgh, 6 de agosto de 1928 — Nova Iorque, 22 de fevereiro de 1987), foi uma figura maior do movimento Pop Art. Além das serigrafias, Warhol também utilizava outras técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras de arte.

As abordagens inovadoras do Illustrator, cineasta, fotógrafo, pintor, modelo e até produtor musical Andy Warhol para fazer arte ainda influenciam a arte contemporânea e a cultura. Ele desafiou as fronteiras tradicionais entre arte e vida, arte e negócios e em todos os tipos de mídia. No processo, ele transformou a vida cotidiana em arte e a arte em uma maneira de viver o cotidiano.

Obcecado com a celebridade e a cultura de consumo, Andy Warhol criou algumas das mais icônicas imagens do século 20. Ele também ficou famoso por suas frases, como: “No futuro, todos serão famosos por 15 minutos”. Algumas de suas obras mais célebres são: “32 Campbell´s Soup Can” de 1962 e retratos de Marilyn Monroe, usando a técnica de silkscreen. Ele também foi mentor dos artistas Keith Harring e Jean-Michel Basquiat. Seu estilo Pop-Art tem adeptos até os dias atuais, como Richard Prince, Takashi Murakami e Jeff Koons, entre outros.



Esse blog possui um artigo sobre gravuras, onde a técnica de silkscreen (ou serigrafia) é descrita. Para ver, clique sobre o link abaixo:



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terça-feira, 19 de abril de 2016

Perpetuum Jazzile - Wave



Perpetuum Jazzile - Wave

Wave (também chamada de "Vou te Contar") é a primeira música de um álbum de mesmo nome de 1967, composta por Antônio Carlos Jobim e Milton Mendonça. Já foi interpretada por diversos artistas, tais como Elis Regina Gal Costa, Frank Sinatra, João Gilberto, Ella Fitzgerald, Oscar Peterson, Sergio Mendes, Sarah Vaughan, Rosemary Clooney, Joâo Gilberto, entre outros. A letra em inglês foi escrita pelo próprio Tom Jobim em 11 de novembro de 1969, e cantada por Frank Sinatra no álbum Sinatra & Company, lançado no ano seguinte.

Perpetuum Jazzile é um grupo musical esloveno, fundado em 1983, sob o seu antigo nome Gaudeamus Coro de Câmara, com cantores femininos e masculinos. Eles são ocasionalmente acompanhados por instrumentistas da Rádio e Televisão Eslovena. O coro desempenha principalmente “à cappela” (música vocal sem acompanhamento instrumental), com repertório de bossa nova, swing music, funk, gospel e pop.


Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova.


sábado, 16 de abril de 2016

Análise de Primavera (ou Alegoria da Primavera) de Sandro Botticelli

Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – têmpera sobre madeira – 202 x 314 cm - Uffizi Gallery, Florence


 Análise de Primavera (ou Alegoria da Primavera) de Sandro Botticelli


Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – detalhe: Flora 


Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – detalhe: Flora, Chloris e Zéfiro 


Esta famosa obra de arte foi feita para Lorenzo di Pierfrancesco de 'Medici, um primo de Lorenzo, o Magnífico. A importante família florentina Medici era muito importante no ramo bancário e mais tarde, casa real da Toscana. A Primavera (ou a Alegoria da Primavera) que retrata um grupo de figuras mitológicas num jardim, é cheia de significados alegóricos, cuja interpretação é difícil e ainda incerta.




A pintura provavelmente contém referências ao livro Fasti, do poeta romano Ovídio em que Zéfiro, o vento cortante de março, possui a ninfa Chloris, e a transforma em Flora, a deusa da Primavera, portadora eterna da vida, espalhando rosas pelo chão. Na obra de Ovídio, até então, a terra tinha sido de uma só cor. O nome Chloris é a palavra grega para o verde, a raiz de palavras como clorofila, e pode ser por isso que Botticelli pintou Zéfiro em tons verdes azulados. Vênus está no centro do laranjal. Ela está em frente das folhas escuras de um arbusto de murta. De acordo com Hesíodo, Vênus nasceu do mar, filha de Urano. Ela veio para a terra em uma concha, e cobriu a sua nudez com murta.


Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – detalhe: Venus


Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – detalhe: Mercúrio 


Entre as muitas teorias propostas nas últimas décadas, a que parece ser a mais corroborada é a interpretação da pintura como o reino de Vênus, cantada pelos poetas antigos e por Poliziano (famoso estudioso na corte dos Medici). À direita, Zéfiro (o jovem de rosto azul) persegue Flora e a fecunda com um suspiro. Flora se transforma em Primavera, a mulher elegante espalhando suas flores sobre o mundo. Vênus, no meio, representa a "Humanitas" (benevolência), que protege os homens. À esquerda, as Três Graças (Beleza, Pureza e Alegria) dançam e Mercúrio dissipa as nuvens, enquanto um cupido de olhos vendados sobrevoa, pronto para disparar uma flecha.



 Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – detalhe: As Três Graças




A alegoria da Primavera é uma obra de arte muito refinada. Os detalhes naturalistas do laranjal (um símbolo dos Medici), onde há centenas de tipos de flores, o uso habilidoso da cor, a elegância das figuras e a poesia do todo, tornam esta importante e fascinante pintura admirada em todo o mundo.
Entre as muitas interpretações possíveis propostas por vários especialistas, o que é certo é o sentido humanista da obra: Vênus é a Humanitas (um substantivo latino que significa a natureza humana, a civilização e bondade), por ela distinguir entre o material (à direita) dos valores espirituais (à esquerda). A Humanitas promove o ideal de um homem positivo, confiante em suas habilidades, e sensível às necessidades dos outros. Esta concepção antiga era a influência do humanismo renascentista e dos ideais neoplatônicos que se deslocam em torno da corte Medici. Neoplatonismo era um movimento filosófico e estético. A concepção neoplatônica do ideal de beleza e do amor absoluto influenciaram a cultura do Renascimento e Botticelli. Por trás da interpretação filosófica da pintura, Botticelli e seu cliente expressaram seu amor sofisticado, perspicaz e profundo pela cultura e pela arte.

Sandro Botticelli – Primavera, c. 1482 – detalhe: Flora 


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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Pinturas e ilustrações de Abril

Alphonse Mucha - Months of the Year, Avril – ilustração

Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado. Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopéia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930.


Pinturas e ilustrações de Abril


Childe Hassam - April Showers, Champs Elysees Paris, 1888 – óleo sobre tela – 31.75 x 42.55 cm - Joslyn Art Museum, Omaha, NE, USA


Arthur Hughes - April Love - 1856 – óleo sobre tela – 89 x 49,5 cm - Tate Gallery, London, UK

"April Love" foi a primeira de uma série de composições em que Hughes representou amantes em uma paisagem. Esta é a obra mais conhecida de Hughes, e uma das mais populares pinturas pré-rafaelitas. O cenário é um caramanchão coberto de hera, com liláses fora da janela e pétalas de rosa no chão de pedra. Tal como acontece com muitas das obras do artista, a hera também é usada para decorar o quadro. Os pré-rafaelitas incluíam muitas vezes elementos simbólicos em seu trabalho. Hera significa vida eterna, rosas amor. As pétalas espalhadas pelo chão podem sugerir que o caso de amor acabou. A pintura retrata um jovem casal em um momento de crise emocional. A figura masculina é pouco visível, com a cabeça inclinada sobre a mão esquerda da jovem. A obra mostra a influência de Millais, que Hughes admirava. Os ricos azuis, verdes e roxos empregados por Hughes rapidamente se tornaram sua marca. A modelo foi provavelmente Tryphena Foord, sua esposa.

Arthur Hughes (1832-1915), foi um pintor Inglês e ilustrador associado com a Irmandade Pré-Rafaelita. Em 1846, ele entrou para a escola de arte na Somerset House, seu primeiro mestre sendo Alfred Stevens, e mais tarde entrou na Royal Academy Schools. Aqui ele conheceu John Everett Millais e Holman Hunt, e tornaram-se um dos grupos pré-rafaelita de pintores.


Childe Hassam - April, Quai Voltaire, Paris, 1897 – óleo sobre tela - 73 x 60.4 cm


Henri-Edmond Cross - Cypress, April, 1904 – óleo sobre tela


 Eugène Grasset - La Belle Jardiniere, Avril, 1896 – ilustração

O artista gráfico suiço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfolio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


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terça-feira, 12 de abril de 2016

Roberto Burle Marx e suas múltiplas artes

Roberto Burle Marx – Guaratiba, 1989 – óleo sobre tela


Roberto Burle Marx e suas múltiplas artes


Roberto Burle Marx


Roberto Burle Marx (4 de Agosto de 1909 - 4 de Junho de 1994) foi um arquiteto paisagista brasileiro, assim como desenhista, pintor, escultor, musicista, cenógrafo, figurinista, criador de joias e tapeçarias. Seus projetos de parques e jardins o tornaram mundialmente famoso.


Roberto Burle Marx - Autorretrato, 1929 - carvão s/ papel


Roberto Burle Marx - Duas Figuras, 1942 - óleo sobre tela


Um dos mais proeminentes arquitetos paisagistas do século XX, seus famosos projetos vão desde os notáveis pavimentos de mosaico na avenida à beira-mar da Praia de Copacabana do Rio de Janeiro até a multiplicidade de jardins que embelezam Brasília, um dos vários projetos em larga escala que ele executou em colaboração com o famoso arquiteto Oscar Niemeyer. Embora o seu trabalho como paisagista seja conhecido em todo o mundo, o trabalho do artista em outros meios continua a ser pouco conhecido.


Roberto Burle Marx - Calçada de Copacabana, Rio de Janeiro


Roberto Burle Marx - Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro, projeto da década de 1950


Burle Marx defendeu o uso de plantas nativas, fazendo numerosas incursões na selva brasileira ao longo de sua vida inteira em busca de espécies raras. Ele foi um horticultor e um ecologista pioneiro que só usou plantas adequadas para o meio ambiente. Ao longo de uma carreira de mais de sessenta anos, Burle Marx projetou mais de 2.000 jardins em todo o mundo e descobriu mais de trinta espécies de plantas que agora levam seu nome, sem nunca deixar de pintar, esculpir e tecer.


Roberto Burle Marx - Eixo Monumental, em Brasília. Projeto de 1960


Roberto Burle Marx - Jardins na Unesco em Paris


Segundo declarações do próprio Burle Marx, em 1928, foi uma exposição de pinturas de Picasso, Klee e Matisse, que visitou na Galeria Flechstein, bem como uma retrospectiva da obra de Van Gogh, em Berlim, que lhe causaram profunda impressão e o levaram à decisão de estudar pintura. Ao retornar ao Brasil, atende a uma sugestão do amigo e vizinho no Leme, Lúcio Costa, para voltar a estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Permanece cerca de 2 anos nessa Escola. Opta por interromper o curso, decepcionado com os métodos de ensino acadêmicos, centrados na cópia de modelos gregos em gesso. Substitui o ensino formal na Academia, por um caminho próprio.
Elaborada no final dos anos 20 até o início da década de 40, a pintura de Marx revela-se presa ao expressionismo em seus temas, ordenação de figuras, formas estilizadas ou simplificadas, cores intensas, ou mesmo o efeito psicológico que procura imprimir aos autorretratos e retratos de tipos populares, cenas intimistas com nus femininos, naturezas mortas, paisagens, favelas.


Roberto Burle Marx - Paisagem de Sta.Teresa, 1946 - óleo sobre tela


Roberto Burle Marx - Saxofone, 1946 - óleo sobre madeira


Na década de 40, Burle Marx se interessa pela pintura pré-cubista e cubista de Cézanne, Picasso, Braque, Léger, Gris, Lhote, entre outros, e em alguns depoimentos afirma ter maior afinidade pela obra de Braque, pois considera genial a sua influência na arte contemporânea e sua compreensão do conceito pictórico.


Roberto Burle Marx - Catavento, 1948 - óleo sobre tela


Roberto Burle Marx - Begônias, 1950 - guache sobre papel


Na década de 50, aproxima-se do abstracionismo sem, no entanto, abandonar ou romper definitivamente com a figuração. Suas composições sugerem mosaicos de formas construídas com uma geometria não ortodoxa, com uma configuração mais orgânica ou biomórfica.


Roberto Burle Marx - Sem título, 1967 - acrílico sobre tela


Roberto Burle Marx – Serigrafia 


Burle Marx nunca se fixou em movimentos ou escolas artísticas. Seu espírito meticuloso e devotado à pesquisa permitiu-lhe trafegar por todas as vertentes, sem assumir compromisso com nenhuma. Concebia a arte como um sistema de formas, cores e ritmos, entes que eram amalgamados em composições. O artista pensava nas pinturas e jardins como cartografias de vistas aéreas de campos ou paisagens, que se situam na confluência da imaginação e percepção, constatação e sonho.


Roberto Burle Marx - Tapeçaria


Mesmo sem educação formal em arquitetura paisagística, o aprendizado de Burle Marx na pintura influenciou a criação de seus jardins. Ele aceitava, embora de forma relutante, que "pintava" com as plantas, apesar de seu trabalho não ser reduzido ao efeito pictórico e visual produzido por suas paisagens, pois Marx se auto definia como um artista de jardins. Conhecido por sua preocupação ambiental e pela preocupação com a preservação da flora brasileira, Roberto inovou ao usar plantas nativas do Brasil em suas criações e isso se tornou sua característica marcante. Por esse motivo, o "estilo Burle Marx" tornou-se sinônimo do paisagismo brasileiro no mundo.


Joias de Roberto Burle Marx


Em 1949 comprou uma área de 365.000 m² em Barra de Guaratiba, litoral do Rio de Janeiro, aonde começou a organizar sua enorme coleção de plantas. Em 1985, essa propriedade foi doada ao Governo Federal. Hoje em dia é possível encontrar jardins projetados por Roberto Burle Marx em várias partes do mundo, além do Parque Burle Marx (São Paulo). Para Burle Marx, um jardim "é uma obra viva, que resulta da combinação de diferentes formas e cores, como na pintura ou nos sons musicais. Um bom jardim é aquele que revela compreensão espacial e justaposição de formas e volumes, como na pintura e na arquitetura”.


Sítio Roberto Burle Marx


Roberto Burle Marx pintando uma toalha de mesa no Sítio Roberto Burle Marx


Pela singularidade de seus jardins, que contribuíram para a humanização dos espaços públicos, nacionais e internacionais e para dar uma nova feição à arquitetura brasileira (residências particulares, empresas e edifícios governamentais), Burle Marx recebeu inúmeros prêmios e condecorações, em todo o mundo. Até 1994, ano de sua morte, havia projetado mais de dois mil jardins públicos e privados, para os quais transferiu as formas, as cores e a estética do modernismo.


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