Pinturas de mulheres com pássaros, por Édouard Manet e
Pierre-Auguste Renoir
Pierre-August Renoir - Woman with Parakeet (Mulher com
Periquito), 1871 – óleo sobre tela - 92.1 x 65.1 cm - Solomon R. Guggenheim
Museum, New York, USA
A mulher que segura o papagaio é a amiga de Renoir e sua
companheira por seis anos, Lise Tréhot, cujos traços juvenis são reconhecíveis
em nada menos que outras 16 telas pintadas pelo artista entre 1867 e 1872. Ele
provavelmente pintou essa obra logo após seu retorno da Guerra Franco-Prussiana
em 1871, antes de Lise se casar com um arquiteto de uma família abastada em
abril de 1872, e para nunca mais ver Renoir. A mulher segura um papagaio, um
animal de estimação popular e exótico na época. O vestido de tafetá preto com
punhos brancos e faixa vermelha acentua o cabelo escuro e a pele branca de
Lise. As paredes e plantas verde-escuras sugerem um interior bastante pesado e
formal.
Ao longo da história da arte, inúmeras imagens de mulheres
com pássaros retrataram a intimidade e o vínculo emocional entre humanos e
animais. O tema de uma mulher com um papagaio ou periquito era particularmente
comum em pinturas durante esta época. Em muitos casos, essa imagem simboliza a
natureza, ou às vezes se refere à mulher como vazia e imitando os outros. Nessa
pintura, a analogia entre a mulher e sua ave de estimação é comparativamente
discreta. O cenário rico e sufocante restringe o espaço da modelo, como o do
papagaio quando confinado à sua gaiola dourada. O papagaio também pode ser
caracterizado como desempenhando o papel tradicional de confidente para a
mulher. Essa pintura nunca foi exposta no Salão de Paris. Em 1871, ano em que a
obra foi pintada, não houve Salão de Exposição devido à Guerra
Franco-Prussiana.
Édouard
Manet - Young Lady in 1866, 1886 – óleo sobre tela - 185.1 x 128.6 cm –
Metropolitan Museum of Art, New York, USA
A modelo de Manet, Victorine Meurent, tinha posado recentemente
para os nus ousados nas pinturas Olympia e Luncheon on the Grass. Aqui,
parecendo relativamente recatada, ela veste um roupão de seda íntimo. Os
críticos olharam a pintura como uma referência para a mulher com um papagaio de
Courbet". A mulher foi pintada contra um fundo azul meia-noite, e ela tem
uma pose estudada, um pouco afetada. As texturas, a fruta que caiu do poleiro,
o cabelo avermelhado e até mesmo o rosto da mulher, têm as características
francesas de que Gustave Courbet era então o mestre.
Essa pintura é interpretada como uma alegoria dos cinco
sentidos: o ramo de flores (cheiro), a laranja (gosto), o papagaio-confidente
(audição) e o monóculo de homem nos dedos da modelo (visão e tato).
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