quinta-feira, 16 de junho de 2016

Análise de “Caminhante Sobre o Mar de Névoa” de Caspar David Friedrich

Caspar David Friedrich - Caminhante Sobre o Mar de Névoa (Wanderer above the Sea of Fog), 1818 – óleo sobre tela - 98.4 × 74.8 - Kunsthalle Hamburg, Germany


 Análise de “Caminhante Sobre o Mar de Névoa” de Caspar David Friedrich


A pintura encarna a essência dos princípios da estética romântica de paisagem, mostrando uma figura solitária confrontando a natureza em reverência. Em primeiro plano vemos a silhueta escura de um promontório rochoso, onde um viajante olha sobre denso nevoeiro e pináculos de rocha do vale, para as montanhas e picos distantes. O trecho cênico é dominado pelo espaço profundo de uma vista, levando-nos a querer saber o que está além.

Os personagens de Friedrich que habitualmente estão de costas, para olhar o horizonte com muita atenção, são provavelmente autorretratos do artista. Seu andarilho, vestido com sobretudo e segurando um cajado, subiu para um pico rochoso acima das névoas. O espectador olha com os olhos dele, o ângulo de visão alinhado ao seu nível, no espaço da imagem. 

Embora Friedrich tenha pintado esta cena em seu estúdio, ele a esboçou no lugar de inspiração: Elbsandsteingebirge, na Saxônia e Bohemia. Ele sempre foi inspirado pela paisagem alemã e profundamente comovido pela beleza de sua terra natal. Várias interpretações foram feitas sobre a pintura. Pode ser uma metáfora sobre o futuro desconhecido. E pode mostrar a insignificância dos humanos perante a natureza.

Caspar David Friedrich (5 de setembro de 1774 - 7 de maio de 1840) foi um pintor, gravurista, desenhista e escultor romântico alemão, um grande paisagista. Friedrich é o mais puro representante da pintura romântica alemã. Suas paisagens primam pelo simbolismo e idealismo que transmitem. Uma das características mais originais de sua obra é o uso da paisagem para evocação de sentimentos religiosos, e daí sua fama de místico. Fez diversas viagens ao interior e ao litoral do Báltico em busca de inspiração. Suas obras muitas vezes possuem uma atmosfera nostálgica, com brumas, árvores secas, e dramáticos efeitos de luz, onde ele foi um mestre, especialmente em sua fase madura, e onde foi um inovador. Fazia muitos e minuciosos esboços em desenho para seus quadros, que são quase tão meticulosos quanto os estudos.

Friedrich escreveu uma coleção de aforismos sobre estética, onde deixou clara sua abordagem da Natureza. Neles, dizia:

"Fecha teu olho corpóreo para que possas antes ver tua pintura com o olho do espírito. Então traz para a luz do dia o que viste na escuridão, para que a obra possa repercutir nos outros, de fora para dentro".


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8 comentários:

  1. Salvou trabalho de história da arte

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    1. Fico feliz por isso. Por favor divulgue esse blog e não deixe de mencionar o blog como fonte/bibliografia. Peço para não copiar simplesmente o texto que é de minha autoria, para não ferir direitos autorais. Obrigada.

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  2. Maravilhosa postagem.
    Gostando ainda mais desse artista depois de entender o significado de suas obras.
    Obrigada!
    Um abraço,
    Fátima

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    1. Que bom Fátima. Fico feliz por você ter gostado. Obrigada

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  3. Qual o período em que a obra foi produzida?

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  4. Parabéns pela análise!

    A pintura de Friedrich, “Viajante acima da neblina”, representa bem o homem do século XIX, um ser conflituoso que busca, por meio da reflexão, ajustar-se ao mundo materialista. A Natureza, para ele, torna-se um lugar de busca e reflexão sobre o novo mundo. Esse ser atormentado procura, nas reminiscências, refletir sobre seu próprio eu e sua condição no mundo, pois está dominado pelo progresso
    e imposições exigidas por uma sociedade individualista na qual tornou-se apenas um símbolo de mercadoria.

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