quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A história do retrato de Manon Balletti, o grande amor de Casanova

Jean-Marc Nattier - "Manon Balletti", 1757 – óleo sobre tela – 54 x 47,5 cm – The National Gallery, London, UK


A história do retrato de Manon Balletti, o grande amor de Casanova


Ao contrário de muitos retratos que Nattier fez de personagens da Corte, essa representação de Manon Balletti é notável por sua aparente simplicidade. A vivacidade e a atração da modelo são transmitidas pela ligeira inclinação de sua cabeça e enfatizada pela rosa fixada em seu vestido, além de seu olhar e de seu sorriso esboçado. Um véu preso por um broche adornado por duas pequenas flores “amor-perfeito” em seu cabelo, cobre parcialmente um colar de pérolas. Mademoiselle Balletti está envolvida e é envolvente.

Manon Balletti se tornou noiva de Casanova na época em que o retrato foi pintado. Em 1760 ela se casou com um pretendente mais respeitável embora mais velho. Manon Balletti (1740-1776) era filha de atores italianos atuando na França e amante do famoso sedutor Giacomo Casanova. Sua mãe era Silvia Balletti, uma atriz da companhia Comédie Italienne e irmã mais nova do amigo mais próximo de Casanova. Os amantes começaram seu relacionamento quando Casanova tinha trinta e dois anos de idade e Manon tinha dezessete anos.

Ela escreveu quarenta e duas cartas cheias de amor e sentimentos profundos por ele. Uma citação bem conhecida dessas cartas descreve Casanova como: "Meu amante, meu marido, meu amigo". As paixões sexuais de Casanova fizeram com que ele fosse infiel, fazendo com que seu relacionamento de três anos tivesse vários altos e baixos. No entanto, ela continuou a compartilhar sua casa, na Rue du Petit-Lion-St. Sauveur. Nessa época, Manon estava comprometida com seu professor de clavicórdio (um instrumento de teclas europeu usado desde o final da Idade Média, durante o Renascimento, Barroco e período Clássico), mas rompeu o noivado a pedido de Casanova, começando assim um novo noivado com ele. Isso não o impedia de ter várias relações sexuais com outras mulheres, mas Manon permaneceu fiel a ele. Os escritos de Casanovas registram seu pesar por ele ter sido indelicado com ela quando tiveram esse relacionamento.

Quando Casanova foi preso depois de ser processado por credores em Paris, Manon enviou um par de brincos de diamante para comprar sua liberdade. Posteriormente, ela terminou o noivado e retornou a ele seu retrato e suas cartas. Manon se casou com o arquiteto Jacques-François Blondel (1705-1774) pouco depois, decepcionando Casanova, que acreditava que um dia poderia permanecer com ela. Manon faleceu aos 36 anos por problemas pulmonares.


Jean-Marc Nattier - Manon Balletti, 1757 – óleo sobre tela – 54 x 47,5 cm – The National Gallery, London, UK - detalhe


Giacomo Girolamo Casanova (2 de abril de 1725 - 4 de junho de 1798) foi um aventureiro e autor italiano da República de Veneza. Sua autobiografia, “Histoire de ma Vie”, é considerada como uma das fontes mais autênticas dos costumes e normas da vida social europeia durante o século XVIII. Ele se tornou tão famoso por seus relacionamentos, muitas vezes complicados e elaborados com as mulheres, que seu nome é agora sinônimo de "sedutor".


Jean-Marc Nattier (Paris, 17 de março de 1685 - 7 de novembro de 1766), foi um pintor francês, filho de Marc Nattier (1642-1705), pintor de retratos e de Marie Courtois (1655-1703), miniaturista. Ele é conhecido por seus retratos de damas da corte do rei Louis XV em trajes da mitologia clássica. Em 1715 ele foi para Amsterdã, onde Pedro, o Grande estava então hospedado, e pintou retratos do czar e da imperatriz Catherine, mas recusou uma oferta para ir à Rússia. O colapso financeiro de 1720 arruinou Nattier, que se viu forçado a dedicar toda a sua energia ao retrato, que era mais lucrativo. Transformou-se no pintor das senhoras artificiais da corte de Louis XV. Ele posteriormente reavivou o gênero do retrato alegórico, no qual uma pessoa é retratada como uma deusa greco-romana ou outra figura mitológica. Os retratos graciosos e encantadores de Nattier de senhoras da corte estavam na moda, em parte porque podia embelezar uma modelo, mantendo sua semelhança.


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