sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Análise da pintura Pierrot de Jean-Antoine Watteau

Jean-Antoine Watteau - Pierrot (antigo nome Gilles), 1718-19 - óleo sobre tela - 185 x 150 cm – Musée du Louvre, Paris


Análise da pintura Pierrot de Jean-Antoine Watteau


Este retrato de um Pierrot poético e sonhador é uma pintura excepcionalmente grande para Watteau. Pode ter sido uma placa de propaganda para um café pertencente a um ex-ator com o nome de Belloni. Os personagens da Commedia dell'Arte na parte inferior da pintura lhe dão um ar enigmático. O personagem de Pierrot ocupa quase toda a pintura, destacando-se contra o céu, enquanto os personagens da Commedia dell'Arte estão pintados em metade do seu comprimento. Quatro personagens podem ser identificados: o médico em seu burro, os amantes Leandro e Isabella, e o capitão.

A fluidez da pincelada e as cores brilhantes fazem desta pintura uma verdadeira obra-prima. Muitas vezes tem sido visto como um autorretrato em que o artista se representa como um palhaço triste. Tornou-se muito difícil determinar se a figura de Pierrot é um retrato tirado da vida (talvez um dos amigos de Watteau ou um ator conhecido) ou uma alegoria tirada da imaginação do artista. O trabalho extrai seu poder dramático a partir do momento de estática na ação, a imobilidade pesada do personagem central, e o ponto de vista escolhido pelo artista, olhando para Pierrot de baixo.


Jean-Antoine Watteau - Pierrot (antigo nome Gilles), 1718-19 - óleo sobre tela - 185 x 150 cm – Musée du Louvre, Paris - detalhe


O Pierrot é um personagem de pantomima e Commedia dell'Arte cujas origens estão numa trupe italiana do final do século XVII que atuava em Paris e era conhecida como a Comédie-Italienne. Na cultura popular contemporânea (na poesia, na ficção, nas artes visuais, bem como no palco, na tela e na sala de concertos) ele é um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. Mas depois Colombina descobre o amor de Pierrot por ela, despede-se de Arlequim e reencontra Pierrot com quem passa a viver junto em um relacionamento com muita felicidade. Ele atua desmascarado, com um rosto esbranquiçado, e veste uma blusa branca solta (algumas vezes metade pretas) com botões grandes e calças brancas largas e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo sempre o alvo de piadas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. O Pierrot também é apresentado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.


Jean-Antoine Watteau - Pierrot (antigo nome Gilles), 1718-19 - óleo sobre tela - 185 x 150 cm – Musée du Louvre, Paris


Jean-Antoine Watteau (batizado 10 de outubro de 1684 - 18 de julho de 1721), mais conhecido como Antoine Watteau, foi um pintor francês cuja breve carreira estimulou o renascimento do interesse pela cor e pelo movimento, como visto na tradição de Correggio e Rubens. Ele revitalizou o então decadente estilo Barroco, mudando-o para o Rococó, um gênero menos severo, mais naturalista e menos formalmente clássico. Watteau inventou o gênero Fêtes Galantes, cenas de encanto bucólico e idílico, repletos de ar teatral. Alguns de seus temas mais conhecidos foram extraídos do mundo da comédia italiana e do balé.

Esse blog possui mais um artigo sobre Jean-Antoine Watteau. Clique sobre o link abaixo para ver:



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