terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Pinturas sobre o amor, por Marc Chagall

Marc Chagall - The Betrothed and the Eiffel Tower, 1913 – óleo sobre tela - Musée National Message Biblique Marc Chagall, Nice, France


Pinturas sobre o amor, por Marc Chagall


“Só o amor me interessa, e eu estou apenas em contato com coisas que giram em torno do amor” - Marc Chagall

“Nas artes, como na vida, tudo é possível desde que se baseie no amor” - Marc Chagall

“Em nossa vida há uma única cor, como na paleta de um artista, que fornece o sentido da vida e da arte. É a cor do amor” - Marc Chagall

“Se eu criar com o coração, quase tudo funciona. Se criar com a cabeça, quase nada” - Marc Chagall


Marc Chagall – Artist and his Wife, 1980 – óleo sobre tela - 89 x 116 cm – coleção particular


Marc Chagall – “Lovers in the Lilacs” – 1930 – óleo sobre tela - 131.4 × 89.5 cm – The Metropolitan Museum of Art

Esse blog possui um artigo sobre essa pintura. Clique nesse link para ver:



Marc Chagall – Blue Lovers, 1914 – óleo sobre cartão – 44 x 49 cm – coleção particular


Marc Chagall – Big Sun, 1958 – óleo sobre madeira – 44 x 54,4 cm – coleção particular


Marc Chagall – Over the Town, 1918 – óleo sobre tela – 56 x 45 cm - Tretyakov Gallery, Moscow, Russia

Chagall gostava de criar pinturas que mostravam ele e sua esposa, Bella Rosenfeld Chagall, voando no ar. “Over the Town” (Sobre a Cidade) é uma celebração de seu amor e como eles se tornaram unificados quando casaram. A pintura mostra Chagall e sua esposa voando acima de Vitebsk, que é uma pequena cidade onde ele cresceu. Chagall está segurando sua esposa bem perto, enquanto ela acena com uma mão aberta pelo ar. As casas abaixo deles são todas da mesma cor, exceto uma casa vermelha ao fundo.


Marc Chagall – Coq Rouge dans la Nuit, 1944 – óleo sobre tela - 68.6 x 79.4 cm – coleção particular


Marc Chagall – “The Promenade” – 1918 - óleo sobre tela - 169.6 x 163.4 cm - Russian Museum, St. Petersburg, Russia

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Marc Chagall – La Mariée, 1950 – guache sobre papel – 68 x 53 cm – coleção particular

Essa pintura foi descrita por Chagall como "Uma ode ao amor jovem". O casamento é o tema principal da pintura, e inclui um recurso encontrado em outras pinturas de Chagall e em muitas outras obras de arte européias do século XX: animais tocando instrumentos musicais. Neste caso é uma cabra tocando um violino. A pintura também mostra um homem tocando uma flauta, uma menina, um peixe com braços segurando uma vela e um banco e um esquilo.


Marc Chagall – The Wedding Candles, c. 1945 – óleo sobre tela – 120 x 122,2 cm – coleção particular


Simbolismo de figuras na arte de Chagall - pequeno resumo
Vaca = vida / Árvore = vida / Galo = fertilidade / Violino = lembranças dos violinistas da cidade natal Vitebsk / Peixe voador = lembrança do pai dele que trabalhava numa indústria de herring / Relógio com pêndulo = tempo e vida modesta / Castiçais = simboliza o Shabbat e a vida dos judeus devotos / Janela = amor à liberdade / Casas de Vitebsk = saudades da cidade natal / Cenas de circo = criatividade e alegria / Cavalos = liberdade / Torre Eiffel = outro símbolo de liberdade.

Marc Chagall (Vitebsk 1887–1985 Saint-Paul-de-Vence) foi um artista prolífico, cuja carreira se estendeu por muitas décadas. Ele trabalhou em muitos tipos de mídias: desenho, pintura, mídia impressa e vitrais. Chagall participou dos movimentos modernos do pós-impressionismo incluindo surrealismo e expressionismo. Nascido perto da aldeia de Vitebsk, na atual Bielorrússia, Chagall mudou para Paris em 1910 permanecendo lá até 1914 para desenvolver seu estilo artístico, retornando à Russia por sentir saudades de sua noiva Bella, com quem se casou. Em 1923 mudaram novamente para a França, para escapar das dificuldades da vida soviética que se seguiram à I Guerra Mundial e à Revolução de Outubro. Em 1941, mudou para os Estados Unidos, escapando da Segunda Guerra Mundial e ali permaneceu até 1948, retornando para a França.

O início da vida de Chagall deixou-o com uma memória visual poderosa e uma inteligência pictórica. Depois de viver na França e experimentar a atmosfera de liberdade artística, ele criou uma nova realidade, que se baseou em ambos os mundos internos e externos. Mas foram as imagens e memórias de seus primeiros anos em Belarus, na Russia, que sustentaram a sua arte por mais de 70 anos. Há certos elementos em sua arte que se mantiveram permanentes e são vistos ao longo de sua carreira. Um deles foi a sua escolha dos temas e a forma como eles foram retratados. O elemento mais constante, obviamente, é o seu dom para a felicidade e sua compaixão instintiva, que mesmo nos assuntos mais sérios o impediam de dramatizar.

Uma dimensão simbólica sempre esteve presente nos temas de Chagall. Sem dúvida, esta abordagem ajudou Chagall a atingir a popularidade que seu trabalho desfrutava na época, mas ao mesmo tempo o desejo de ser compreensível emprestou às pinturas um toque de romantismo que parecia um pouco fora de época. Através de sua linguagem poética altamente original ele foi capaz de criar um novo universo a partir das três culturas diferentes que ele havia assimilado. Flores e animais são uma presença constante em suas pinturas, habilitando-o por um lado a superar a interdição judaica de representação humana, enquanto por outro lado formando metáforas para um mundo possível, em que todos os seres vivos possam viver em paz como na cultura medieval russa. Sua arte constitui uma espécie de mixagem entre culturas e tradições. A chave fundamental para sua modernidade reside no seu desejo de transformar uma obra de arte em uma linguagem capaz de fazer perguntas que não foram ainda respondidas pela humanidade.


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4 comentários:

  1. Lindas obras! Obrigado por essa oportunidade de prestigiar a ARTE.

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  2. Curioso q, em 8 dos 10 quadros mostrados, se apresenta a imagem do bode. E outro detalhe estranho é q a mulher é sempre retratada de forma vulnerável.. Tem algum significado oculto e sombrio nesses quadros..

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    1. Lizandra, a pequena cabra branca é uma figura conhecida no folclore judaico. Cabras e bodes flutuam pelas pinturas de Chagall e aparecem em poemas e histórias de autores judeus. Os judeus celebravam as cabras porque viviam com cabras: até a família mais pobre mantinha uma cabra amarrada na frente da casa para fornecer leite para as crianças. Os judeus se identificavam com seus animais pequenos, humildes e inteligentes. Sobre a mulher, ele retratou sua esposa Bella a quem ele amava e respeitava imensamente. Ele a representou de forma protetora e amorosa.

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