segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Análise da pintura de Georges Seurat – Bathers at Asnières

Georges Seurat - Bathers at Asnières, 1884 – óleo sobre tela – 201 x 300 cm – National Gallery of Art, London


Análise da pintura de Georges Seurat – Bathers at Asnières


Essa foi a primeira das composições em grande escala de Seurat e é sua tentativa inicial de conciliar o classicismo com abordagens modernas e quase científicas de cor e forma. Retrata uma área no rio Sena perto de Paris, perto das fábricas de Clichy que se pode ver à distância. Asnières é um subúrbio industrial a noroeste de Paris, no rio Sena. Essa pintura mostra um grupo de jovens trabalhadores aproveitando seu tempo de lazer, no seu dia de folga, junto ao rio. Os chapéus de palha e coco são pistas para o status desses homens, assim como suas poses casuais e postura relaxada. Bathers at Asnières possui um tamanho geralmente reservado para pinturas históricas, que retratam um momento crucial em eventos mundiais. Usando uma tela tão grande para retratar homens anônimos, Seurat rompeu com as convenções de uma maneira que confundiu os críticos.

A paleta de Seurat é um pouco impressionista em seu brilho, mas sua abordagem meticulosa está muito distante desse estilo. As figuras da classe trabalhadora que povoam essa cena marcam um contraste agudo com os tipos burgueses ociosos retratados por artistas como Monet e Renoir na década de 1870. Embora a pintura não tenha sido executada usando a técnica pontilhista de Seurat, que ele ainda não havia inventado, o artista depois retrabalhou áreas dessa imagem usando pontos de cores contrastantes para criar um efeito vibrante e luminoso. Por exemplo, pontos de laranja e azul foram adicionados ao chapéu do menino.

Seurat fez estudos em crayon para as figuras individuais, usando modelos vivos e também fez pequenos esboços a óleo no local, para ajudar a projetar a composição e registrar os efeitos da luz e da atmosfera. Cerca de 14 esboços a óleo e 10 desenhos sobrevivem. A composição final, pintada no estúdio, combina informações de ambas mídias.

Bathers at Asnières retrata a classe trabalhadora na margem esquerda do rio Sena. Seurat realizou outra pintura, que hoje é uma das mais famosas do mundo, “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” em seguida dessa, em que retrata pessoas da classe média desfrutando uma tarde de lazer na margem direita do rio Sena. Talvez Seurat quis destacar o contraste entre os dois grupos de pessoas, fazendo algum tipo de manifesto social.


Georges Seurat - A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte, 1884-86 – óleo sobre tela - 207.5 x 308.1 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, USA

Esse blog possui um artigo sobre a pintura de Georges Seurat - A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte. Clique sobre o link abaixo para ver:



Georges-Pierre Seurat (2 de dezembro de 1859 - 29 de março de 1891) foi um pintor e desenhista francês, pós-impressionista. Ele é reconhecido principalmente como o pioneiro da técnica Neoimpressionista comumente conhecida como Divisionismo, ou Pontilhismo. Georges Seurat registrou paisagens e outros temas calmos, simplificando-os em formas geométricas e convertendo todas as cores e formas em pequenos pontos. Isso foi radical, para o desenvolvimento da arte moderna e abstrata. O uso por Seurat desta técnica altamente sistemática e "científica", posteriormente chamada pontilhismo, distinguiu sua arte da abordagem mais intuitiva à pintura usada pelos impressionistas. Embora Seurat abraçasse o tema da vida moderna, preferido por artistas como Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir, ele foi além de sua preocupação em capturar as qualidades acidentais e instantâneas da luz na natureza.

Inspirado pelos efeitos ópticos e pela percepção inerentes às teorias da cor de Michel Eugène Chevreul, Ogden Rood e outros, Seurat adaptou esta pesquisa científica à sua pintura. Seurat contrastava pontos em miniatura ou pequenas pinceladas de cores que, quando unificadas opticamente no olho humano, eram percebidas como uma única sombra ou tonalidade. Ele acreditava que essa forma de pintura, chamada divisionismo na época, mas agora conhecida como pontilhismo, tornaria as cores mais brilhantes e poderosas do que pinceladas padrão. O uso de pontos de tamanho quase uniforme veio no segundo ano de seu trabalho na pintura, 1885-86.

Seu sucesso o levou rapidamente à frente da avant-garde parisiense. Seu triunfo foi de curta duração, uma vez que após apenas uma década de trabalho maduro ele faleceu com apenas 31 anos. Mas suas inovações seriam altamente influentes, moldando o trabalho de artistas tão diversos como Vincent Van Gogh e os Futuristas italianos.


Texto escrito e/ou traduzido e/ou adaptado ©Arteeblog - não copie esse artigo sem autorização desse blog, mas por favor o compartilhe, usando os ícones de compartilhamento para e-mail ou redes sociais. Obrigada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário