terça-feira, 16 de setembro de 2014

Arte do dia: Sixteenth of September - Rene Magritte - 1956

Sixteenth of September - Rene Magritte - 1956

As árvores são um tema recorrente na obra de Magritte que afirmou:
"Crescendo a partir da Terra para o Sol, uma árvore é imagem de uma certa felicidade. Para perceber esta imagem, devemos ficar imóveis como a árvore. Quando estamos em movimento, é a árvore que se torna o espectador. É testemunha, igualmente, na forma de cadeiras, mesas e portas, do espetáculo de nossa vida. A árvore, tendo se tornado um caixão, desaparece na terra. E quando ela se transforma em fogo, desaparece no ar.”

Aqui Magritte sobrepõe uma lua crescente na frente da árvore. O artista se referiu à sua justaposição intencional de objetos incongruentes como "estímulo objetivo." Em referência a esta imagem, Magritte observou: "Eu só pintei a lua em uma árvore nas cores cinza-azulados da noite." Normalmente, os títulos das pinturas de Magritte eram determinados após terem sido concluídos. Neste caso, o título foi ideia do amigo de Magritte, o poeta surrealista Louis Scutenaire. O artista tenta subverter as leis da física, bem como questionar a percepção do espectador de uma imagem tão profundamente enraizada na cultura comum.

René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de Novembro de 1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967) foi um dos principais artistas surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado das águas do rio. Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu Georgette Berger, com quem se casou em 1922. René Magritte praticava o surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico.


Sua arte caracteriza o amor surrealista aos paradoxos visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem anomalias por toda a parte, e o surrealismo atrai justamente porque explora nossa compreensão oculta da esquisitice terrena. Pintor de imagens insólitas, às quais deu tratamento rigorosamente realista, utilizou processos ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos. Suas obras são metáforas que se apresentam como representações realistas, através da justaposição de objetos comuns, e símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu côco, o castelo, a rocha e a janela, entre outros, porém de um modo impossível de ser encontrado na vida real.

Texto escrito e/ou traduzido e/ou adaptado ©Arteeblog - não copie esse artigo sem autorização desse blog, mas compartilhe usando os ícones de compartilhamento para e-mail ou redes sociais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário