Sixteenth of September - Rene Magritte - 1956
As árvores são um tema recorrente na obra de Magritte que afirmou:
"Crescendo a partir da Terra para o Sol, uma árvore é imagem
de uma certa felicidade. Para perceber esta imagem, devemos ficar imóveis como
a árvore. Quando estamos em movimento, é a árvore que se torna o espectador. É
testemunha, igualmente, na forma de cadeiras, mesas e portas, do espetáculo
de nossa vida. A árvore, tendo se tornado um caixão, desaparece na terra. E
quando ela se transforma em fogo, desaparece no ar.”
Aqui Magritte sobrepõe uma lua crescente na frente da
árvore. O artista se referiu à sua justaposição intencional de objetos
incongruentes como "estímulo objetivo." Em referência a esta imagem,
Magritte observou: "Eu só pintei a lua em uma árvore nas cores
cinza-azulados da noite." Normalmente, os títulos das pinturas de Magritte
eram determinados após terem sido concluídos. Neste caso, o título foi ideia do
amigo de Magritte, o poeta surrealista Louis Scutenaire. O artista tenta
subverter as leis da física, bem como questionar a percepção do espectador de
uma imagem tão profundamente enraizada na cultura comum.
René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de Novembro de
1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967) foi um dos principais artistas
surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento
no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado
das águas do rio. Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em
Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu
Georgette Berger, com quem se casou em 1922. René Magritte praticava o
surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas
precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela
pintura metafísica de Giorgio de Chirico.
Sua arte caracteriza o amor surrealista aos paradoxos
visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem
anomalias por toda a parte, e o surrealismo atrai justamente porque explora
nossa compreensão oculta da esquisitice terrena. Pintor de imagens insólitas,
às quais deu tratamento rigorosamente realista, utilizou processos
ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos
objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos. Suas obras são metáforas que se apresentam
como representações realistas, através da justaposição de objetos comuns, e
símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu côco, o
castelo, a rocha e a janela, entre outros, porém de um modo impossível de
ser encontrado na vida real.
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