segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A história da pintura Le Déjeuner sur L'herbe de Édouard Manet

Édouard Manet - Le Déjeuner sur L'herbe, 1863 – óleo sobre tela – 208 x 264,5 cm – Musée d´Orsay, Paris


A história da pintura Le Déjeuner sur L'herbe de Édouard Manet


A pintura mostra uma mulher nua almoçando com dois homens completamente vestidos. Seu corpo está iluminado e ela olha diretamente para o espectador. Os dois homens, vestidos como dandies jovens, parecem estar envolvidos em conversa, ignorando a mulher. Na frente deles, as roupas da mulher, uma cesta de frutas, e um pão redondo estão dispostos como em uma natureza morta. Ao fundo, uma mulher levemente vestida banha-se em um córrego. Muito grande em comparação com as figuras em primeiro plano, ela parece flutuar acima deles. O fundo rudemente pintado não tem profundidade, dando ao espectador a impressão de que a cena não está acontecendo ao ar livre, mas em um estúdio. Esta impressão é reforçada pelo uso de ampla luz de "estúdio", que não faz quase nenhuma sombra. O homem à direita usa um chapéu plano com uma borla, do tipo normalmente usado dentro de casa.

Há uma falta de interação entre os três personagens em primeiro plano e a mulher banhando-se no fundo. A pintura tem muitas qualidades contrastantes que justapõem e distanciam o nu feminino dos outros dois personagens masculinos, como o feminino versus o masculino, o nu versus o vestido e a paleta de cores claras versus a paleta de cores escuras, e isso cria uma clara diferença social entre os homens e as mulheres.

O júri do Salon de Paris rejeitou “O Almoço na Relva” (Le déjeuner sur l'herbe) de Manet, principalmente porque mostrava uma mulher nua com dois homens vestidos em um piquenique. Apesar de o júri do Salon rotineiramente aceitar nus em pinturas históricas e alegóricas, condenaram Manet pela colocação de um nu realista em um ambiente contemporâneo. A esposa de Manet, Suzanne Leenhoff, e sua modelo favorita, Victorine Meurent, posaram para a mulher nua, que tem o rosto de Meurent, mas o corpo de Leenhoff. Os dois homens são o irmão de Manet (Gustave Manet) e seu cunhado, Ferdinand Leenhoff.

A recusa de Manet de se conformar às convenções e sua liberdade dos temas e modos de representação tradicionais, talvez possam ser consideradas como o ponto de partida para a Arte Moderna.

Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX. Manet era filho de pais ricos. Ele estudou com Thomas Couture. Sua obra foi fundada sobre a oposição de luz e sombra, uma paleta restrita em que o preto era muito importante, e em pintar diretamente do modelo. O trabalho do espanhol Velázquez influenciou diretamente a sua adoção deste estilo. Manet nunca participou nas exposições dos Impressionistas, mas continuou a competir nos Salões de Paris. Seus temas não convencionais tirados da vida moderna, e sua preocupação com a liberdade do artista em lidar com tinta fez dele um importante precursor do Impressionismo. A obra de Manet se tornou famosa no Salon des Refusés, a exposição de pinturas rejeitadas pelo Salon oficial. Em 1863 e 1867, ele realizou exposições individuais. Na década de 1870, sob a influência de Monet e Renoir, ele produziu paisagens e cenas de rua inspiradas diretamente pelo impressionismo. Ele permaneceu relutante em expor com os Impressionistas, e procurou a aprovação do Salão de toda a sua vida.

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