segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Análise de Chalk Cliffs on Rügen (Penhascos de giz em Rügen) de Caspar David Friedrich

Caspar David Friedrich - Chalk Cliffs on Rügen, 1818 – óleo sobre tela – 90,5 x 71 cm - Museum Oskar Reinhart am Stadtgarten, Winterthur, Suíça


Análise de Chalk Cliffs on Rügen (Penhascos de giz em Rügen) de Caspar David Friedrich 


A pintura retrata a vista dos penhascos de giz do Stubbenkammer, naquele tempo um dos pontos de observação mais famosos na ilha de Rügen, na Alemanha, por sua vista. Friedrich muitas vezes compunha suas paisagens com elementos cuidadosamente escolhidos de diferentes esboços, de modo que um local específico não é necessariamente discernível.

Em janeiro de 1818, Caspar David Friedrich se casou com Christiane Caroline Bommer, que era aproximadamente 20 anos mais nova do que ele. Em sua lua de mel, em Julho e Agosto de 1818, eles visitaram parentes em Neubrandenburg e Greifswald. A partir de lá o casal fez uma excursão para a ilha de Rügen, com Christian, irmão de Friedrich. A pintura parece ser uma celebração da união do casal.

Duas árvores, cujas folhas cobrem o terço superior da pintura, emolduram a paisagem. Dois homens e uma mulher contemplam a vista. A figura no meio é supostamente o próprio Caspar David Friedrich. Seu chapéu está ao seu lado, como um sinal de humildade. Ele procura um ponto de apoio na grama como um símbolo da transitoriedade da vida e olha para o abismo que se abre diante dele (o abismo da morte). À direita, o homem de braços cruzados se inclina contra o tronco de uma árvore moribunda e olha para o mar. Os dois veleiros minúsculos representam símbolos da alma que se abre para a vida eterna e correspondem às figuras dos dois homens. À esquerda, a mulher vestida de vermelho (que é supostamente Caroline, a esposa de Friedrich) senta-se ao lado de um arbusto quase seco. Apenas os ramos em torno de seu rosto estão brotando. Com a mão direita, ela aponta para o abismo ou para as flores que o circundam. Em contraste com os homens, que olham para o abismo ou para a distância, ela se comunica com as outras figuras. Não está claro se ela se sente ameaçada pelo abismo ou compelida pela beleza natural. As cores das roupas das figuras também são simbólicas. A da figura do meio é azul, a cor da fé. A da figura da esquerda é vermelha, a cor do amor. E a da figura da direita é verde, a cor da esperança.

Caspar David Friedrich (5 de setembro de 1774 - 7 de maio de 1840) foi um pintor, gravurista, desenhista e escultor romântico alemão, um grande paisagista. Friedrich é o mais puro representante da pintura romântica alemã. Suas paisagens primam pelo simbolismo e idealismo que transmitem. Uma das características mais originais de sua obra é o uso da paisagem para evocação de sentimentos religiosos, e daí sua fama de místico. Fez diversas viagens ao interior e ao litoral do Báltico em busca de inspiração. Suas obras muitas vezes possuem uma atmosfera nostálgica, com brumas, árvores secas, e dramáticos efeitos de luz, onde ele foi um mestre, especialmente em sua fase madura, e onde foi um inovador. Fazia muitos e minuciosos esboços em desenho para suas pinturas, que são quase tão meticulosas quanto os estudos. Friedrich escreveu uma coleção de aforismos sobre estética, onde deixou clara sua abordagem da Natureza. Neles, dizia:

"Fecha teu olho corpóreo para que possas antes ver tua pintura com o olho do espírito. Então traz para a luz do dia o que viste na escuridão, para que a obra possa repercutir nos outros, de fora para dentro".


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