terça-feira, 30 de outubro de 2018

Análise da pintura “Girl with a Pearl Earring” de Johannes Vermeer

Johannes Vermeer – Girl with a Pearl Earring (Garota com Brinco de Pérola), c. 1665 – óleo sobre madeira – 44,5 x 39 cm – Mauritshuis Museum, Haia, Holanda


Análise da pintura “Girl with a Pearl Earring” de Johannes Vermeer


A “Garota com Brinco de Pérola” é considerada como a Obra-prima de Johannes Vermeer e é conhecida como a “Mona Lisa do Norte” ou “A Mona Lisa Holandesa”. Seu título original era “Garota com Turbante”. A modelo da pintura foi provavelmente a filha mais velha de Vermeer, Maria, que tinha entre 12 e 13 anos quando a pintura foi feita. Seu rosto aparece em outras pinturas de Vermeer. O Dr Benjamin Binstock que leciona História da Arte na Cooper Union em New York escreveu em um de seus livros que em seus estudos de 37 pinturas de Vermeer, concluiu que sua esposa Catharina Vermeer posou como modelo para 12 de suas pinturas, até 1666, quando grávida pela 11° vez, foi substituída por sua filha mais velha, Maria, então com 12 anos, que posou para a tela “Garota com Brinco de Pérola e também para “Garota com o Chapéu Vermelho”, além de outras telas até seus 16 anos, sendo depois substituída por uma de suas irmãs.   

No século XVII, a Holanda experimentou um período de prosperidade artística conhecido como a Era de Ouro Holandesa. Durante esta época, artistas iluminados encontraram inspiração nas técnicas de pintura do Renascimento do Norte, culminando em obras-primas como “A Garota com Brinco de Pérola” de Johannes Vermeer.


Johannes Vermeer – Girl with a Pearl Earring (Garota com Brinco de Pérola), c. 1665 – óleo sobre madeira – 44,5 x 39 cm – Mauritshuis Museum, Haia, Holanda - detalhe


A garota na pintura captura o olhar do espectador. A impressão é que ela se virou para olhar para quem está observando a pintura, com seus olhos grandes e sua boca entreaberta, criando uma atmosfera sensual e misteriosa. A maestria de Vermeer criou um efeito tridimensional. Ele usou aqui, como em muitas outras pinturas, o azul ultramarino, feito com pó de pedra lapis-lazuli, no turbante e também no pescoço da garota, além da ponta do tecido nas costas da garota. Também usou tons escuros de ocre marrom e vermelho, para criar um contraste de luz com o rosto da garota, iluminado por tons creme, pela gola branca de sua roupa e pelo brinco de pérola, enorme e provavelmente artificial. O turbante era algo popular naquela época e lugar.

Embora, na superfície, essa representação pareça ter as características clássicas de um retrato, ela é na verdade conhecida como tronie. Popular durante a Idade de Ouro holandesa, um tronie é uma pintura de um indivíduo destinado a um estudo. Frequentemente, os artistas optavam por retratar esses personagens em roupas exóticas, pois retratar tecidos opulentos lhes permitia exibir suas avançadas técnicas de pintura. Na época em que foi feita, a pintura não obteve sucesso, mas nos dias atuais, essa é uma das mais famosas pinturas do mundo.


Johannes Vermeer – Girl with a Pearl Earring (Garota com Brinco de Pérola), c. 1665 – óleo sobre madeira – 44,5 x 39 cm – Mauritshuis Museum, Haia, Holanda - detalhe


Johannes Vermeer (Delft, 31 de Outubro de 1632 - Delft, 15 de Dezembro de 1675), também conhecido como Vermeer de Delft ou Johannes van der Meer, é o segundo pintor holandês mais famoso e importante do século XVII (um período que é conhecido por Idade de Ouro Holandesa, devido às espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época), depois de Rembrandt. Os seus quadros são admirados por suas cores, composições inteligentes e brilhante uso da luz. Era filho de um comerciante de artes. Casou-se em 1653 com Catharina Bolenes e teve 15 filhos, dos quais morreram 4 em tenra idade. No mesmo ano juntou-se à guilda de pintores de Saint Lucas. Mais tarde, em 1662 e 1669, foi escolhido para presidir a guilda. Sabe-se que vivia com magros rendimentos como comerciante de arte, e não pela venda dos seus quadros. Só alcançou fama póstuma no século XIX. Conhecem-se hoje muito poucos quadros de Vermeer. Só sobrevivem 35 a 40 trabalhos atribuídos ao pintor.

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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Suzanne Vega & Stacey Kent, Waters of March (Águas de Março)




Suzanne Vega & Stacey Kent, Waters of March (Águas de Março)


"Águas de Março" é uma famosa canção brasileira do compositor, músico, arranjador, cantor e maestro Tom Jobim, de 1972. Posteriormente, Tom Jobim compôs uma versão em língua inglesa, que manteve a estrutura e a metáfora central do significado da letra. Sua letra é estruturada em um único verbo (ser), conjugado na terceira pessoa do singular no presente do indicativo em praticamente todos os versos, exceto no refrão, transformado em plural ("São as Águas de Março (...)". Há uma constante alternância entre versos considerados otimistas e pessimistas. A metáfora central das "Águas de março" é tomada como imagem da passagem da vida cotidiana, seu moto contínuo, sua inevitável progressão rumo à morte, como as chuvas do fim de março, que marcam o final do verão no sudeste do Brasil. A letra aproxima a imagem da "água" a uma "promessa de vida", símbolo da renovação.  A letra e a música operam progressões lentas e graduais, à maneira das enxurradas. Os efeitos de orquestração chegam a ser cinematográficos, a partir das relações que estabelecem entre elementos musicais e imagens do texto.

Tom Jobim, o grande maestro, compositor e um dos criadores da Bossa Nova, nasceu em 25 de Janeiro de 1927. Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido pelo seu nome artístico Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova.

Stacey Kent é uma cantora de jazz americana. Foi indicada ao Grammy por sua performance no álbum "Breakfast On The Morning Tram" de 2007. Stacey recebeu o prêmio de melhor vocalista no British Jazz Award (2001) e BBC Jazz Award (2002). Kent graduou-se em literatura comparada no Sarah Lawrence College em Nova Iorque, e mudou-se para Inglaterra após sua graduação para estudar na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Nesta cidade conheceu o saxofonista Jim Tomlinson, com quem casou em Agosto de 1991.

Suzanne Nadine Vega (Santa Mônica, Califórnia, 11 de julho de 1959) é uma cantora americana. Tornou-se conhecida por sua música eclética inspirada no folk. E mundialmente com a canção "Luka", presente no álbum Solitude Standing de 1987. A carreira musical de Vega se estende por mais de 30 anos. Ela ganhou destaque em meados dos anos 80, lançando quatro singles que entraram no Top 40 no Reino Unido durante os anos 80 e 90.


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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Análise das pinturas “The Italian Comedians” de Jean-Antoine Watteau

Jean-Antoine Watteau - The Italian Comedians, c. 1720 – óleo sobre tela – 63,8 × 76,2 cm – National Gallery of Art, Washington, DC, USA


Análise das pinturas “The Italian Comedians” de Jean-Antoine Watteau


Nesta pintura, quinze figuras são dispostas em degraus de pedra e vestidas em trajes típicos do teatro commedia dell'arte. Pierrot, vestido de cetim branco cintilante, fica no centro da composição. Pierrot era um palhaço ingênuo cujas declarações de amor foram rejeitadas por Flaminia, a heroína, colocada à sua esquerda. Outros personagens bem conhecidos são Scaramouche, vestidos de amarelo e preto, cujo gesto de braço arrebatador apresenta Pierrot à platéia; à esquerda estão Mezzetin, outro palhaço que flerta com Sylvia, a ingênua, e Arlequim, o aventureiro, mostrado com um rosto preto em seu traje vermelho e verde. A guirlanda de flores nos degraus em primeiro plano sugere que os atores estão fazendo uma reverência após a apresentação. No entanto, os membros reunidos aqui foram, provavelmente, invenção do próprio Watteau e ligados a uma peça ou trupe específica. Essa tensão entre ilusão e realidade é típica de Watteau e influenciou uma geração de seus seguidores a explorar as relações entre pintura e teatro.


Jean-Antoine Watteau - The Italian Comedians, c. 1720 – óleo sobre tela – 128,9 × 93,3 cm – The J. Paul Getty Museum, Los Angeles, CA, USA


Nessa pintura, cinco comediantes acabaram de terminar sua apresentação em um verde parque nos arredores de Paris e olham com expectativa para o público. Pierrot, o palhaço em uma roupa branca folgada, já está segurando o chapéu na mão, esperando que algumas moedas possam ser jogadas nele. Pierrot está rodeado por quatro outros artistas vestidos como personagens da Commedia dell'Arte italiana, que desfrutaram de grande popularidade na Paris do século XVIII. Brighella usa uma roupa esverdeada/dourada e uma capa de ombro adornada com listras pretas. Mezzetin dedilha alguns acordes ao violão, enquanto Harlequin usa uma máscara preta com as sobrancelhas de crina e bigode, espiando sobre o ombro dele. Um falso traje espanhol de veludo negro com uma gola branca identifica a figura na extrema direita como Scaramouche. Os atores penetram nosso mundo com uma humanidade intensa e realidade vívida, longe do artifício teatral e do capricho do palco que acabaram de deixar.


O Pierrot é um personagem de pantomima e Commedia dell'Arte cujas origens estão numa trupe italiana do final do século XVII que atuava em Paris e era conhecida como a Comédie-Italienne. Na cultura popular contemporânea (na poesia, na ficção, nas artes visuais, bem como no palco, na tela e na sala de concertos) ele é um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. Mas depois Colombina descobre o amor de Pierrot por ela, despede-se de Arlequim e reencontra Pierrot com quem passa a viver junto em um relacionamento com muita felicidade. Ele atua desmascarado, com um rosto esbranquiçado, e veste uma blusa branca solta (algumas vezes metade pretas) com botões grandes e calças brancas largas e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo sempre o alvo de piadas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. O Pierrot também é apresentado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.


Jean-Antoine Watteau (batizado 10 de outubro de 1684 - 18 de julho de 1721), mais conhecido como Antoine Watteau, foi um pintor francês cuja breve carreira estimulou o renascimento do interesse pela cor e pelo movimento, como visto na tradição de Correggio e Rubens. Ele revitalizou o então decadente estilo Barroco, mudando-o para o Rococó, um gênero menos severo, mais naturalista e menos formalmente clássico. Watteau inventou o gênero Fêtes Galantes, cenas de encanto bucólico e idílico, repletos de ar teatral. Alguns de seus temas mais conhecidos foram extraídos do mundo da comédia italiana e do balé.

Esse blog possui mais um artigo sobre Jean-Antoine Watteau. Clique sobre o link abaixo para ver:

http://www.arteeblog.com/2017/02/analise-da-pintura-pierrot-de-jean.html


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domingo, 7 de outubro de 2018

A história da pintura de Vincent van Gogh - Starry Night over the Rhône

Vincent van Gogh - Starry Night over the Rhône, 1888 – óleo sobre tela - 72.5 × 92 cm – Musée d´Orsay, Paris, França


A história da pintura de Vincent van Gogh - Starry Night over the Rhône


Essa é uma das pinturas de Arles à noite, de Vincent van Gogh. Foi pintado em um ponto na margem do rio Rhône, que ficava a apenas um ou dois minutos a pé da Casa Amarela, na Place Lamartine, que Van Gogh alugava na época. O céu noturno e os efeitos da luz à noite foram tema de algumas de suas pinturas mais famosas, incluindo “Cafe Terrace at Night” (pintado no mesmo mês) e a tela posterior de Saint-Rémy, “The Starry Night”, pintada alguns meses mais tarde (logo após ser confinado a uma instituição mental) em que a violência da sua psique perturbada se expressa plenamente. “Starry Night over the Rhône” é mais serena, uma atmosfera reforçada pela presença de um casal de namorados no fundo da tela.


Esse blog possui um artigo sobre a pintura “The Starry Night”. Clique sobre o link abaixo para ver:



Vincent van Gogh - The Starry Night (A Noite Estrelada), 1889 – óleo sobre tela – 73,7 x 92,1 cm – Museum of Modern Art, New York, USA


Em Starry Night over the Rhône podemos ver o reflexo das luzes da cidade de Arles na água e um casal fazendo uma caminhada na praia. O céu está repleto de estrelas, inclusive a Grande Ursa. É possível ver também no lado direito, a ponte que liga Arles a Trinquetaille. A vista é do cais (uma rua à beira da água) no lado leste do rio Rhône, na curva do rio em direção à costa ocidental. Descendo do norte, o Rhône vira à direita nesse ponto para cercar as pedras sobre as quais Arles foi construída. Na realidade, a vista retratada na pintura está voltada para longe da Ursa Maior, que fica ao norte.  

A pintura é escura, porém serena. Não há contraste entre o céu e a terra. O contraste existe entre as luzes brilhantes no céu, na cidade e na água com o azul e preto de toda a pintura. A técnica do impasto aqui utilizada proporciona textura e movimento, mostrando que o artista aplicou rapidamente camadas grossas de tinta molhada sobre tinta molhada, provavelmente diretamente do tubo de tinta. Van Gogh transmite emoção e sonho nessa pintura.

A representação da cor foi de grande importância para Vincent; em cartas a seu irmão, Theo, ele frequentemente descrevia objetos em suas pinturas em termos de cor. Suas pinturas noturnas, incluindo Starry Night Over the Rhône, enfatizam a importância que ele deu para capturar as cores cintilantes do céu noturno e da iluminação artificial que era novidade na época.


Vincent Willem van Gogh (Zundert, 30 de Março de 1853 — Auvers-sur-Oise, 29 de Julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista holandês, autodidata. Seu trabalho teve uma grande influência na arte do século 20. Sua produção inclui retratos, autorretratos, paisagens e naturezas-mortas de ciprestes, campos de trigo e girassóis. Ele completou muitas de suas obras mais conhecidas durante os dois últimos anos de sua vida. Em pouco mais de uma década, produziu mais de 2.100 obras de arte, incluindo 860 pinturas a óleo e mais de 1.300 aquarelas, desenhos, esboços e gravuras.


Esse blog possui mais artigos sobre Vincent Van Gogh. Clique sobre os links abaixo para ver:














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terça-feira, 2 de outubro de 2018

A História da Pintura de James Tissot: Outubro

James Tissot – “October” – 1877 – óleo sobre tela - 53.5 x 116.8 cm - Museum of Fine Arts Montreal, Canada


A História da Pintura de James Tissot: Outubro


Como numa Comédia de Costumes, essa pintura sobre comportamento social e sobre moda passageira, capturado em Outubro, é uma das melhores obras do artista. Elegantemente vestida, a Sra Newton volta-se para o espectador, num gesto coquete, mostrando um tornozelo bem-torneado no farfalhar de anáguas de renda, com sua bota trilhando um tapete de folhas de outono. Sinais do estilo Japonista estão presentes, na verticalidade inspirada por pergaminhos kakemono e no fundo tumultuado de castanheiras.

Esse é um dos retratos da companheira de James Tissot, Kate Newton. A Sra. Newton tinha vinte e dois anos de idade, e era mãe de dois filhos ilegítimos quando a pintura foi feita. Quando James Tissot a conheceu, ela também era uma bela divorciada. A felicidade deles teria sido perfeita mas ela contraíu tuberculose e aos 28 anos, por não suportar ver seu amado sofrer com sua doença, terminou sua vida de musa graciosa e notória do pintor, deixando-o  inconsolável.

Para ler a história completa de Kate Newton e James Tissot e ver mais pinturas, clique sobre o link:


James Joseph Jacques Tissot (Nantes, 15 de outubro de 1836 – Buillon, 8 de agosto de 1902) foi um pintor francês. Tissot expôs no Salão de Paris pela primeira vez aos 23 anos. A característica do seu primeiro período foi como pintor dos charmes femininos. Demi-mondaine seria a forma mais acurada de chamar uma série de estudos que ele chamou de La Femme a Paris (A mulher em Paris). Lutou na Guerra Franco-Prussiana e, sob a suspeita de ser comunista, deixou Paris em direção a Londres. Lá estudou com Seymour Haden, desenhou caricaturas para a Revista Vanity Fair, pintou retratos e também telas temáticas. Seu trabalho mais grandioso foi a produção de mais de 700 aquarelas ilustrando a vida de Jesus e sobre o Velho Testamento.


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