domingo, 6 de maio de 2018

Análise da pintura The Starry Night (A Noite Estrelada) de Vincent van Gogh

Vincent van Gogh - The Starry Night (A Noite Estrelada), 1889 – óleo sobre tela – 73,7 x 92,1 cm – Museum of Modern Art, New York, USA


Análise da pintura The Starry Night (A Noite Estrelada) de Vincent van Gogh


Van Gogh escreveu uma vez: "A visão das estrelas sempre me faz sonhar".

Essa pintura é uma das mais reconhecidas na história da cultura ocidental. Vincent van Gogh encontrou seu lugar na arte e produziu pinturas emocionais e visualmente interessantes ao longo de uma carreira que durou apenas uma década. A natureza e os camponeses sempre foram uma inspiração para a sua arte.

Van Gogh escreveu para seu irmão Theo, descrevendo sua inspiração para A Noite Estrelada: “Esta manhã vi a paisagem da minha janela muito antes do nascer do sol, com nada além da estrela da manhã, que parecia muito grande." A janela a que ele se refere estava no asilo em Saint-Rémy, no sul da França, onde ele procurava refúgio de seu sofrimento emocional enquanto continuava a fazer arte. Após o colapso de 23 de dezembro de 1888 que resultou na automutilação da orelha esquerda, Vincent Van Gogh internou-se voluntariamente no asilo psiquiátrico Saint-Paul-de-Mausole em 8 de maio de 1889, sediado num antigo mosteiro.


Vincent van Gogh - The Starry Night (A Noite Estrelada), 1889 – óleo sobre tela – 73,7 x 92,1 cm – Museum of Modern Art, New York, USA – detalhe: montanhas e céu


Van Gogh retratou a vista de seu quarto em diferentes momentos do dia e sob várias condições climáticas, incluindo o nascer do sol, o nascer da lua, dias ensolarados, dias nublados, dias de vento e um dia de chuva. Embora a equipe do hospital não permitisse que Van Gogh pintasse em seu quarto, ele conseguiu fazer lá desenhos a tinta ou carvão no papel. E ele podia usar uma sala no térreo do edifício do asilo para pintar.

Esse blog possui um artigo sobre a importância do desenho para Vincent van Gogh. Clique no link abaixo para ver:



Em “A Noite Estrelada”, um céu noturno preenchido por lua e estrelas, predomina. Ele ocupa três quartos do plano da imagem e parece turbulento, até mesmo agitado, com formas redondas que parecem rolar pela superfície como ondas. Está repleto de orbes brilhantes, incluindo a lua crescente à direita e Vênus, a estrela da manhã, à esquerda do centro, cercada por círculos concêntricos de luz branca e amarela radiante.


Vincent van Gogh - The Starry Night (A Noite Estrelada), 1889 – óleo sobre tela – 73,7 x 92,1 cm – Museum of Modern Art, New York, USA – detalhe: Venus

Sob esse céu expressivo, há uma aldeia silenciosa de casas humildes em torno de uma igreja, cuja torre se eleva nitidamente acima das ondulantes montanhas negro-azuladas ao fundo. Uma árvore de cipreste está no primeiro plano desta cena noturna. Como uma chama, ela atinge quase a borda superior da tela, servindo como um elo visual entre a terra e o céu. Simbolicamente, o cipreste pode ser visto como uma ponte entre a vida, representada pela terra, e a morte, representada pelo céu.

A Noite Estrelada baseia-se nas observações diretas de van Gogh, bem como em sua imaginação, memórias e emoções. O campanário da igreja, por exemplo, assemelha-se àqueles comuns em sua terra natal, a Holanda, e não na França. As formas giratórias no céu, por outro lado, combinam com observações astronômicas publicadas naquela época, de nuvens de poeira e gás conhecidas como nebulosas. Pesquisadores determinaram que Vênus estava mesmo visível ao amanhecer de Provence na primavera de 1889 e que naquele período seu brilho era quase máximo. Dessa forma, concluiu-se que a "estrela" mais brilhante da pintura, logo à direita do cipreste, é esse planeta.


Vincent van Gogh - The Starry Night (A Noite Estrelada), 1889 – óleo sobre tela – 73,7 x 92,1 cm – Museum of Modern Art, New York, USA – detalhe: lua


Ao mesmo tempo equilibrada e expressiva, a composição é estruturada por sua colocação ordenada do cipreste, campanário e nebulosas centrais, enquanto suas incontáveis pinceladas curtas e tinta grossa aplicada colocam sua superfície em movimento.


Vincent van Gogh - The Starry Night (A Noite Estrelada), 1889 – óleo sobre tela – 73,7 x 92,1 cm – Museum of Modern Art, New York, USA – detalhe: estrelas no céu


Vincent Willem van Gogh (Zundert, 30 de Março de 1853 — Auvers-sur-Oise, 29 de Julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista holandês, autodidata. Seu trabalho teve uma grande influência na arte do século 20. Sua produção inclui retratos, autorretratos, paisagens e naturezas-mortas de ciprestes, campos de trigo e girassóis. Ele completou muitas de suas obras mais conhecidas durante os dois últimos anos de sua vida. Em pouco mais de uma década, produziu mais de 2.100 obras de arte, incluindo 860 pinturas a óleo e mais de 1.300 aquarelas, desenhos, esboços e gravuras.

Esse blog possui mais artigos sobre Vincent Van Gogh. Clique sobre os links abaixo para ver:














Vincent van Gogh já havia feito outra pintura, em 1888 com um céu estrelado, numa versão mais serena, feita antes de sua internação no asilo:


Vincent van Gogh - Starry Night over the Rhône, 1888 – óleo sobre tela - 72.5 × 92 cm – Musée d´Orsay, Paris, França


Texto escrito e/ou traduzido e/ou adaptado ©Arteeblog - não copie esse artigo sem autorização desse blog, mas por favor o compartilhe, usando os ícones de compartilhamento para e-mail ou redes sociais. Obrigada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário