Joan Miró: A Força da Matéria –
assista o vídeo ao final do artigo
Joan Miró – Homem, Mulher, Pássaro – 1959 –
Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS
Com 112 obras de todas as fases de Miró (41 pinturas, 22
esculturas, 20 desenhos, 26 gravuras e 3 objetos que serviram como ponto de
partida de esculturas), além de fotografias, essa é a maior mostra da obra do
artista catalão no Brasil. As peças pertencem à Fundação Joan Miró de Barcelona
e a coleções particulares, incluindo uma obra inédita ao público, da coleção do
neto do artista, Joan Punyet Miró.
Joan Miró – Pintura III – 1965 – óleo sobre tela –
Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS
Pode-se observar a evolução da linguagem do artista, com
obras realizadas a partir de 1930, com o surgimento de seu vocabulário visual,
com personagens quase abstratos e arquetípicos, como a mulher simbolizando a
fertilidade, pássaros como ligação entre
o céu e a terra, estrelas, até as pinturas com um gestual mais solto,
influenciado pela obra de expressionistas abstratos dos anos 1970 (como Jackson
Pollock). Sua obra coloca em questão a espontaneidade e liberdade de traço.
Joan
Miró – Mulher e Pássaro – 1967 –
Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS
A exposição se divide em três blocos cronológicos que
coincidem com momentos vitais de Miró, quando o artista outorgou à matéria um
papel preponderante.
Nos anos 1930 e 1940, pinturas e desenhos da época da
Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial, com o início do interesse
de Miró pela matéria e também de seu caráter transgressor, inclusive nos
procedimentos técnicos. No início dessa época ele manifestou seu propósito de “assassinar
a pintura”, ou seja, terminar com a concepção clássica da pintura de cavalete,
fazendo colagens e objetos a partir da assemblage de diversos materiais.
Joan Miró – Cabeça na Noite – 1968 – Divulgação/Successio
Miró/Miró, Joan/AUTVIS
Nos anos 1950 e 1960, utilizando uma maior diversidade de
técnicas e experimentação da matéria, com grande dedicação à escultura.
Joan Miró – Mulher na Noite – 1973 – Divulgação/Successio
Miró/Miró, Joan/AUTVIS
Nos anos 1970, Miró continua questionando o sentido final da
arte, utilizando suportes mais inusitados. Nesse período, realizou uma
importante coleção de gravuras, demonstrando sua destreza em desafiar os
padrões da técnica.
Joan Miró – La Equilibrada – 1975 – Divulgação/Successio
Miró/Miró, Joan/AUTVIS
O neto do artista, Joan Punyet Miró declarou em entrevistas
que seu avô “pintava como um menino e como um poeta. E fazia sua poesia
universal e atemporal, com a máxima liberdade pictórica criativa.” Segundo ele,
seu avô dizia: “Minhas obras escapam de mim para fertilizar o mundo”.
Joan Miró – Dois Personagens Caçados por um Pássaro – 1976 –
Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS
De 24 de Maio a 16 de Agosto de 2015
Instituto Tomie Ohtake
Rua Coropés 88, São Paulo – informações: (11) 2245-1900
Joan Miró – Cabeça – 1979 – óleo e lápis sobre compensado de
madeira – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS
Assista o vídeo da exposição, narrado por Paulo Miyada,
curador do Instituto Tomie Ohtake e por Joan Punyet Miró, neto do artista:
Joan Miró i Ferrà (1893-1983) foi um escultor, pintor,
gravurista e ceramista surrealista catalão. Em 1919, depois de completar os
seus estudos, esteve em Paris, onde conheceu Pablo Picasso e entrou em contato
com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo. No início da década
de 1920, conheceu o fundador do movimento surrealista André Breton entre outros
artistas. A pintura “O Carnaval de Arlequim” de 1924-25, e “Maternidade” de
1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as
profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira
exposição surrealista em 1925.
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