René
Magritte – “Golconde” – 1953 – óleo sobre tela - 81 cm × 100 cm © The Menil Collection
- Houston Texas
A tela retrata uma cena de homens quase idênticos, vestidos
com sobretudos e chapéus-coco, que parecem gotas de chuva forte (ou estar
flutuando como balões de hélio, embora não haja nenhuma indicação real de
movimento), contra um pano de fundo de edifícios e céu azul. Os homens estão
espaçados em rede e em camadas. Magritte morou em um ambiente suburbano
semelhante em Bruxelas, e vestia-se de forma semelhante. O chapéu-coco era uma
característica comum de muitos de seus trabalhos, e aparece em pinturas como “O
Filho do Homem”.
René
Magritte
Magritte sabia que representações das coisas podem mentir.
Estas imagens de homens não são homens, apenas fotos deles. Esta pintura é
divertida, mas também nos torna conscientes da falsidade da representação. Uma
interpretação é que Magritte está demonstrando a linha entre individualidade e
associação de grupo, e como ela é borrada. Todos esses homens estão vestidos
iguais, têm as mesmas características físicas e estão todos flutuando ou caindo.
Isto nos faz olhar para os homens como um grupo. Devemos considerar que, se
olharmos para cada indivíduo, podemos imaginar que seja completamente diferente
de outra figura.
René
Magritte
Golkonda é uma cidade em ruínas, na Índia, que a partir de
meados do século 14 até o final do 17 foi a capital de dois reinos sucessivos. A
fama que adquiriu por ser o centro da lendária indústria de diamantes da região
era tal que o seu nome continua a ser sinônimo de mina de riqueza. O rosto de Louis
Scutenaire, um amigo poeta de Magritte que sugeriu o nome da pintura, está
retratado no homem grande em frente da chaminé da casa à direita da imagem.
René
Magritte com Georgette Berger
Magritte fez pinturas de objetos comuns em contextos
incomuns, e assim criou sua própria forma de poesia para expressar seu inconsciente,
de uma forma filosófica e conceitual. O artista, ao contrário dos outros
surrealistas, era uma pessoa perturbadoramente comum, sempre vestindo um
sobretudo, terno e gravata. Foi casado com sua esposa Georgette por 45 anos,
sem qualquer escândalo, e a quem prometeu uma vida calma e tranqüila, burguesa.
Em suma, uma pessoa sem graça. Para Magritte suas pinturas não tinham qualquer
significado, porque o mistério não tem significado. Tanto a referência do nome
da pintura quanto a suposição que os personagens possam representar empresários,
nos tenta a fazer uma interpretação da pintura, mas isso é algo que o artista
rejeitaria completamente. Ficamos apenas com o mistério e a incerteza, o que
torna o trabalho mais misterioso e mais atraente.
René
Magritte com Georgette Berger
René François Ghislain Magritte (1898 - 1967) foi um dos
principais artistas surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu
suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo
de sua mãe foi retirado das águas do rio, mas algumas pessoas desacreditam essa
história, que pode ter se originado com a enfermeira da família. Supostamente,
quando sua mãe foi encontrada, o seu vestido estava cobrindo seu rosto, uma
imagem que tem sido sugerida como a fonte de várias obras de Magritte, de
pessoas com um pano obscurecendo seus rostos. Em 1916, Magritte ingressou na
Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi
durante esse período que ele conheceu Georgette Berger, com quem se casou em 1922.
Trabalhou em uma fábrica de papel de parede, e foi designer de cartazes e
anúncios até 1926, quando um contrato com a Galerie la Centaure, na capital
belga, fez da pintura sua principal atividade.
René
Magritte
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Amei o blog!O mais incrível surrealista
ResponderExcluirMuito obrigada Lavínia. Seu incentivo é importante para o blog. :-)
ExcluirArtista e Obra realmente interessante!
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirInteressante !
ResponderExcluirObrigada, Elvis Oliveira!
ExcluirAcabei de conhecer o blog e já estou adorando (/0w0)/
ResponderExcluirMuito obrigada pelo incentivo, Ricardo!
ExcluirAmei conhecer esse artista e o blog
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirMuito bom hein! Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirObrigada pelo incentivo.
Excluir👏
ResponderExcluirIncrível belíssima exposição!!
ResponderExcluirObrigada
ExcluirSó a título de curiosidade em 1836 Magritte se apaixonou pela artista 1936 britânica Sheila Legge (criou a apresentação no Trafalgar Square na exposição surrealista de Londres). Mais ou menos na mesma época Georgette teve um romance de 5 anos com Paul Merveille.
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