domingo, 30 de abril de 2017

Pinturas sobre trabalho ou trabalhadores

Gustave Caillebotte - The Floor Scrapers – 1875 – óleo sobre tela - Musée d'Orsay, Paris


Esta pintura é uma das primeiras representações do proletariado urbano. Nessa época, enquanto os camponeses ou trabalhadores do campo já tinham sido frequentemente mostrados, os trabalhadores da cidade raramente tinham sido pintados. Ao contrário de Courbet ou Millet, Caillebotte não incorpora qualquer mensagem social, moralizante ou política em seu trabalho. Seu estudo documental completo (gestos, ferramentas, acessórios) justifica a sua posição entre os realistas mais talentosos.


Pinturas sobre trabalho ou trabalhadores


Vincent Van Gogh - Weaver Facing Left with Spinning Wheel, 1884 – óleo sobre tela – 61 x 85 cm - Museum of Fine Arts, Boston, USA


Vincent Van Gogh - Weaver at the Loom (Tecelão no tear), 1884 – óleo sobre tela – 70 x 85 cm - Kröller-Müller Museum, Otterlo, Holanda

Van Gogh fez uma série de 13 obras sobre tecelões, quando morou em Nuenen por seis meses em 1884. Para Van Gogh, os tecelões, assim como os camponeses, eram considerados homens que viviam uma vida nobre, simbólica dos ciclos da vida em curso. Van Gogh estava interessado na aparência meditativa dos tecelões. Ele escreveu em 1883: "Um tecelão que tem de dirigir e entrelaçar um grande número de pequenos fios não tem tempo para filosofar sobre isso, mas sim está tão absorto em sua obra que não pensa, mas age, e sente como as coisas devem ser, mais do que ele pode explicar".


Pieter Bruegel the Elder - The Harvesters, 1565 – óleo sobre madeira – 119 x 162 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York , USA


Edvard Munch - Workers On Their Way Home, 1913 – 1915 – óleo sobre tela - 227 x 201 cm - Munch Museum, Oslo, Noruega


Johannes Vermeer – A Maid Asleep, 1657 – óleo sobre tela - 87.6 x 76.5 cm – The Metropolitan Museum of Art

Esse blog possui um artigo sobre essa pintura. Clique sobre o link abaixo para ver:



Jean-Francois Millet – The Gleaners, 1857 – óleo sobre tela – 83,5 x 110 cm – Musée d´Orsay, Paris

A vida campestre era um dos temas preferidos de Millet, e esta pintura é o culminar de dez anos de pesquisa sobre o tema dos colhedores. Essas mulheres encarnam a classe trabalhadora rural. Elas foram autorizadas a atravessar rapidamente os campos ao pôr do sol para pegar as espigas perdidas pelos colhedores. A pintura mostra três delas em primeiro plano, curvadas. Assim, justapõe as três fases do movimento repetitivo imposto por esta tarefa ingrata: inclinar-se, pegar as espigas e endireitar-se novamente. Sua austeridade contrasta com a colheita abundante na distância: palheiros, feixes de trigo, um carrinho e uma multidão ocupada de colhedores. A agitação festiva, brilhantemente iluminada ficou mais distanciada pela mudança abrupta de escala.


William McGregor Paxton - The House Maid (A Serviçal) – 1910

Esse blog possui um artigo sobre William McGregor Paxton. Clique sobre esse link para ver:



Edward Hopper - Tables for Ladies, 1930 – óleo sobre tela – 123 x 153 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York, USA

Uma garçonete se inclina para frente para ajustar os alimentos na vitrina, enquanto um casal senta-se calmamente no interior bem iluminado. Uma moça na caixa registradora presta atenção em seu trabalho. Embora pareçam cansadas e isoladas, essas duas mulheres ocupam postos recém-disponíveis para as mulheres moradoras da cidade trabalharem fora de casa. O título da pintura alude a uma inovação social recente em que os estabelecimentos anunciavam "mesas para senhoras" para dar boas-vindas a suas clientes, que, se vistas jantando sozinhas em público, antes eram malvistas.


Mary Cassatt – “The Fitting” (“A Prova”) – 1891 - ponta seca e água-tinta impressa em cores sobre papel texturizado branco desbotado - 47.8 x 30.8 cm

Esse blog possui um artigo sobre 3 pinturas de Mary Cassatt. Clique sobre esse link para ver:



Édouard Manet - Corner of a Cafe Concert - 1878-1880 – óleo sobre tela – 97,1 x 77,5 cm – National Gallery, London

Este trabalho foi originalmente a metade direita de uma pintura da Brasserie de Reichshoffen, iniciada cerca de 1878 e cortada em dois por Manet, antes de a completar. Esta metade foi então ampliada no lado direito e um fundo novo foi acrescentado. A Brasserie de Reichshoffen era no Boulevard Rochechouart, Paris. Na época, brasseries com garçonetes eram relativamente novas na cidade.

Esse blog possui um artigo sobre pinturas de bares de Edouard Manet. Clique sobre esse link para ver:



Candido Portinari - Colhedores De Café, 1935 – óleo sobre tela – 130 x 195 cm - Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Rio de Janeiro, Brasil

 Essa pintura mostra a força do trabalho braçal de escravos e camponeses nas fazendas de café. Mostra a colheita do café por homens e mulheres. Os pés e as mãos grandes, são típicas dos personagens da arte de Portinari, sugerindo uma conexão com a terra e com o trabalho braçal. Na pintura, alguns personagens fazem a colheita do café, outros ensacam e carregam os sacos com os grãos. Segundo João Cândido Portinari, o filho de artista e diretor geral do Instituto Cândido Portinari, "O café sempre foi recorrente na pintura e nas suas obras literárias. É uma lembrança da origem da família, imigrantes italianos que aqui chegaram no fim do século XIX para justamente trabalhar na colheita do café no interior de São Paulo". Seu pai, escreveu sobre o chamado "ouro verde" (o café): "Saí das águas do mar e num pé de café nasci".


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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Análise da pintura de Eugène Delacroix - Michelangelo in his Studio

Eugène Delacroix - Michelangelo in his Studio, 1849-1850 – óleo sobre tela – 40 x 32 cm - Musée Fabre, Montpellier, France


Análise da pintura de Eugène Delacroix - Michelangelo in his Studio


Eugène Delacroix usa esta pintura “Michelangelo em seu Estúdio” numa associação com Michelangelo Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de março de 1475 — Roma, 18 de fevereiro de 1564), um artista com quem ele queria se identificar. Ele exaltava Michelangelo, como a força por trás da tradição da descrição de sentimentos sensíveis. Segundo Delacroix, a ingenuidade que é atribuída a Michelangelo é provavelmente o que o facilitou imaginar e pintar o grande mestre em seu estúdio. Eugène Delacroix inventou seu estilo de retratar sofrimento e dor através de telas coloridas. Para ele, a salvação e a paz só poderiam vir da compreensão de si mesmo.

Ferdinand Victor Eugène Delacroix (Île-de-France, 26 de abril de 1798 - Paris, 13 de agosto de 1863) foi um artista romântico francês considerado desde o início de sua carreira como o líder da escola romântica francesa. Delacroix foi um artista prolífico, produzindo mais de 9.000 obras durante sua vida, entre pinturas, aquarelas, crayons e desenhos. Inspirando-se em Peter Paul Rubens, Michelangelo e nos pintores do Renascimento Italiano, seu estilo de pintura enfatizou cores e movimento, em vez de formas cuidadosamente modeladas.

Como pintor e muralista, o uso de pinceladas expressivas por Delacroix e seu estudo dos efeitos ópticos da cor moldaram profundamente o trabalho dos impressionistas, enquanto sua paixão pelo exótico inspirou os artistas do movimento simbolista. Um excelente litógrafo, Delacroix ilustrou várias obras de William Shakespeare, do escritor escocês Walter Scott e do autor alemão Johann Wolfgang von Goethe. Suas obras giravam em torno de muitos temas, muitos dos quais foram inspirados pelas obras de Shakespeare, Goethe e Byron, e retratam temas de violência e sensualidade. Talvez sua obra mais conhecida seja “A Liberdade guiando o povo” de 1830, feita em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Ele também ajudou a fundar a Société Nationale des Beaux-Arts, juntamente com outros artistas franceses notáveis da época.


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sábado, 22 de abril de 2017

Análise da pintura “Earth Mother” de Edward-Burne Jones

Edward-Burne Jones – Earth Mother (Mãe Terra), 1882 – encáustica sobre madeira – Worcester Art Museum, MA, USA


Análise da pintura “Earth Mother” de Edward-Burne Jones


Essa pintura está relacionada a uma série de vitrais que Burne-Jones fez, representando os planetas e foi inspirada pela arte de mestres da Renascença como Botticelli. Essa alegoria da “Mãe Terra”, remete ao papel de alimentadora das vidas: humana (representada pela criança), animal (representada pelo lobo), vegetal (representada pelas árvores e vegetação) e líquida (representada pela figura alegórica do jarro azul que produz nuvens, chuva e um rio, abaixo). A cobra, perto dos pés da Mãe Natureza, simboliza a fertilidade e alude à deusa Ceres, a deusa da Terra.

Nessa obra, os materiais, a textura e as cores criam um visual natural que acentua o tema da Mãe Terra. Burne-Jones usou uma paleta de cores suaves para criar tons de terra perfeitos para o tema. A encáustica utiliza cera quente, mais comumente cera de abelha, com pigmentos puros suspensos nela. Ela é espessa e levantada do painel, criando uma textura única, sobre a qual o artista aplicou em certas áreas, pequenos toques de ouro para um efeito ainda mais decorativo. O uso da encáustica também desempenha na iconografia da imagem. O simbolismo da pintura mostra que ela é sobre a natureza, mais especificamente sobre a Mãe Natureza como uma mãe nutridora, que mantém o mundo e todos os seres vivos em harmonia.

Sir Edward Coley Burne-Jones (Birmingham, 28 de agosto de 1833 – Londres, 17 de junho de 1898) foi um artista e designer inglês, envolvido no rejuvenescimento da tradição de vitrais na Inglaterra. As suas obras incluem as janelas de Birmingham Cathedral, a igreja de St Martin's, em Brampton, Cumbria, entre outras. Integrado ao movimento pré-rafaelita formado na Inglaterra em 1848, com grande influência do pintor Dante Gabriel Rossetti. Depois disso, Sir Edward Burne-Jones tornou-se um dos grandes nomes de uma nova tendência surgida na década de 1860, designada por Aestheticism. Além de pintura e vitrais, Burne-Jones trabalhou em vários tipos de arte, incluindo o design de azulejos de cerâmica, joias, tapeçarias, mosaicos e ilustrações de livros.

Esse blog possui mais artigos sobre Edward-Burne Jones. Clique sobre os links abaixo para ver:




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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Eva Gonzalès, uma pintora Impressionista francesa

Eva Gonzalès - A Loge in the Theatre des Italiens, 1874 – óleo sobre tela – 98 x 130 cm – Musée d´Orsay, Paris


Eva Gonzalès, uma pintora Impressionista francesa


Édouard Manet – Portrait of Eva Gonzalés, 1870 – óleo sobre tela - 191.1 x 133.4 cm – National Gallery of Art, London

Eva Gonzalès ingressou no estúdio de Manet como aluna em Fevereiro de 1869. Manet teria começado esse retrato dela em Fevereiro, e finalmente o concluiu em 12 de Março de 1870. Esse retrato mostra a pintora em um vestido feminino e elegante, porém sem avental de pintora, o que a faz erroneamente parecer amadora. 


Eva Gonzalès (19 de abril de 1849 - 6 de maio de 1883) nasceu em Paris, filha do escritor espanhol Emmanuel Gonzalès. Em 1865, ela começou sua formação profissional e teve aulas de desenho com o retratista da sociedade, Charles Joshua Chaplin, que também foi professor de Mary Cassatt. Ela se tornou aluna do artista Édouard Manet em fevereiro de 1869. Como seu professor, ela nunca expôs com os pintores impressionistas em suas exposições controversas em Paris, mas ela é considerada parte do grupo, devido ao seu estilo de pintura. Eva Gonzalès foi a única estudante formal de Manet e posava frequentemente para vários membros da escola impressionista. Até 1872, ela foi fortemente influenciada por Manet, porém mais tarde desenvolveu seu próprio estilo, mais pessoal.


Eva Gonzalès – Portrait of a Young Woman, c. 1865 – óleo sobre tela – 56,2 x 46,5 cm – coleção particular


Eva Gonzalès - Le Petit Lever, c. 1875-1876 – óleo sobre tela – 50 x 61 cm – coleção particular


Durante a Guerra Franco-Prussiana, ela se refugiou em Dieppe. Eva Gonzalès se casou com o artista gráfico (o gravador de Manet) Henri Guérard em 1879, e usou ele e sua irmã, Jeanne Gonzalès, como temas para muitas de suas pinturas. Ela faleceu durante um parto aos trinta e quatro anos, exatamente seis dias após a morte de seu professor, Manet. Mesmo tendo tido uma vida curta, Eva produziu muito. Suas obras foram reunidas e expostas em salões pela Europa, desde 1885, mas não atraíram a atenção do público e foram leiloadas pela família. A dispersão de suas obras e sua morte precoce impediram que seu nome ganhasse destaque. 


Eva Gonzalès - La Toilette – óleo sobre tela – 64,1 x 46,4 cm – coleção particular


Eva Gonzalès - Nanny and Baby, c. 1877-1878 – óleo sobre tela – 65 x 82 cm - National Gallery of Art – Washington, DC


Eva Gonzalès – Secretly, 1877-1878 – óleo sobre tela – 38,7 x 36,8 cm – coleção particular


Eva Gonzalès - Reading in the Garden, c. 1880-1882 – crayon e carvão sobre tela – 93,9 x 137,2 cm – coleção particular


Eva Gonzalès – Roses in a Glass, c. 1880-1882 – óleo sobre tela – Coleção particular


Eva Gonzalès - Awakening Girl – óleo sobre tela – 81,5 x 100 cm - Kunsthalle Bremen, Alemanha


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sexta-feira, 14 de abril de 2017

A história dos Ovos Imperiais Fabergé

1908 – Alexander Palace Egg - Ouro, prata, brilhantes, rubis, nephrite, cristal de rocha, vidro, veludo, osso - State Museum of the Kremlin, Moscow, Russia


Presente para Alexandra Feodorovna. O ovo de jade é constituído por duas partes ligadas pela dobradiça, e decorado com cinco pequenos retratos em aquarela dos filhos de Nikolay II, emoldurados com diamantes. O ovo é incrustado com ouro e joias. O modelo do palácio Aleksandrovsky é executado em ouro e prata, as janelas em cristal de rocha, e o telhado é coberto por esmalte verde claro. O modelo é apoiado numa pequena mesa dourada com a inscrição gravada "TSARSKOJE RURAL PALACE". Esse palácio era a residência rural do czar Nicolau II e sua família, que raramente saiam dele e conduziam uma vida isolada o suficiente para serem apelidados "os eremitas Tsarskoje".


A história dos Ovos Imperiais Fabergé 


Os ovos Fabergé são obras-primas da joalharia produzidas por Peter Carl Fabergé e seus assistentes, no período de 1885 a 1917 para os czares da Rússia. Os ovos, cuidadosamente elaborados com uma combinação de metais e pedras preciosas, escondiam surpresas e miniaturas encomendadas e oferecidas na Páscoa entre os membros da família imperial. Disputados por colecionadores em todo o mundo, os famosos ovos de Páscoa criados pelo joalheiro russo são admirados pela perfeição e considerados expoentes da arte joalheira. Ano após ano, os ovos de Páscoa Imperiais de Fabergé alcançaram novos patamares de invenção e extravagância, e eram expressões em miniatura da vida de privilégio imperial.

O primeiro Ovo de Páscoa de 1885 marca o vigésimo aniversário de casamento do czar Alexander III com a Czarina Maria Feodorovna. O Czar precisava de um presente especial para sua esposa e ele encomendou um Ovo muito especial ao jovem joalheiro Peter Karl Fabergé, cujas lindas criações tinham atraído a atenção de Maria. A imperatriz ficou tão impressionada com o presente, que Alexandre acabou por nomear Fabergé como o "fornecedor da corte" e passou a encomendar um ovo por ano, sob a determinação de que este fosse único e contivesse uma surpresa. Seu filho, Nicolau II, deu sequência à tradição e anualmente presenteava sua mãe, Maria Feodorovna e sua esposa, Alexandra Feodorovna (ou seja, dois ovos por ano). Cinqüenta e quatro ovos imperiais foram produzidos para os czares Alexandre III (de 1885 a 1894) e Nicolau II (de 1895 a 1917).

Além dos ovos Imperiais, 7 peças foram criadas a pedido de Alexander Ferdinandovich Kelkh durante o período de 1898 a 1905, como presentes para a sua esposa Varvara Kelkh-Bazanova, conhecidos como “Ovos Kelch”. E entre outros clientes de Fabergé, pessoas famosas como a família Rothschild, e o sobrinho de Alfred Nobel, Emmanuel Nobel. Porém apenas os ovos produzidos para os Imperadores russos são denominados “Ovos Imperiais”. Assim que um tema era escolhido, uma equipe de artesãos - dentre os quais Michael Perkhin, Henrik Wigström e Erik August Kollin - começava a trabalhar no projeto.


Ovo “First Hen Egg” – 1885 – altura: 6,4 cm – propriedade de The Link of Times Foundation, Russia 


Veja e leia a história do primeiro ovo Fabergé em outro artigo desse blog:

http://www.arteeblog.com/2015/04/a-historia-do-primeiro-ovo-de-pascoa.html


Maria Feodorovna (Princesa Dagmar da Dinamarca, 1847-1928) foi uma imperatriz-consorte da Rússia. Foi a segunda filha do rei Cristiano IX da Dinamarca e da sua esposa Luísa de Hesse-Cassel e, por isso, irmã mais nova da futura rainha da Inglaterra, a princesa Alexandra da Dinamarca, esposa do rei Eduardo VII. Depois do seu casamento com o futuro Imperador Alexandre III da Rússia, tornou-se Imperatriz-consorte e mudou o nome para Maria Feodorovna Romanova. Entre os seus filhos encontrava-se o último czar da Rússia, Nicolau II que acabou por ser assassinado dez anos antes de Maria morrer.

Peter Carl Fabergé (1846- 1920) foi um joalheiro russo de origem franco-dinamarquesa. Seu pai era o joalheiro Gustav Fabergé e sua mãe era a dinamarquesa Charlotte Jungstedt. Embora a Casa Fabergé seja famosa por seus ovos de Páscoa Imperiais, fez uma variedade muito maior de objetos que vão desde utensílios de mesa em prata até joias finas. A empresa de Fabergé se tornou o maior negócio de joias na Rússia, na época. Além de sua sede em Saint Petersburg, teve filiais em Moscou, Odessa, Kiev e Londres. Produziu cerca de 150.000 a 200.000 objetos, de 1882 até 1917. Produziu coroas reais e joias para pessoas famosas, e é uma das mais importantes joalherias até os dias de hoje.


1893 – Caucasus – Ouro amarelo e colorido, prata, platina, esmalte transparente, diamantes, pérolas naturais, marfim, aquarelas – Matilda Geddings Gray Foundation, The Metropolitan Museum of Art, USA


Presente para Maria Feodorovna Romanova. No estilo Louis XV, tem quatro "janelas" ovais, cada uma fechada por uma porta oval com uma borda de pérolas. No centro de cada porta, um dos números que compõem a data 1893. Por trás de cada porta, uma aquarela miniatura sobre marfim, representando vistas do palácio Abastumansky no Cáucaso. As miniaturas foram feitas pelo pintor miniaturista Krizhitskim, da corte de Constantine. Na parte superior do ovo há um pequeno retrato do Grão-duque George Alexandrovich.


1897 – Coronation Egg (Coroação) - Victor Vekselberg collection, Moscow, Russia
Ovo: ouro, esmalte amarelo transparente, diamantes. Carruagem: ouro, platina, esmalte vermelho, diamantes, rubis e cristal de rocha.


Presente para Alexandra Feodorovna. O estilo e cores do ovo foram inspirados nas roupas que a imperatriz estava usando na coroação. A surpresa é uma cópia exata da carruagem usada na coroação de Nikolay II e sua esposa em 1896. As cortinas da carruagem estão gravadas diretamente nas janelas de cristal de rocha. As maçanetas decoradas das portas, em tamanho menor do que um grão de arroz, viram, abrindo e fechando as portas em um trinco. A carruagem é completa, com rodas móveis, portas de abertura, amortecedores reais e um pequeno degrau dobrável. A carruagem precisa e altamente detalhada levou 15 meses para fabricar, e foi criada por George Stein. Na parte superior do ovo há um monograma coroado da Tsarina Alexandra Feodorovna brasonado em diamantes cor-de-rosa e rubis. A data de 1897, aparece na parte inferior do ovo. Esse é o ovo mais caro dos ovos imperiais.


 1911 – 15th Anniversary Egg - ouro, esmalte verde transparente, esmalte branco opaco, esmalte iridescente, diamantes, cristal de rocha e uma aquarela sobre um marfim - The Fabergé Museum in Saint Petersburg, Russia












Presente para Alexandra Feodorovna. Todos os elementos da história de Romanov se reúnem elegantemente no Ovo que homenageia o 15º Aniversário do reinado (1911), um álbum de família com pouco mais de cinco polegadas de altura. As pinturas requintadamente detalhadas retratam os eventos os mais notáveis do reinado de Nicholas II e de cada um dos membros da família. A casca deste ovo de ouro vermelho é dividida em dezoito painéis com 16 miniaturas, delimitadas por folhagens esmaltadas verdes embrulhadas com fitas de diamante nas intersecções e contendo dezesseis miniaturas feitas pelo pintor miniaturista da corte Vasilii Zuiev. São sete miniaturas ovais de retratos da família Imperial, dentro de bordas de diamantes, e 9 painéis maiores que retratam cenas da vida de Nicolau II. Dois painéis ovais sob as miniaturas de Nicolau e Alexandra mostram as datas de 1894, a data do casamento de Nicolau e Alexandra e 1911, o décimo quinto aniversário da coroação, cada data acima de uma fita inscrita Fabergé em cirílico.


Assista um vídeo sobre os Ovos Imperiais:




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domingo, 9 de abril de 2017

Sergio Mendes & Brasil 66 – “Like a Lover” (O Cantador)



Sergio Mendes & Brasil 66 – “Like a Lover”


A canção "Like a Lover", uma versão em inglês de “O Cantador” (composta por Dori Caymmi e Nelson Motta), foi gravada por muitos vocalistas de jazz como Carmen McRae, Sarah Vaughan, Helen Merrill, Dianne Reeves, Al Jarreau, Natalie Cole, Jane Monheit e outros. “Like a Lover” foi incluída no álbum “Look Around”, o terceiro álbum de estúdio de Sérgio Mendes e Brasil '66 lançado em 1968. Este foi o último álbum da formação original do grupo Brasil '66.

Sérgio Santos Mendes (Niterói, Rio de Janeiro, 1941) é um músico e compositor brasileiro de bossa nova. Sérgio Mendes começou com o Sexteto Bossa Rio, gravando o disco "Dance Moderno" em 1961. Viajando pela Europa e pelos Estados Unidos, gravou vários álbuns, chegando a tocar no Carnegie Hall. Mudou para os EUA em 1964. Foi nos Estados Unidos que começou o grupo Sérgio Mendes & Brasil 66, alcançando sucesso. As vocalistas do grupo eram Lani Hall e Bibi Vogel. Tem mais de trinta discos lançados, e o mais recente deles conta com participações especiais de, entre outros, Stevie Wonder e Black Eyed Peas.


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sexta-feira, 7 de abril de 2017

A história da pintura de Gino Severini – “Red Cross Train Passing a Village”

Gino Severini - Red Cross Train Passing a Village, 1915 – óleo sobre tela - 88.9 x 116.2 cm - Solomon R. Guggenheim Museum, New York, USA


A história da pintura de Gino Severini – “Red Cross Train Passing a Village” 


Nesta pintura de um trem em movimento através da paisagem, Severini dividiu a paisagem, a fim de transmitir uma sensação de momentâneas imagens fragmentadas que caracterizam a nossa percepção de um objeto em excesso de velocidade. O choque de cores contrastantes intensas sugere o ruído e a potência do trem, que os futuristas admiravam como um emblema de vitalidade e potência.

Severini pintou esta tela no meio da I Guerra Mundial, enquanto morava em Igny, nos arredores de Paris. Anos mais tarde, ele recordou as circunstâncias: " Junto ao nosso casebre, os trens estavam passando dia e noite, cheios de material de guerra, ou soldados, e feridos". Durante 1915 ele criou muitas telas em que tentou evocar a guerra na pintura.


Gino Severini (7 de abril de 1883 - 26 de fevereiro de 1966) foi um pintor italiano e um dos principais membros do movimento futurista. Durante boa parte de sua vida dividiu seu tempo entre Paris e Roma. Ele foi associado com o neoclassicismo e o "retorno à ordem" na década após a Primeira Guerra Mundial. Durante sua carreira ele trabalhou em uma variedade de meios de comunicação, incluindo mosaico e afresco (mural). Ele ganhou prêmios de arte de grandes instituições.

Severini nasceu em uma família pobre em Cortona, na Itália. Seu pai era um oficial da corte e sua mãe uma costureira. Em 1899 ele se mudou para Roma com sua mãe. Foi lá que ele mostrou pela primeira vez um interesse sério na arte. Em 1900 conheceu o pintor Umberto Boccioni. Juntos visitaram o estúdio de Giacomo Balla, onde foram introduzidos à técnica do divisionismo, pintando com cores adjacentes em vez de misturadas e quebrando a superfície pintada em um campo de pontos pontilhados e listras. As ideias do Divisionismo tiveram uma grande influência no trabalho de Severini e na pintura futurista de 1910 a 1911.

Depois de se mudar de Roma para Paris em 1906, Gino Severini entrou em contato próximo com Georges Braque, Pablo Picasso, e outros artistas importantes da capital da avant-garde, enquanto permaneceu em contato com seus compatriotas que permaneceram na Itália. Em 1910, ele assinou o "Manifesto Técnico: Pintura Futurista" com outros quatro artistas italianos, Giacomo Balla, Umberto Boccioni, Carlo Carrà, e Luigi Russolo, que queriam que suas pinturas expressassem a energia e velocidade da vida moderna. Ao longo de sua carreira publicou importantes ensaios teóricos e livros sobre arte. Em 1946 publicou uma autobiografia, “A Vida de um Pintor”.


Esse blog possui um artigo sobre Futurismo Italiano.  Clique sobre esse link para ver:



Esse blog possui um artigo sobre Carlo Carrà.  Clique sobre esse link para ver:



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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Análise de “The Love Letter” de Jean-Honoré Fragonard

Jean-Honoré Fragonard - The Love Letter (A Carta de Amor), c. 1770 – óleo sobre tela - 83,2 X 67 cm - Metropolitan Museum of Art, New York


Análise de “The Love Letter” de Jean-Honoré Fragonard


A modelo da pintura parece ter sido surpreendida, lendo ansiosamente a carta que recebeu junto com as flores. Ela provavelmente seria a filha de François Boucher (professor de Fragonard), Marie Émilie Boucher, nascida em 1740 e que se casou em 1773, com o amigo de seu pai, o arquiteto Charles Étienne Gabriel Cuvillier. O cão pode ser uma representação de fidelidade, como em muitas pinturas daquela época. O que sobressai nessa pintura são as cores douradas e a atitude coquete da jovem. A pintura parece brilhar com paixão.

Fragonard moldou a composição em tons de marrom, desenhando e modelando com a ponta do pincel e com traços de espessura variável. As cores e o branco estão localizados sob luz forte em direção ao centro da tela: no rosto empoado da jovem, no seu vestido e touca, na mesa e no banco, nas flores e no cão. Esta pintura exemplifica a manipulação sensível de efeitos de luz e de cor de Fragonard, e sua extraordinária facilidade técnica. O vestido azul elegante, a touca de renda e o penteado da mulher sentada em sua mesa de escrever deveriam estar no auge da moda, no momento que esta pintura foi feita.

Jean-Honoré Fragonard (4 de abril de 1732 - 22 de agosto de 1806) foi um pintor francês e gravador. Um dos mais prolíficos artistas nas últimas décadas do Antigo Regime, Fragonard produziu mais de 550 pinturas (além de desenhos e gravuras), das quais apenas cinco são datadas. Entre suas obras mais populares estão as pinturas de gênero que transmitem uma atmosfera de intimidade e erotismo velado.

Fragonard mostrou um grande talento para a arte em tenra idade, e foi enviado para estudar com o pintor rococó François Boucher. Aos 23 anos mudou-se para estudar na Academia Francesa de Arte em Roma, onde foi influenciado pelos românticos jardins, templos, grutas, terraços e fontes. Em 1765, ele não só garantiu sua posição na Academia, mas mostrou seu talento para cenas íntimas, levemente eróticas, que eram apreciadas por clientes ricos e membros da corte lasciva de Luís XV. Foi extremamente popular até a Revolução Francesa que privou Fragonard de seus clientes, muitos dos quais foram guilhotinados ou exilados. Sem patrocínio, deixou Paris em 1793. Ao retornar a Paris, descobriu que estava quase completamente esquecido, suas cenas eróticas aparentemente irrelevantes depois da revolução da Revolução Francesa. Ele morreu em 1806, e pouco foi escrito dele ou de seu trabalho até quase meio século depois. Ele é agora considerado um dos mestres da pintura francesa.


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domingo, 2 de abril de 2017

Pinturas e ilustrações de Abril

Childe Hassam - April Showers, Champs Elysees Paris, 1888 – óleo sobre tela – 31.75 x 42.55 cm - Joslyn Art Museum, Omaha, NE, USA


Pinturas e ilustrações de Abril


Eugène Grasset - La Belle Jardiniere, Avril, 1896 – ilustração

O artista gráfico suíço Eugène Samuel Grasset (1845-1917) foi uma das principais figuras do movimento Art Nouveau em Paris. Mais conhecido por seus cartazes emblemáticos e suas contribuições para design gráfico - um itálico que ele criou, em 1898, ainda é usado por designers de todo o mundo - Grasset também criou móveis, cerâmicas, tapeçarias, e selos postais. Em 1894, Grasset recebeu uma encomenda da loja de departamentos francesa La Belle Jardinière para criar doze obras de arte originais, a serem utilizadas como um calendário. Graciosas xilogravuras retratando belas moças em trajes de época e jardins que mudam com as estações do ano foram produzidas, com espaços vazios para as datas do calendário, em um portfólio de obras de arte chamado Les Mois (Os meses) pela editora Paris G. de Malherbe em 1896.


Henri-Edmond Cross - Cypress, April, 1904 – óleo sobre tela – coleção particular


Abril April Fool Girl with Shopkeeper - Norman Rockwell, 1948 – The Saturday Evening Post

Nessa ilustração, Rockwell retratou mais de 50 “erros” para brincar com o dia “April Fool” (Primeiro de Abril), como o cabelo da menina preso de um lado e solto de outro, ou com a cabeça do vendedor no lugar da cabeça da boneca.

Norman Rockwell (Nova Iorque, 3 de fevereiro de 1894 — Stockbridge, Massachusetts, 8 de novembro de 1978) era muito popular nos Estados Unidos, especialmente em razão das 322 capas da revista The Saturday Evening Post que realizou durante mais de quatro décadas, e das ilustrações de cenas da vida americana nas pequenas cidades. Pintou os retratos dos presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim como de outras importantes figuras mundiais. Um de seus últimos trabalhos foi o retrato da cantora Judy Garland, em 1969.


Childe Hassam - April, Quai Voltaire, Paris, 1897 – óleo sobre tela - 73 x 60.4 cm – coleção particular


 Arthur Hughes - April Love - 1856 – óleo sobre tela – 89 x 49,5 cm - Tate Gallery, London, UK

"April Love" foi a primeira de uma série de composições em que Hughes representou amantes em uma paisagem. Esta é a obra mais conhecida de Hughes, e uma das mais populares pinturas pré-rafaelitas. O cenário é um caramanchão coberto de hera, com liláses fora da janela e pétalas de rosa no chão de pedra. Tal como acontece com muitas das obras do artista, a hera também é usada para decorar o quadro. Os pré-rafaelitas incluíam muitas vezes elementos simbólicos em seu trabalho. Hera significa vida eterna, rosas amor. As pétalas espalhadas pelo chão podem sugerir que o caso de amor acabou. A pintura retrata um jovem casal em um momento de crise emocional. A figura masculina é pouco visível, com a cabeça inclinada sobre a mão esquerda da jovem. A obra mostra a influência de Millais, que Hughes admirava. Os ricos azuis, verdes e roxos empregados por Hughes rapidamente se tornaram sua marca. A modelo foi provavelmente Tryphena Foord, sua esposa.

Arthur Hughes (1832-1915), foi um pintor Inglês e ilustrador associado com a Irmandade Pré-Rafaelita. Em 1846, ele entrou para a escola de arte na Somerset House, seu primeiro mestre sendo Alfred Stevens, e mais tarde entrou na Royal Academy Schools. Aqui ele conheceu John Everett Millais e Holman Hunt, e tornaram-se um dos grupos pré-rafaelita de pintores.


Alphonse Mucha - Months of the Year, Avril – ilustração

Os Meses (1899): esta série de medalhões foi usada ​​para ilustrar a capa da revista Le Mois Littéraire antes de eles serem reproduzidos como cartões postais. Cada medalhão apresenta uma figura feminina posando contra um fundo natural, característico do mês representado. 

Alfons Maria Mucha - (Ivančice, 24 de julho de 1860 — Praga, 14 de julho de 1939) foi um pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os cartazes para os espetáculos de Sarah Bernhardt realizados na França, de 1894 a 1900, e uma série chamada Epopeia Eslava, elaborada entre 1912 e 1930.


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