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sexta-feira, 14 de abril de 2017

A história dos Ovos Imperiais Fabergé

1908 – Alexander Palace Egg - Ouro, prata, brilhantes, rubis, nephrite, cristal de rocha, vidro, veludo, osso - State Museum of the Kremlin, Moscow, Russia


Presente para Alexandra Feodorovna. O ovo de jade é constituído por duas partes ligadas pela dobradiça, e decorado com cinco pequenos retratos em aquarela dos filhos de Nikolay II, emoldurados com diamantes. O ovo é incrustado com ouro e joias. O modelo do palácio Aleksandrovsky é executado em ouro e prata, as janelas em cristal de rocha, e o telhado é coberto por esmalte verde claro. O modelo é apoiado numa pequena mesa dourada com a inscrição gravada "TSARSKOJE RURAL PALACE". Esse palácio era a residência rural do czar Nicolau II e sua família, que raramente saiam dele e conduziam uma vida isolada o suficiente para serem apelidados "os eremitas Tsarskoje".


A história dos Ovos Imperiais Fabergé 


Os ovos Fabergé são obras-primas da joalharia produzidas por Peter Carl Fabergé e seus assistentes, no período de 1885 a 1917 para os czares da Rússia. Os ovos, cuidadosamente elaborados com uma combinação de metais e pedras preciosas, escondiam surpresas e miniaturas encomendadas e oferecidas na Páscoa entre os membros da família imperial. Disputados por colecionadores em todo o mundo, os famosos ovos de Páscoa criados pelo joalheiro russo são admirados pela perfeição e considerados expoentes da arte joalheira. Ano após ano, os ovos de Páscoa Imperiais de Fabergé alcançaram novos patamares de invenção e extravagância, e eram expressões em miniatura da vida de privilégio imperial.

O primeiro Ovo de Páscoa de 1885 marca o vigésimo aniversário de casamento do czar Alexander III com a Czarina Maria Feodorovna. O Czar precisava de um presente especial para sua esposa e ele encomendou um Ovo muito especial ao jovem joalheiro Peter Karl Fabergé, cujas lindas criações tinham atraído a atenção de Maria. A imperatriz ficou tão impressionada com o presente, que Alexandre acabou por nomear Fabergé como o "fornecedor da corte" e passou a encomendar um ovo por ano, sob a determinação de que este fosse único e contivesse uma surpresa. Seu filho, Nicolau II, deu sequência à tradição e anualmente presenteava sua mãe, Maria Feodorovna e sua esposa, Alexandra Feodorovna (ou seja, dois ovos por ano). Cinqüenta e quatro ovos imperiais foram produzidos para os czares Alexandre III (de 1885 a 1894) e Nicolau II (de 1895 a 1917).

Além dos ovos Imperiais, 7 peças foram criadas a pedido de Alexander Ferdinandovich Kelkh durante o período de 1898 a 1905, como presentes para a sua esposa Varvara Kelkh-Bazanova, conhecidos como “Ovos Kelch”. E entre outros clientes de Fabergé, pessoas famosas como a família Rothschild, e o sobrinho de Alfred Nobel, Emmanuel Nobel. Porém apenas os ovos produzidos para os Imperadores russos são denominados “Ovos Imperiais”. Assim que um tema era escolhido, uma equipe de artesãos - dentre os quais Michael Perkhin, Henrik Wigström e Erik August Kollin - começava a trabalhar no projeto.


Ovo “First Hen Egg” – 1885 – altura: 6,4 cm – propriedade de The Link of Times Foundation, Russia 


Veja e leia a história do primeiro ovo Fabergé em outro artigo desse blog:

http://www.arteeblog.com/2015/04/a-historia-do-primeiro-ovo-de-pascoa.html


Maria Feodorovna (Princesa Dagmar da Dinamarca, 1847-1928) foi uma imperatriz-consorte da Rússia. Foi a segunda filha do rei Cristiano IX da Dinamarca e da sua esposa Luísa de Hesse-Cassel e, por isso, irmã mais nova da futura rainha da Inglaterra, a princesa Alexandra da Dinamarca, esposa do rei Eduardo VII. Depois do seu casamento com o futuro Imperador Alexandre III da Rússia, tornou-se Imperatriz-consorte e mudou o nome para Maria Feodorovna Romanova. Entre os seus filhos encontrava-se o último czar da Rússia, Nicolau II que acabou por ser assassinado dez anos antes de Maria morrer.

Peter Carl Fabergé (1846- 1920) foi um joalheiro russo de origem franco-dinamarquesa. Seu pai era o joalheiro Gustav Fabergé e sua mãe era a dinamarquesa Charlotte Jungstedt. Embora a Casa Fabergé seja famosa por seus ovos de Páscoa Imperiais, fez uma variedade muito maior de objetos que vão desde utensílios de mesa em prata até joias finas. A empresa de Fabergé se tornou o maior negócio de joias na Rússia, na época. Além de sua sede em Saint Petersburg, teve filiais em Moscou, Odessa, Kiev e Londres. Produziu cerca de 150.000 a 200.000 objetos, de 1882 até 1917. Produziu coroas reais e joias para pessoas famosas, e é uma das mais importantes joalherias até os dias de hoje.


1893 – Caucasus – Ouro amarelo e colorido, prata, platina, esmalte transparente, diamantes, pérolas naturais, marfim, aquarelas – Matilda Geddings Gray Foundation, The Metropolitan Museum of Art, USA


Presente para Maria Feodorovna Romanova. No estilo Louis XV, tem quatro "janelas" ovais, cada uma fechada por uma porta oval com uma borda de pérolas. No centro de cada porta, um dos números que compõem a data 1893. Por trás de cada porta, uma aquarela miniatura sobre marfim, representando vistas do palácio Abastumansky no Cáucaso. As miniaturas foram feitas pelo pintor miniaturista Krizhitskim, da corte de Constantine. Na parte superior do ovo há um pequeno retrato do Grão-duque George Alexandrovich.


1897 – Coronation Egg (Coroação) - Victor Vekselberg collection, Moscow, Russia
Ovo: ouro, esmalte amarelo transparente, diamantes. Carruagem: ouro, platina, esmalte vermelho, diamantes, rubis e cristal de rocha.


Presente para Alexandra Feodorovna. O estilo e cores do ovo foram inspirados nas roupas que a imperatriz estava usando na coroação. A surpresa é uma cópia exata da carruagem usada na coroação de Nikolay II e sua esposa em 1896. As cortinas da carruagem estão gravadas diretamente nas janelas de cristal de rocha. As maçanetas decoradas das portas, em tamanho menor do que um grão de arroz, viram, abrindo e fechando as portas em um trinco. A carruagem é completa, com rodas móveis, portas de abertura, amortecedores reais e um pequeno degrau dobrável. A carruagem precisa e altamente detalhada levou 15 meses para fabricar, e foi criada por George Stein. Na parte superior do ovo há um monograma coroado da Tsarina Alexandra Feodorovna brasonado em diamantes cor-de-rosa e rubis. A data de 1897, aparece na parte inferior do ovo. Esse é o ovo mais caro dos ovos imperiais.


 1911 – 15th Anniversary Egg - ouro, esmalte verde transparente, esmalte branco opaco, esmalte iridescente, diamantes, cristal de rocha e uma aquarela sobre um marfim - The Fabergé Museum in Saint Petersburg, Russia












Presente para Alexandra Feodorovna. Todos os elementos da história de Romanov se reúnem elegantemente no Ovo que homenageia o 15º Aniversário do reinado (1911), um álbum de família com pouco mais de cinco polegadas de altura. As pinturas requintadamente detalhadas retratam os eventos os mais notáveis do reinado de Nicholas II e de cada um dos membros da família. A casca deste ovo de ouro vermelho é dividida em dezoito painéis com 16 miniaturas, delimitadas por folhagens esmaltadas verdes embrulhadas com fitas de diamante nas intersecções e contendo dezesseis miniaturas feitas pelo pintor miniaturista da corte Vasilii Zuiev. São sete miniaturas ovais de retratos da família Imperial, dentro de bordas de diamantes, e 9 painéis maiores que retratam cenas da vida de Nicolau II. Dois painéis ovais sob as miniaturas de Nicolau e Alexandra mostram as datas de 1894, a data do casamento de Nicolau e Alexandra e 1911, o décimo quinto aniversário da coroação, cada data acima de uma fita inscrita Fabergé em cirílico.


Assista um vídeo sobre os Ovos Imperiais:




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sexta-feira, 8 de maio de 2015

As joias de Salvador Dali - com vídeos

Salvador Dalí i Domènech - Chalice of Life (O Cálice da Vida) – 1965 - 41,00 x 24,00 x 21,50 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Diamantes de cor extravagante (amarelo), corte de diamante (redondo), de 2 a 3 mm de diâmetro, aproximadamente (na maçã do topo). Diamantes, corte de diamante (redondo) e 8/8 (o menor), de 1 a 3 mm de diâmetro, aproximadamente. Rubis naturais (corindo), misto de corte (redondo), de 1,5 a 3 mm de diâmetro, aproximadamente. Safiras naturais (corindo), misto de corte (redondo), de 1,5 a 3 mm de diâmetro, aproximadamente. Esmeraldas naturais (berilo), cortes de diversos tipos (redondos e em forma de pêra), de 1,5 a 6,5 milímetros, aproximadamente. Lápis-lazúli, blocos de formas irregulares, aplainado e polido, no pescoço e na base da peça. Com mecanismo de movimento e redutor que fazem as asas das borboletas moverem. © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


As joias de Salvador Dali - com vídeos


Salvador Dali fez o design das peças sobre papel, detalhando as cores, materiais, etc. e enviou os desenhos para serem executados por um joalheiro em New York. Elas foram adquiridas por uma Fundação americana para serem emprestadas a várias organizações culturais e beneficientes, para angariarem fundos através de exposições. Depois a coleção foi adquirida por várias pessoas e entidades até serem vendidas para o museu Fundació Gala-Salvador Dali em Figueras, Espanha, onde se encontram hoje.
Os materiais nobres se combinam para formar lábios, corações, olhos, plantas, animais, símbolos religiosos e mitológicos, e formas antropomórficas. Salvador Dali, assim como Michelangelo e outros mestres da Renascença (que ele admirava) usou todos os idiomas da cultura moderna para desenvolver seu discurso artístico: pintura, escultura, arquitetura, teatro, cinema, literatura e joalheria.

Salvador Dalí disse destas joias: "Sem uma audiência, sem a presença de espectadores, essas jóias não iriam alcançar a função para a qual foram criadas. O espectador é, assim, o artista final. Seu olhar, o coração e a mente - com maior ou menor capacidade de entender a intenção do criador - imbuem as jóias com a vida".


Salvador Dalí i Domènech - The Persistence of Memory – 1949 - 7,80 x 6,80 x 2,10 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Diamantes, corte de diamante (redondo), e 8/8 de 1,0 a 2,5 mm de diâmetro, aproximadamente. Pequenos pedaços de esmalte preto. Relógio com mecanismo Jaeger LeCoultre 426 © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - The Honeycomb Heart (O Coração Colmeia) – 1949 - 7,00 x 6,00 x 2,00 cm - 8 quilates de ouro amarelo. No pino, 13-14 quilates de ouro amarelo. Diamantes (13), corte de diamante (redondo) e 8/8, de 1,5 a 3,0 mm de diâmetro, aproximadamente. Rubis naturais (corindo), redondas e ovais de 2,0 a 4,5 milímetros aproximadamente. © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - The Living Flower (A Flor Viva) – 1959 - 39,00 x 25,20 x 21,50 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Diamantes redondos e 8/8, de 1,0 a 4,0 mm de diâmetro, aproximadamente. Bloco malaquita com mecanismo de movimento e redutor que faz as flores se moverem. © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - The Corset Ring (Anel Corsete) – 1949 - 2,50 x 2,40 x 2,30 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Diamantes (17), 8/8 de corte, de 1,7-2,5 mm de diâmetro, aproximadamente. Pérolas (14), de 2,5 mm de diâmetro © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech – Ruby Lips (Lábios de Rubi) – 1949 - 3,20 x 4,80 x 1,50 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Rubis naturais (corindo), corte misto (redondas e ovais), de 2,0 a 4,0 milímetros, aproximadamente. Pérolas (13), de 4,0 a 6,0 mm de diâmetro, aproximadamente. © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - The Tree of Life Necklace (Colar A Árvore da Vida) – 1949 - 18 quilates de ouro amarelo. Diamantes (58), corte de diamante (redondo), de 2,5 a 3,5 mm de diâmetro, aproximadamente. Estrela safira Natural (corindo) (2), corte cabochão oval (de 7,7-8,5 mm de largura) © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - The Eye of Time (O Olho do Tempo) – 1949 - 4,00 x 6,00 x 1,70 cm – Platina. Rubi Natural (corindo) (1), fragmentos arredondados de forma irregular, polidos. Diamantes, baguette corte (retangular), corte de diamante (redondo) e 8/8, de 0,5 a 3,5 mm de diâmetro, aproximadamente. Esmalte (no mostrador). Relógio com mecanismo Movado 50SP © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - Tristan and Isolde – 1953 - 4,10 x 4,40 x 1,20 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Platina; Diamantes (39), corte de diamante (redondo) e 8/8 (o menor), de 1,0 a 3,0 mm de diâmetro, aproximadamente. Almandine granada (1), cabochão triangular. © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014


Salvador Dalí i Domènech - The Royal Heart (O Coração Real) – 1953 - 13,20 x 7,80 x 2,70 cm - 18 quilates de ouro amarelo. Rubis naturais (corindo), corte misto (redondas e ovais), de 3,0 a 5,0 milímetros, aproximadamente. Pequenas pedras na coroa. Rubis naturais (corindo) (8). Safiras naturais (corindo) (4). Esmeraldas naturais (berilo) (4). Aquamarinhas (berilo) (4). Peridotos (2). Granadas hessonite (2). Ametista (quartzo) (1). Diamantes. Pérolas. Com mecanismo e redutor que faz o coração bater em movimento. Com motor Synchron, Modelo 610 110V 60 CY 3 W 75 RPM © Salvador Dalí, Fundació Gala-Salvador Dalí, Figueres, 2014

Assista o vídeo para ver o Coração Real pulsar:



Assista o vídeo para ver mais joias:



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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Exposição “Au Temps de Klimt, La Sécession à Vienne” (Nos Tempos de Klimt, a Secessão de Viena) - Pinacothèque de Paris

Gustav Klimt – Reconstrução do Frise Beethoven (detalhe) - 1985 - técnica mista sobre gesso sobre palha - 216 x 3438 cm - detalhe



Exposição “Au Temps de Klimt, La Sécession à Vienne” (Nos Tempos de Klimt, a Secessão de Viena) -  Pinacothèque de Paris - assista os vídeos ao final desse artigo


Gustav Klimt – Reconstrução do Frise Beethoven (detalhe) - 1985 - técnica mista sobre gesso sobre palha - 216 x 3438 cm - detalhe


A Pinacoteca de Paris enfoca um aspecto essencial do Art Nouveau que se desenvolveu em Viena no início do século XX, conhecido como a Secessão, movimento que floresceu no Império austro-húngaro, que vivia seu apogeu. O papel de Gustav Klimt no nascimento deste movimento foi de primordial importância. Artista talentoso e brilhante, desde seus primórdios aos seus excessos decorativos em que o douramento e o Expressionismo nascente dominam, a obra de Klimt foi um marco para um novo período que floresceu em Viena, na virada do século. Esse movimento artístico deu origem, alguns anos mais tarde, a uma das grandes tendências da arte moderna: o Expressionismo.


Gustav Klimt - Etude de tête féminine sur fond rouge - 1897-1898 – óleo sobre tela - 30 x 19,5 cm


Gustav Klimt - Francesca da Rimini et Paolo - 1890 – óleo sobre tela - 125 x 95 cm


A exposição narra em detalhes o desenvolvimento da arte vienense do final do século XIX, a partir do início da Secessão Vienense, até os primeiros anos do Expressionismo, com obras-primas da Secessão e do avant-garde austríaco. Na exposição também há um grupo de documentos raros sobre a vida do artista, sua família e seus irmãos Ernst e Georg, que também eram artistas, com quem Gustav muitas vezes colaborou.


Gustav Klimt - Femme à la cheminée – 1897-1898 – óleo sobre tela - 41 x 66 cm


Gustav Klimt - Fogo Fátuo - 1903 - óleo sobre tela - 52 x 60 cm - coleção particular


Gustav Klimt – “Portrait de jeune fille de face” - c. 1898 – óleo sobre cartão - 38 x 34 cm


O núcleo da exposição é uma seleção de 15 grandes obras de Gustav Klimt, desde seus primeiros anos de estudo até as principais obras de sua idade de ouro, como Judith I (1901) ou a Beethoven Frieze, uma obra monumental, reconstituída em escala e mostrada pela primeira vez na França. Em 1902, Klimt pintou a Beethoven Frieze para a 14ª exposição Viena Secessionist, que se destinava a ser uma celebração do compositor. Destinado apenas para a exposição, o friso foi pintado diretamente sobre as paredes com materiais leves. Após a exposição a pintura foi preservada. A Beethoven Frieze  agora está em exibição permanente no Vienna Secession Building.


Gustav Klimt – “Judith I” – 1901 – óleo sobre tela - 84 x 42 cm - Belvédère, Vienne


Gustav Klimt – Reconstrução do Frise Beethoven – 1985 – técnica mista sobre gesso sobre palha - 216 x 3438 cm - detalhe

O friso ilustra o desejo humano de felicidade em um mundo sofrido e tempestuoso em que se debate, não só com as forças do mal externo, mas também com as fraquezas internas. O espectador segue esta jornada de descoberta de uma forma visual e linear deslumbrante. Ele começa suavemente com o flutuante Genii feminino em busca da Terra, mas logo a seguir vem o escuro, gigante turbilhão de aparência sinistra, Typhoeus, suas três filhas Gorgon e imagens que representam a doença, loucura, morte, luxúria e lascívia acima e à direita. Daí surge o cavaleiro de armadura brilhante que oferece esperança, devido à sua própria ambição e solidariedade para os humanos suplicantes e sofridos. A jornada termina na descoberta da alegria por meio das artes e o contentamento é representado no estreito abraço de um beijo. Assim, o friso expõe o anseio humano psicológico, em última análise, satisfeito através da beleza das artes, juntamente com amor e companheirismo.


Carl Moll – “Bosquet de bouleaux au crepuscule” - c. 1902 – óleo sobre tela - 80 x 80 cm - Belvédère, Vienne


Koloman Moser - Forêt de pins en hiver – 1907 – óleo sobre tela - 55,5 x 45,5 cm


Na exposição são observados os primeiros anos da Secessão e a influência que exerceram sobre a formação do artista através dos principais intelectuais vienenses que assim como ele, passaram um tempo em Paris nessa época. As personalidades artísticas que influenciaram sua arte são convocadas, graças a uma escolha de pinturas provenientes do Belvedere, apresentadas ao lado de obras que descrevem a história dos patronos do movimento. Assim, a exposição mostra obras-primas importantes da Secessão e da vanguarda austríaca, como as primeiras obras de Egon Schiele e Oskar Kokoschka.

Josef Engelhart - Au restaurant du jardin – 1893 – óleo sobre madeira - 28 x 26 cm


Egon Schiele - "Edith Schiele" - 1917 © Photo Éric Simon

Felix Albrecht Harta - "Carrefour" - 1913 © Photo Éric Simon

Tal como no resto da Europa (como no nascimento do Impressionismo na França, na década de 1870), o início do século 20 marcou uma mudança no mundo artístico em Viena. Chefiados por Gustav Klimt, mais de 20 artistas se distanciaram da pintura estruturada e do estilo acadêmico e fundaram a Secessão, um movimento artístico que exibia uma reflexão sobre a arte, em vez de uma técnica artística precisa. Visavam liberar a arte. A exposição mostra com precisão esta partida do clássico e da adesão ao estilo artístico da época. Nesta época, Freud inventou a psicanálise, e alguns artistas incluíram traços psicológicos de seus retratados em seus retratos.


Josepf Hoffmann (conception) - Broche, modèle n° G368 – 1905 – prata, coral, lápis-lazuli, malaquita e pedra da lua - 4,6 x 4,6 cm - Galerie bei der Albertina - Zetter, Vienne


Michael Powolny – “Jeune Fille avec une guirlande de fleurs” (c. 1907) e “Automne”


A seção final da exposição é dedicada às formas de arte de Viena, ao artesanato antigo e refinado que gerou peças de mobiliário, bem como jóias preciosas, peças esplêndidas de cerâmica, bem como reconstruções complexas de obras e de ricos documentos históricos, testemunhas da gênese e da evolução de grandes artistas e arquitetos da época, tais como Adolf Loos, Josef Hoffmann e o Studio Vienense.

Josepf Hoffmann (conception) - Broche – 1905 – prata, coral, lápis-lazuli, e pedra da lua - 5 x 5,1 cm - Galerie bei der Albertina - Zetter, Vienne

Josepf Hoffmann (conception) - Broche – 1905 – prata, coral, lápis-lazuli, opala e ametista - 5,1 x 5,5 cm - Galerie bei der Albertina - Zetter, Vienne


A exposição mostra mais de 180 obras provenientes da coleção do Museu Belvedere, em Viena, bem como de coleções particulares. A curadoria da exposição é de Alfred Weidinger, curador do Museu Belvedere, em Viena.


Michael Powolny - "Printemps" - 1913-1915 e "Été" - 1914-1915 


Hermann Hahn - "Judith avec la tête d'holopherne" - 1898 © Photo Éric Simon


Até 25 de Junho de 2015
Pinacothèque 2 - Rue Vignon, 8 - 75009 Paris
Informações: +33 1 42 68 02 01
accueil@pinacotheque.com

Assista os vídeos e veja mais obras e objetos:








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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Exposição "Pérolas" em São Paulo

Broche "Lover’s Eye", Inglaterra, 1800-20 - ouro, pérolas, diamantes e miniatura pintada 
© Victoria and Albert Museum

Exposição "Pérolas" em São Paulo
Após ser exibida no Victoria and Albert Museum de Londres em 2013, a exposição chega a São Paulo no Museu de Arte Brasileira (MAB) da FAAP
Texto abaixo: traduzido e adaptado do Victoria and Albert Museum
As pérolas são um fenômeno mundial há milênios. O fascínio por estas jóias do mar transcende o tempo e fronteiras. Pérolas naturais sempre foram objetos de desejo, devido à sua raridade e beleza. Mitos e lendas as cercam, principalmente para explicar o mistério de sua formação. Joalheiros e pintores exploraram as suas associações simbólicas, que variavam de sedução a pureza, desde precursores de boa sorte no casamento até mensageiros de luto.

Par de brincos - Império Romano (Egito) - 100-200 AC - ouro e pérolas 
© Victoria and Albert Museum

Em todo o Império Romano, jóias com pérolas eram um luxo desejável e caro, um símbolo de riqueza e status. Na Europa medieval pérolas aparecem como símbolos de autoridade sobre regalia, pureza e castidade. Até o Renascimento, retratos mostram que nobres e mercadores ricos eram enfeitadas com pérolas, o simbolismo tornou-se cada vez mais secular.

Ornamento de corpete - Espanha, cerca de 1670 - filigrana de ouro com pérolas de água doce - coleção de Debora Elvira - foto:  © Martin Vellón

Durante os séculos 17 e 18 as pérolas tornaram-se adornos luxuosos, muitas vezes usados de forma sedutora. Elas também foram demonstrações de alta posição social. No início do século 19 as pérolas ornavam joias mais íntima ou “sentimentais” para transmitir mensagens pessoais celebrando o amor ou expressando dor.
A opulência e cerimônia apreciadas nas cortes da Europa no século 19 eram favoráveis para o uso das pérolas, colares de todos os comprimentos estavam na moda, desde colares longos até gargantilhas.

Colar de cinco voltas graduadas de pérolas combinadas, unidas por dois elementos de platina e diamantes  Cartier, c. 1930 - Coleções Qatar Museums

Sautoir (longo colar de pérolas) de três voltas em pérolas naturais, esmeraldas, diamantes e adulária (pedra da lua) - Cartier, 1938 - Coleções Qatar Museums

Em Paris, os joalheiros que trabalham no estilo Art Nouveau ficaram fascinados com as pérolas de formatos extraordinários e as transformaram em interpretações da natureza de tirar o fôlego.
 Na vida urbana dos "Loucos Anos Vinte" a moda mudou, as mulheres usavam vestidos sem manga e sautoirs de pérola pendurados até a cintura e além.

Tiara "Forget-me-nots" (Miosótis) - Paul Gabriel Liénard - Paris, 1905 - chifre, ouro, diamantes e pérolas - Qatar Museums Authority © Albion Art

No Oriente e no Ocidente o gosto em jóias pode variar, mas o significado das pérolas continua o mesmo, sendo usadas ​​como símbolos de poder e um indicador de posição na sociedade. Elas foram venerados objetos de desejo devido à raridade de pérolas naturais. Governantes usavam coroas enfeitadas com pérolas para demonstrar autoridade dinástica e a prosperidade de suas terras. 

Tiara da condessa Spencer - Diamante e pérolas do Golfo - Inglaterra, cerca de 1890 - Proveniência: Raine, condessa Spencer, madrasta e confidente da falecida lady Diana, princesa de Gales - Coleções Qatar Museums

Na Europa, as mulheres reais e aristocráticas usavam pérolas raras montadas em tiaras esplêndidas para deslumbrar e impressionar. Quando as convenções sociais antigas foram derrubadas, as pérolas adornaram os decotes das senhoras de fama e fortuna. As deusas de filmes de Hollywood e, mais recentemente celebridades da moda, amigáveis da mídia têm ajudado a manter o glamour infalível das pérolas.

Broche "Lábios de Rubi" - Salvador Dali - inspirado nos lábios da atriz Mae West – pérolas cultivadas e rubis – 1970
Hoje, a gama de estética em jóias com pérolas não tem limites e a variedade de pérolas bastante notável. Quer sejam naturais, cultivadas ou imitações, as pérolas continuam a estar na moda. As pérolas são um símbolo de feminilidade e joias atemporais,  condizentes a qualquer evento ou ocasião.


Broche "Grand Jeté" - Geoffrey Rowlandson, Londres, 1999 - ouro, diamantes e pérolas barrocas cultivadas © Geoffrey Rowlandson


Colar da Carnevale Collection – Yoko, Londres, 2013 – ouro branco, diamantes, pérolas de água fresca naturais rosa e laranja, pérolas douradas Indonesian South Sea,  pérolas brancas Australian South Sea e pérolas cinza e azuis do Taiti © Yoko London


Bracelete "Snow White" (Branca de Neve), uma fusão da neve do inverno e das flores da primavera - Nora Fok, Londres, 2012 - plástico branco impresso em 3D, pérolas cultivadas brancas - foto: © Frank Hills, photographer 


Texto abaixo: MAB FAAP

A mostra reúne mais de 200 peças – entre joias e obras de arte - mostrando a grande variedade de cores e formas de pérolas naturais e cultivadas. A exposição apresenta o uso das pérolas ao longo dos séculos, tanto no Oriente quanto no Ocidente, como um símbolo de prestígio e riqueza, as variações de gostos em diferentes culturas e as mudanças no design de joias com pérolas.
A exposição tem início com um olhar revelador sobre a história natural das pérolas. Discorre sobre a pesca e comércio no Golfo Pérsico, Europa e Ásia, desde a Antiguidade aos dias atuais. Uma coleção de pérolas raras e de moluscos portadores de pérolas indica como as pérolas do Golfo têm sido há muito tempo algumas das mais cobiçadas e valiosas do mundo. A mostra revela também os perigosos métodos de trabalho dos mergulhadores de pérolas e mostra as práticas comerciais dos negociantes do Golfo, juntamente com exemplos de equipamentos necessários para a pesagem e a valoração de pérolas.
A segunda parte da exposição explora a utilização das pérolas em joias e destaca as mudanças do design ao longo da história. Com isso, a mostra avança no tempo e espelha a modernidade, realçando o trabalho contemporâneo realizado pelos designers de hoje.
Também é possível apreciar na exposição o processo de cultivo das pérolas e sua produção em escala industrial, iniciada por Kokichi Mikimoto, no Japão. Mikimoto desenvolveu com êxito a tecnologia necessária para fazer pérolas a preços acessíveis a um grande número de mulheres. Hoje em dia, no leste da Ásia e nos mares do sul, é possível ver pérolas cultivadas em grande variedade de cores.

De 20 de Julho a 28 de Setembro de 2014
MAB FAAP - Rua Alagoas, 903 - São Paulo, Brasil - Tel.: (11)3662-7198