quarta-feira, 5 de abril de 2017

Análise de “The Love Letter” de Jean-Honoré Fragonard

Jean-Honoré Fragonard - The Love Letter (A Carta de Amor), c. 1770 – óleo sobre tela - 83,2 X 67 cm - Metropolitan Museum of Art, New York


Análise de “The Love Letter” de Jean-Honoré Fragonard


A modelo da pintura parece ter sido surpreendida, lendo ansiosamente a carta que recebeu junto com as flores. Ela provavelmente seria a filha de François Boucher (professor de Fragonard), Marie Émilie Boucher, nascida em 1740 e que se casou em 1773, com o amigo de seu pai, o arquiteto Charles Étienne Gabriel Cuvillier. O cão pode ser uma representação de fidelidade, como em muitas pinturas daquela época. O que sobressai nessa pintura são as cores douradas e a atitude coquete da jovem. A pintura parece brilhar com paixão.

Fragonard moldou a composição em tons de marrom, desenhando e modelando com a ponta do pincel e com traços de espessura variável. As cores e o branco estão localizados sob luz forte em direção ao centro da tela: no rosto empoado da jovem, no seu vestido e touca, na mesa e no banco, nas flores e no cão. Esta pintura exemplifica a manipulação sensível de efeitos de luz e de cor de Fragonard, e sua extraordinária facilidade técnica. O vestido azul elegante, a touca de renda e o penteado da mulher sentada em sua mesa de escrever deveriam estar no auge da moda, no momento que esta pintura foi feita.

Jean-Honoré Fragonard (4 de abril de 1732 - 22 de agosto de 1806) foi um pintor francês e gravador. Um dos mais prolíficos artistas nas últimas décadas do Antigo Regime, Fragonard produziu mais de 550 pinturas (além de desenhos e gravuras), das quais apenas cinco são datadas. Entre suas obras mais populares estão as pinturas de gênero que transmitem uma atmosfera de intimidade e erotismo velado.

Fragonard mostrou um grande talento para a arte em tenra idade, e foi enviado para estudar com o pintor rococó François Boucher. Aos 23 anos mudou-se para estudar na Academia Francesa de Arte em Roma, onde foi influenciado pelos românticos jardins, templos, grutas, terraços e fontes. Em 1765, ele não só garantiu sua posição na Academia, mas mostrou seu talento para cenas íntimas, levemente eróticas, que eram apreciadas por clientes ricos e membros da corte lasciva de Luís XV. Foi extremamente popular até a Revolução Francesa que privou Fragonard de seus clientes, muitos dos quais foram guilhotinados ou exilados. Sem patrocínio, deixou Paris em 1793. Ao retornar a Paris, descobriu que estava quase completamente esquecido, suas cenas eróticas aparentemente irrelevantes depois da revolução da Revolução Francesa. Ele morreu em 1806, e pouco foi escrito dele ou de seu trabalho até quase meio século depois. Ele é agora considerado um dos mestres da pintura francesa.


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