sábado, 23 de maio de 2015

Joan Miró: A Força da Matéria – assista o vídeo ao final do artigo


Joan Miró: A Força da Matéria – assista o vídeo ao final do artigo


Joan Miró – Homem, Mulher, Pássaro – 1959 – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS


Com 112 obras de todas as fases de Miró (41 pinturas, 22 esculturas, 20 desenhos, 26 gravuras e 3 objetos que serviram como ponto de partida de esculturas), além de fotografias, essa é a maior mostra da obra do artista catalão no Brasil. As peças pertencem à Fundação Joan Miró de Barcelona e a coleções particulares, incluindo uma obra inédita ao público, da coleção do neto do artista, Joan Punyet Miró.


Joan Miró – Pintura III – 1965 – óleo sobre tela – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS


Pode-se observar a evolução da linguagem do artista, com obras realizadas a partir de 1930, com o surgimento de seu vocabulário visual, com personagens quase abstratos e arquetípicos, como a mulher simbolizando a fertilidade,  pássaros como ligação entre o céu e a terra, estrelas, até as pinturas com um gestual mais solto, influenciado pela obra de expressionistas abstratos dos anos 1970 (como Jackson Pollock). Sua obra coloca em questão a espontaneidade e liberdade de traço.


Joan Miró – Mulher e Pássaro – 1967  – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS  


A exposição se divide em três blocos cronológicos que coincidem com momentos vitais de Miró, quando o artista outorgou à matéria um papel preponderante. 

Nos anos 1930 e 1940, pinturas e desenhos da época da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial, com o início do interesse de Miró pela matéria e também de seu caráter transgressor, inclusive nos procedimentos técnicos. No início dessa época ele manifestou seu propósito de “assassinar a pintura”, ou seja, terminar com a concepção clássica da pintura de cavalete, fazendo colagens e objetos a partir da assemblage de diversos materiais.


Joan Miró – Cabeça na Noite – 1968 – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS


Nos anos 1950 e 1960, utilizando uma maior diversidade de técnicas e experimentação da matéria, com grande dedicação à escultura.


Joan Miró – Mulher na Noite – 1973 – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS


Nos anos 1970, Miró continua questionando o sentido final da arte, utilizando suportes mais inusitados. Nesse período, realizou uma importante coleção de gravuras, demonstrando sua destreza em desafiar os padrões da técnica.


Joan Miró – La Equilibrada – 1975 – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS


O neto do artista, Joan Punyet Miró declarou em entrevistas que seu avô “pintava como um menino e como um poeta. E fazia sua poesia universal e atemporal, com a máxima liberdade pictórica criativa.” Segundo ele, seu avô dizia: “Minhas obras escapam de mim para fertilizar o mundo”.


Joan Miró – Dois Personagens Caçados por um Pássaro – 1976 – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS



De 24 de Maio a 16 de Agosto de 2015
Instituto Tomie Ohtake
Rua Coropés 88, São Paulo – informações: (11) 2245-1900


Joan Miró – Cabeça – 1979 – óleo e lápis sobre compensado de madeira – Divulgação/Successio Miró/Miró, Joan/AUTVIS


Assista o vídeo da exposição, narrado por Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake e por Joan Punyet Miró, neto do artista:



Joan Miró i Ferrà (1893-1983) foi um escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista catalão. Em 1919, depois de completar os seus estudos, esteve em Paris, onde conheceu Pablo Picasso e entrou em contato com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo. No início da década de 1920, conheceu o fundador do movimento surrealista André Breton entre outros artistas. A pintura “O Carnaval de Arlequim” de 1924-25, e “Maternidade” de 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925.


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