Edward
Hopper – Hotel Lobby, 1943 – óleo sobre tela – 81,9 x 103,5 cm – Indianapolis Museum
of Art, USA
Análise de “Hotel Lobby” de Edward Hopper
Hotel Lobby é uma obra típica de Hopper, exibindo seus temas
clássicos de alienação e brevidade. Os Hoppers viajavam frequentemente, ao
longo de sua carreira, se hospedando em muitos motéis e hotéis.
A pintura retrata duas mulheres e um homem na recepção de um
pequeno hotel. À direita está uma mulher com cabelo louro e vestido azul,
sentada com as pernas cruzadas e lendo um livro. À esquerda, uma mulher mais
velha num vestido vermelho, um casaco e um chapéu. Um homem está ao seu lado, de
terno e com um sobretudo dobrado sobre seu braço. Um funcionário atrás da
recepção é pouco visível nas sombras. Uma das poucas pinturas de Hopper sem
janelas, Hotel Lobby utiliza a luz da porta giratória e de uma área invisível
por entre as vigas do teto.
A modelo para as mulheres da pintura foi Josephine. Após seu
casamento em 1920, ela insistiu em ser a modelo para todas as personagens
femininas nas pinturas de Hopper. O vestido vermelho que a mulher mais velha
veste (que Josephine, em seu diário, descreve como coral) significa raiva e
extroversão, enquanto o vestido azul usado pela mulher mais jovem mostra
juventude e distância. Hopper era conhecido por ser seu próprio modelo em suas
pinturas, portanto é provável que isso ocorreu em Hotel Lobby. Edward e Josephine,
na data da pintura, tinham por volta de 60 anos.
Os hóspedes do hotel parecem estar viajando e suspensos no
tempo, refletindo um sentimento estoico e dramático, que lembra os filmes de estilo "noir" que Hopper pode ter visto e também a estrutura e sensação complexas
das obras de Edgar Degas. A pintura utiliza luz dura e linhas rígidas para
criar um ambiente desconfortável, cuidadosamente construído. O ponto de vista
elevado e teatral da pintura pode ser derivado do amor de Hopper pelo teatro da
Broadway. Antes de criar Hotel Lobby, Hopper desenhou dez estudos da obra, que
estão na coleção do Whitney Museum of American Art, doados pela sua esposa,
Josephine.
Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de
1967) foi um pintor, artista gráfico e ilustrador norte-americano conhecido por
suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na
contemporaneidade. Em cenários urbanos e rurais, as suas representações
refletem a sua visão pessoal da vida moderna americana. Temas de solidão,
transitoriedade, e alienação permeiam as imagens fantasmagóricas de Edward
Hopper. Embora ele resistisse o rótulo, Hopper foi um grande praticante da
Pintura de Cenas Americanas, um movimento da era da Depressão, que rejeitou o
modernismo e outras influências europeias, preferindo temas exclusivamente
americanos em um estilo realista. Um mestre da narrativa tranquila, Edward
Hopper imbuía momentos comuns com intensidade psicológica e complexidade. Os
espectadores inevitavelmente encontram-se atraídos para suas cenas
cuidadosamente compostas, identificando-se ou especulando sobre os personagens,
frequentemente isolados em si mesmos.
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