sexta-feira, 22 de julho de 2016

Análise de “Hotel Lobby” de Edward Hopper

Edward Hopper – Hotel Lobby, 1943 – óleo sobre tela – 81,9 x 103,5 cm – Indianapolis Museum of Art, USA


Análise de “Hotel Lobby” de Edward Hopper


Hotel Lobby é uma obra típica de Hopper, exibindo seus temas clássicos de alienação e brevidade. Os Hoppers viajavam frequentemente, ao longo de sua carreira, se hospedando em muitos motéis e hotéis.

A pintura retrata duas mulheres e um homem na recepção de um pequeno hotel. À direita está uma mulher com cabelo louro e vestido azul, sentada com as pernas cruzadas e lendo um livro. À esquerda, uma mulher mais velha num vestido vermelho, um casaco e um chapéu. Um homem está ao seu lado, de terno e com um sobretudo dobrado sobre seu braço. Um funcionário atrás da recepção é pouco visível nas sombras. Uma das poucas pinturas de Hopper sem janelas, Hotel Lobby utiliza a luz da porta giratória e de uma área invisível por entre as vigas do teto.

A modelo para as mulheres da pintura foi Josephine. Após seu casamento em 1920, ela insistiu em ser a modelo para todas as personagens femininas nas pinturas de Hopper. O vestido vermelho que a mulher mais velha veste (que Josephine, em seu diário, descreve como coral) significa raiva e extroversão, enquanto o vestido azul usado pela mulher mais jovem mostra juventude e distância. Hopper era conhecido por ser seu próprio modelo em suas pinturas, portanto é provável que isso ocorreu em Hotel Lobby. Edward e Josephine, na data da pintura, tinham por volta de 60 anos.

Os hóspedes do hotel parecem estar viajando e suspensos no tempo, refletindo um sentimento estoico e dramático, que lembra os filmes de estilo "noir" que Hopper pode ter visto e também a estrutura e sensação complexas das obras de Edgar Degas. A pintura utiliza luz dura e linhas rígidas para criar um ambiente desconfortável, cuidadosamente construído. O ponto de vista elevado e teatral da pintura pode ser derivado do amor de Hopper pelo teatro da Broadway. Antes de criar Hotel Lobby, Hopper desenhou dez estudos da obra, que estão na coleção do Whitney Museum of American Art, doados pela sua esposa, Josephine.

Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de 1967) foi um pintor, artista gráfico e ilustrador norte-americano conhecido por suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na contemporaneidade. Em cenários urbanos e rurais, as suas representações refletem a sua visão pessoal da vida moderna americana. Temas de solidão, transitoriedade, e alienação permeiam as imagens fantasmagóricas de Edward Hopper. Embora ele resistisse o rótulo, Hopper foi um grande praticante da Pintura de Cenas Americanas, um movimento da era da Depressão, que rejeitou o modernismo e outras influências europeias, preferindo temas exclusivamente americanos em um estilo realista. Um mestre da narrativa tranquila, Edward Hopper imbuía momentos comuns com intensidade psicológica e complexidade. Os espectadores inevitavelmente encontram-se atraídos para suas cenas cuidadosamente compostas, identificando-se ou especulando sobre os personagens, frequentemente isolados em si mesmos.

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