Norman Rockwell - Triple Self-Portrait, 1960 - óleo sobre
tela e Ilustração da capa para The Saturday Evening Post, 13 de fevereiro de
1960 – 113 x 88,3 cm - Norman Rockwell Museum, Stockbridge, MA, USA
Análise do autorretrato triplo de Norman Rockwell
O humor e a humildade eram aspectos essenciais da
personalidade de Norman Rockwell, por isso, seus autorretratos eram
despreocupados e um pouco auto-depreciativos. Ele ria de si mesmo nessas telas. O
Rockwell do espelho tem óculos enevoados. Ele explicou que assim ele não
poderia ver sua imagem real e assim se retratar mais jovial do que ele julgava
ser.
Rockwell era um praticante de limpeza, mas aqui ele retratou tubos de pintura e pinceis sobre o chão do estúdio e um copo de refrigerante quase entornando sobre um livro. Outras discrepâncias
da realidade podem ser explicadas. Ele trocou a sua habitual cadeira estilo
Windsor por um banquinho (mais fácil de ver mais dele?) E sua paleta de mesa por
uma paleta de madeira de mão (uma economia de espaço de imagem?) A maioria das outras
características da pintura são reais.
Em uma viagem a Paris, Rockwell viu o capacete que retratou
no topo de seu cavalete em uma loja de antiguidades. Ele tinha certeza de que o
capacete tinha séculos de idade, de origem grega ou talvez romana. Depois de
comprá-lo, ele parou para observar um incêndio. E percebeu que o mesmo capacete
que ele tinha certeza de que era uma antiguidade preciosa era na verdade o
equipamento típico dos bombeiros parisienses. Rockwell fumava cachimbo enquanto
trabalhava e se distraia jogando as cinzas no mesmo balde onde jogava retalhos
de pano com tinta, causando pequeninos incêndios no balde de metal (ele retratou
uma fumacinha saindo do balde). Talvez por isso retratou o capacete sobre seu
cavalete.
Norman
Rockwell – The Deadline (Blank Canvas) (Prazo Final), 1938 – óleo sobre tela –
96,5 x 76,2 cm - Norman Rockwell Museum, Stockbridge, MA, USA
Estudante de grandes artistas, Rockwell pregou autorretratos
de mestres no canto superior direito de seu trabalho: Albrecht Durer, Rembrandt
van Rijn, Vincent Van Gogh e um Pablo Picasso pós-cubista. Eles são suas
referências que nos convidam a comparar (como Rockwell fez) como outros
artistas abordaram o problema de um autorretrato. Ao contrário de Rockwell,
todos os quatro artistas produziram numerosos autorretratos formais (Rembrandt
é conhecido por ter feito mais de 90). Rockwell produziu apenas dois outros autorretratos
a cores: “Norman Rockwell Painting the Soda Jerk”, mostrando o artista trabalhando
em sua pintura para a capa do Post de 1953 e “The Deadline” (Prazo Final), uma
capa do Post de 1938, composta da mesma forma que esta: a visão posterior do
artista no trabalho em seu cavalete. Ambos são retratos inconscientes,
confirmando que a visão de Rockwell de si mesmo continuou inalterada. Ele
também fazia pequenas e discretas “aparições” em outras pinturas suas, em meio
a outros personagens.
Norman
Rockwell - Norman Rockwell Painting the Soda Jerk, 1953 – óleo sobre madeira - Norman
Rockwell Museum, Stockbridge, MA, USA
Norman Rockwell (Nova Iorque, 3 de fevereiro de 1894 —
Stockbridge, Massachusetts, 8 de novembro de 1978) era muito popular nos
Estados Unidos, especialmente em razão das 322 capas da revista The Saturday
Evening Post que realizou durante mais de quatro décadas, e das ilustrações de cenas
da vida americana nas pequenas cidades. Pintou os retratos dos presidentes
Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim como de outras
importantes figuras mundiais. Um de seus últimos trabalhos foi o retrato da
cantora Judy Garland, em 1969.
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