quinta-feira, 23 de julho de 2015

A história de The Magic Lantern de Charles Van Loo

Charles Amédée Philippe Van Loo - The Magic Lantern – 1764 – óleo sobre tela - 88.6 x 88.5 cm – National Gallery of Art, Washington, DC


A história de The Magic Lantern de Charles Van Loo

Numa pintura adorável de uma câmara obscura entrando no quadro, a família do artista nele retratada, é ofuscada pelo instrumento. Um fascinante estudo de perspectiva e dimensão, a pintura chamada "A Lanterna Mágica” foi mal nomeada. Ela mostra um garoto olhando para a lente enquanto abraça a câmera, e uma menina no primeiro plano, com a mão na moldura e com os dedos para fora do que seria o limite natural de um quadro, num efeito trompe l´oeil. Na pintura, as crianças se mostram embevecidas pela “novidade” e a mãe (ou irmã mais velha) delas nos encara com ar de cumplicidade.

A câmera claramente não é uma lanterna mágica, mas aparece, pelo lado esquerdo, entrando na vista. Esta terceira dimensão adicional nos lembra o ambiente natural que a câmara obscura fornecia aos artistas. Não está claro porque Van Loo nomeou a pintura assim. É evidente que o instrumento é uma câmera, não tendo características de uma lanterna. O retrato da família de Van Loo representa o trabalho final de uma câmera obscura. Fica óbvio que Van Loo nunca usou a câmera em sua arte.

Câmera obscura (ou escura) é um tipo de aparelho óptico baseado no princípio de mesmo nome, o qual esteve na base da invenção da fotografia no início do século XIX. Ela consiste numa caixa (ou também sala) com um buraco no canto, a luz de um lugar externo passa pelo buraco e atinge uma superfície interna, onde é reproduzida a imagem invertida. É possível que se originou a partir do século V A.C. na China, e teve princípios também vistos por Aristóteles na Grécia no século 4 A.C. A primeira câmera escura foi construída em meados do século VI, em experimentos de Antêmio de Tales. No século XI, durante a Dinastia Song, foi usado para aplicar atributos geométricos e quantitativos. Por volta do século XVIII, os desenvolvimentos seguintes por Robert Boyle e o criador do microscópio Robert Hooke, mais facilmente modelos portáteis se tornaram disponíveis, estes foram amplamente utilizados por artistas amadores e também por profissionais, como, por exemplo, o famoso pintor holandês Johannes Vermeer. 

Charles-Amédée-Philippe van Loo (25 de agosto de 1719 - 15 de novembro de 1795) foi um pintor francês de cenas alegóricas e retratos. Estudou com o pai, o pintor Jean-Baptiste van Loo, em Turim e Roma, onde em 1738 ganhou o Prix de Rome, depois em Aix-en-Provence, antes de regressar a Paris em 1745. Foi convidado a juntar-se ao Académie Royale de Peinture et de Sculpture em 1747, e naquele ano ele se casou com sua prima Marie-Marguerite Lebrun, filha do pintor Michel Lebrun (falecido em 1753). Ele foi o autor do único retrato conhecido da vida real do Marquês de Sade. Entre seus irmãos estavam os pintores François van Loo (1708-1732) e Louis-Michel van Loo (1707-1771).

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