Charles
Amédée Philippe Van Loo - The Magic Lantern – 1764 – óleo sobre tela - 88.6 x
88.5 cm – National Gallery of Art, Washington, DC
A história de The Magic Lantern de Charles Van Loo
Numa pintura adorável de uma câmara obscura entrando no
quadro, a família do artista nele retratada, é ofuscada pelo instrumento. Um
fascinante estudo de perspectiva e dimensão, a pintura chamada "A Lanterna
Mágica” foi mal nomeada. Ela mostra um garoto olhando para a lente enquanto
abraça a câmera, e uma menina no primeiro plano, com a mão na moldura e com os
dedos para fora do que seria o limite natural de um quadro, num efeito trompe
l´oeil. Na pintura, as crianças se mostram embevecidas pela “novidade” e a mãe (ou irmã mais velha) delas nos encara com ar de cumplicidade.
A câmera claramente não é uma lanterna mágica, mas aparece,
pelo lado esquerdo, entrando na vista. Esta terceira dimensão adicional nos
lembra o ambiente natural que a câmara obscura fornecia aos artistas. Não está
claro porque Van Loo nomeou a pintura assim. É evidente que o instrumento é uma
câmera, não tendo características de uma lanterna. O retrato da família de Van
Loo representa o trabalho final de uma câmera obscura. Fica óbvio que Van Loo nunca
usou a câmera em sua arte.
Câmera obscura (ou escura) é um tipo de aparelho óptico baseado no
princípio de mesmo nome, o qual esteve na base da invenção da fotografia no
início do século XIX. Ela consiste numa caixa (ou também sala) com um buraco no
canto, a luz de um lugar externo passa pelo buraco e atinge uma superfície
interna, onde é reproduzida a imagem invertida. É possível que se originou a
partir do século V A.C. na China, e teve princípios também vistos por
Aristóteles na Grécia no século 4 A.C. A primeira câmera escura foi construída
em meados do século VI, em experimentos de Antêmio de Tales. No século XI,
durante a Dinastia Song, foi usado para aplicar atributos geométricos e
quantitativos. Por volta do século XVIII, os desenvolvimentos seguintes por
Robert Boyle e o criador do microscópio Robert Hooke, mais facilmente modelos
portáteis se tornaram disponíveis, estes foram amplamente utilizados por
artistas amadores e também por profissionais, como, por exemplo, o famoso
pintor holandês Johannes Vermeer.
Charles-Amédée-Philippe van Loo (25 de agosto de 1719 - 15 de novembro de 1795) foi um pintor francês de cenas alegóricas e retratos. Estudou com o pai, o pintor Jean-Baptiste van Loo, em Turim e Roma, onde em 1738 ganhou o Prix de Rome, depois em Aix-en-Provence, antes de regressar a Paris em 1745. Foi convidado a juntar-se ao Académie Royale de Peinture et de Sculpture em 1747, e naquele ano ele se casou com sua prima Marie-Marguerite Lebrun, filha do pintor Michel Lebrun (falecido em 1753). Ele foi o autor do único retrato conhecido da vida real do Marquês de Sade. Entre seus irmãos estavam os pintores François van Loo (1708-1732) e Louis-Michel van Loo (1707-1771).
Texto escrito e/ou traduzido e/ou adaptado ©Arteeblog - não
copie esse artigo sem autorização desse blog, mas compartilhe usando os ícones
de compartilhamento para e-mail ou redes sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário