segunda-feira, 20 de abril de 2015

Série Joan Miró: Constelações

Joan Miró – “The Morning Star”, 1940 – guache sobre papel - 38 x 46 cm - Fundació Joan Miró, Barcelona


Série Joan Miró: Constelações


Constelações é uma série de 23 pequenas pinturas sobre papel, iniciada por Joan Miró em 1939 em Varengeville-sur-Mer e concluída em 1941 entre Mallorca e Mont-Roig del Camp. A Fundació Joan Miró preserva “A Estrela da Manhã” (The Morning Star), uma das peças mais importantes da série.
Em agosto de 1939, um mês antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, Miró e sua família fugiram de Paris e mudaram para Varengeville-sur-Mer, uma pequena cidade na Normandia. Este sentimento de escapar é claramente refletido na produção harmônica e poética desta série. Em Varengeville-sur-Mer, pintou os dez melhores trabalhos da série que mais tarde foi chamada de Constelações, começando com “The Dawn” e “The Scale of Evasion”. Depois de escapar da França, Miró continuou a série Constelações em Mallorca, criando mais dez obras mais complexas. As três últimas foram criadas em 1941, em sua casa ancestral em Mont-Roig del Camp.


Joan Miró – “Constellation Awakening at Dawn” - guache sobre papel - 46 x 38 cm


“Eu senti um profundo desejo de fugir. Eu me tranquei deliberadamente. A noite, a música e as estrelas começaram a desempenhar um papel na minha pintura.” - Joan Miró


Joan Miró – “The Migratory Bird” – 1941 – guache e óleo sobre papel - 46 x 38 cm


Esta série é caracterizada por formas de estrelas, aves e mulheres. Miró estava construindo a sua própria linguagem madura. As formas são sobrepostas em diferentes maneiras para criar um espaço de cor específico. Esta nova ideia foi repetida constantemente na obra do artista. Felizmente, as séries são datadas, permitindo a seqüência em ordem cronológica.


Joan Miró – “The Beautiful Bird Revealing the Unknown to a Pair of Lovers” – 1941 – guache, óleo e carvão sobre papel - 45.7 x 38.1 cm – The Museum of Modern Art - © 2015 Successió Miró / Artists Rights Society (ARS), New York / ADAGP, Paris 


Os fundos das obras são todos pintados em tons suaves, e a grande maioria delas estão cheias de linhas de interseção pretas, com detalhes pintados nas cores primárias. Miró usou mapas astrais que eram como representações do espaço cósmico.


Joan Miró – “Figure at Night Guided by the Phosphorescent Tracks of Snails” 


Joan Punyet, neto do artista, disse em uma entrevista na TV: “As Constelações são uma pausa sublime. Elas são o caminho para o poder. Em direção ao Universo. Elas são uma porta para escapar de uma guerra circunstancial, de um genocídio, da brutalidade de um disparate. As Constelações parecem dizer: a minha única salvação nesta tragédia mundial é o espírito, a alma que me leva ao céu. Isso me leva ao sublime. É como se Miró fosse um pássaro noturno capaz de escapar da terra, viajando por todo o céu, as estrelas, as constelações, para capturá-las todas com uma mão, e chamá-las de volta à Terra, em uma folha de papel.” - John Punyet


Joan Miró – “Woman Encircled by the Flight of a Bird” – 1941


Joan Miró i Ferrà (1893-1983) foi um escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista catalão. Em 1919, depois de completar os seus estudos, esteve em Paris, onde conheceu Pablo Picasso e entrou em contato com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo. No início da década de 1920, conheceu o fundador do movimento surrealista André Breton entre outros artistas. A pintura “O Carnaval de Arlequim” de 1924-25, e “Maternidade” de 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925.


Joan Miró na Tate Modern

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