Di Cavalvanti – “Cinco Moças de Guaratinguetá”
Exposição: Arte do Brasil no Século 20
Alfredo Volpi - "Fachada com bandeiras" - 1959
Cândido Portinari – “O lavrador de café”
Arte do Brasil no século 20 apresenta uma seleção de obras
da coleção do MASP, em diálogo inédito com documentos do arquivo histórico e
fotográfico do museu. O recorte não pretende construir uma história abrangente
da arte do século 20. Ao contrário, o conjunto é fragmentado, e, se há uma
história que ele revela, é a do próprio museu e de seu acervo. Ao lado das
obras, são expostos documentos referentes a elas, como correspondências,
fotografias, folhetos, catálogos e textos diversos. Ao trazê-los a público, é
possível conectar cada trabalho com os contextos sociais e políticos em que
foram produzidos, exibidos e adquiridos. Nesse sentido, tanto Arte do Brasil no
século 20 como a exposição que a complementa, Arte do Brasil até 1900, no
segundo subsolo, são uma oportunidade para compreender o acervo de arte
brasileira do MASP – seu passado e suas possibilidades futuras.
Maria Auxiliadora Silva – “Capoeira”
Liane
Chammas – “Christiane e Annabella”
As obras estão ordenadas cronologicamente por sua datação,
com agrupamentos de trabalhos do mesmo autor. Com isso, abandona-se a
perspectiva tradicional da história da arte, com seus movimentos, gerações e
períodos, sua ideia de progresso e linearidade.
Carybé – “Briga de cachorros”
Anita Malfatti - "A Estudante" - 1915-1916
O acervo do MASP revela o grande ímpeto dos primeiros dez
anos de aquisições (1947-57), que resultou num extraordinário conjunto de obras
de pintores modernistas, como Anita Malfatti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti,
Flávio de Carvalho, Lasar Segall e Vicente do Rego Monteiro. Já nas décadas
seguintes, o museu passa a fazer aquisições mais pontuais.
Rafael Borjes – “Vista de Salvador”
Flávio de Carvalho - "Retrato da Pintora Tarsila"
- 1971
Há uma forte presença da arte figurativa, em oposição ao
abstracionismo. Nas décadas de 1940 e 1950, a abstração era promovida pelo
empresário norte-americano Nelson Rockefeller (1908-1979) e pelo Museum of
Modern Art (MoMA) de Nova York no contexto da “política de boa vizinhança” dos
Estados Unidos com o Brasil. O foco na figuração é reflexo do próprio interesse
de Pietro Maria Bardi (1900-1999), diretor do MASP desde sua fundação até 1990.
Por trás desse interesse estava uma suspeita de que, numa abordagem mais
formalista, a arte abstrata resultaria numa despolitização da arte.
Geraldo de Barros – “Fotoforma” - 1950
Hércules Barsotti - "Proposição emblemática X" -
1981
Ao longo dos anos, o MASP expôs e adquiriu obras de artistas
visionários e autodidatas que operavam fora do circuito ortodoxo da arte
moderna e contemporânea e da Academia, algo que interessava particularmente
Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta responsável pelo projeto do MASP. Esse é o
caso de Agostinho Batista de Freitas, José Antônio da Silva, Hélio Mello, Maria
Auxiliadora e Rafael Borjes de Oliveira. São artistas que retrataram histórias,
paisagens, costumes e culturas do povo brasileiro, muitas vezes marginalizados
pela elite e burguesia locais.
Pancetti – “Autorretrato com marreta” – 1941
Agostinho Batista de Freitas (1927-1997) – MASP - 1971
A partir de 1991, com a criação da Coleção Pirelli MASP de
Fotografia, o museu consegue acompanhar a produção de fotografia no Brasil,
trazendo para o acervo mais de 1200 obras. Aqui é apresentada uma pequena
seleção, com obras de Arthur Omar, Cláudia Andujar, George Leary Love, Geraldo
de Barros, German Lorca, Marcel Gautherot e Thomas Farkas.
Sepp Baendereck – “Índios Xavantes na missão São Marcos”
A expografia de Arte do Brasil no século 20, com painéis
suspensos, é inspirada no projeto da antiga sede do MASP de Lina Bo Bardi, na
rua 7 de Abril, na década de 1950. Ela antecipa o retorno da radical expografia
dos cavaletes de vidro de Bo Bardi, inaugurada em 1968 no MASP da avenida
Paulista. A retomada dos cavaletes na coleção permanente do museu está prevista
para o segundo semestre deste ano. Como suportes transparentes no lugar de
paredes, eles criam um espaço único no qual convivem diferentes obras,
artistas, estilos e escolas, além do próprio visitante, rompendo com uma narrativa
convencional da arte e permitindo que novas histórias venham à tona.
Arte do Brasil do século 20, com remontagem de expografia da
Lina Bo Bardi para o Masp na antiga sede na rua 7 de Abril
Texto: MASP – Museu de Arte de São Paulo – Assis
Chateaubriand
Esta exposição é complementada por Arte do Brasil até 1900.
Veja em artigo desse Blog:
Arte do Brasil no século 20
MASP – Museu de Arte de São Paulo – Assis Chateaubriand
Até 28 de junho de 2015
Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Informações: 3251-5644
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