segunda-feira, 27 de abril de 2015

Exposição: Arte do Brasil no Século 20

Di Cavalvanti – “Cinco Moças de Guaratinguetá”

Exposição: Arte do Brasil no Século 20


Alfredo Volpi - "Fachada com bandeiras" - 1959


Cândido Portinari – “O lavrador de café”

Arte do Brasil no século 20 apresenta uma seleção de obras da coleção do MASP, em diálogo inédito com documentos do arquivo histórico e fotográfico do museu. O recorte não pretende construir uma história abrangente da arte do século 20. Ao contrário, o conjunto é fragmentado, e, se há uma história que ele revela, é a do próprio museu e de seu acervo. Ao lado das obras, são expostos documentos referentes a elas, como correspondências, fotografias, folhetos, catálogos e textos diversos. Ao trazê-los a público, é possível conectar cada trabalho com os contextos sociais e políticos em que foram produzidos, exibidos e adquiridos. Nesse sentido, tanto Arte do Brasil no século 20 como a exposição que a complementa, Arte do Brasil até 1900, no segundo subsolo, são uma oportunidade para compreender o acervo de arte brasileira do MASP – seu passado e suas possibilidades futuras.


Maria Auxiliadora Silva – “Capoeira”


Liane Chammas – “Christiane e Annabella”

As obras estão ordenadas cronologicamente por sua datação, com agrupamentos de trabalhos do mesmo autor. Com isso, abandona-se a perspectiva tradicional da história da arte, com seus movimentos, gerações e períodos, sua ideia de progresso e linearidade.

Carybé – “Briga de cachorros”


Anita Malfatti - "A Estudante" - 1915-1916

O acervo do MASP revela o grande ímpeto dos primeiros dez anos de aquisições (1947-57), que resultou num extraordinário conjunto de obras de pintores modernistas, como Anita Malfatti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Lasar Segall e Vicente do Rego Monteiro. Já nas décadas seguintes, o museu passa a fazer aquisições mais pontuais. 


Rafael Borjes – “Vista de Salvador”


Flávio de Carvalho - "Retrato da Pintora Tarsila" - 1971


Há uma forte presença da arte figurativa, em oposição ao abstracionismo. Nas décadas de 1940 e 1950, a abstração era promovida pelo empresário norte-americano Nelson Rockefeller (1908-1979) e pelo Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York no contexto da “política de boa vizinhança” dos Estados Unidos com o Brasil. O foco na figuração é reflexo do próprio interesse de Pietro Maria Bardi (1900-1999), diretor do MASP desde sua fundação até 1990. Por trás desse interesse estava uma suspeita de que, numa abordagem mais formalista, a arte abstrata resultaria numa despolitização da arte.

Geraldo de Barros – “Fotoforma” - 1950


Hércules Barsotti - "Proposição emblemática X" - 1981


Ao longo dos anos, o MASP expôs e adquiriu obras de artistas visionários e autodidatas que operavam fora do circuito ortodoxo da arte moderna e contemporânea e da Academia, algo que interessava particularmente Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta responsável pelo projeto do MASP. Esse é o caso de Agostinho Batista de Freitas, José Antônio da Silva, Hélio Mello, Maria Auxiliadora e Rafael Borjes de Oliveira. São artistas que retrataram histórias, paisagens, costumes e culturas do povo brasileiro, muitas vezes marginalizados pela elite e burguesia locais.


Pancetti – “Autorretrato com marreta” – 1941


Agostinho Batista de Freitas (1927-1997) – MASP - 1971


A partir de 1991, com a criação da Coleção Pirelli MASP de Fotografia, o museu consegue acompanhar a produção de fotografia no Brasil, trazendo para o acervo mais de 1200 obras. Aqui é apresentada uma pequena seleção, com obras de Arthur Omar, Cláudia Andujar, George Leary Love, Geraldo de Barros, German Lorca, Marcel Gautherot e Thomas Farkas.


Sepp Baendereck – “Índios Xavantes na missão São Marcos”


A expografia de Arte do Brasil no século 20, com painéis suspensos, é inspirada no projeto da antiga sede do MASP de Lina Bo Bardi, na rua 7 de Abril, na década de 1950. Ela antecipa o retorno da radical expografia dos cavaletes de vidro de Bo Bardi, inaugurada em 1968 no MASP da avenida Paulista. A retomada dos cavaletes na coleção permanente do museu está prevista para o segundo semestre deste ano. Como suportes transparentes no lugar de paredes, eles criam um espaço único no qual convivem diferentes obras, artistas, estilos e escolas, além do próprio visitante, rompendo com uma narrativa convencional da arte e permitindo que novas histórias venham à tona.


Arte do Brasil do século 20, com remontagem de expografia da Lina Bo Bardi para o Masp na antiga sede na rua 7 de Abril


Texto: MASP – Museu de Arte de São Paulo – Assis Chateaubriand


Esta exposição é complementada por Arte do Brasil até 1900. Veja em artigo desse Blog:



Arte do Brasil no século 20
MASP – Museu de Arte de São Paulo – Assis Chateaubriand
Até 28 de junho de 2015
Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Informações: 3251-5644



Nenhum comentário:

Postar um comentário