segunda-feira, 25 de junho de 2018

A história da pintura de James Tissot – The Hammock (A Rede)

James Tissot – The Hammock (A Rede), 1879 - óleo sobre tela - 127 x 76.2 cm – coleção particular


A história da pintura de James Tissot – The Hammock (A Rede)


O cenário dessa pintura é o jardim do próprio Tissot em St. John's Wood, Londres, com a sua lagoa e colunata de ferro fundido. A colunata, que aparece frequentemente em suas pinturas, foi copiada de um original em mármore no Parc Monceau, em Paris. Na Londres vitoriana, a manutenção de um jardim tão elaborado era um sinal de riqueza. Uma das histórias contadas entre os amigos de Tissot em Paris era que ele era tão bem-sucedido que tinha criados com luvas brancas polindo as folhas de seus arbustos. Em The Hammock ele brinca com a ideia de luxo, langor e amor.

A modelo para a jovem na rede foi a amada amante irlandesa de Tissot, Kathleen Newton, com quem ele morava em sua casa no subúrbio de St. John's Wood, no norte de Londres. Após um breve e desastroso casamento arranjado, Newton se divorciou quando tinha apenas dezessete anos. Ela tinha uma filha e um filho muito parecido com Tissot. Para evitar fofocas e escândalo, o casal viveu uma vida muito privada. O rosto de Newton era familiar para a sociedade londrina através das pinturas de Tissot, onde ela foi retratada muitas vezes, mas sua identidade permanecia um mistério fora do círculo imediato do artista. Somente em 1946 sua identidade foi revelada publicamente, quando sua sobrinha respondeu a um pedido de informações de um curioso jornalista londrino.


Esse blog possui um artigo sobre Kathleen Newton. Clique sobre o link abaixo para ler mais detalhes de sua história e ver mais pinturas:



Preguiçosamente lendo seu jornal, Newton provoca o espectador masculino, com um vislumbre de sua anágua. O cachorro dormindo perto de seus pés aparece como o alter-ego do artista (os cães estavam associados tanto à fidelidade quanto ao desejo sexual). O livro que está sobre o tapete é provavelmente francês, e isso também pode ser uma indicação simbólica da própria presença de Tissot, como se ele estivesse sentado e lendo aos pés de sua amante.

Como seus amigos e colegas artistas Manet, Degas e Whistler, Tissot era fascinado pela arte e design japoneses. Ele foi um colecionador de objetos japoneses desde o início de sua carreira em Paris, na década de 1860, e o guarda-sol em The Hammock é um exemplo entre muitos em que ele os usava em elementos decorativos em suas pinturas. Na década de 1870, o Japão passara a representar a libertação dos modos do Ocidente, e os artistas de vanguarda do Movimento Estético na Grã-Bretanha consideravam a graciosa simplicidade do design japonês como um antídoto ao naturalismo afetado da maioria das pinturas britânicas. A rede de Newton também é de uma cultura distante: é brasileira.

James Tissot fez mais uma obra com o mesmo tema e título:


James Tissot – The Hammock (A Rede), 1880 – água-forte (gravura em metal) e ponta-seca sobre papel – 27,9 x 18,3 cm - The Art Institute of Chicago, USA


James Joseph Jacques Tissot (Nantes, 15 de outubro de 1836 – Buillon, 8 de agosto de 1902) foi um pintor francês. Tissot expôs no Salão de Paris pela primeira vez aos 23 anos. A característica do seu primeiro período foi como pintor dos charmes femininos. Demi-mondaine seria a forma mais acurada de chamar uma série de estudos que ele chamou de La Femme a Paris (A mulher em Paris). Lutou na Guerra Franco-Prussiana e, sob a suspeita de ser comunista, deixou Paris em direção a Londres. Lá estudou com Seymour Haden, desenhou caricaturas para a Revista Vanity Fair, pintou retratos e também telas temáticas. Seu trabalho mais grandioso foi a produção de mais de 700 aquarelas ilustrando a vida de Jesus e sobre o Velho Testamento.

Esse blog possui mais artigos sobre James Tissot. Clique sobre os links abaixo para ver:






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