Henri Fantin-Latour - Hommage à Delacroix, 1864 – óleo sobre
tela – 160 x 250 cm – Muséee d´Orsay, Paris
A história da pintura de Henri Fantin-Latour, “Hommage à
Delacroix”
Esta pintura é a primeira grande composição de um artista
intimamente ligado aos impressionistas e mostra o gosto de Fantin-Latour pelo
estudo de personagens, desenho preciso e harmonias de cores escuras. O
agrupamento das figuras e o esquema de cores, preto e branco, evocam os
retratos grupais da Holanda do século XVII.
Um grupo de dez escritores e artistas estão agrupados em
torno de um retrato de Delacroix executado a partir de uma fotografia feita em
1852 por Victor Laisné. Podemos ver o próprio Fantin-Latour, com uma camisa
branca e segurando uma paleta, James Whistler em pé, em primeiro plano, Édouard
Manet com a mão no bolso e Baudelaire, sentado à direita com uma
expressão definida no rosto. Os personagens retratados, da esquerda para a
direita, são:
Sentados: o romancista Louis Edmond Duranty, o próprio
Fantin-Latour em camisa e com paleta, o escritor Champfleury e o escritor
Charles Baudelaire. De pé: o geólogo Louis Cordier, o pintor Alphonse Legros, o
pintor norte-americano James Whistler, o pintor Édouard Manet, o pintor Félix
Bracquemond e o pintor Albert de Balleroy.
Em julho de 1838, Baudelaire encontrou a pintura de
Delacroix, The Battle of Taillebourg, numa visita às galerias do Musée du
Château de Versailles. Foi o início de uma grande paixão pelo romântico e colorido
trabalho de Delacroix, o "pintor mais sugestivo de todos". A
admiração que o autor de “Les Fleurs du mal” sentiu por Delacroix é uma
indicação do respeito que lhe foi dado pelos artistas que encarnariam a
modernidade na segunda metade do século XIX.
Um ano após a morte de Delacroix, Henri Fantin-Latour pintou
este retrato de grupo para lhe prestar a homenagem que ele não havia recebido
em sua vida. Foi no funeral de Eugène Delacroix, em 17 de agosto de 1863, que
Fantin-Latour, chocado com a pequenez do cortejo fúnebre de Delacroix (que seguiu juntamente com Charles Baudelaire e Édouard Manet), decidiu realizar uma
homenagem pública, na forma de uma pintura-manifesto, em que representa um
conjunto de dez personalidades das artes e das letras que expressando a sua
admiração por Delacroix, se reúnem em frente do retrato do mestre falecido no
ano anterior.
Henri Fantin-Latour – Esboço para “Homage to Delacroix”,
Henri Fantin-Latour, 1863 – 1864 – óleo sobre tela – 25,5 x 26 cm – Musée National
Eugène-Delacroix, Paris
Henri Fantin-Latour (Grenoble, Isère, França, 14 de janeiro
de 1836 - Buré, Orne na Baixa Normandia, França, 25 de agosto de 1904) foi um
pintor e litógrafo francês mais conhecido por suas pinturas de flores e
retratos grupais de artistas e escritores parisienses. Ele recebeu aulas de
desenho de seu pai, que era um artista. Em 1850 ele entrou na École de Dessin.
Depois de estudar na École des Beaux-Arts de Paris a partir de 1854, passou
muito tempo copiando as obras dos antigos mestres no Musée du Louvre. Embora
Fantin-Latour tenha feito amizade com vários jovens artistas que mais tarde se
associariam ao impressionismo, incluindo Whistler e Manet, o trabalho de Fantin
permaneceu em estilo conservador. Whistler chamou a atenção para Fantin, na
Inglaterra, onde suas naturezas mortas venderam muito bem, apesar de praticamente
desconhecidas na França. Além de suas pinturas realistas, Fantin-Latour criou
litografias imaginativas inspiradas na música de alguns dos grandes
compositores clássicos.
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