René Magritte - Faraway Looks (Les regards perdus), 1927 – óleo
sobre tela – 49,5 x 65,5 cm – Coleção particular
Análise de René
Magritte - Faraway Looks (Les regards perdus)
Em muitas obras de Magritte é emblemático de muitas
maneiras, que rostos ou a ausência deles desempenhem um papel crucial na
construção da peça. Magritte tinha o hábito de repetir muitos dos mesmos
objetos em novas situações e também de explorar o potencial de uma cena como um
todo, executando variações sobre ela. Nesta pintura há uma mulher representada
como mais velha e também como mais nova. É como se fossem duas mulheres. Uma que
existe apenas na parte de trás da cabeça da mulher mais velha, que também
existe apenas em parte como um amor que nunca foi plenamente realizado. Ou
outra possível interpretação é a de uma cabeça masculina e uma feminina,
simbolizando um amor não realizado, ou terminado entre um casal.
René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de Novembro de
1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967) foi um dos principais artistas
surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento
no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado
das águas do rio. Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em
Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu
Georgette Berger, com quem se casou em 1922. René Magritte praticava o
surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas
precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela
pintura metafísica de Giorgio de Chirico.
René
Magritte
Sua arte caracteriza o amor surrealista aos paradoxos visuais:
embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem anomalias por
toda a parte, e o surrealismo atrai justamente porque explora nossa compreensão
oculta da esquisitice terrena. Pintor de imagens insólitas, às quais deu
tratamento rigorosamente realista, utilizou processos ilusionistas, sempre à
procura do contraste entre o tratamento realista dos objetos e a atmosfera
irreal dos conjuntos. Suas obras são metáforas que se apresentam como
representações realistas, através da justaposição de objetos comuns, e símbolos
recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu coco, o castelo,
a rocha e a janela, entre outros, porém de um modo impossível de ser encontrado
na vida real.
Magritte fez pinturas de objetos comuns em contextos
incomuns, e assim criou sua própria forma de poesia para expressar seu
inconsciente, de uma forma filosófica e conceitual. O artista, ao contrário dos
outros surrealistas, era uma pessoa perturbadoramente comum, sempre vestindo um
sobretudo, terno e gravata. Para Magritte suas pinturas não tinham qualquer
significado, porque o mistério não tem significado. Ficamos apenas com o
mistério e a incerteza, o que torna o trabalho dele mais misterioso e mais
atraente.
Esse blog possui mais artigos sobre René Magritte. Clique
sobre os links abaixo para ver:
Texto escrito e/ou traduzido e/ou adaptado ©Arteeblog - não
copie esse artigo sem autorização desse blog, mas por favor o compartilhe,
usando os ícones de compartilhamento para e-mail ou redes sociais. Obrigada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário