Giorgio de Chirico – Auto-retrato – 1922 – óleo sobre tela –
38,4 x 51 cm - Toledo Museum of Art
Giorgio de Chirico, arte metafísica
Giorgio de Chirico (Vólos, Grécia, 10 de julho de 1888 —
Roma, 20 de novembro de 1978), também conhecido como Népoli, foi um pintor
nascido na Grécia, filho de pais italianos, que nos anos anteriores à Primeira
Guerra Mundial, fundou o movimento de arte Escola Metafísica, considerada uma
precursora do Surrealismo.
Giorgio de
Chirico - The Uncertainty of the Poet – 1913 – óleo sobre tela – Tate Gallery,
London
Em 1913, ele exibiu pinturas no Salão dos Independentes de
Paris e no Salon d'Automne. Seu trabalho foi notado por Pablo Picasso e
Guillaume Apollinaire, e ele vendeu sua primeira pintura, a Torre Vermelha. Em
1914, através de Apollinaire, ele conheceu o negociante de arte Paul Guillaume,
com quem assinou um contrato para sua produção artística.
Giorgio de Chirico - A Torre Vermelha (La tour rouge) - 1913
– óleo sobre tela - 73.5 x 100.5 cm - Peggy Guggenheim Collection
A pintura metafísica de Giorgio de Chirico antecipa
elementos que depois aparecem na pintura surrealista: padrões arquitetônicos,
grandes espaços nus, manequins anônimos e ambientes oníricos. Do dadaísmo, os
pintores surrealistas e, com eles, De Chirico, herdam diretamente as atitudes
destrutivas e niilistas. O que o próprio artista qualifica de “pintura
metafísica” corresponde à necessidade de sonho, de mistério e de erotismo
própria do surrealismo. E assim, desde o começo, a obra de De Chirico conhece
um êxito considerável.
Giorgio de Chirico – Ariadne – 1913 – óleo e grafite sobre
tela - 135.3 × 180.3 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York
Giorgio de Chirico - Piazza d'Italia – 1913 – óleo sobre
tela - 35.2 x 25 cm - Art Gallery of Ontario, Toronto, Canada
Menos que interpretar ou alterar a realidade, a pintura de
De Chirico dirige-se a uma "outra realidade", metafísica, além da
história. Os cenários projetados pelo pintor entre 1910 e 1915 permitem flagrar
os contornos do novo estilo, que se consolidará entre 1917 e 1920. Os elementos
arquitetônicos mobilizados nas composições (colunas, torres, praças, monumentos
neoclássicos, chaminés de fábricas etc.) constroem, paradoxalmente, espaços
vazios e misteriosos. As figuras humanas, quando presentes, carregam consigo
forte sentimento de solidão e silêncio. São meio-homens, meio-estátuas, vistos
de costas ou de muito longe. Quase não é possível entrever rostos, apenas
silhuetas e sombras, projetadas pelos corpos e construções. As fontes das invenções
metafísicas, da iconografia e da realidade deslocada de De Chirico são as
filosofias de Nietzche, Schopenhauer e Weininger.
Giorgio de
Chirico - Metaphysical Interior with Biscuits – 1916 – óleo sobre tela – 81,3 x
65,1 cm - The Menil Collection, Houston, Texas
Giorgio de Chirico - Hector and Andromache – 1912 – óleo
sobre madeira - Galleria Nazionale
d'Arte Moderna e Contemporanea, Rome, Italy
Grande parte do impacto dos quadros de De Chirico é derivado
da clareza contida de seu estilo. Ele a alcançou, rejeitando as inovações
formais da arte moderna e optando por uma forma franca, realista, que lhe
permitiu descrever objetos com simplicidade. O resultado foi um estilo que, um
pouco como René Magritte, é rica em mistério evocativo apesar do caráter
simples da representação.
Giorgio de Chirico – Mistério e Melancolia de uma Rua – 1914
– óleo sobre tela - 85 x 69 cm
Depois de 1919, ele ficou interessado em técnicas
tradicionais de pintura, e trabalhou em um estilo neoclássico ou neo-barroco,
enquanto frequentemente revisitava os temas metafísicos de seu trabalho
anterior. Em 1939, ele adotou um estilo neo-barroco influenciado por Rubens. As
pinturas posteriores de De Chirico nunca receberam o mesmo elogio crítico como
as de seu período metafísico.
Giorgio de Chirico em seu estúdio em 1925
Frases de Giorgio de Chirico:
“O que devo amar senão o enigma?” Nesta, ele se assemelha ao
norte-americano, seu contemporâneo, Edward Hopper: a luz solar de suas pinturas,
suas sombras profundas, suas calçadas vazias e silêncios portentosos criando uma
poesia visual enigmática.
"Para se tornar verdadeiramente imortal uma obra de
arte deve escapar de todos os limites humanos. A lógica e o bom senso só irão
interferir. Mas quando essas barreiras são quebradas, entra na região de visão da
infância e do sonho." Em “Mistério e Criação”, Giorgio de Chirico, Paris 1913
Giorgio de Chirico - Self Portrait in the Studio – 1935 –
óleo sobre tela
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Olá Betty!
ResponderExcluirQue interessante, gostei muito de saber de tudo isso. da afinidade de pensamento com Hopper e também da influencia que tiveram as filosofias de Nietzche, Schopenhauer e Weininger sobre a sua arte...que a lógica e o bom senso só interferem, quando se trata de arte. Ótimo post, comme d'habitude, merci chérie! Um beijo
Muito obrigada por seu incentivo, Mirna. Fico feliz por você ter gostado do artigo. Beijos.
ExcluirOs posts desse blog deveriam ser reunidos, para que se fizesse com eles um livro sobre arte. Parabéns.
ResponderExcluirMuito obrigada Elton. Seu incentivo é importante para mim. Quem sabe eu faça isso algum dia.
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