Antonio
Parreiras – A Tarde – 1887 – óleo sobre tela – 200 x 130 cm - Museu Antonio Parreiras, Niteroi, Brasil
Antonio Parreiras, sua arte e sua história –
com vídeos
Antonio
Parreiras
Antonio Parreiras – Panorama de Niterói – 1892 – óleo sobre
tela - 243.5 x 338.3 cm
Antonio Diogo da Silva Parreiras (Niterói, RJ, 1860-1937) é um
dos principais paisagistas brasileiros do período entre o final do século 19 e
as primeiras décadas do século 20. Em seus 78 anos de vida, teve uma produção grande e
importante. Vivenciou momentos importantes da história do Brasil: a monarquia,
a república e o início do Estado Novo , e retratou esse período.
Antonio Parreiras – Escola ao Ar Livre – c. 1892 – óleo
sobre tela - 100 x 148.5 cm
Em 1883 iniciou seus estudos na Academia
Imperial de Belas Artes, onde frequentou as aulas do professor de paisagem
Georg Grimm. Após dois anos, junto a França Júnior, Castagneto, Hipólito Caron
e Domingos Garcia y Vasquez, abandonou a Academia quando esta proíbiu que o
mestre desse aulas de pintura ao ar livre. Ainda sob a orientação de Grimm, o
grupo pintou paisagens da praia da Boa Viagem, em Niterói. Em janeiro de 1885,
em seu ateliê naquela cidade, Parreiras realizou a primeira exposição de sua
produção. Esses quadros e mais alguns foram expostos no mesmo ano no Rio de Janeiro.
Assim, iniciou uma carreira permeada de exposições individuais, não só no Rio
de Janeiro, mas, posteriormente, em diversos Estados do Brasil, como São Paulo,
Pará, Amazonas e Rio Grande do Sul. Realizou uma série de excursões e viagens
de estudo por diversas partes do País.
Antonio Parreiras – Vencido – 1905 – óleo sobre tela – 60 x
83 cm - Museu Antônio Parreiras em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.
Antonio Parreiras – Ventania – 1888 – óleo sobre tela – 150
x 100 cm – Pinacoteca do Estado de São Paulo
A imprensa do período observou a falta de prática do artista
no desenho de figura e, em diversas ocasiões, incitou o jovem a ir aperfeiçoar-se
na Europa. Parreiras executou então a pintura “A Tarde”, para submissão à
compra pelo Governo Imperial. Com o dinheiro da venda, viajou pela primeira vez
à Europa, desembarcando em Gênova, de onde seguiu para Roma. Por fim, se estabeleceu
em Veneza. Tornou-se aluno livre da Academia de Belas Artes local, onde estudou
com Filippo Carcano.
Antonio Parreiras – Fantasia – 1909 – óleo sobre tela – 89 x
146 cm - Pinacoteca do Estado de São Paulo
Em 1890 retornou ao Brasil e inscreveu trabalhos na
Exposição Geral de Belas Artes daquele ano, a primeira organizada no período
republicano, obtendo Pequena Medalha de Ouro. Pela primeira vez, fez uma
pintura histórica, sob encomenda. Embrenhou-se nas florestas tropicais,
reproduzindo nas telas o clima e o mistério que existem na flora e na fauna
locais, com verdes intensos e cores fortes. Marinhas e cenas campestres
completam a sua produção artística, que o coloca entre os principais
paisagistas do Brasil.
Antonio Parreiras – O Caçador de Esmeraldas – 1910 – óleo
sobre tela - 97.5 x 195 cm
Entre o fim do Século XIX e o início do Século XX, Parreiras
tornou-se um artista consagrado. Ele ampliou o leque de temas e deixou de
dedicar-se exclusivamente às paisagens. A partir de 1899, recebeu encomendas de
execução de painéis em alguns palácios e prédios públicos. Incentivado por
Victor Meirelles (1832 - 1903), executou pinturas de cenas históricas para o
poder público. Entre elas se destacam “Proclamação da República”, “Morte de Estácio
de Sá” e “Prisão de Tiradentes”, trabalhos que aumentaram sua notoriedade no Brasil.
O sucesso lhe proporcionou uma vida mais confortável. A partir de 1906,
Parreiras viveu entre Paris e Niterói. Manteve ateliê na França, onde trabalhou
e expôs com regularidade.
Antonio Parreiras – Fim de Romance – 1912 – óleo sobre tela
– 97 x 185 cm - Pinacoteca do Estado de São Paulo
Retornou ao Brasil em 1907, e em 1908 seguiu para Belém, de
onde se transferiu novamente para Paris, levando consigo o filho Dakir, para
iniciá-lo na pintura. Em 1909, mostrou seu trabalho, o nu feminino “Fantasia”,
no Salon de la Societé National des Beaux Arts. A repercussão foi muito
positiva, e esse gênero de pintura se tornou um dos principais filões de sua
produção. Em 1910 inscreveu no Salon a pintura “Frinéia”, aceita por
unanimidade pelo júri. Passa então a ser conhecido na Europa como pintor de
nus. Apresenta posteriormente “Dolorida” em 1910, “Flor Brasileira” em 1913,
“Nonchalance” em 1914 e “Modelo em Repouso” em 1920. Parreiras foi eleito,
pelos leitores da Revista Fon Fon, o maior pintor brasileiro vivo em 1925.
Antonio
Parreiras – Frinéia – 1909 - óleo sobre tela - 89,5 x 145,5 cm
Foram poucas as paisagens realizadas na década de 1920.
Contudo, prosseguiu na realização de pinturas históricas. Depois, pelas
dificuldades em obter novas encomendas de pinturas históricas, Parreiras voltou-se
novamente para a pintura de paisagens. Adoeceu progressivamente a partir de
1932, e, ao falecer, deixou prontos os originais da segunda parte de seu livro
de memórias, “História de um Pintor”, contada por ele mesmo, cuja primeira
edição data de 1926. Segundo ele próprio, realizou ao longo de aproximadamente
55 anos, mais de 850 pinturas, das quais 720 em solo brasileiro, tendo feito 39
exposições no Rio de Janeiro e em vários outros estados do Brasil.
Antonio Parreiras – Fundação da Cidade de São Paulo – 1913 –
óleo sobre tela – 200 x 300 cm
Antonio
Parreiras – Pintando do Natural – 1937 – óleo sobre tela - 77,5 x 96 cm – Museu
Antonio Parreiras, Niteroi, RJ
Assista o vídeo abaixo e faça uma visita guiada virtual ao
Museu Antonio Parreiras, em Niteroi, Rio de Janeiro:
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