quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Análise de “O Pensador” de Auguste Rodin

Auguste Rodin – O Pensador – Musée Rodin



Análise de “O Pensador” de Auguste Rodin






O Pensador é uma escultura em bronze de Auguste Rodin, geralmente colocada sobre um pedestal de pedra. O trabalho mostra uma figura masculina nua. maior do que o tamanho real de um homem, sentado em uma pedra com o queixo apoiado em uma mão, como se imerso em seus pensamentos, e é frequentemente utilizado como uma imagem para representar a filosofia. Originalmente chamado de O Poeta, a peça era parte de uma encomenda do Museu de Arte Decorativa em Paris para criar um portal monumental baseado na Divina Comédia, de Dante Alighieri. Cada uma das estátuas no portal representava um dos personagens principais do poema épico.




Quando concebido em 1880 em seu tamanho original (aprox. 70 cm) como o elemento culminante de “As Portas do Inf rno”, O Pensador representava Dante, autor da Divina Comédia, inclinando-se para observar os círculos do Inf rno, enquanto meditava em seu trabalho. O Pensador foi, portanto, inicialmente, tanto um ser com um corpo torturado, quase uma alma condenada, e um homem de pensamento livre, decidido a ultrapassar o seu sofrimento através da poesia. 


Michelangelo - Lorenzo de Medici (O Pensador) – Capela Medici, San Lorenzo, Florença

A pose dessa figura deve muito a Ugolino de Carpeaux (1861) e ao retrato de Lorenzo de Médici esculpido por Michelangelo (1526-1531). Rodin queria uma figura heróica na tradição de Michelangelo, para representar o intelecto, bem como poesia. 




O Pensador foi exibido individualmente em 1888 e tornou-se assim um trabalho independente. Ampliado em 1904, sua versão colossal provou ser ainda mais popular: a imagem de um homem perdido em seus pensamentos, mas cujo corpo poderoso sugere uma grande capacidade de ação, tornou-se uma das esculturas mais célebres já conhecidas. Numerosas tiragens (fundições) existem em todo o mundo, incluindo a que está agora nos jardins do Museu Rodin, um presente para a cidade de Paris instalado fora do Panthéon, em 1906, e outra nos jardins da casa de Rodin em Meudon, sobre o túmulo do escultor e sua esposa. Mais de vinte cópias da escultura estão em museus em todo o mundo.


Auguste Rodin em seu estúdio em 1904


Em uma carreira que durou do final do século XIX até o início do século XX, Auguste Rodin (francês, 1840-1917) foi profundamente inspirado pela tradição mas também se rebelou  contra suas formas idealizadas, introduzindo práticas inovadoras que pavimentaram o caminho para a escultura moderna. Ele acreditava que a arte deve ser fiel à natureza, uma filosofia que moldou suas atitudes com modelos e materiais. Seu gênio era expressar verdades interiores da psique humana, e seu olhar penetrou sob a aparência externa do mundo. Explorando este reino sob a superfície, Rodin desenvolveu uma técnica ágil para representar os estados físicos extremos que correspondem a expressões de turbulência interna ou esmagadora alegria. Ele esculpiu um universo de grande paixão e tragédia, um mundo de imaginação que excedeu a realidade mundana da existência cotidiana. Ele usou diversos materiais como bronze, mármore, gesso e argila. As marcas do estilo de Rodin, como a figura parcial, seu foco nas qualidades formais e relacionamentos ao invés da estrutura narrativa, e seu desejo de manter as marcas do processo escultural em suas obras, foram revolucionárias em seu tempo. A intensidade evocativa de seus trabalhos foi seguida por muitos artistas, incluindo os que trabalharam em seu estúdio, como Constantin Brancusi (francês, nascido na Roménia, 1876-1957) e Aristide Maillol (francês, 1861-1944).

Fonte: Musée Auguste Rodin


Assista um vídeo raro de Auguste Rodin esculpindo em seu estúdio em Paris em 1915:





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17 comentários:

  1. Gostei muito do texto. Gostaria de saber de que compositor é essa música ao piano! Sou pianista e amei o tema musical também!!

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    1. Obrigada Madalena. Encontrei nos comentários do vídeo que a música é a introdução do segundo movimento do segundo concerto de piano de Chopin.

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  2. Muito interessante, é legal ler várias vezes. Parabéns pelo trabalho de vcs (:

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  3. gostei e muito interessante e bem intrutivo para quem quer bem detalhado!
    Parabéns a @Arteeblog.

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  4. O que ele estava pensando na época??

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  5. Eu achei ótimo
    Parabéns para esse homem, e também pra q postou ,👏👏👏

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