segunda-feira, 22 de maio de 2017

Análise de dois autorretratos de Mary Cassatt



Análise de dois autorretratos de Mary Cassatt


Mary Cassatt – Portrait of the Artist, 1878 – aquarela e guache sobre papel – 60 x 41,1 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York


Mary Cassatt pintou este autorretrato, um dos dois únicos conhecidos, um ano depois que Edgar Degas a convidou para expor com os impressionistas. Sua influência é aparente no invulgar fundo verde-sálvia, a atenção às cores complementares contrastantes e a pose assimétrica ousada e casual da figura.


Mary Cassatt - Self-Portrait, c. 1880 – aquarela, guache e grafite sobre papel – 33,1 x 24,6 cm – National Portrait Gallery, Washington, DC, USA


Mary Cassatt criou esta aquarela, um de seus poucos autorretratos, por volta de 1880, um ano depois que ela começou a expor seu trabalho com os impressionistas franceses. Cassatt usou sua arte para abordar os muitos papéis da mulher moderna: como mãe, como intelectual, e aqui, como artista profissional. Embora vestida elegantemente, Cassatt não se contenta em ser admirada, mas retorna o olhar do espectador. Ela divertidamente inverte expectativas, sugerindo que a artista está avaliando o espectador. Pinceladas de verde no fundo à direita, sugerem papel de parede, enquanto os tons de amarelo à esquerda, evocam a luz solar que se derrama sobre os ombros da artista e lança seu rosto na sombra. Os traços audaciosos do desenho de Cassatt, enfatizando cor, humor e movimento, celebram seu toque rápido e a modernidade de seu estilo.


Mary Stevenson Cassatt (22 de maio de 1844 - 14 de junho de 1926) foi uma pintora e gravadora americana. Ela nasceu na Pensilvânia, mas viveu muito de sua vida adulta na França, onde fez amizade com Edgar Degas e mais tarde expos com os impressionistas. Cassatt criou imagens da vida social e privada das mulheres, com particular ênfase nos laços íntimos entre mães e filhos. Mary Cassatt era uma das poucas artistas americanas que se dedicaram à avant-garde francesa do século XIX. Nascida em uma família proeminente de Pittsburgh, ela viajou muito pela Europa com seus pais e irmãos, enquanto era criança. Entre 1860 e 1864 frequentou a Academia de Belas Artes da Pensilvânia, na Filadélfia. Aos vinte e dois anos, Cassatt foi para o exterior estudar pinturas de antigos mestres nos museus europeus. Em Paris, estudou com proeminentes pintores acadêmicos e de forma independente no Louvre. Voltando aos Estados Unidos por um curto período, Cassatt voltou à Europa em 1871, pintando e copiando os velhos mestres em museus da Itália, Espanha e Bélgica.

Em 1874, ela se estabeleceu definitivamente em Paris. Embora tivesse vários trabalhos aceitos para a exposição ligada à tradição do Salão Francês, seus objetivos artísticos a alinhavam com os pintores de vanguarda da época. Em 1877, Edgar Degas a convidou para se juntar ao grupo progressista de artistas popularmente conhecidos como os Impressionistas. Ela admirava particularmente a obra de Degas, assim como de Manet e Courbet. Uma estreita relação de trabalho se desenvolveu entre Cassatt e Degas. Com passados semelhantes de classe alta, os dois pintores desfrutaram de uma amizade baseada em sensibilidades artísticas e interesses comuns: na estrutura ousada de composição, na assimetria, nas gravuras japonesas e nos temas contemporâneos. Durante a sua longa permanência na França, Cassatt enviou pinturas para exposições nos Estados Unidos, algumas das primeiras obras impressionistas vistas neste país. Ao aconselhar ricos clientes americanos sobre o que adquirir, ela também desempenhou um papel crucial na formação de algumas das mais importantes coleções de arte impressionista neste país.

Mary Cassatt retratou a "Mulher Nova" do século 19 a partir da perspectiva das mulheres. Como uma artista bem-sucedida e altamente treinada que nunca se casou, Cassatt personificou a "Nova Mulher". Ela participou ativamente na recriação da imagem das mulheres, a partir da influência de sua mãe, Katherine Cassatt, uma mulher inteligente e ativa, que acreditava em educar as mulheres para serem conhecedoras e socialmente ativas. Mary Cassat lutou pela causa das mulheres sufragistas que queriam ter o direito de votar.


Mary Cassatt – Portrait of the Artist, 1878 – aquarela e guache sobre papel – 60 x 41,1 cm – The Metropolitan Museum of Art, New York – detalhe


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