Tamara de Lempicka – My Portrait (Self-Portrait in the Green
Bugatti), 1929 – óleo sobre tela – 27 x 35 cm – coleção particular
Análise do “Autorretrato no Bugatti Verde”, de Tamara de
Lempicka
Tamara de Lempicka se retratou nessa, que provavelmente é
sua mais famosa pintura, sentada ao volante de um carro esportivo verde Bugatti,
usando luvas marrons, um chapéu que se assemelha a um capacete, e um lenço longo
com dobras dramáticas à sua direita. As dobras do tecido e os detalhes cromados,
tão exemplares do estilo Art Deco, e a iluminação impressionante, fornecem a
impressão de velocidade como se a pintura captasse um momento fugaz.
A pintura oferece uma nova imagem da mulher moderna, de autodeterminação
e sensualidade sem remorso. A expressão da artista é controlada e desapaixonada
ao olhar diretamente para o espectador, apropriando-se do olhar masculino
tradicional e contradizendo as representações tradicionais das mulheres.
A pintura foi encomendada para a capa de Die Dame, uma
revista alemã dedicada a promover o conceito da mulher moderna. Este trabalho
exemplifica como o trabalho de Lempicka ocupou uma espécie de nicho liminar
entre a arte, o retrato e a arte gráfica. Ao contrário de seus colegas
masculinos, cuja obra era inspirada pelo cubismo, o trabalho de Lempicka, mesmo
em sua época, era frequentemente considerado dentro do contexto das artes
decorativas.
Tamara de Lempicka (16 de maio de 1898 - 18 de março de
1980), foi uma pintora polonesa Art Deco. Influenciada pelo cubismo, Lempicka
tornou-se a principal representante do estilo Art Deco em dois continentes, uma
artista favorita de muitas estrelas de Hollywood, conhecida como "a
baronesa com um pincel". Ela era a mais elegante pintora de retratos de
sua geração entre a alta burguesia e a aristocracia, pintando duquesas, grandes
duques e socialites. Através de sua rede de amigos, ela também expôs suas
pinturas nos salões mais elitistas da sua época.
Art Deco, o estilo de artes decorativas dos anos 1920, com
seus motivos geométricos e cores brilhantes e arrojadas, foi usado por muitos
designers de joias, móveis, roupas, tecidos e cerâmica. Era um estilo clássico,
simétrico, retilíneo, que atingiu seu ponto alto entre 1925-1935, e se inspirou
em movimentos artísticos sérios como o cubismo, o futurismo e a influência da
Bauhaus. Em Paris, foi uma forma de arte dominante do período 1920-1930. De
todos os artistas que seguiam o estilo "Arts Decoratifs", uma das mais
memoráveis foi Tamara de Lempicka.
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